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Em tempo de férias é preciso redobrar os cuidados para evitar afogamentos. Dados da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa) mostram que15 pessoas morrem afogadas no Brasil diariamente. Os afogamentos são a primeira causa de morte de crianças de 1 a 4 anos e a terceira na faixa etária de 5 a 9 anos.

A Sobrasa diz ainda que 55% das mortes na faixa de 1 a 9 anos ocorrem em residências. A prevenção é a principal ferramenta para evitar esse tipo de acidente, especialmente no verão, quando piscinas, praias, rios, lagos e lagoas costumam ser utilizados com mais frequência pelas famílias.

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O secretário-geral da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa) David Szpilman destacou, em entrevista à Rádio Nacional da Amazônia, um dos veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que, ao contrário do que as pessoas pensam, a maioria dos afogamentos não ocorre em praias, mas na água doce. O motivo é que, geralmente, nesses lugares não há a presença de salva-vidas ou pessoas qualificadas para prestar socorro.

“Mais de 70% das mortes ocorrem em rios, lagos e represas. Nas praias as pessoas se afogam e, por ter guarda-vidas, acabam sendo salvas. Em água doce, como nos lagos de represas, isso não acontece porque não há guardas-vidas, não há ninguém capacitado e competente para fazer o socorro e isso provoca duas dessas 15 mortes. Mais duas ocorrem em casos de alguém tentando ajudar outra pessoa que está se afogando e que acaba morrendo junto. No caso do rio - diferentemente da praia, que às vezes assusta por causa das ondas -, se for muito fundo, pode ter uma correnteza forte e não aparentar”, disse.

Para prevenir situações de afogamento, a Sobrasa recomenda a instalação de barreiras de acesso à água em piscinas, rios, represas e lagos. Também é recomendável providenciar lugares mais seguros para crianças em idade pré-escolar e ensinar segurança aquática tanto para as crianças em idade escolar, quanto para o público em geral. O uso de coletes e boias também ajuda a evitar situações críticas. Em locais com sinalização, é preciso seguir as orientações.

Szpilman disse ainda que muitas situações de afogamento ocorrem porque as pessoas subestimam o risco que estão correndo. Mesmo grandes nadadores podem morrer afogados quando não respeitam seus limites ou por redução súbita de sua competência aquática. O uso de bebidas alcoólicas também é fator determinante, já que pessoas sob efeito de álcool apresentam menor coordenação motora.

"O ideal é que a gente saiba os riscos do ambiente e a nossa competência aquática. Toda situação de afogamento, independentemente de ser em piscina, cachoeira, rio, lago, represa, praia, surfando, fazendo esporte aquático, exige um um balanço entre o risco do ambiente e a sua competência aquática, a capacidade de enfrentar o risco”, disse. “A bebida entra exatamente nesses dois fatores: a pessoa olha o risco e quando está alcoolizada, não percebe e se acha mais capaz do que na realidade. Aliado a isso, o álcool também reduz a capacidade motora de defesa. Então, esses três fatores influenciam e fazem com que o álcool seja responsável por 15% a 18% dos afogamentos com morte”, completou.

Segundo Szpilman, em situações de afogamento a pessoa deve manter a calma, procurar boiar e pedir ajuda. Evitar nadar contra a correnteza também é uma dica importante, já que a pessoa estará gastando a energia que deveria utilizar para aguardar o socorro.

"É por isso que a gente sempre fala: está no sufoco, a primeira coisa a fazer é guardar suas forças para flutuar, não nade contra a correnteza. Encha o pulmão e tente boiar. Peça ajuda e espere. Na situação da Amazônia [onde ocorre a maior parte dos afogamentos no Brasil], por exemplo, é muito importante entender que mesmo aquelas pessoas que sabem nadar, devem utilizar um colete salva-vidas. Sempre. Porque é a proteção”, explicou.

Para quem está vendo alguém se afogar, a recomendação é buscar ajuda imediatamente e evitar entrar na água.

“Do ponto de vista de quem está assistindo o afogamento, o ideal é você ajudar sem entrar na água. Primeiro, identifica que alguém está precisando de ajuda e pede para ligar para no número 193 e avisar o Corpo de Bombeiros”, disse. “Você deve buscar algum material de flutuação, pode ser uma garrafa pet de refrigerante, uma bola, uma raquete, uma prancha, uma tampa de isopor, várias coisas que flutuam, alguma coisa deve ser utilizada para jogar para o afogado, para que ele possa agarrar e se manter acima da superfície, continuar respirando e para dar tempo de o socorro chegar. Esse é o procedimento de como enfrentar situações quando a prevenção falhou”, acrescentou Szpilman.

Em relação aos cuidados com as crianças, a principal recomendação é nunca perdê-las de vista. Também é preciso cercar piscinas, esvaziar baldes e outro utensílios nos quais a criança pode se afogar.

