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A Justiça Federal em Brasília aceitou denúncia do Ministério Público Federal e transformou o ex-presidente Michel Temer em réu pelo suposto crime de corrupção passiva, envolvendo o caso da mala de R$ 500 mil. O caso transitava no Supremo Tribunal Federal (STF), mas após a perda do foro do ex-presidente, foi remetido para primeira instância.

Em abril de 2017, o então assessor do presidente Rodrigo Rocha Loures foi filmado em ação controlada da Polícia Federal recebendo uma mala com R$ 500 mil do executivo da J&F, Ricardo Saud. Ele foi um dos alvos da Operação Patmos, deflagrada em maio daquele ano, com base na delação de executivos da holding.

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Temer e Loures foram denunciados pela suposta propina. No entanto, para o ex-presidente, a abertura de ação foi barrada em votação na Câmara Federal. Como não tinha mais foro privilegiado, Rocha Loures passou a se defender do processo na 10ª Vara Federal de Brasília.

A decisão do Legislativo apenas adiou o processo para Temer, que, após o término do mandato, voltou a se defender da acusação na Justiça Federal. Em novo pedido, a Procuradoria pediu que a Justiça abra ação penal contra o emedebista.

Defesa

Quando foi denunciado, o criminalista Eduardo Carnelós, que defende Temer, divulgou a seguinte nota:

"A denúncia ratificada pelo MPF, que imputa a prática de crime ao ex-presidente Temer pelos fatos relacionados ao recebimento de mala contendo dinheiro pelo ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, é a primeira acusação formulada pelo ex-Procurador-Geral da República, depois da deflagração, em maio de 2017, da sórdida operação com a qual se pretendeu depor o então presidente da República.

Como tudo que nasceu daquela operação ilegal e imoral, essa imputação também é desprovida de qualquer fundamento, constituindo aventura acusatória que haverá de ter vida curta, pois, repita-se, não tem amparo em prova lícita nem na lógica."

O juiz Jaime Travassos Sarinho, da 15ª Vara Federal de Brasília, determinou a remoção da tornozeleira eletrônica do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (MDB-PR), conhecido como "homem da mala" do presidente Michel Temer.

Rocha Loures está, há um ano e quatro meses, em regime domiciliar noturno, impedido de deixar o País e proibido de manter contato com qualquer investigado, réu ou testemunha relacionados às investigações da delação da J&F.

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Em sua decisão, o juiz federal destacou que Rocha Loures já foi interrogado e está colaborando com as investigações. "A conclusão da produção da prova oral, o comportamento do acusado durante a instrução probatória (fase de coleta de provas), a ausência de reporte quanto à eventual descumprimento, o tempo de restrição de direitos, sinalizam a necessidade de readequar as medidas cautelares fixadas", avaliou o juiz.

Além de remover a tornozeleira eletrônica, o juiz também autorizou Rocha Loures a se deslocar entre o Distrito Federal, o Paraná e o Estado de São Paulo, independentemente de autorização judicial.

Mesmo que saia de Brasília, o ex-deputado terá de ficar em recolhimento domiciliar (das 20h às 6h) em endereços no Paraná e em São Paulo previamente informados à Justiça.

A Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República divulgou nesta terça-feira, 13, nota oficial informando que recebeu a notificação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a quebra de sigilo telemático do ex-assessor especial Rodrigo Rocha Loures. "Todas as informações estão sendo providenciadas e serão enviadas tão logo o levantamento seja concluído", afirmou a nota.

Segundo fontes do Planalto, agentes da Polícia Federal trouxeram a notificação ao quarto andar do Palácio do Planalto. A quebra de sigilo dos e-mails de Loures foi determinada pelo ministro Luis Roberto Barroso, em mais uma decisão que contraria a presidência da República, como a quebra de sigilo bancário do presidente Michel Temer.

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Barroso autorizou a quebra de sigilo bancário do presidente atendendo a um pedido do delegado Cleyber Malta, responsável pelo inquérito que investiga irregularidades na edição do Decreto dos Portos, assinado em maio de 2017. A quebra de sigilo abrange o período entre 2013 e 2017.

O inquérito contra Temer foi solicitado pelo então procurador-geral da República Rodrigo Janot em junho do ano passado e teve sua abertura autorizada por Barroso, em setembro. A apuração mira os possíveis crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e corrupção passiva.

Além do presidente, são investigados Loures, ex-assessor de Temer e ex-deputado federal, e Antônio Celso Grecco e Ricardo Conrado Mesquita, respectivamente dono e diretor da empresa Rodrimar. Todos negam irregularidades.

O ex-assessor da Presidência da República Rodrigo Rocha Loures (MDB-PR), atualmente em prisão domiciliar, afirmou em depoimento à Polícia Federal (PF) que, apesar de amistosa, sua relação com Michel Temer não é de amizade, mas foi "sempre profissional, respeitosa, administrativa e funcional". No depoimento, prestado por Loures nos dias 24 e 27 de novembro do ano passado, o ex-assessor afirma que não recebeu dinheiro para trabalhar por interesses privados na aprovação do Decreto dos Portos (9048/2017).

