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A escalada de violência em terras indígenas tem ganhado força pelo País, com o avanço do desmatamento, da grilagem de terras e do garimpo ilegal. Os episódios ocorridos nesta semana em Roraima, onde garimpeiros armados dispararam balas de fuzil contra o povo Ianomâmi, se somam às evidências do recrudescimento das invasões em áreas demarcadas.

Nas margens do Rio Tapajós, no Pará, onde vivem mais de 14 mil indígenas das etnias Munduruku e Apiacá, os crimes têm acelerado a contaminação das águas e a proliferação de doenças, como malária e covid. O Estadão teve acesso a um estudo realizado por instituições ambientais que formam o Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração. Durante seis meses, quatro pesquisadores do comitê reuniram dados oficiais do governo para analisar o impacto das invasões da terra indígena Munduruku, localizada no município de Jacareacanga, entre Mato Grosso e Pará. A fotografia extraída desse cenário revela fragilidades que hoje corroem a vida das 145 aldeias da região.

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Só em 2020, uma área equivalente a mais de 2 mil campos de futebol foi desmatada dentro das terras Munduruku e Sai Cinza, no Alto Tapajós. Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam a derrubada de 2.052 hectares de floresta. A razão dessa concentração de crimes nas terras demarcadas é simples: dentro das terras indígenas é que estão de pé, ainda, as árvores mais nobres, como o ipê. E é nessas terras que estão cobiçadas jazidas de ouro, como em Jacareacanga e Itaituba, no Médio Tapajós.

O desmatamento na região em 2020 supera o volume já alarmante de 2019, quando 1.835 hectares de floresta foram devastados na terra Munduruku. Na vizinha terra Sai Cinza deu-se uma explosão de desmatamento, de 16 hectares em 2019 para 304 hectares em 2020.

Doenças. Com o avanço dos madeireiros e do garimpo, as doenças invadiram as aldeias. Os dados do estudo "O cerco do ouro: garimpo ilegal, destruição e luta em terras Munduruku" mostram que, em menos de um ano, 31 indígenas morreram de covid-19. Surtos de malária também se espalharam, além da contaminação por ingestão de mercúrio.

O material, que é usado ilegalmente para extrair o ouro de outros sedimentos, tem contaminado as águas utilizadas pelos índios - principalmente com a alimentação por peixes. Um estudo de 2020 da Fiocruz e da WWF Brasil detectou níveis de mercúrio em todos os indígenas da região. De cada dez participantes, seis apresentaram níveis de mercúrio no corpo acima de limites seguros.

Dados do Ministério da Saúde indicam ainda que, entre 2018 e 2020, houve forte crescimento de casos de malária, comorbidade que pode se agravar em casos de contaminação por covid. Os casos dessa doença entre os indígenas passaram de 645 para 3.264 notificações. O período coincide com os surtos de garimpo e o aumento das invasões.

Ouro

"As mudanças tecnológicas na exploração mineral observadas na última década não ampliam só a capacidade de produção de ouro nos garimpos ilegais, mas também a capacidade de destruição dessa atividade. Com a inserção de retroescavadeiras, viabilizadas por ricos empresários, vemos a mudança inegável no perfil da garimpagem, que passa a promover grande dano a terras e comunidades", diz Luísa Molina, antropóloga da UnB e uma das coordenadoras do estudo.

O geógrafo Luiz Jardim Wanderley, especialista em mineração, afirma que houve, de fato, um aumento de casos de violência e invasões nos últimos dois anos. Questionada, a Funai limitou-se a declarar que "desconhece o estudo mencionado" e "não comenta levantamentos extraoficiais" - mesmo informada de que os dados são de fontes do próprio governo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Paysandu se prepara para enfrentar o Tapajós FC, neste sábado (17), às 10 horas, no estádio Mamazão, no distrito de Outeiro, pela sexta rodada do Campeonato Paraense. O time bicolor pretende sair do momento instável que vem enfrentando por causa dos resultados das suas últimas partidas - derrotas para o Remo por 4 a 2, pelo Parazão, e para o CRB, por 2 a 1, pela Copa do Brasil, dentro da Curuzu.

“A expectativa que a gente possa continuar em jogo a jogo, melhorando e crescendo no individual, coletivamente. Nós tivemos um jogo muito difícil contra a equipe do CRB, mas ontem mesmo conversamos sobre isso, sobre os aspectos positivos do jogo que a gente teve, que foi muito bom e claro que aquilo também que é necessário melhorarmos”, afirmou Itamar Schulle, técnico do Paysandu.

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De acordo com o técnico, existe solução para o time melhorar em campo. “Só tem um ingrediente, um remédio para isso, é continuar trabalhando, continuarmos pautando aquilo que precisa ser melhorado e todos aqui tem feito isso com muita seriedade, muito profissionalismo, todos aqui tem se dedicado muito para que isso aconteça, essa é a nossa esperança agora que a gente progrida, que a gente possa crescer mais, e buscar a vitória, não só a vitória, mas buscar uma sequência, buscar um entrosamento cada vez maior e isso a gente vai adquirindo assim, são com os jogos, são com os erros, a gente vai corrigindo para que a gente possa encontrar o nosso melhor para o Paysandu”, afirmou o técnico.

Segundo o técnico, a preparação do Paysandu para o jogo contra o Tapajós está a todo vapor, após a derrota para o CRB. “Estamos nos preparando muito. Sabemos que todo adversário que vem jogar contra o Paysandu é muito difícil, é aquele jogo de final de campeonato brasileiro para todas as equipes, e isso é normal pela grandeza que o Paysandu tem. Estamos em processo de conjunto, de crescimento, amadurecimento de uma equipe nova como é a equipe do Paysandu, nova que eu digo em relação a atletas e em relação a trabalho”, disse.

