Tópicos | Renovação política

Desde que se formou na turma de 2019 do RenovaBR, no dia 14 deste mês, a advogada Renata Cezar, de 30 anos, já conversou com oito partidos interessados em tê-la como candidata nas eleições municipais do ano que vem. O espectro ideológico vai desde o PSOL até o PSD. Ainda surpresa com o assédio, ela já agendou reuniões com outras duas legendas em janeiro do próximo ano.

Colegas de turma da advogada contabilizaram ao menos 10 siglas no lobby de um hotel em São Paulo onde se hospedaram os formandos do RenovaBR. Ali os alunos eram abordados por dirigentes ou representantes partidários que os convidavam a conhecer as propostas de cada legenda e, quem sabe, se filiar. "No dia da formatura tinha uma feira de recrutamento no hotel", disse o também advogado Saul de Carvalho Isaias, de 26 anos.

##RECOMENDA##

O interesse dos partidos por quadros formados em movimentos civis como o RenovaBR vem da constatação das direções partidárias de que existe uma forte demanda do eleitorado por nomes de fora da política tradicional, evidenciada nas eleições do ano passado.

O sucesso eleitoral dos candidatos egressos dos movimentos de renovação política tem levado até partidos com estrutura mais fechada a discutirem o assunto, como o PT, o PSOL e o PSD.

Na disputa pelos jovens quadros, os partidos oferecem legenda e garantias de apoio material e político para as eleições do ano que vem. Algumas siglas que não tinham setores específicos para mulheres, LGBT, juventude e negros criaram comissões para melhorar o diálogo com as agendas dos alunos de grupos de renovação.

Partidos como Rede e Cidadania chegam a prometer liberdade total de atuação, mesmo que isso possa contrariar orientações partidárias, sem risco de punições ou retaliações. "Essa é uma ação que está no DNA da Rede. Consideramos que a política e as eleições abram espaço não só para os partidos políticos convencionais mas também para candidaturas independentes e cidadãs. Essa já é uma prática em vários outros países onde a democracia é mais avançada", afirmou o porta-voz da Rede, Pedro Ivo.

"São movimentos espontâneos formados por jovens. Como no Brasil há determinação legal de que só se pode participar do processo político através de partidos, nós passamos a dialogar para integrá-los. Existe hoje uma nova formação política que não vem dos partidos tradicionais. Quem quiser continuar existindo tem que se adaptar", disse Roberto Freire, presidente do Cidadania.

A legenda, que negocia a filiação de Luciano Huck (fundador e um dos apoiadores do RenovaBR), alterou seu estatuto para eliminar a possibilidade de suas bancadas "fecharem questão" em qualquer tema. A alteração foi determinada em diálogo com movimentos de renovação.

Em 2018, o Renova BR "elegeu" dez deputados federais, um senador e seis deputados estaduais por sete partidos diferentes em um arco que vai do PSB e PDT até o Novo e o DEM. Se fosse uma legenda, o movimento teria uma bancada maior do que a de oito partidos, entre eles o próprio Cidadania, PSC, PCdoB, Novo e Rede. Este ano a autodenominada "escola de democracia" formou 1.170 alunos, muitos deles prontos para disputar as eleições de 2020.

Ao oferecer aos novos quadros liberdade para votar contra as orientações partidárias, as legendas tentam evitar que se repita o que aconteceu com o PDT e o PSB, que puniram sete parlamentares eleitos no ano passado por votarem a favor da reforma da Previdência - contrariando as orientações partidárias. Entre eles, dois ex-alunos do RenovaBR, Tábata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES).

Prioridades

A liberdade para votar conforme suas convicções e de seu eleitorado, mesmo que isso contrarie a orientação partidária, é uma precondição imposta por boa parte dos jovens egressos dos novos movimentos. "Isso está entre minhas grandes prioridades para escolher um partido, sim", disse Renata Cezar.

Mulher, negra, jovem, vinda da periferia, com boa formação acadêmica e histórico de trabalhos sociais na área da saúde, Renata tem perfil que cai como uma luva para partidos que buscam se adequar à "nova política". Além disso, ela ajuda a cumprir a cota de 30% de candidaturas femininas prevista na legislação eleitoral.

A advogada atua há anos com o tema do direito à saúde, tem trabalho premiado na Itália sobre o assunto e quer ser vereadora por São Paulo em 2020. "Procuro um partido em que as pautas conversem com as minhas. Não pretendo fazer só um mandato."

O assédio é grande até sobre os alunos que não pretendem se candidatar e ingressaram no RenovaBR por outros motivos. É o caso de Saul Isaias. Ele militou no movimento estudantil e depois de formado decidiu que iria trabalhar na área do direito público. Para fazer a migração, contou com o Vetor Brasil, uma organização voltada para a melhora do setor público, onde descobriu o grupo de renovação.

Embora diga que não está interessado em se candidatar no ano que vem, Isaias avalia que movimentos deste tipo ajudam a quebrar as barreiras que dificultam a entrada de jovens nos partidos políticos. "Partido tem muito de apadrinhamento, não tem proximidade com a população", disse ele, que constatou "uma visibilidade muito grande" do grupo de renovação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de ter o nome ventilado como candidato a presidente em 2018, o apresentador Luciano Huck afirmou, nesta sexta-feira (25), que o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), apesar de boas ideias econômicas, tem uma concentração grande de pessoas com mais de 60 anos, quando o mote principal da política deveria ser a renovação. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Huck, que esteve no Fórum Econômico Mundial  na Suíça, salientou que a política é o setor de “antigos” com “assuntos antigos”.

