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Um estudo realizado pela Fiocruz sobre o uso de drogas no país está há quase um ano e meio engavetado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), do Ministério da Justiça. O levantamento, que custou R$ 7 milhões dos cofres públicos, mostra que o álcool seria mais preocupante que drogas como maconha e crack e que não existiria uma epidemia de drogas, conforme o propagado. As informações são do jornal Folha de São Paulo.

O Ministério da Justiça alega que há problemas metodológicos com o estudo e que as falhas impediriam a comparação de dados com pesquisas anteriores. A Fiocruz, por sua vez, afirma que a metodologia é a mesma do edital e é equivalente à da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (Pnad), do Ibge. Quase 17 mil pessoas do país foram ouvidas e 400 pesquisadores, técnicos, entrevistadores de campo e equipe de apoio estavam envolvidos no trabalho.

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Na última semana, entidades ligadas à saúde pública e direitos humanos, como o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, emitiram uma nota solicitando a divulgação da pesquisa. "Esta é uma pesquisa que deveria ser realizada com regularidade e por todos os países para conhecer e monitorar o uso de drogas lícitas e ilícitas com fins de subsídio de políticas públicas de prevenção e controle dos problemas do uso abusivo de álcool e outras drogas", diz trecho da nota.

O estudo, que teve uma parte divulgada pelo portal The Intercept, traz a informação de que quase 10% da população já usou alguma droga ilícita ao menos uma vez na vida. O crack foi consumido por 0,9% da população alguma vez na vida, 0,3% fez uso no último ano e apenas 0,1% nos últimos 30 dias anteriores à pesquisa. Também nos últimos 30 dias antes da pesquisa, a maconha foi usada por 1,5% dos entrevistados, e a cocaína, por 0,3%.

Já 66,4% dos brasileiros afirmaram ter feito uso de bebidas alcoólicas na vida, com 43,1% no último ano e 30,1% nos 30 dias anteriores. "Nos dados da pesquisa publicados nas reportagens fica claro que não há uma epidemia de drogas no Brasil, diferente do que tem sido propagado como argumento para propostas como políticas de flexibilização das regras para posse de armas de armas de fogo; Pacote de projetos “Anticrime” com a provável consequência de superencarceramento além de outros graves riscos elencados em Nota Pública; revisão da política de saúde mental com a proposta de internação compulsória; e assinatura de centenas de novos contratos com Comunidades Terapêuticas somando altos valores anuais e sem garantir evitar os problemas identificados na inspeção feita em 2017", defende a nota das entidades.

Outros estudos têm apontado o uso abusivo do álcool como um problema cada vez maior para a população mais jovem e a mais velha. O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) mostrou, em recente levantamento, que houve um aumento no número de internações (6,9%) e mortes (6,6%) de pessoas com mais de 55 anos relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas.

A Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (Senad) está selecionando dois consultores técnicos para apoiar a disseminação de conhecimento promovida pelo Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas (Obid). O processo seletivo é fruto de acordo de cooperação internacional celebrado entre a Senad e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

O contrato é válido por 300 dias, contando a partir da data de assinatura do documento. Os profissionais aprovados irão exercer suas atividades em Brasília, no Distrito Federal. Segundo o edital, o valor total do contrato é de R$ 78 mil, por consultor. Entre as atribuições da consultoria estão o mapeamento das necessidades de integração entre o conhecimento e melhor forma de disponibilização, além de acompanhamento das ações dos projetos de pesquisa com o objetivo de facilitar a produção do conteúdo do Observatório. 

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Para se candidatar, é necessário ser formado em Ciências Humanas, Sociais ou da Saúde, além de ter experiência na área, seja ensino ou extensão, de pelo menos um ano. O interessado deve enviar o currículo para o e-mail obid@mj.gov.br até cinco dias após a publicação do edital. Mais informações no site do Obid.

 

O Ministério da Justiça divulgou através do Diário oficial da União (DOU) desta segunda-feira (23) o edital de abertura do 13° Concurso Nacional de Monografia. A iniciativa é feita em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas e com o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE).

As monografias devem abordar o tema “Prevenção do uso precoce do álcool”. Para participar, os interessados devem ser estudantes universitários matriculados em qualquer curso das instituições de ensino superior reconhecidas pelo Ministério da Educação, ou ter se formado nos últimos 12 meses. Serão aceitos trabalhos enviados até o dia 8 de setembro de 2014.

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O resultado será divulgado no dia 5 de dezembro. O primeiro colocado receberá um prêmio no valor de R$ 6 mil, além de certificado. Os segundo e terceiro colocados receberão premiações nos valores de, respectivamente, R$ 4 mil e R$ 3 mil. 

A inscrição deve ser feita enviando a monografia, ficha de inscrição e comprovante de matrícula ou conclusão de curso para a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), localizado na Esplanada dos Ministérios, Bloco T, anexo 2, sala 228, CEP: 70064-900, em Brasília, Distrito Federal.

Para outras informações, acesse o edital de abertura divulgado no Diário Oficial.

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