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O novo governo alemão liderado por Olaf Scholz inicia nesta quinta-feira (9) seu mandato com uma primeira reunião de crise sobre a pandemia de coronavírus e com visitas ministeriais a Paris e Bruxelas.

O nono chanceler alemão do pós-guerra, que sucedeu na quarta-feira (8) Angela Merkel e tomou posse de seu novo escritório na chancelaria, já está com as mãos à obra, sem tempo a perder já que seu governo não terá um período de carência.

A primeira urgência é a situação sanitária, muito agravada na Alemanha, apesar de uma aceleração nos últimos dias da campanha de vacinação com a terceira dose.

Nesta quinta-feira, Alemanha registrou mais de 70.000 novos infecções e 465 mortes relacionadas ao coronavírus, com uma taxa de incidência de 422,3 em sete dias.

Neste contexto preocupante, particularmente nas regiões da antiga RDA - que superam os 1.000 casos a cada 100.000 habitantes -, o novo chanceler presidirá hoje à tarde sua primeira reunião de crise com as 16 regiões do país.

Uma semana após uma reunião presidida por Angela Merkel - que endureceu claramente as restrições para os não vacinados -, este novo encontro não deveria gerar necessariamente novas medidas.

Porém, antes de submeter a vacinação obrigatória ao voto nas próximas semanas, o governo deverá adotar uma posição sobre a vacinação das crianças, depois que a comissão alemã de vacinação se pronunciar durante o dia.

A ambientalista Annalena Baerbock, chefe da diplomacia alemã, já está em ação com visitas oficiais a Paris e Bruxelas nesta quinta-feira.

Nancy Faeser - que é a primeira ministra do Interior da Alemanha - participará de uma reunião com seus colegas em Bruxelas hoje.

Na sexta-feira será a vez do próprio Olaf Scholz viajar a Paris para sua primeira visita oficial, reservada à França, uma tradição respeitada por todos os seus antecessores.

A Alemanha colocará um ponto final na quarta-feira (8) em um capítulo importante de sua história contemporânea: os 16 anos de Angela Merkel no poder, quando o Parlamento definirá o social-democrata Olaf Scholz como novo chanceler do país.

Merkel foi a primeira mulher a governar a Alemanha e permanecerá no poder durante 5.860 dias, apenas nove a menos que seu mentor, Helmut Kohl.

Na quarta-feira ela passará o bastão da maior economia da Europa a Olaf Scholz, que foi seu adversário político, mas também seu vice-chanceler e ministro das Finanças.

Depois de sua vitória nas eleições legislativas de setembro, Scholz será eleito pelo Bundestag para comandar uma coalizão inédita de três partidos, formada muito antes do previsto pelos analistas e integrada pelo Partido Social-Democrata (SPD), os Verdes e o Partido Democrático Liberal (FDP) .

Após a votação no Parlamento, a transferência de poder acontecerá de maneira imediata e a centro-esquerda retornará ao poder na Alemanha, o que não acontecia desde o governo de Gerhard Schröder (chanceler de 1998 a 2005).

- "Novo ponto de partida" -

Apesar de um balanço repleto de luzes e sombras, marcado por momentos de brilho como a recepção dos migrantes em 2015 e sua aptidão para administrar crises, mas também pela falta de ambição na luta contra a mudança climática e na modernização da Alemanha, Merkel continua sendo uma da personalidades mais apreciadas pelos alemães após quatro mandatos.

"Angela Merkel foi uma chanceler que teve êxito", elogiou Scholz, ao homenagear uma governante que "permaneceu fiel a ela mesma durante 16 anos marcados por várias mudanças".

O novo chanceler, que se apresenta como herdeiro de Merkel, deseja injetar um novo ânimo no país.

"Quero que estes anos signifiquem um novo ponto de partida", declarou Scholz à revista alemã Die Zeit. Ele disse que deseja aplicar a "maior modernização industrial" da história recente, "capaz de parar a mudança climática provocada pelo homem".

Scholz também promete um governo com política pró-Europa, com o objetivo de "aumentar a soberania estratégica da União Europeia" e defender de maneira mais eficiente "os interesses europeus comuns".

A futura ministra das Relações Exteriores, a ecologista Annalena Baerbock, pretende adotar uma linha mais dura a respeito de regimes autoritários como China e Rússia.