O ex-assessor foi ouvido no âmbito do inquérito que apura suposto pagamento de propina da empresa Rodrimar para o presidente Temer. Sob relatoria do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), o inquérito investiga se a Rodrimar, empresa que opera no Porto de Santos, foi beneficiada pelo decreto assinado pelo presidente em maio do ano passado, que ampliou de 25 para 35 anos as concessões do setor, prorrogáveis por até 70 anos.

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Além do presidente, são investigados Loures, que também é ex-deputado federal, Antônio Celso Grecco e Ricardo Conrado Mesquita, respectivamente, dono e diretor da Rodrimar.

No depoimento, Loures nega que tenha recebido qualquer recurso em doação eleitoral da empresa Rodrimar, nem de qualquer outra empresa ligada ao setor portuário. O ex-assessor de Temer disse não saber se o Presidente da República possui vinculação com o setor portuário, em especial com os negócios do Grupo Rodrimar ou das outras concessionárias baseadas no Porto de Santos.

Loures ainda declarou que conhece Ricardo Mesquita, diretor da Rodrimar, porque em 2013, quando acompanhava a edição da então nova Lei dos Portos, relacionou-se com representantes de empresas e associações portuárias. "Mesquita representava na época a Associação Brasileira de Terminais Portuários, ABTP, e não exclusivamente o grupo Rodrimar", disse Loures no depoimento.

Loures afirma que conheceu Grecco, dono da Rodrimar, também nessa ocasião, e que quando, em 2016, o reencontrou durante a transição dos governos Dilma e Temer, eles não conversaram sobre o setor portuário.

Homem da mala

Nas 50 perguntas elaboradas pela PF ao presidente Michel Temer sobre a investigação do decreto, Loures é citado 38 vezes. Entre os seis tópicos do questionário ao Presidente, um deles é dedicado especialmente a Rocha Loures, abordando os "vínculos e confiança em relação aos atos praticados" pelo ex-assessor. Em abril de 2017, Loures foi flagrado carregando R$ 500 mil em dinheiro vivo. Os outros temas dizem respeito ao histórico profissional de Temer, ao acompanhamento das questões portuárias a partir de 2013, ao conhecimento dos fatos praticados pelos investigados no inquérito e ao suposto favorecimento de algumas empresas pelo decreto.

No trecho sobre Loures, a PF pergunta se foi Temer quem determinou que o então deputado acompanhasse as questões relacionadas ao novo decreto dos Portos e por qual motivo os dois conversaram por telefone sobre o processo de edição do decreto.

A pergunta faz referência a ligação interceptada no dia 4 de maio de 2017 pela PF. Nela, o então deputado buscava saber sobre a assinatura do decreto. O presidente da República informou o parlamentar que iria assinar o decreto na outra semana. Depois de falar com Temer, Loures passou informações também por telefone a Ricardo Conrado Mesquita, membro do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira dos Terminais Portuários e diretor da Rodrimar.

Após Loures comentar que teve informação de que já teria sido assinado o decreto, Temer responde: "Não. Vai ser assinado na quarta-feira à tarde. Vai ser numa solenidade até, viu?". Em outro trecho da conversa, o presidente diz que "Aquela coisa dos 70 anos lá para todo mundo parece que está acertando aquilo lá".

No depoimento prestado em novembro, ainda sobre sua relação com Temer, Loures afirmou que não tinha hábito de ligar diretamente ao presidente, nem de trocar mensagens, com exceção de assuntos urgentes.

O Ministério Público Federal no Distrito Federal ratificou a denúncia apresentada em junho pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Rodrigo Rocha Loures, ex-deputado federal (PMDB-PR) e ex-assessor especial do presidente Michel Temer.

A denúncia atribui a Michel Temer e a Rodrigo Rocha Loures o crime de corrupção passiva no caso da entrega da mala de R$ 500 mil do Grupo J&F ao ex-assessor do presidente, flagrada em filmagem. Após a Câmara barrar o prosseguimento da denúncia contra Temer, o relator do inquérito no STF, Edson Fachin, enviou para a primeira instância a parte da acusação formal que trata de Loures. O caso está na 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal.

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A acusação formal feita por Janot, e ratificada pelo procurador da República no Distrito Federal Frederico Paiva, aponta Rocha Loures como um intermediário entre Temer e o dono da JBS Joesley Batista em relação a negociações de propina.

O ex-deputado foi flagrado levando uma mala de R$ 500 mil ao deixar um restaurante em São Paulo, que lhe foi entregue pelo então executivo da JBS Ricardo Saud. Além dos R$ 500 mil, a denúncia de Janot afirmou que Loures e Temer "ainda aceitaram a promessa de vantagem indevida no montante de R$ 38 milhões".

Os pagamentos teriam como finalidade garantir a atuação do grupo político de Temer em assuntos de interesse da JBS no Cade. A empresa tem um processo pendente do órgão de controle econômico relacionado à venda de gás por parte da Petrobras à termoelétrica EPE - o valor da propina, supostamente "em benefício de Temer", como relataram executivos da JBS, é correspondente a 5% do lucro que o grupo teria com a manobra.

Em relação a Loures, a acusação também pede que o ex-deputado seja condenado a pagar uma multa de R$ 2 milhões por dano moral coletivo.

