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As denúncias relacionadas a conteúdos ilícitos na internet aumentaram 8,29% em 2014, revela levantamento da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos da organização não governamental (ONG) SaferNet Brasil. Foram recebidas 189.211 reclamações, envolvendo 58.717 páginas distintas da web. A SaferNet Brasil destaca que as eleições e a Copa do Mundo contribuíram para o aumento do número de denúncias relacionadas a racismo, xenofobia e tráfico de pessoas. Os dados foram nesta terça-feira (10).

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O levantamento mostra aumento de 34,15% das páginas indicadas como racistas e de 365,46% de conteúdos relacionados à xenofobia. De acordo com a SaferNet Brasil, a maioria desses sites foi criada no período eleitoral, entre 6 de julho e a semana seguinte ao segundo turno.

Apenas no dia 27 de outubro, um dia após o turno final da eleição, foram recebidas 10.376 denúncias anônimas contra 6.909 links diferentes nas redes sociais. “Destacam-se as manifestações contra nordestinos”, informou Thiago Tavares, representante da SaferNet.

Segundo a ONG, na comparação com 2013, no ano passado, houve crescimento de 192,93% nas denúncias envolvendo páginas suspeitas de tráfico de pessoas. “O objetivo era recrutar pessoas, principalmente mulheres, inclusive adolescentes, para a prostituição em cidades-sede da Copa do Mundo”, disse Tavares. As capitais mais citadas foram São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Fortaleza.

Entre os 1.225 pedidos de ajuda e orientação psicológica atendidos pela SaferNet, no ano passado, 222 foram por causa de vazamentos de fotos íntimas, situação chamada de sexting. Isso significa um aumento de 119,8% em relação a 2013, quando 101 casos foram atendidos. Mais da metade das vítimas tinha até 25 anos, das quais 25% tinham entre 12 e 17 anos. Cerca de 40% tinham acima de 25 anos e 8% não informaram a idade.

Os casos reportados à SaferNet são feitos voluntariamente pelos próprios usuários da internet, quando se deparam com conteúdos que evidenciam crimes contra direitos humanos na web. Para fazer a denúncia, o internauta deve acessar o portal da organização www.safernet.org.br/site/denunciar e enviar o link do site onde identifica o ato ilícito.

Nesta terça-feira (10), 113 países se mobilizam a favor de uma campanha para criar uma internet mais segura para todos os cidadãos. Neste ano, o Dia da Internet Segura traz o tema "Vamos criar uma internet melhor juntos” e tem como proposta alertar crianças, adolescentes, pais e educadores de que cada um tem uma parcela de responsabilidade na construção de um ambiente virtual livre de invasões de privacidade e outros cibercrimes.

No Brasil, a data será marcada pela apresentação de 61 atividades como palestras, aulas, debates e exibição de filmes, com o engajamento de 40 instituições. A expectativa é reunir cerca de 40 mil pessoas em 44 cidades de todos os estados.

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Em Pernambuco, a Polícia Federal (PF) promove palestras com o objetivo de orientar pais e filhos sobre como se proteger de ataques de pedófilos e de outros crimes cibernéticos. As ações seguem durante todo o ano no Estado através de um agendamento pelo telefone (81) 2137-4076. As atividades são gratuitas.

Entre os crimes mais comuns cometidos no ambiente virtual estão a pornografia infantil, racismo, cyberbullying, intolerância religiosa e a xenofobia. Só em 2014, 189 mil denúncias de cibercrimes foram registradas. De acordo com a SaferNet, organização não governamental (ONG) criada para combater violações dos direitos humanos na rede, na maioria deles as vítimas são jovens e crianças.

De acordo com o diretor de Prevenção da SaferNet, Rodrigo Nejm, o jovem brasileiro ainda se expõe muito na internet. Segundo o relatório TIC Kids Online Brasil 2013, 78% das crianças entre 11 e 12 anos que navegam na web possuem perfis em redes sociais, sendo que em 50% destes casos a página é exibida de maneira pública. 

“Frequentemente os jovens compartilham detalhes como o local onde moram e estudam e realizam check-ins em lugares visitados. Estas atividades deixam rastros digitais com muitos detalhes para qualquer estranho online e, infelizmente, existem cibercriminosos que se aproveitam destas brechas”, ressalta o especialista.

A responsabilidade de cultivar uma internet segura para navegar, no entanto, não cabe só aos jovens. “Os pais precisam avaliar a maturidade dos seus filhos para permitir que eles comecem a navegar. Mesmo os responsáveis que não acessam a rede devem participar desta discussão. O mundo hoje é digital. Não faz mais sentido discutirmos qualquer assunto relacionado à infância e adolescência sem debater sobre internet”, complementa o especialista da ONG.