“Em crianças de 1 a 4 anos, o afogamento acontece, principalmente, em casa e 50% desses casos em piscinas. Sempre que tem criança pequena deve prestar o máximo de atenção enquanto está dentro de casa, mesmo que não tenha piscina. Tem balde, esvazia o balde. Tem piscina, fecha a piscina, fecha a porta do banheiro, não deixa ela acessar o jardim, limita o acesso a locais perigosos. Isso é extremamente importante para crianças de 1 a 4 anos. A partir de 5 a 6 anos [o afogamento] acontece mais nas áreas externas ao redor da casa e em piscinas. Às vezes é uma piscina de um clube, de um parque aquático, de um hotel em que a gente vai passar o final de semana e ali não tem uma cerca”, afirmou.

Em praias, rios e lagos, a recomendação também é nunca tirar os olhos e sempre avaliar os locais que são mais arriscados, especialmente no verão quando, segundo a Sobrasa, ocorrem 45% dos afogamentos.

“Há um ditado que diz: um cachorro que tem dois donos morre de fome. E é isso que acontece, um fica esperando o que o outro vai fazer e acaba que ninguém assume. Então, é importante: quando você vai dar uma festa, se tem piscina, ou é num lago, ou num parque, ou num sítio, tem que ter alguém olhando as crianças o tempo todo. Faz um revezamento, um pai ou uma mãe deve ficar olhando”, reiterou.

“Os pais colocam muito a criança para aprender a nadar, achando que aquilo vai blindá-la de um afogamento. E a criança sabe flutuar, consegue se deslocar numa piscina. Na cabeça dos pais, parece que isso funcionaria em qualquer outro ambiente e não funciona. Então, se você pega uma criança que sabe flutuar, que está confortável na piscina e coloca ela num rio, ela morre afogada. Se coloca na praia, morre afogada. A gente tem que entender que para cada ambiente existe um risco. E você tem que ter competência aquática acima desses riscos para não se tornar um afogado nessa circunstância”, observou.

Os Atletas dos Corpos de Bombeiros Militares, civis e integrantes de outros corporações participam nesta sexta-feira (10) do Campeonato Brasileiro de Salvamento Aquático (Sobrasa Rescue 2017), em João Pessoa. O evento acontecerá dentro da programação do Seminário Nacional de Bombeiros (Senabom 2017), promovido pelo Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba (CBMPB) e pela Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa).

A primeira etapa da competição será na piscina, onde os atletas executarão os 50 metros reboque do manequim, 100 metros reboque do manequim com nadadeira e o revezamento 4X25 com manequim e o 4X50 Medley. As provas começam a partir das 8h30, na Vila Olímpica Parahyba, na sexta-feira (10) e continuam no sábado (11), com as provas de praia, em frente ao Batalhão de Busca e Salvamento, no Cabo Branco.

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As atividades testadas na praia são: a corrida a nadadeira, resgate com pranchão, resgate com rescue Tube e o Aquartlon, que consiste em mil metros de corrida na areia, mais mil metros de natação no mar e mil metros novamente de corrida na areia. No geral, o Campeonato envolve nove categorias, incluindo grupos exclusivos de bombeiros e uma categoria aberta para civis e atletas de outras corporações, incluindo aqueles de alto rendimento.

De acordo com a vice-diretora de esportes da Sobrasa, major do CBMPB Joana Mentor, participarão do evento 350 atletas de todo o Brasil, sendo 99 deles da Paraíba. E na categoria diferenciada, a capital será representada pelos seguintes atletas: soldado Yuri Marinho, campeão no Mundial de Life Saving, a major Joana Mentor e o sargento Rodrigo Queiroz, que já conquistaram o ‘Troféu de Guarda Vida de Ferro’ e medalhas em competições semelhantes.

Verão, feriado, dias de praia e de mar. Pais devem ficar atentos para a segunda causa de morte acidental entre meninos de cinco a 14 anos, segundo o Ministério da Saúde: o afogamento.

Aqui no Brasil, um levantamento feito em 2010 pelo Ministério, aponta que mais de 5,4 mil pessoas morreram afogadas ao longo do ano, sendo que 2 mil em períodos de férias. No mundo, quinhentas mil pessoas morrem afogadas, a cada ano, de maneira não intencional, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

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Segundo o Major André Ferraz, vice-diretor da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa) 85% das mortes de crianças até os 14 anos ocorre por falta de supervisão dos pais. “Os pais têm que se conscientizar que estão indo (à praia ou ao parque aquático) para tomar conta dos filhos. Eles têm que ter cuidado ao ingerir bebida alcoólica e não esquecer deles. O primordial é o cuidado com as crianças”, explicou o vice-diretor da Sobrasa.

Enganam-se os pais que utilizam bóias de braço ou os que ficam na cintura das crianças dão falsa sensação de segurança conforme Ferraz. “Por serem leves elas são puxadas pela correnteza. As crianças devem usar colete salva-vidas” declarou.

Para prevenir esse tipo de acidente, o vice-diretor orienta que o fundamental é o cuidado com os filhos, retirar brinquedos atrativos perto de áreas de água, mesmo que em menor quantidade, como banheiras, e no mar, o Major alerta: “Água no umbigo é sinal de perigo”, indicando a importância de tomar banho em locais mais rasos. Em caso de acidentes ligue para o 193, telefone da central de atendimento do Corpo de Bombeiros.

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