Quando houve a denúncia, em junho, Temer se tornou o primeiro presidente da República a ser denunciado no exercício do mandato. Posteriormente, em uma segunda denúncia do ex-procurador-geral, Temer foi acusado formalmente de ser o líder de uma organização criminosa integrada pelo núcleo do PMDB da Câmara e de ter obstruído a justiça por meio da compra do silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e do doleiro Lúcio Funaro. A Câmara não deu aval para que o STF pudesse analisar as duas denúncias contra Temer.

A defesa de Rodrigo Rocha Loures afirma que a denúncia se baseia em provas que devem ser anuladas.

"Há duas nulidades. A primeira é a gravação de Joesley com o presidente, que foi uma armação, uma manipulação do Ministério Público. A segunda é a ação controla (em que foi filmada a entrega da mala), porque não houve autorização judicial", afirmou o advogado Cezar Bitencourt.

"Achamos que a denúncia é inadequada, imprópria, abrange fatos que não correspondem à realidade. Mas ainda vamos examinar a manifestação", disse o defensor de Rocha Loures.

O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima revelou nesta segunda-feira, 14, que o ex-assessor especial de Michel Temer, Rodrigo Rocha Loures, convidou a força-tarefa da Operação Lava Jato de Curitiba para encontrar o presidente no Palácio do Jaburu. Segundo o procurador, o convite ocorreu em 2016 durante um evento da Associação Nacional dos Procuradores da República, em Brasília.

"Nós estávamos recebendo um prêmio, em Brasília. Houve um emissário do presidente, que não era presidente ainda, que nos convidou no Palácio. Nós acreditamos que não era conveniente, porque naquele momento não havia porque conversar com o presidente ou eventual presidente. Nós acreditávamos que esse tipo de reunião naquele momento não haveria uma repercussão positiva para a Lava Jato", afirmou.

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Segundo o procurador, o emissário era Rocha Loures, pivô da crise política na qual mergulhou o presidente - o ex-assessor foi flagrado e filmado com uma mala preta estufada com R$ 500 mil em propina viva do grupo JBS, dinheiro supostamente destinado a Temer, segundo a Procuradoria-Geral da República.

Em 10 de maio do ano passado, a força-tarefa recebeu um prêmio da entidade pelo combate à corrupção. No dia seguinte, o plenário do Senado deu início à votação do parecer da Comissão de Constituição e Justiça sobre o impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Em 12 de maio, a petista foi afastada da Presidência.

"Foi nesse momento que recebemos o convite, através do interlocutor e esse interlocutor nos convidou a ir até o Palácio e nós dissemos não", relatou o procurador.

"Muitas vezes a decisão decorre do momento. Nós, naquele momento, entendemos que não era o caso de nos conversarmos com o eventual presidente."

Segundo o procurador, "a Lava Jato está sempre aberta a interlocução".

"Recebemos visita, inclusive, do ministro da Justiça, à época, Alexandre de Moraes. Entendemos que essas visitas se dão dentro de um protocolo. Nós temos um procurador-geral da República que a princípio é o interlocutor do Ministério Público com o presidente da República", afirmou.

No dia 8 de agosto, o presidente Michel Temer (PMDB) recebeu no Palácio do Jaburu, a nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em encontro marcado fora da agenda oficial. Raquel chegou por volta das 22 horas, em seu carro oficial.

Na ocasião, a assessoria do Planalto disse que Temer atendeu ao pedido de Raquel para conversar sobre a sua posse no cargo, que será realizada no dia 18 de setembro, um dia depois do encerramento do mandato do seu algoz, o atual procurador, Rodrigo Janot.

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta sexta-feira (30) tirar da prisão o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), denunciado por corrupção passiva com o presidente Michel Temer em investigação iniciada com a delação do Grupo J&F.

Fachin substituiu a prisão preventiva de Loures por medidas cautelares alternativas: recolhimento domiciliar no período noturno (das 20h às 6h) e nos dias de sábados, domingos e feriados, a ser fiscalizado por monitoração eletrônica; proibição de manter contato com qualquer investigado, réu ou testemunha relacionados ao caso JBS; proibição de ausentar-se do País, devendo entregar seu passaporte em até 48 horas; comparecimento em juízo para informar e justificar atividades sempre que requisitado, devendo manter atualizado o endereço em que poderá ser encontrado.

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O ex-deputado e ex-assessor do presidente Michel Temer foi preso no dia 3 de junho, após ter sido flagrado em um vídeo recebendo R$ 500 mil de propina da JBS dentro de uma mala. As imagens foram anexadas como provas da delação da JBS.

Segundo um dos donos da JBS, o empresário Joesley Batista, Loures foi indicado por Temer como interlocutor para resolver assuntos da empresa junto ao governo. O presidente foi denunciado por corrupção passiva e é investigado por obstrução de Justiça e organização criminosa.

Atualmente, Loures está preso na Superintendência da Polícia Federal de Brasília. A defesa, entretanto, alegava que o local apresentava condições insalubres e que a prisão preventiva era uma forma de a Procuradoria-Geral da República tentar forçar um eventual acordo de colaboração premiada.

"Não sucumbindo por completo os fatos que deram ensejo à decretação da medida extrema, torna-se imperiosa a sua substituição por medidas cautelares alternativas, nos termos do art. 282, § 6º, do Código de Processo Penal, as quais, neste momento, mostram-se suficientes à garantia da ordem pública", argumentou Fachin em sua decisão.