A iniciativa da Internet Segura ocorre no Brasil desde 2009. De lá pra cá, a conscientização dos usuários aumentou. No entanto, a SaferNet avalia que ainda possui um longo caminho a percorrer. “A pauta da internet segura está cada vez mais presente nas políticas públicas. Mas a internet é um ambiente de mudanças constantes. Novos serviços, sites e tipos de violência surgem a cada ano, o que exige uma reeducação constante de cada cidadão”, complementa Nejm.

Dicas de segurança:

- Vetar informação em demasia e o acesso de desconhecidos a fotografias e outros dados pessoais;

- Nunca incluir desconhecidos nos contatos;

- Os pais devem atrair a confiança dos filhos através do diálogo sem qualquer tipo de repressão;

- Ao vetar alguma página, os pais devem explicar as razões e os perigos da rede;

- Há tempo para tudo. Não permita altas horas de exposição na internet;

- Não compartilhar senhas utilizadas em redes sociais;

- Ler as regras de uso dos sites antes de aceitar seus termos de uso.

*Fonte: Polícia Federal

Serviço:

Central de Ajuda da SaferNet: www.helpline.org.br;

Denúncias sobre crimes virtuais: www.pf.gov.br ou pelo número 100.

Após o anúncio de que o Nordeste é um dos maiores colégios eleitorais da presidente reeleita Dilma Rousseff, as redes sociais foram tomadas por comentários preconceituosos contra quem, segundo os usuários, seriam os responsáveis por um novo governo do PT.

70% de votos para Dilma no Nordeste! Médicos do Nordeste, causem um holocausto por aí! Temos que mudar essa realidade!!”, escreveu um usuário no Facebook. Os comentários xenófobos também aparecem no Twitter. “A prova que de nordestino é vagabundo é quando entraram em pânico com o boato de que o Bolsa Família ia acabar”, escreveu, sem pudor, uma jovem.

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Estes e outros casos ilustram o Tumblr “Esses Nordestinos”. A página passou a reunir essas postagens nas redes sociais, que agora poderão ser usadas como prova em uma eventual ação criminal.

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Para o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), as manifestações preconceituosas precisam ser repudiadas. “O Brasil é uma nação plural, tolerante e respeitosa. Essas manifestações preconceituosas contra nordestinos e nortistas advêm de uma minoria e merecem ser repudiadas pela sociedade brasileira”, afirmou.

O que muitos usuários não sabem é que praticar atos preconceituosos nas redes socais é crime de acordo com a Lei 7.716, de 1989, que pune, com pena que pode chegar a cinco anos de reclusão, aquele que utiliza os meios de comunicação social, como a internet, para promover o ódio e a discriminação em razão da raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

Um balanço divulgado pela ONG SafernetBrasil mostra que as denúncias de preconceito nas redes sociais cresceram 342,03% no 2º turno das eleições em relação ao 1º turno.

O cidadão que se sentir ofendido ou que testemunhe atos de preconceito pode entrar com uma representação no Ministério Público Federal (MPF). O procedimento pode ser feito pela internet, neste link.

Caso a pessoa não queira se identificar ao fazer a denúncia, é possível utilizar o site da SafernetBrasil, que trabalha pela defesa dos direitos humanos. Em parceria com o próprio Ministério Público Federal, o site www.denuncie.org.br recebe, de forma anônima, denúncias de discriminação, preconceito ou incitação ao crime na web e os encaminha aos órgãos públicos competentes. 

A ONG Safernet Brasil lançou um site que mostra um levantamento sobre denúncias de crimes na internet feitas no Brasil. A Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos (que pode ser acessada no link) traz diversos dados de entidade que recebem milhares de denúncias do tipo.

Segundo a ONG, em mais de seis anos foram recebidas e processadas mais de 3,1 milhões de denúncias envolvendo quase 500 mil URLs escritas em nove idiomas e distribuídas por 88 países.

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A Safenet possui uma central única na América Latina e recebe em média 2,5 mil denúncias por dia envolvendo páginas com evidências de crimes como pornografia infantil ou pedofilia, racismo, neonazismo, intolerância religiosa, apologia e incitação a crimes contra a vida, homofobia e maus tratos contra os animais. 99% das denúncias são anônimas.

Segundo a organização, pornografia infantil é o crime que recebe mais denúncias no Brasil. O  levantamento feito pelo site, entre janeiro de 2006 e outubro de 2012, mostra que foram feitas 4.161 denúncias sobre crimes do gênero, respondendo por 38,65% do total no país. As denúncias recebidas são analisadas automaticamente por membros da Safernet e enviadas a Ministérios Públicos e também à Polícia Federal.

A rede social Orkut, do Google, é o site que possui o maior número de denúncias de crimes na web. Um levantamento considerando o período de 2006 e outubro de 2012 mostra que o endereço "orkut.com.br" registrou 179.993 denúncias em todo o mundo (39%), enquanto o "orkut.com" recebeu 143.528 denúncias (31%). Já o Facebook está em quarto lugar, com  11,255 denúncias (31%).

Dados completos das informações da ONG podem ser consultados no site oficial (clique no link para acessar).

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