O futuro governo não terá tempo a perder: o primeiro grande desafio será a gestão da nova onda de coronavírus que afeta o país.

Scholz, experiente mas pouco carismático, deseja uma votação rápida para tornar a vacinação obrigatória, medida que poderia entrar em vigor em fevereiro ou março.

Esta medida radical, já aprovada na Áustria, tem a aprovação de dois terços dos alemães, mas pode provocar a rejeição de parte da população, sobretudo no território da ex-Alemanha Oriental.

Scholz, Merkel e os governantes das 16 regiões que integram o país aprovaram na semana passada novas restrições destinadas sobretudo aos não vacinados, que não poderão entrar em locais culturais, restaurantes e estabelecimentos comerciais não essenciais.

- Ministros sem experiência -

O novo chanceler também enfrentará uma situação econômica pouco favorável, marcada por um crescimento menor que o previsto e pelo retorno da inflação.

Scholz e seu Executivo, composto essencialmente por pessoas sem experiência de governo nos ministérios, têm uma longa lista de tarefas pendentes que nem sempre despertam o entusiasmo da população.

O aumento do salário mínimo, acabar com o uso do carvão e o desenvolvimento das energias renováveis são aplaudidos, segundo uma pesquisa do canal público ARD.

Mas outras promessas da coalizão, como a legalização da maconha, a compra de drones armados ou o direito de voto aos 16 anos geram oposição.

A respeito do clima, área em que o novo governo afirma ter "o programa mais ambicioso que um Executivo alemão já apresentou", a meta de limitar o aquecimento a 1,5 ºC parece neste momento algo inalcançável, segundo um estudo da Aliança Climática da Alemanha.

Em uma conversa informal com o presidente da Turquia Recep Erdogan, neste sábado (30), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a "Petrobras é um problema" e que a Economia do Brasil está "voltando bem forte". Ambos participam da reunião do G20 em Roma, na Itália. 

De acordo com o correspondente do UOL, Jamil Chade, até então Bolsonaro só havia se comunicado com os garçons e, ao ser levado para falar com Erdogan – chefe acusado de desmontar a democracia em seu país-, deu um sorriso amarelo ao tradutor e disse: "me ajuda aí".

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Visivelmente desconfortável, Bolsonaro não fez perguntas, nem buscou estreitar relações como faz com seu público. Ele apenas se privou a responder rapidamente as perguntas que lhe eram direcionadas. O que não entusiasmou o líder turco.

Falta de educação com o chancelar eleito na Alemanha

Na rodinha de conversa também estava o próximo chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, que venceu as eleições. Embora seja um dos principais parceiros do Brasil, aparentemente, Bolsonaro não sabe quem é o futuro gestor alemão, já que não deu atenção a Scholz.

Ignorado por Bolsonaro, ele deu as costas e se encaminhou a rodinha que era formada pelos primeiros-ministros do Reino Unido, Boris Johnson, do Canadá, Justin Trudeau e da Índia, Modi Narenda.

Avaliação distorcida da Economia

Com o índice de reprovação em 53%, o brasileiro disse a Erdogan que tem um grande apoio popular, mas que a "mídia como sempre atacando". "Não é fácil ser chefe de Estado em qualquer lugar do mundo", assegurou.

O aumento da fome e da inflação é o indicativo mais visível de que o Brasil é um dos países do G20 com maior dificuldade. A economia deve fechar 2022 com o menor crescimento em comparação às maiores economias mundiais, projeta o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Lembrado do potencial petrolífero pelo turco, Bolsonaro afirmou que quebrou monopólio em torno da Petrobras – possivelmente se referia a venda de empresas como a Eletrobrás – e que há pouco tempo, a principal empresa do país "era de partido político".

Apesar de realizar trocas recorrentes de ministros e se render à pressão do Centrão por indicações, o brasileiro disse que montou uma boa equipe. "Não aceitei indicação de ninguém. Foi eu que botei todo mundo. Prestigiei as Forças Armadas. Um terço dos ministros militares profissionais", orgulhou-se.

Após perceber a presença da imprensa brasileira, integrantes da comitiva presidencial chamaram a organização do G20 para retirar a reportagem.

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