Tópicos | Semana de Moda em Paris

Sapatos biodegradáveis, tecidos nobres, e onde o couro e as peles brilharam, como sempre, por sua ausência: a britânica Stella McCartney, que apresentou nesta segunda-feira, em Paris, sua coleção para o próximo inverno, foi a única estilista que conseguiu a façanha de construir um império econômico com uma moda "ética". Desde o convite, a filha do ex-Beatle Paul McCartney - que assistiu ao desfile da primeira fila - reafirmou seu ideal ambientalista, pedindo a manutenção da proibição da caça de ursos polares com fins comerciais.

Stella publicou, em sua conta no Twitter, que viajou a Manitoba, Canadá, para admirar estas "criaturas espetaculares" presentes na natureza, e lamentou que, até 2050, dois terços da população mundial de ursos polares irão desaparecer. Sua coleção mostrou casacos longos e tecidos listrados, combinados com pantalonas ou saias compridas, nas cores azul-escuro, preto e cinza, para criar uma silhueta dinâmica, inspirada na vida agitada da mulher moderna.

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A estilista, 42, também propôs vestidos românticos e acetinados, enfeitados com renda ou desenhos, que deram um ar romântico a parte da coleção. Stella não economizou nas cores vibrantes, como violeta, berinjela e ametista, que deram um toque luminoso à coleção, de prêt-à-porter. A estilista, que estreou no mundo da moda em 1997, à frente da marca francesa Chloé - que deixou em 2001, para criar sua própria marca dentro da Gucci -, propriedade do grupo de luxo PPR, dirige agora um império estimado em 100 milhões de euros.

O crescimento de sua marca, que nunca se desviou dos valores ecológicos, foi de 30% em 2012 e 2011, segundo o jornal econômico francês "Les Echos". A estilista, vegetariana como a mãe, Linda McCartney, que morreu em 1998, conseguiu este resultado mantendo os compromissos com a causa ambientalista e o desenvolvimento sustentável. Ao contrário da maioria das coleções desfiladas nesta temporada em Nova York, Londres, Milão e Paris, na passarela de Stella não se viu couro, peles ou qualquer outro produto produzido a partir de cadáveres de animais.

A estilista britânica substituiu estes materiais por tecidos orgânicos, como lã e algodão, e mostrou que a palavra "ética" não vai de encontro ao desenvolvimento de uma marca de moda. A organização ambientalista Greenpeace divulgou, em fevereiro, uma classificação das 15 grandes marcas de moda com base em critérios ecológicos, em que criticou empresas como Louis Vuitton, Hermes, Chanel, Alberta Ferretti, Dolce&Gabbana e Prada, por não os levarem em conta. Em troca, a organização deu uma boa nota à italiana Valentino, por seu compromisso em promover "uma política de compras que implica o desmatamento zero".

O roteiro fashion no mundo segue com sua programação. A Semana de Moda em Milão terminou na última terça-feira (28) e a temporada de desfiles segue na "cidade luz", talvez a mais tradicional capital do mundo da moda.

Paris deu início a sua bateria de desfiles também na última terça. Ao contrário da cidade italiana, que encerrou sua programação com desfiles dos novos estilistas, a capital francesa optou por abrir com a novidade dos estilistas “calouros”. Embora a atenção principal não seja direcionada aos novos designers, os jovens tentam surpreender. Confira as tendências reveladas pelos “novatos” nos primeiros desfiles da passarela francesa:

Fatima Lopez – Ela trouxe a poeticidade à passarela. Ao som do violino, a coleção intitulada “à flor da pele”, se inspira no corpo humano. Vermelho sangue, preto, bordô e nude. Tais cores agregadas a desenhos finos e silhuetas marcadas revelam nas peças a exuberância da mulher.

Cédric Charlier – Cores, muitas cores. O belga inovou em não lançar apenas uma cor-base para todas as peças. Branco, azul e dourado estão entre os tons que permearam roupas justas, de cintura marcada e comprimento midi.

Anthony Vaccarelo Entre brilho e transparência as peças variam de comprimento bruscamente. Desconstrução de alfaiataria e a predominância de preto e azul marinho.

Julien David Outra vez cintura definida e comprimento midi. Cores sóbrias pontuadas por amarelo, verde e azul.

Moon Young Hee – A sobriedade do inverno invadiu as peças da designer coreana. Em casacos e capas longas pode-se encontrar ombros pontudos. A alfaiataria masculina esteve presente em colarinhos e punhos de camisas. Entre as cores, preto, roxo, bege e café.

Steffie Christiaens Saias longas, fechos e aberturas assimétricas. Destaque para os acessórios em acrílico poligonais: pulseiras e colares.

A Semana de Moda em Paris se estende até o dia 8 de março. Durante esses dias, cerca de 90 desfiles ocorrem na cidade. Entre as grandes marcas participantes estão Yves Saint Laurent, Chanel e Dior.

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