Turma

No despacho, Fachin destacou decisão da Primeira Turma do STF, que decidiu no dia 20 de junho remover a prisão preventiva e aplicar a prisão domiciliar em relação a três investigados no inquérito que envolve o senador Aécio Neves (PSDB-MG) que foram presos na Operação Patmos: Andrea Neves, irmã do tucano, Frederico Pacheco de Medeiros, primo dele, e Mendherson Souza Lima, ex-assessor parlamentar de Zezé Perrella (PMDB-MG).

"Nada obstante a solução dada pela respeitável decisão colegiada, entendo que o atual momento processual vivenciado pelo aqui segregado autoriza a adoção de providência semelhante, em homenagem ao tratamento isonômico que deve inspirar a jurisdição", ressaltou Fachin.

O ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) usou um jatinho da Força Aérea Brasileira (FAB) para pegar a mala estufada de propina viva da JBS. No dia 27 de abril, o homem da mala - da estrita confiança do presidente da República, Michel Temer, - deslocou-se de Brasília para São Paulo, onde no dia seguinte recebeu 10 mil notas de R$ 50 somando R$ 500 mil em dinheiro da empresa. As informações constam de relatório da Polícia Federal na Operação Patmos, desdobramento da Lava Jato que mira Loures e o presidente.

O voo partiu da capital federal às 19 horas. O homem da mala pegou carona do ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações/ PSD-SP), que consta nos registros da FAB como o requisitante da aeronave. Outros cinco passageiros teriam embarcado na companhia de Kassab e do homem da mala, mas a identidade dessas pessoas não aparece no documento da Força Aérea Brasileira.

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A aeronave pousou no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, às 20h55, de 27 de abril. Loures estava sob monitoramento de ação controlada da PF, autorizada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal.

Os agentes o filmaram em diversos deslocamentos pela capital paulista. A cena crucial da investigação mostra o homem da mala saltitante pela Rua Pamplona, nos Jardins, carregando a propina que havia acabado de receber das mãos do executivo Ricardo Saud, diretor de Relações Institucionais da J&F, controladora da JBS.

O monitoramento da PF flagrou Rocha Loures, ainda no dia 27, preocupado em não perder a viagem de qualquer maneira. Mesmo com a possibilidade de tomar voo da FAB, o homem da mala solicitou a Alessandra, apontada pelos investigadores como sua assessora na Câmara, que providenciasse a compra - com dinheiro público - uma passagem comercial para São Paulo.

"Entende-se uma preocupação em embarcar em tal dia, inclusive existe a menção a um jantar as 20 horas em São Paulo", destaca a PF. "No mesmo diálogo, Rocha Loures menciona manter o voo com Kassab."

A PF transcreveu o diálogo do homem da mala com Alessandra. Naquele instante, Loures aparentemente estava chegando ao Palácio do Planalto:

"Loures: a princípio você diga pro ministro Kassab se não tiver uma outra, uma outra .. aqui a esquerda a gente vai pro palácio do planalto, vai pela frente, ééé…

Alessandra: mantenha a reserva do senhor?

Loures: e mantem o voo lá com o Kassab uma hora.

Alessandra: tá

Loures: mas imediatamente veja se tem alguma outra opção porque o ideal pra mim era sair daqui seis da tarde.

Alessandra: tá, chega Iá a seis ne? Sair umas … chegar Iá às seis ou sair às seis?

Loures: ééé eu tenho um jantar, eu tenho um jantar às oito horas

Alessandra: tem, oito e meia

Loures: o ideal era chegar em São Paulo sete horas

Alessandra: tá eu já vou começar a ver aqui então

Loures: tá bem?"

O homem da mala ainda pediu a Alessandra que providenciasse "volta no outro dia, ou seja, após o encontro com Ricardo Saud", indica a PF.

A comprovação de que Loures usou de fato o jatinho da FAB para se deslocar a São Paulo, segundo a PF, é o grampo que o pegou às 18h43 daquele dia 27.

"Provavelmente durante o embarque para São Paulo no dia 27 de abril 2017, às

18:43, Rocha Loures demonstra que embarcou em um voo da FAB com ministros. Na mesma conversa, após quatro minutos de diálogo, afirma ter conversado com o presidente Michel Temer 'ontem', dia 26 de abril de 2017 e 'hoje', dia 27 de abril de 2017", destaca a PF. "Verifica-se nos registros de voos da FAB que ocorreu um trecho com o Ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações às 19h de Brasília para São Paulo, motivo "serviço" e com previsão de sete passageiros, pousando no destino às 20h55, condizente com o que o deputado narrou no ultimo dialogo apresentado."

Por meio de sua assessoria de imprensa, o ministro Kassab declarou: "Na data mencionada, o ministro Kassab deslocou-se a São Paulo como mencionado, para cumprimento de agenda da pasta. E é prática comum que parlamentares usem aeronaves da FAB para deslocamento, quando disponíveis, não havendo qualquer impedimento legal."

