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Na quarta-feira (15) é feriado da Proclamação da República, mas os deputados federais resolveram tirar a semana de folga. De acordo com a agenda disponibilizada no site da Câmara, não está prevista nenhuma sessão deliberativa na Casa, ou seja, para votações; apenas debates. No plenário, normalmente, são realizadas votações entre terça e quinta-feira. A próxima sessão deliberativa deve acontecer apenas na próxima terça (21). 

As comissões temáticas da Câmara também são outro exemplo da folga extensa dos parlamentares. Nenhuma reunião foi convocada. Na agenda, apenas a Comissão de Cultura vai realizar um seminário cidade de Chapecó, em Santa Catarina.  

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Segundo o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a folga foi um acordo com os líderes partidários para que na semana passada os parlamentares atuassem em esforço concentrado. "Nós trabalhamos de segunda a sexta, fizemos um esforço num tema importante que é segurança pública e acho que o custo para a Câmara dos Deputados de convocar sessão para segunda seria um esforço desnecessário”, disse, em entrevista a jornalistas na última sexta-feira (11). 

De acordo com Maia, o plenário deve votar na próxima semana mais três projetos sobre segurança pública e algumas medidas provisórias que estão com a validade próxima de vencer, como as três que mudam regras do setor de mineração: 789/17, sobre royalties; 790/17, que altera o marco legal do setor; e 791/17, que cria a Agência Nacional de Mineração (ANM), em substituição ao atual Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), afirmou, nesta terça-feira (28), que vai tentar “recompensar o país” da esticada do feriadão junino desta semana. Na última sexta-feira (24), Maranhão cancelou as votações previstas para acontecer durante esta semana na Casa, por conta do Dia de São Pedro, comemorado nesta quarta, no Norte e Nordeste. 

“Faremos esforço concentrado, trabalhando de segunda a quinta-feira, para que possamos oferecer ao país uma agenda positiva e dar andamento aos trabalhos”, afirmou o presidente em exercício, que após inúmeras criticas pela paralisação de dez dias recuou e agendou, para hoje, uma sessão deliberativa. “Todo ano no período das festas de São João a bancada do Nordeste tem esta necessidade. Tentamos compensar e recompensaremos. Os deputados estão convocados”, acrescentou.

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Além desse feriadão esticado, a Câmara ainda tem pela frente o recesso parlamentar na segunda quinzena de julho. No retorno das atividades, em agosto, o período de eleições municipais deve também interferir na participação dos deputados na Casa, já que alguns parlamentares disputam vagas municipais. 

O Plenário da Câmara dos Deputados não terá sessões deliberativas – ou seja, votações de projetos – na próxima semana. A medida foi tomada, nesta sexta-feira (24), pelo presidente da Casa em exercício, Waldir Maranhão (PP-MA). De acordo com ele, a decisão foi motivada pela comemoração dos festejos juninos no país, mais especialmente na Região Nordeste. 

As comemorações dos santos celebrados no mês de junho encerram na quarta-feira (29), com o Dia de São Pedro. A data, no entanto, não é feriado nos estados nordestinos, como acontece hoje, Dia de São João Batista. Nesta semana, os deputados federais realizam votações de propostas no Plenário da Casa apenas segunda (20) e terça-feira (21). 

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Apesar disso, de acordo com o comunicado, serão realizadas durante toda a semana sessões não deliberativas de debates. Está prevista para a próxima quarta-feira (29) a realização de comissão geral (sessão especial de debates) sobre o enfrentamento da violência contra a mulher. Na quinta-feira (30), haverá sessão solene em homenagem aos 70 anos da fundação do Serviço Social da Indústria (Sesi).

O funcionamento das comissões temáticas da Câmara será normal durante a semana.

A oposição vai manter a obstrução no Plenário da Câmara contra a Política Nacional de Participação Social, do Executivo, (Decreto 8243/14) e pretende inviabilizar as votações até que seja analisado o projeto que anula o decreto que criou a política (PDC 1491/14). Além disso, o líder do DEM, deputado Mendonça Filho, anunciou que os partidos também querem impedir a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para cancelar o recesso e garantir o funcionamento da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras.

A obstrução contra o decreto já cancelou as votações da segunda semana de junho e os deputados oposicionistas estão dispostos a impedir qualquer votação até que o Plenário da Câmara decida se o decreto continuará ou não em vigor. Publicado no final de maio, o decreto cria um sistema de participação popular associado ao Executivo, em que os representantes poderão opinar no processo de formulação das políticas públicas. São criados, por exemplo, conselhos populares para assessorar os órgãos do governo federal, cujos integrantes serão indicados pelo Executivo. 

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Para a oposição, o governo invadiu uma prerrogativa do Congresso e criou uma política de participação de forma “ditatorial”. “Esse decreto afronta a instituição Congresso e cria uma falsa democracia paralela num ato arbitrário que precisa ser derrubado. Acreditamos que temos maioria para derrubar o decreto dos conselhos ditos populares”. Em junho, a obstrução contra o decreto uniu o PSD à oposição e, durante os debates, o líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), disse que o partido poderia até apoiar a derrubada do decreto. 

Mendonça Filho disse ainda que a oposição pretende impedir a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias para acabar com o recesso e garantir o funcionamento da CPMI da Petrobras e dos plenários durante o mês de julho. “Assim nós continuamos votando no mês de julho e com o pleno funcionamento da CPMI que, infelizmente, acabou prejudicada pela Copa do Mundo, que colocou o Congresso em banho-maria”, disse. Em julho, segundo ele, a CPMI vai começar a receber documentos e ganhará mais visibilidade. 

O vice-líder do PT, deputado Afonso Florence (BA), criticou o posicionamento da oposição. Ele defendeu o decreto sobre participação social. “O decreto sistematiza algo que já existe há algum tempo e serve para que a sociedade fiscalize o Executivo. Permite mais fiscalização e mais democracia”, disse.

Ele também condenou a estratégia de impedir a votação da LDO. “O Congresso tem suas responsabilidades. Precisa apreciar a LDO e precisa votar o Orçamento”, disse. 

Disputa eleitoral

Os líderes partidários reconheceram que, com a definição dos candidatos à Presidência e suas alianças, a disputa eleitoral vai influencia o clima do Plenário. O líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), disse que a eleição vai frear o ritmo de Plenário e as candidaturas podem influenciar o voto dos partidos. “Em determinadas matérias, as posições dos partidos vão se dar em função das posições das suas candidaturas”, disse. 

O PTB, que rompeu a aliança com a candidatura da presidente Dilma, pode passar a votar contra o governo em Plenário. 

Para Afonso Florence, essas mudanças fazem parte do jogo. “Vai ficar mais explicito qual o jogo eleitoral que cada partido faz quando defende uma matéria e isso é importante para a população brasileira é bom pra democracia”, afirmou.

O líder do DEM avisou que o segundo semestre não será de “calmaria total”. “O jogo eleitoral estará sempre presente nos debates, é inevitável”, comentou Mendonça Filho.

*Com informações da Agência Câmara

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