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Denunciada por funcionários por diversas irregularidades, a empresa Speed Mais contatou o LeiaJá para refutar as alegações e fez sérias acusações contra o deputado federal Túlio Gadelha (Rede), que foi ao local para ouvir os trabalhadores. Segundo Jacédna Andrade, sócia fundadora, o deputado usou a situação para se promover e seria ligado a uma empresa concorrente, o que ele nega.

Funcionários da empresa, localizada na Rua do Apolo, área central do Recife, relataram à nossa reportagem uma série de irregularidades. De animais peçonhentos nas dependências da empresa a pagamentos atrasados, os trabalhadores afirmam "sofrem perseguições por parte de alguns superiores".

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O deputado Túlio Gadelha esteve no local e fez postagem no Instagram sobre as denúncias.

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Em mensagem enviada ao LeiaJá, a sócia da Speed Mais afirmou que "tudo que foi postado não tem nada de verdade" e que “acionou o jurídico” contra o deputado Túlio Gadelha.

“Foi lá para se promover, pois tem uma empresa concorrente que não se conforma em ter perdido um contrato grande para nós e fica nos perseguindo”, disse Jacédna Andrade.

O LeiaJá procurou o deputado. Através de nota, a assessoria disse que Túlio ingressou com uma representação no Ministério Público do Trabalho denunciando o caso e refutou as acusações de Jacédna Andrade.

“Túlio foi presidente da Fundação de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro) e tem histórico de ações em defesa de pautas trabalhistas. Não é proprietário de empresa alguma e irá tomar todas as medidas judiciais cabíveis contra qualquer acusação infundada e caluniosa que tente atacar o seu histórico ético, profissional e de luta em defesa da classe trabalhadora”, diz trecho da nota.

Funcionários da empresa de telemarketing Speed Mais, localizada na Rua do Apolo, área central do Recife, procuraram o LeiaJá, nesta segunda-feira (11), para relatarem uma série de problemas que estão enfrentando ultimamente. De animais peçonhentos nas dependências da empresa a pagamentos atrasados, os trabalhadores afirmam que têm "medo" de se identificarem pois "sofrem perseguições por parte de alguns superiores". 

"São tantos problemas que é até difícil de listar. Porém os mais recorrentes são os atrasos do nosso vale transporte, descontos indevidos nos salários e perseguição por alguns supervisores e por uma coordenadora", diz um funcionário que não quis ser identificado pois acredita que poderá "sofrer represálias por ter a coragem em conversar com um veículo de comunicação". 

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Ele ainda afirma que vários funcionários estão sendo acompanhados por médicos psiquiatras pois desenvolveram alguns transtornos devido os abusos. "Tem uma coordenadora, que já foi supervisora, que não tem modos de conversar com os funcionários. Ela já humilhou algumas mulheres da empresa devido as suas vestimentas e inúmeras vezes foi ignorante com trabalhadores que pediam ajuda na realização de procedimentos da operação. Infelizmente, ela acredita que isso é fazer gestão, mas na verdade ela está assumindo uma postura vergonhosa. É por esse e por outros maus exemplos, que várias pessoas estão sendo acompanhadas por psiquiatras. O ambiente é hostil", pontua. 

Outra funcionária, que também tem medo de se identificar, relatou diversos problemas. "É uma estrutura dividida por grandes salas em três andares, nisso tudo só tem seis banheiros pra centenas de funcionários. Sendo assim, até o pessoal da limpeza vive sobrecarregado. Uma vez no refeitório já aconteceu de na hora que eu estava colocando minha comida no micro-ondas, ele começou a fumaçar a ponto de quase explodir", diz. 

"Ameaças de medidas punitivas e assédio, principalmente nos novatos, são constantes. Somos pressionados até de optarmos em não ir ao banheiro, para não estourar a pausa e levar advertência, porém é impossível cumprir os minutos solicitados, pois as filas dos toaletes são enormes, e muitas vezes estão até interditados". 

Atrasos dos pagamentos 

A trabalhadora afirma que a empresa sempre atrasa, ou deposita o valor do salário errado, o vale alimentação e o vale transporte. Sua amiga, que também não quis ser identificada, disse que o "atrasos de passagem não é um problema recente" e que quando os funcionários reclamam sobre a situação, os gestores culpam os operadores, os acusando de "uso indevido de passagens".

  Sobre o atraso nos salários, a funcionária diz que os valores deveriam ter sido depositados desde a última sexta-feira (8) e que os funcionários foram submetidos a receberem uma quantia inferior ao salário do mês. 

"Eles ainda nos ofereceram 50 reais para irmos trabalhar neste fim de semana, pois estavam cientes que alguns operadores iriam faltar devido a ausência da quantia mensal. Eles querem nos enganar e nos comprar. Não queremos 50 reais, queremos o nosso salário completo e que isso não venha a se repetir nos próximos meses", relata.

Ratos e escorpiões

Em entrevista, os três trabalhadores também afirmaram que é comum ver animais peçonhentos nas dependências da empresa. Segundo os relatos, uma funcionária já chegou a ser picada por um escorpião. 

"Tenho medo de pegar uma doença na empresa, pois estou cansado de ver ratos mortos na área de convivência da empresa. Uma mulher já foi picada por um escorpião e há relatos de pessoas que já viram cobras", diz um dos funcionários.   

Repercussão   

O deputado federal Túlio Gadelha (Rede-PE), esteve presente na frente da empresa no último sábado (9) para ouvir um grupo de trabalhadores. O parlamentar disse que irá acompanhar a situação. 

"Ainda há tempo da empresa regularizar essa situação. É só o que os trabalhadores querem. Vamos acompanhar toda a situação. O trabalho digno, seguro e saudável sempre será uma bandeira do nosso mandato", escreveu em suas redes sociais.

Após receber a denúncia, a reportagem do LeiaJá tentou contato com a Speed Mais através dos números disponibilizados em seu site, porém a empresa não atendeu as nossas ligações.

 O LeiaJá também entrou em contato com o Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações de Pernambuco (Sinttel-PE) que afirmou que está ciente dos atrasos dos salários e que a empresa já comunicou que irá regularizar a situação ainda nesta segunda-feira (11).

Sobre os abusos relatados, o sindicato ressaltou que "trabalha para combater casos de assédio em empresas como essa". O espaço segue aberto para a empresa se posicionar. 

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