O taxista Daniel Rosa Pile, que transportou o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), em São Paulo, em 28 de abril, contou à Polícia Federal que o ex-assessor especial do presidente Michel Temer (PMDB) relatou ter ido à pizzaria pegar 'a mala de um amigo'. Naquela noite, Rocha Loures foi filmado pela PF saindo apressado do estacionamento de uma pizzaria nos Jardins, carregando uma mala preta com R$ 500 mil em dinheiro vivo da JBS.

Rocha Loures está preso desde 3 de junho por ordem do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-deputado é investigado na Operação Patmos, desdobramento da Lava Jato.

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As imagens mostram Rocha Loures desconfiado, olhando para os lados, em direção a um táxi que o aguardava na Rua Pamplona, com o porta-malas aberto. O taxista que pegou a corrida naquele dia narrou que o ex-deputado entrou no carro em direção ao Aeroporto de Congonhas, mas pediu para fazer duas paradas no caminho.

"O cliente não trazia consigo nenhuma mala quando iniciou a corrida; que depois que a corrida se iniciou houve uma primeira parada em uma Pizzaria na Rua Pamplona; que recorda-se de o cliente ter dito que teria que parar na pizzaria para pegar 'a mala de um amigo'; que o cliente estava com pressa porque precisava ir para o aeroporto", contou o taxista.

Segundo o motorista, Rocha Loures desceu do táxi nas proximidades da pizzaria e 'retornou com uma mala de viagem', que foi 'colocada no porta-malas do táxi pelo próprio cliente'.

"Na sequência, o cliente pediu para ir a um segundo endereço para buscar sua própria mala de viagem", narrou. "Nesta segunda parada, o cliente pegou a mala que estava no porta-malas, entrou no prédio e pediu para o declarante (taxista) esperar; que depois de alguns minutos, o cliente retornou do prédio com outra mala e a colocou no porta-malas; que na sequência foram rumo ao Aeroporto de Congonhas onde o cliente foi desembarcado."

O taxista disse à PF não sabia que o cliente era Rodrigo Rocha Loures. A PF mostrou uma foto de Rocha Loures, que foi reconhecido 'como o cliente daquela noite'.

"Não notou nervosismo no cliente, além da pressa em razão do horário do voo", relatou.

Depois de ter rejeitado inicialmente o pedido de habeas corpus, o ministro Ricardo Lewandowski decidiu apresentar em mesa para julgamento no pleno do Supremo Tribunal Federal (STF) um recurso apresentado pela defesa do ex-assessor especial do presidente Michel Temer, Rodrigo Rocha Loures, que está preso no âmbito da investigação sobre a mala de R$ 500 mil que recebeu da JBS. O pedido de Rocha Loures é para que seja declarada ilegal a decisão do ministro do STF Edson Fachin de prender o ex-deputado federal.

A defesa alega que Fachin não poderia ter decretado a prisão preventiva "sem realização de audiência de custódia, bem como sem que se fizessem presentes os pressupostos para decretação da prisão preventiva".

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Ainda não há data marcada para julgamento. Quando um ministro apresenta em mesa para julgamento, em tese, abre-se uma hipótese de análise na próxima sessão - no caso, a da tarde desta quarta-feira, 21. Mas isso não foi confirmado.

Lewandowski, na decisão inicial, havia assinalado que a Corte não admite habeas corpus contra decisão monocrática de qualquer ministro integrante. Diante do recurso da defesa, que alegou que o ministro não poderia ter negado seguimento ao habeas corpus e pediu que o mérito do pedido fosse apreciado no plenário, Lewandowski decidiu levar ao julgamento do colegiado.

Loures foi preso no sábado, 3, em Brasília, por ordem de Fachin, relator da Lava Jato no STF, ao atender a um segundo pedido de preventiva feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Loures foi flagrado carregando uma mala com R$ 500 mil em uma das ações controladas feitas por investigadores junto aos delatores do Grupo J&F.

Para Janot, o valor recebido era propina que pode ter Temer como destinatário. A prisão acendeu no Planalto o temor de uma delação premiada do ex-assessor de Temer.

A Polícia Federal concluiu investigação nesta segunda-feira e apontou fortes indícios "com vigor" de que Loures e Temer teriam cometido o crime de corrupção passiva. A investigação contra os dois também inclui os supostos crimes de organização criminosa e obstrução à investigação de organização criminosa.

Os advogados de Rocha Loures, no habeas corpus, afirmavam que a prisão não teria sido feita em flagrante. "É preciso entender que uma 'ação controlada' - que significa o retardamento legal da ação policial - não amplia a situação de flagrância, por isso, passado essa situação não mais será possível a prisão por esse fundamento, porque de flagrante não mais se trata", disse a defesa.

Para a PGR, Loures agia na condição de "homem de confiança" de Temer e intercederia junto à diretoria do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em benefício da JBS.

Em áudio gravado pelo empresário Joesley Batista, da J&F, Temer indica Loures como seu interlocutor. A PGR afirmou que a prisão do ex-deputado "é imprescindível para a garantia da ordem pública e da instrução criminal, diante dos fatos gravíssimos imputados".

O ex-deputado Rodrigo Rocha Loures apresentou novo recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ser transferido da carceragem da Polícia Federal, em Brasília, onde está preso desde a última quarta-feira, 14. No pedido, a defesa pede que ele volte para o 19ª Batalhão da Polícia Militar, ou, em último caso, para o Complexo Penitenciário da Papuda "por sua conta e risco".