“Não é uma crítica, é uma constatação. Se você olhar o gabinete formado neste governo, sem julgamento de mérito da capacidade ou das ideias, a grande maioria tem mais de 60 anos...  A gente tem que formar novos líderes, pessoas com um cabeça mais moderna”, salientou ao periódico.

##RECOMENDA##

Ao participar do Fórum em Davos, Luciano Huck disse que se vê “quão sexy” se trata assuntos econômicos, de investimento, “tentando lapidar um capitalismo 4.0 que se adeque aos novos tempos”. Contudo, ao tratar de política há retrocessos.

“E quando você vai falar de política, você ouve os discursos e vê como ainda são antigos, com assuntos antigos. A gente tem que tentar um esforço grande para fazer discussões políticas, de governo, institucionais de um jeito sexy, mais moderno, e em paralelo formar novas lideranças que possam colocar essas coisas em prática”, observou.

À Folha, Huck também frisou que neste momento a necessidade do país é “diálogo” e aproveitou para alfinetar o PT. “À esquerda falta, nesse momento, a capacidade e boa vontade de dialogar. Graças a Deus o último governo do PT tinha péssima capacidade de execução, porque tinham péssimas ideias, e se tivessem capacidade de execução seria pior ainda, e agora, este novo governo, do ponto de vista econômico, tem boas ideias, claras, e agora vamos ver qual a capacidade de execução daqui para frente”, salientou.

Por fim, o apresentador tentou amenizar a crítica aos petistas dizendo que pretende apontar caminhos onde discordar do governo Bolsonaro. “E nas pautas nas quais a gente não concorda, que não são poucas, a gente vai ter que ficar vigilante e ter capacidade de dialogar, criticar e apontar caminhos”, disse. 

Depois de afirmar que dependia apenas da confirmação do PDT para consolidar uma candidatura às eleições deste ano, Túlio Gadêlha (PDT) disse que a legenda precisa “se conectar com novos atores” e anunciou que estava indo para Brasília conversar com o presidente nacional da sigla, Carlos Lupi. Em 2014, ele concorreu como deputado federal.

“Precisamos reduzir o abismo existente entre os partidos políticos e as pessoas. Não tenho dúvida que a crise de representação que vivemos no Brasil tem início nas esferas de organização partidária”, salientou, em publicação no Instagram. “Em alguns Estados o PDT precisa abrir para se conectar com novos atores e se aproximar daquilo que se propõe a ser, um instrumento de transformação social”, acrescentou.

##RECOMENDA##

Sob a ótica de Gadêlha, para que esta renovação aconteça é necessário “que se estabeleça um mínimo pacto democrático” e destacou que “estamos em 2018 e se foi o tempo de partidos com donos”. 

“A base da democracia é o respeito às divergências e o convívio com as diferenças. Com esse sentimento de mudança sigo para Brasília para dialogar com o presidente Carlos Lupi, na construção de um PDT mais aberto, oxigenado, popular, dinâmico e sem dono, o verdadeiro PDT de Brizola”, disse. “Porque a renovação política não pode se limitar a mudança de nomes, mas de novas práticas”, completou.

Túlio Gadêlha foi presidente do Instituto de Terras e Reforma Agrária do Estado de Pernambuco (Iterpe) por menos de dois meses e depois que deixou o cargo tem protagonizado algumas polêmicas com críticas diretas as tratativas partidárias do governo de Paulo Câmara (PSB), entretanto, ele ganhou fama antes disso por assumir o namoro com a apresentadora Fátima Bernardes. 

O governador de Pernambuco e presidenciável, Eduardo Campos (PSB), aparecerá ao lado da ex-senadora e provável candidata a vice-presidente, Marina Silva (PSB), na propaganda partidária socialista que vai ao ar no próximo dia 27, em todos os canais televisivos em horário nobre. O esquete será o primeiro que os dois gravam lado a lado e como de costume - marca de Eduardo - ambos aparecem vestidos de branco. No último programa nacional, Marina havia acabado de se filiar ao PSB e a intervenção já tinha sido gravado. 

"Eu e Marina Silva gravamos juntos um debate sobre o futuro do Brasil e vamos apresentar caminhos para retomarmos o crescimento do País, de uma forma mais justa e humana", disse Campos, nesta quinta-feira (13), em uma postagem na sua página oficial do facebook. 

##RECOMENDA##

Sobre o teor da gravação, Campos adiantou que o conteúdo aborda estratégias de renovação da política brasileira. "Estamos abordando tópicos como a necessidade de uma renovação da política brasileira para aperfeiçoarmos a Saúde, a Educação, a Segurança, melhorando a qualidade de vida dos brasileiros", afirmou.

 

 

Assim como o pai, governador e presidenciável Eduardo Campos (PSB), o jovem João Henrique Accioly Campos (PSB), de 20 anos, é cotado para iniciar cedo a participação na vida política. João Campos tem acompanhado o pai durante as agendas políticas. Nessa segunda (10), de acordo com a coluna Poder Online do IG, ele esteve em São Paulo, com o presidenciável e participou de todos os compromissos políticos na cidade.

Esta não foi a primeira vez que isso aconteceu, João já integra a comitiva do pai durante as agendas pelo interior de Pernambuco e em Brasília. “Para mim é natural estar com meu pai nesses compromissos. Meu pai nunca distanciou a política da família, todos os filhos gostam. E é muito emocionante ver nas cidades do interior do Nordeste como a imagem do meu bisavô (Miguel Arraes) é forte”, afirma João.

##RECOMENDA##

Indagado sobre a possibilidade de ser candidato neste ano, João, que se filiou em 2013, diz que a prioridade agora é outra. “Esse ano não. Meu objetivo principal agora é me formar engenheiro”, cravou.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando