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A primeira reunião do Diretório Nacional do PT após as eleições, nesta sexta (28) e sábado (29), promete ser dotada de diversas articulações internas para a participação de líderes da legenda no segundo governo da presidente Dilma Rousseff (PT). O encontro será em Fortaleza e contará com a participação da ala pernambucana que compõe o grupo: a presidente da legenda no Estado, deputada estadual Teresa Leitão; os deputados federais João Paulo e Pedro Eugênio; o senador Humberto Costa e o ex-prefeito do Recife, João da Costa.

Os petistas pernambucanos embarcam para a capital cearense para conversas sobre o crescimento do partido no Nordeste, citada nos bastidores como uma das prioridades do PT para os próximos anos. "Será uma reunião de articulação política. Entendemos que Pernambuco e o Nordeste devem ocupar um espaço relevante por conta de sua importância política", destacou Pedro Eugênio, que não conquistou a reeleição e a partir de 2015 estará sem mandato.

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Eugênio é cogitado para ocupar o comando de algum órgão público, já que estará sem exercer atividades parlamentares. Ele, no entanto, não é o único. O PT de Pernambuco não elegeu nenhum deputado federal, inclusive João Paulo, que disputou o Senado e não conquistou a vaga. O parlamentar também é um dos nomes que estará à disposição de Dilma para integrar, de alguma forma, o segundo mandato presidencial. “O partido tem que definir junto com o governo e, no ponto de vista do PT local, quais são os quadros que estão compatíveis para integrar a gestão”, observou João Paulo.

Apesar das intenções claras da legenda em não ficar de fora do Governo Federal, João Paulo enfatizou que a batida final do martelo é da presidente. “Temos agora a compreensão que as acomodações do governo são feitas pela presidente Dilma. Ela vai ter que compor o governo com as novas forças que saíram das urnas. Fui prefeito e tenho a compreensão das dificuldades que qualquer dirigente tem e isso vai caber a ela”, frisou o ex-prefeito do Recife.

Sobre os nomes já cogitados para algumas pastas, entre eles a do senador Armando Monteiro (PTB) para o Ministério da Indústria e Desenvolvimento, João Paulo afirmou que aguardará as confirmações que devem sair nesta quinta (27). “Já tem aquelas pré-indicações da equipe econômica. Até agora o que Armando recebeu foi o convite para participar dos ministérios, o que tem no mais são comentários. Vamos aguardar as confirmações”, restringiu-se. 

Indagado se Armando finalizaria a cota de Pernambuco no primeiro escalão e como os petistas reagiriam a isso, João Paulo desconversou. “Concordo com a decisão dela, se ela entender que para Pernambuco cabe a indicação de Armando, que seja. Estou neste projeto”, soltou.

As possíveis indicações da presidente Dilma Rousseff (PT) para a nova composição dos ministérios não tem gerado muita satisfação entre algumas alas do PT e de partidos aliados. O nome da senadora Katia Abreu (PMDB-TO), por exemplo, para ocupar o Ministério da Agricultura não foi bem recebido. Desde a última sexta-feira (21), quando a primeira listagem do escalão vazou, um bombardeio por parte de movimentos sociais, inclusive Movimento Sem Terra (MST), aponta o descontentamento com a escolha da presidente. 

“Katia Abreu é um desastre em qualquer conjuntura. Não tentem justificar o injustificável”, dispara um dos membros do coletivo Fora do Eixo, Pablo Capilé, em sua página no Facebook. Também na rede social, a página Plebiscito Popular, que defende a Reforma Política por meio de uma Constituinte Exclusiva, diversas pessoas aderiram a campanha “#KátiaAbreuNão”.  

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No Blog Dilma, página criada por um grupo petista em defesa da presidente, a indicação foi classificada como um “tiro no pé”. “Kátia Abreu é símbolo de um modelo que está destruindo os recursos naturais e a saúde dos trabalhadores”, aponta o coordenador do coletivo de juventude do MST do Rio Grande do Sul, Raul Amorim. “O convite de Dilma para que Kátia Abreu assuma o Ministério da Agricultura cria uma tensão desnecessária com sua base social que, nas ruas e nas redes fizeram a diferença e asseguraram vitória na maior batalha política travada no país desde 1989”, acrescenta Paulo Fonteles Filho, em artigo na mesma plataforma. 

Sem o anúncio oficial ainda permanece a incógnita se as manifestações populares vão ou não interferir na escolha de Dilma. A expectativa é de que a presidente confirme os nomes na próxima quarta-feira (26), após a aprovação da alteração na meta fiscal Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) pelo Congresso Nacional. Até lá, aliados da petista prometem fazer algumas outras mobilizações contra Abreu, entre elas um tuitaço com as hashtags #ForaKatiaAbreu e #KatiaAbreuNão. A mobilização ainda não tem data nem horário definido. 

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