A defesa de Loures alega que a PF "não possui condições mínimas para a sua permanência, tendo em vista que se trata de uma cela de isolamento e não existem condições mínimas necessárias de saúde, como banho de sol e higiene pessoal".

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O relator da Operação Lava Jato no STF, ministro Edson Fachin, concedeu três dias para a PF se manifestar sobre o recurso de Loures, ponderando que o Estado deve privilegiar a integridade física de Loures, que alegou sofrer ameaças à sua vida na Papuda.

"O Estado deve privilegiar a integridade física do custodiado em perigo, mesmo que isso implique outras restrições, como a permanência - provisória - em estabelecimento policial não idealizado para cumprimento de pena, mas que, nas atuais circunstâncias, revelou-se, ao menos em um primeiro momento, a opção segura e, portanto, apta a garantir o bem alegadamente em risco", diz Fachin no despacho.

Transferência

Na última terça, 13, Fachin determinou a transferência de Loures da Papuda para a carceragem da PF, em Brasília. A decisão se deu em resposta a um pedido apresentado pela defesa do ex-assessor especial do presidente Michel Temer, com quem é investigado em um inquérito aberto com base nas delações da JBS.

A defesa apontou "ameaças diretas e indiretas à vida de Rodrigo" no pedido e disse que o interior de prisões é um local "propício para se encaminhar um matador". No relatório de Fachin, o ministro destaca que "o pai do requerente teria recebido uma ligação telefônica de um conhecido da família que lhe avisou estar o requerente correndo risco de vida caso não concordasse com a delação premiada".

"Os fatos narrados, ainda que não estejam desde logo embasados em elementos probatórios que lhes deem suporte, são graves o suficiente para que se dê ao menos notícia ao Ministério Público a quem incumbe, no âmbito de suas atribuições, deflagrar instrumentos voltados à respectiva apuração", afirmou Fachin, em sua decisão, remetendo os autos à Procuradoria-Geral da República para que se manifeste sobre o pedido de Rocha Loures, que buscava passar para a prisão domiciliar.

O ex-assessor do presidente Michel Temer (PMDB) e ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) fez alguns pedidos por meio de sua defesa ao Supremo Tribunal Federal (STF): a de que não tivesse o cabelo raspado, nem tampouco tivesse um “tratamento cruel e desumano”. Os advogados também solicitaram o acesso “em sua totalidade” das gravações feitas pelo dono da JBS, Joesley Batista. 

Entre outras solicitações, a defesa quer que Loures preste seu depoimento, à Polícia Federal, “o mais rápido possível” e antes dele ser transferido para o Presídio da Papuda, em Brasília. O advogado Cezar Bitencourt também fez críticas à imprensa declarando que se divulga com insistência a transferência de Loures para o presídio. 

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Segundo Bitencourt, o objetivo é apenas “aumentar o constrangimento” e expor Rocha “como se fosse um troféu aos famintos que desejam saborear um banquete”. 

O ex-parlamentar Rocha Loures foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley. Ele teria sido indicado por Temer para “resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS)”.  A suposta propina seria a primeira parcela de um valor total de R$ 480 milhões a ser pago em 20 anos, conforme êxito dos negócios da empresa. Tanto Rocha como Temer são investigados por corrupção, obstrução de Justiça e organização criminosa.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, disse neste sábado (3) que a prisão do deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) não abala o governo Michel Temer. "É um erro judicializar a política e politizar o judicial. Cada um na sua esfera", afirmou o ministro ao Estado.

"Nós estamos empenhados em trabalhar pela saúde das instituições". Ao ser questionado sobre a ameaça do PSDB de deixar o governo, Moreira Franco disse que o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, já havia respondido à questão "com muita cultura e graça".

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Nesta sexta-feira, 2, em Washington, o chanceler tucano lembrou o clássico do escritor francês Gustave Flaubert para defender a lealdade de seu partido ao governo Temer. "O PSDB não é madame Bovary", afirmou Aloysio, numa referência à personagem do século 19 que trai um marido insosso e, acossada por dívidas, tem um fim trágico.

A Polícia Federal informou que o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) foi preso na manhã deste sábado, em Brasília, por determinação do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), na Operação Lava Jato. Rocha Loures é ex-assessor especial do presidente Michel Temer (PMDB).

Rocha Loures e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) foram gravados pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, em negociação de pagamento de propina. Depois, ambos foram alvo de ações controladas pela Procuradoria-Geral da República. Em um dos vídeos gravados pela Polícia Federal, Rocha Loures aparece correndo com uma mala com R$ 500 mil.

O homem da mala, ex-assessor especial do presidente Michel Temer, foi preso neste sábado (3) por ordem do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. O mandado de prisão de Rodrigo Santos da Rocha Loures, ‘brasileiro, divorciado, administrador de empresas…’ foi cumprido pela Polícia Federal.

Fachin orientou discrição na ação policial que culminou com a captura de Loures, flagrado em abril correndo por uma rua dos Jardins, em São Paulo, carregando uma mala estufada de propinas da JBS - 10 mil notas de R$ 50, comando R$ 500 mil.

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"O cumprimento do mandado deve ocorrer com a máxima discrição e com a menor ostensividade", determinou o ministro.

