Nove pessoas morreram e outras dez ficaram feridas em dois atentados suicidas reivindicados pelos islamistas radicais shebab no centro da Somália, onde autoridades anunciaram ter matado um líder jihadista importante.
"Os terroristas realizaram ataques suicidas usando dois veículos carregados de explosivos em Beledweyne, a 300 km de Mogadíscio", declarou à AFP o comandante da polícia na região de Hiiraan, Mohamed Moalim Ali. "Nove pessoas morreram, entre elas a ministra da Saúde do estado de Hirshabelle e um comissário distrital encarregado das finanças, e mais de dez ficaram feridas", acrescentou.
A autoria do ataque, que teve como alvo um prédio do governo, foi reivindicada pelos shebab, grupo ligado à Al-Qaeda há 15 anos em luta contra o governo somali. "A explosão foi enorme e destruiu vários edifícios", relatou Mohamud Addow, testemunha do atentado. "Vi várias pessoas sendo levadas para o hospital e várias pessoas mortas", completou.
O governo somali anunciou hoje, a morte de um importante líder dos shebab em um ataque aéreo no sul da Somália. Uma recompensa de US$ 3 milhões estava sendo oferecida por sua cabeça.
Abdullahi Yare, um fundadores do movimento islamita, morreu no último dia 1º em um bombardeio de drone realizado pelo Exército da Somália e por seus "parceiros internacionais em temas de segurança", perto da cidade costeira de Haramka, informou o ministro somali da Informação.
Yare era considerado candidato a assumir a direção do movimento no lugar de seu chefe atual, Ahmed Diriye, que está doente, acrescentou o ministério. O comando militar dos Estados Unidos para a África (Africom) confirmou ter "realizado um ataque de drone em 1º de outubro contra a rede Shebab" perto de Jilib, a 370 km de Mogadíscio.
"A avaliação inicial do comando é de que o ataque matou um líder dos shebab e que nenhum civil morreu ou ficou ferido", destaca o comunicado do Africom, sem informar a identidade do alvo.
A embaixada dos Estados Unidos na Somália condenou em um tuíte "os ataques dos shebab em Beledweyne contra membros do governo que trabalham para trazer a paz à região". Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, também condenou os atentados.
No começo de setembro, 19 civis foram mortos por islamitas shebab no centro do país. Duas semanas antes, os shebab atacaram o hotel Hayat de Mogadíscio e deixaram 21 mortos e 117 feridos, em uma invasão que durou 30 horas.