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Num projeto pioneiro em São Paulo, 40 alunos vêm sendo formados para ser zeladores do patrimônio histórico, artístico e cultural. Desde junho, eles frequentam as aulas gratuitamente. A iniciativa partiu do conservador e restaurador Antonio Sarasá, é financiada pela Obra Assistencial Dona Cecília Galvão Vicente Azevedo - que bancou os cerca de R$ 300 mil necessários - e é realizada em parceria com o Museu de Arte Sacra, que cede o espaço e a infraestrutura ao curso.

"Gastamos milhões de reais, todos os anos, com restauração aqui em São Paulo. E quase zero em conservação", diz Sarasá, coordenador do curso. "Por isso, acho importante formar pessoas qualificadas para trabalhar nos prédios, públicos ou privados, que tenham importância histórica." A ideia é que, tendo essa mão de obra no mercado, a manutenção dessas edificações seja feita com um cuidado maior e constante, evitando a necessidade de tantas restaurações periódicas.

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As aulas ocorrem de segunda a sexta-feira, no período da tarde, em um prédio administrativo do museu, no bairro da Luz, região central da cidade. Os alunos - profissionais liberais e universitários - aprendem noções de História, Arqueologia, Arte, Eletricidade, Hidráulica, Carpintaria e Legislação, entre outros temas. Há professores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Presbiteriana Mackenzie, além de outros especialistas convidados. São cerca de 20 docentes.

O curso termina em novembro. A expectativa dos organizadores é de que haja novas turmas. "Espero que continuemos", afirma Beatriz Vicente de Azevedo, diretora do Museu de Arte Sacra. "Sempre me dói o coração ver o abandono dos bens culturais. Esse curso muda a perspectiva: mostra que não adianta colocar a grade depois que veio o ladrão, pois ensina a prevenir os problemas." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Secretaria de Estado da Cultura dará um prêmio de R$ 1 milhão para quem apresentar os melhores projetos básicos para a restauração de três importantes edifícios tombados pelo patrimônio histórico estadual no interior de São Paulo. O restauro incentivado por meio do Programa de Ação Cultura (ProAC) contempla o Palácio do Imperador, em Itapura; a Casa Caramuru, em Ribeirão Preto; e o Sobrado Coronel Esmédio, também conhecido como Museu das Monções, em Porto Feliz. Os interessados em apresentar propostas devem se inscrever até o dia 3 de outubro.

O programa funciona como um concurso: uma vez lançado o edital, os proponentes se inscrevem na secretaria e apresentam suas propostas, que serão avaliadas por uma comissão. Os melhores projetos recebem o valor previamente estimulado como prêmio. De acordo com a secretaria, nesse formato, o edital para preservação do patrimônio histórico é inédito e tem o apoio do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB/SP), que participará da divulgação e da comissão de avaliação. A intenção é de que os projetos sejam posteriormente utilizados como base para a realização de obras de restauro nos edifícios.

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O edital está organizado em três módulos, sendo que o primeiro trata do projeto de restauro do Palácio do Imperador, localizado no município de Itapura, para o qual está estipulado um prêmio de R$ 240 mil. O imóvel é remanescente das instalações de uma antiga colônia militar, criada por decreto de 1858 e desativada em 1896. Enquanto funcionou, teve como principal missão a defesa da Barra do Tietê, facilitada pela localização próxima à fronteira, no noroeste do Estado de São Paulo.

O segundo módulo selecionará um projeto para restauração da Casa Caramuru, em Ribeirão Preto, com prêmio R$ 310 mil. O imóvel, que associa o modo de construir das áreas rural e urbana do período de expansão da economia cafeeira foi tombado como patrimônio histórico estadual em 1988.

O último módulo beneficiará um projeto de restauro do Sobrado Coronel Esmédio, no município de Porto Feliz, com R$ 450 mil. O casarão, que foi construído na primeira metade do século 19 e tombado pelo Condephaat em 1982, funciona desde 1961 como Museu Histórico e Pedagógico das Monções.

Os proponentes, que devem obrigatoriamente ser pessoas jurídicas sediadas no Estado de São Paulo há mais de dois anos e legalmente habilitadas para o desenvolvimento de projetos de restauração, poderão inscrever apenas um projeto por módulo. As propostas devem ser acompanhadas de projetos complementares, memoriais descritivos e orçamentos. A íntegra do edital e todas as informações sobre a licitação estão disponíveis no site www.cultura.sp.gov.br.

Um levantamento realizado dois dias após o incêndio que destruiu as obras-primas Samba (1925), de Di Cavalcanti, e Floresta Tropical (1938), de Guignard, na noite de segunda-feira, em Copacabana, zona sul do Rio, constatou que praticamente todo o acervo do marchand e colecionador Jean Boghici poderá ser recuperado.

Um restaurador esteve na cobertura duplex do colecionador e constatou que muito do que se imaginava perdido está em boas condições de restauração. Algumas obras estavam protegidas por vidros e outras foram danificadas somente por fuligem. Nos próximos meses, parte do acervo de Boghici estará em exposição na mostra O Colecionador, exposição inaugural do Museu de Arte do Rio (MAR). "O que temos de concreto é que, das 150 peças selecionadas, vamos substituir não mais do que 10% delas", afirmou Leonel Kaz, o curador.

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Além das obras de Di Cavalcanti e Guignard, outros três quadros também foram perdidos: A mulher e o Galgo (1925), de Vicente do Rego Monteiro, O Leitor (1914), de Lasar Segall, e uma pintura de Joaquín Torres García, de 1931. Não é a primeira vez que as obras do artista uruguaio se perdem em um incêndio na cidade. Em 1978, quando quase mil obras foram consumidas pelo fogo no Museu de Arte Moderna do Rio, todos os 80 itens presentes na mostra retrospectiva do construtivismo de Torres García foram destruídos.

Nove obras do século XVIII que fazem parte do acervo sacro da cidade de Olinda serão devolvidas à Igreja do Amparo e ao Seminário de Nossa Senhora das Graças depois de passarem por restauração. As peças são o Cristo Morto, São José de Botas, duas peças de Nossa Senhora da Conceição, Santana, Santa Virgem, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e duas colunas toscas.

O arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, participa da cerimônia de entrega que ocorre nesta terça-feira, 17, às 15h, no Palácio dos Governadores. As obras ficarão expostas até o dia 20 de junho, com projeções explicando todas as etapas do restauro. Além disso, os técnicos do Laboratório de Restauro de Olinda estarão presentes na exposição para tirarem dúvidas dos visitantes sobre o trabalho.

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Na restauração as peças são protegidas contra ataques biológicos, como cupins, além de limpeza, nivelamento, fixação da pintura e do douramento. Os trabalhos que originalmente possuíam cobertura de ouro ganharam nova aplicação de ouro 22 quilates.

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