"Deverá a autoridade policial responsável pelo cumprimento da medida tomar as cautelas apropriadas para preservar a imagem do preso, evitando qualquer exposição pública."

"Não se tratando a pessoa em desfavor de quem se impõe a presente medida de indivíduo perigoso, no sentido físico, deve ser evitado o uso de algemas."

O "homem da mala" vai para a Papuda, o famoso complexo penitenciário de Brasília. Preso neste sábado (3), Rodrigo Rocha Loures, ex-deputado (PMDB/PR) e ex-assessor especial do presidente Michel Temer, ocupa uma cela na Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal, para onde foi levado por volta de 6h da manhã, quando os agentes o prenderam em casa por ordem do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. A transferência para a Papuda deverá ocorrer na segunda-feira (5).

Loures foi flagrado em abril correndo por uma rua dos Jardins, em São Paulo, carregando uma mala estufada de propinas da JBS - 10 mil notas de R$ 50, somando R$ 500 mil em dinheiro vivo.

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Na semana passada ele devolveu a mala com R$ 465 mil. Os restantes R$ 35 mil ele depositou dias depois em uma conta judicial.

Ao pedir a prisão preventiva do "homem da mala", o procurador-geral da República Rodrigo Janot afirmou que Rocha Loures é "homem de total confiança" do presidente Temer.

Segundo Janot, o ex-assessor é "um verdadeiro longa manus de Temer" - definição para executor de crime ordenado pelo topo de uma organização criminosa.

Temer e Loures são alvo de um mesmo inquérito da Operação Patmos, desencadeada no dia 18 de maio. A base da investigação é a delação premiada de executivos da JBS, entre eles Joesley Batista.

Os delatores gravaram conversas com Loures e com Temer. Também gravaram reuniões com o senador Aécio Neves (PSDB/MG), que teria pedido propina de R$ 2 milhões à JBS. O tucano é alvo de outro inquérito, este sob relatoria do ministro Marco Aurélio Mello.

Ao decretar a prisão preventiva de Loures, o ministro Edson Fachin anotou que ele "teria encontrado lassidão em seus freios inibitórios e prosseguiria aprofundando métodos nefastos de autofinanciamento em troca de algo que não lhe pertence, que é o patrimônio público".

Fachin considerou não haver brecha para lhe impor medidas alternativas à prisão, como o uso de tornozeleira eletrônica. "Tratando-se o deputado federal Rodrigo Santos da Rocha Loures de político com influência no cenário nacional, até pouco tempo assessor do presidente Michel Temer, pessoa de sua mais estrita confiança, como declarado em áudio captado por Joesley (Batista, da JBS), revelam-se insuficientes para a neutralização de suas ações medidas diversas da prisão. Não se deixa, sem embargo, de lamentar que se chegue a esse ponto."

Para Fachin, "o teor dos indícios colhidos demonstra efetivas providências (de Loures) voltadas ao embaraço das investigações, de modo que não é difícil deduzir que a liberdade do representado põe em risco, igualmente, a apuração completa dos fatos."

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reiterou pedido de prisão do ex-assessor especial do presidente Michel Temer, Rodrigo Rocha Loures. Janot alegou ao Supremo Tribunal Federal que a prisão de Loures se faz necessária "para garantia da ordem pública" e para o prosseguimento do inquérito da Operação Patmos - que mira também o próprio Temer e o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

No início da investigação, o procurador já havia pedido a prisão de Loures, flagrado pela Polícia Federal pegando uma mala estufada de propinas da JBS - 10 mil notas de R$ 50 que ele devolveu à PF. O então assessor de Temer exercia mandato de deputado pelo PMDB do Paraná, ocupando vaga do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), então na cadeira de ministro da Justiça.

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Na ocasião, o ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF, rejeitou a medida e limitou-se a decretar o afastamento de Loures do mandato parlamentar. Agora que Serraglio retomou sua cadeira na Câmara, Loures perdeu a imunidade e Janot insiste no decreto de sua prisão preventiva.

Uma conversa por telefone na qual o presidente Michel Temer fala com o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), interceptada pela Polícia Federal, pode gerar um novo pedido de inquérito ao Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi confirmada pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.

No dia 4 de maio deste ano, Temer recebeu ligação de Loures, que estava grampeado. O deputado buscava saber sobre a assinatura do Decreto dos Portos e a conversa durou pouco mais de 2 minutos. O presidente da República informou o parlamentar que iria assinar o decreto na outra semana. Depois de falar com Temer, Loures passou informações também por telefone a Ricardo Conrado Mesquita, membro do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira dos Terminais Portuários e diretor da empresa Rodrimar, que opera no Porto de Santos.

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Em 10 de maio, Temer assinou decreto para facilitar investimentos privados nos portos. Na conversa ao telefone, o presidente indica o que é uma das principais mudanças previstas no decreto: o aumento para 35 anos de prazos dos contratos de arrendatários, prorrogáveis por até 70 anos.

Após Loures comentar que teve informação de que já teria sido assinado o decreto, Temer responde: "Não. Vai ser assinado na quarta-feira à tarde ... Vai ser numa solenidade até, viu?". Em outro trecho da conversa, o presidente diz que "Aquela coisa dos setenta anos lá para todo mundo parece que está acertando aquilo lá...".

A Procuradoria-Geral da República (PGR) deve pedir a abertura de inquérito para investigar Loures, por suspeita de tráfico de influência. Os investigadores ainda avaliam o caso para definir se o presidente deve ou não ser incluído no pedido de investigação.

Defesa

Em nota, o Planalto afirma que "houve amplo debate com o setor antes da publicação do decreto de renovação das concessões de portos. Todos os dados são públicos". O Planalto informa que as conversas não continham nenhum objeto protegido por sigilo tampouco informações privilegiadas.

"Na conversa entre o presidente Michel Temer e o deputado Rodrigo Rocha Loures, somente se revela o dia em que estava programado evento público para assinatura do ato. Sequer o conteúdo foi repassado como informação. Nas conversas subsequentes, o deputado dialoga com empresários e falam da preparação da divulgação, inclusive para a imprensa. O assunto não comportava nenhum sigilo ou informação privilegiada, apenas a publicação do decreto que finaliza o longo processo de negociação entre o governo e o setor empresarial, como é comum e legítimo em uma democracia", consta na nota do Planalto.

O deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) avisou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que depositou em uma conta da Caixa Econômica Federal os R$ 35 mil que ficaram faltando para totalizar os R$ 500 mil que supostamente teria recebido em uma mala com propina da JBS.

Na segunda-feira (22) os advogados do peemedebista devolveram o dinheiro na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, mas o órgão constatou que faltavam R$ 35 mil do valor total.

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Segundo a investigação, os R$ 500 mil seriam referentes a uma propina da JBS em troca do empenho do parlamentar em um projeto de interesse do grupo.

Rocha Loures, que é um dos nomes mais próximos ao presidente Michel Temer, teve a prisão pedida pela Procuradoria-Geral da República.

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, negou a prisão do peemedebista, mas decretou seu afastamento do mandato.

Na noite desta segunda-feira (22) o deputado afastado do PMDB, Rodrigo Rocha Loures, entregou na sede da Polícia Federal, em São Paulo, uma mala com R$ 500 mil.

Conforme informou O Globo, o deputado foi delatado por Joesley Batista como responsável para tratar de assuntos de interesses da JBS para Michel Temer. Não há informações sobre a mala ter sido entregue pessoalmente por Rocha Loures, pelo assessor ou defesa.

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A mesma mala foi vista anteriormente quando, após recebê-la do diretor da JBS, Ricardo Saud, Rocha Loures saiu correndo do estacionamento de uma pizzaria e entrou em um táxi, no dia 28 de abril.

Os partidos Rede, PSB e PSOL já protocolaram os pedidos de cassação do deputado por quebra de decoro parlamentar e agora o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados deve decidir abrir ou não o processo.

O PSOL e Rede preparam para a próxima semana a formalização de uma representação por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) no Conselho de Ética da Câmara. O peemedebista foi citado na delação de Joesley Batista por supostamente ter atuado no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em troca de propina. Os partidos vão alegar que as provas contra o deputado são suficientes para cassar seu mandato.

A representação, que deve ser protocolada na terça-feira (23) vai sustentar que Rocha Loures recebeu dinheiro não contabilizado para defender interesses privados junto à administração pública. No diálogo captado pelo empresário, Temer indica o deputado para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS) no Cade. Na conversa, o empresário ainda perguntou a Temer se poderia tratar "de tudo" com o parlamentar, ao que o presidente respondeu: "Tudo".

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Em outra gravação entregue aos procuradores, feita em vídeo dias depois, o parlamentar foi flagrado recebendo uma mala com R$ 500 mil que teria sido enviada por Joesley. Tanto a conversa com Temer quanto a entrega do dinheiro teriam ocorrido em março, mês em que Rocha Loures assumiu o mandato na vaga deixada pelo atual ministro da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB).

Loures foi assessor especial da Presidência e era suplente de Serraglio. Quando Temer ainda era vice, era Loures quem cuidava de sua agenda.

Recentemente, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que só devem responder a processos disciplinares os parlamentares que tiverem cometido crime no atual mandato. O líder do PSOL, Glauber Braga (RJ), lembrou que o parlamentar sempre esteve na articulação das matérias de interesse do governo Temer e enfatizou que a ação de Rocha Loures "não tem relação com fato pretérito". "Mais enquadrado (na jurisprudência de Maia) é impossível", comentou o líder do PSOL.

Embora o colegiado tenha em sua maioria parlamentares cujo perfil tenderia a trabalhar para evitar cassações, Braga acredita que não haverá no Parlamento ninguém disposto a fazer defesa pública de Rocha Loures. "Com exceção do (Carlos) Marun, não vejo outra pessoa fazendo essa defesa. Ele é o defensor das causas impossíveis", ironizou.

Marun ficou conhecido na Casa por sua fidelidade ao deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) durante e após o processo de perda de mandato. Nesta quinta-feira, 18, Marun foi o único deputado a fazer a defesa enfática do governo Temer no plenário da Câmara.

Braga aposta na pressão popular para fazer com que os conselheiros aprovem a cassação de Rocha Loures. "Eles podem tentar resistir, mas ali (Conselho) tem o instinto de sobrevivência porque tem a pressão popular", comentou o líder do PSOL.

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