O apoio do torcedor será de extrema importância para o time bicolor neste jogo. A torcida pode acompanhar os lances do jogo com transmissões ao vivo pela internet ou na TV.

Por Sarah Souza.

 

Uma investigação inédita para esmiuçar o funcionamento de uma das maiores empresas compradoras de ouro no maior polo da mineração ilegal no Brasil, a bacia do Tapajós, no sudoeste do Pará, resultou em um retrato do completo descontrole do país sobre essa cadeia econômica, responsável por prejuízos financeiros, sociais e ambientais de proporções devastadoras.

Coletadas durante três anos pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal (PF), uma série de provas do quanto é frágil a regulamentação e a execução do papel fiscalizador do Estado foram reunidas em duas ações propostas pelo MPF à Justiça Federal em Santarém em maio e julho deste ano.

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Uma ação, na área criminal, foi ajuizada contra os responsáveis por um posto de compra de ouro da empresa Ourominas em Itaituba, acusados de formarem uma organização criminosa para fraudar documentação e, assim, “esquentar” (acobertar) a origem clandestina do ouro. Só entre 2015 e 2018, o grupo fraudou a compra de 610 quilos do minério, causando um prejuízo de R$ 70 milhões à União.

A outra ação, na área cível, foi proposta contra a Agência Nacional de Mineração (ANM), a União, o Banco Central, o posto de compra e a Ourominas. Nessa ação o MPF cita, pela primeira vez, trechos de um manual de atuação da instituição para o combate à mineração ilegal. O documento foi elaborado pela força-tarefa Amazônia do MPF, integrada por procuradores da República de todos os estados da região, que fizeram um diagnóstico aprofundado sobre os problemas, indicando soluções para a questão.

Procedimentos de controle arcaicos – Como ainda não contam com um sistema informatizado, os procedimentos atuais para o controle da compra, venda e transporte do ouro são um campo fértil para fraudes.

As notas fiscais são preenchidas manualmente, à caneta. O máximo de tecnologia exigido pela legislação para a confecção dos documentos da cadeia do ouro é a máquina de escrever e o papel-carbono. As notas fiscais em papel ficam estocadas com os compradores. Não há nota fiscal eletrônica, não há acesso automático às informações pelo poder público, e muito menos cruzamento de dados.

A atividade garimpeira sequer é definida de modo claro na legislação, permitindo que a atuação de uma empresa mineradora de porte industrial tenha seus impactos considerados equivalentes à atividade de um garimpeiro artesanal.

Não há limites para a emissão de autorizações de exploração de lavra: uma mesma pessoa ou cooperativa pode ser detentora de quantas permissões de lavra conseguir registrar em seu nome.

Também não há controle sobre o uso das permissões de exploração, facilitando muito o “esquentamento” do ouro clandestino. As permissões continuam em vigor mesmo que as áreas não tenham sido exploradas, ou que seus detentores não apresentem relatórios de produção, ou que apresentem relatórios zerados ou incompatíveis com a quantidade de minério indicada em notas fiscais.

A legislação prevê a criação de um sistema de certificação de reservas e de recursos minerais. No entanto, o sistema ainda não está criado. Houve consulta pública no final de 2018, e a avaliação das propostas está a cargo da ANM.

O sistema deveria servir para subsidiar a formulação e implementação da política nacional para as atividades de mineração, fortalecer a gestão dos direitos e títulos minerários, consolidar as informações relativas ao inventário mineral brasileiro, definir e disciplinar os conceitos técnicos aplicáveis ao setor mineral, entre outras funções.

Riquezas saqueadas – A Amazônia brasileira já tem mais de 450 áreas ou pontos de mineração ilegal, registra o relatório Amazônia Saqueada, publicado no final do ano passado por pesquisadores da Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada (Raisg).

Só na bacia do Tapajós são comercializadas ilegalmente 30 toneladas de ouro por ano – R$ 4,5 bilhões em recursos não declarados –, seis vezes mais que o comércio legal na mesma região, segundo informações apresentadas pela ANM em audiência pública realizada em abril deste ano na Câmara dos Deputados.

Envenenamento em massa – De acordo com laudo elaborado pela PF e pela Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), nas águas do Tapajós a mineração ilegal de ouro despeja, a cada 11 anos, o equivalente à barragem da Samarco que rompeu em Mariana (MG) em 2015, destruindo a calha do rio Doce, entre Minas Gerais e Espírito Santo.

Há estimativas de que até 221 toneladas de mercúrio são liberadas por ano para o meio ambiente pela mineração ilegal no Brasil, indicam estudos preliminares apresentados em 2018 na primeira reunião do Grupo de Trabalho Permanente da Convenção de Minamata sobre Mércurio (GTP-Minamata), realizada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).

A Convenção de Minamata é um acordo global para controlar o uso do mercúrio, tendo em vista a letalidade da substância para a saúde humana e para o meio ambiente. Em agosto de 2018 foi publicado decreto presidencial que concluiu a internalização jurídica, pelo Brasil, da Convenção. Com a promulgação do decreto, as determinações da Convenção de Minamata tornaram-se compromissos nacionais oficiais.

O mercúrio envenena principalmente quem trabalha em áreas de mineração ou vive perto delas, como povos indígenas e comunidades ribeirinhas, além da população consumidora do pescado. No ser humano, a substância afeta o sistema nervoso central, causando problemas de ordem cognitiva e motora, perda de visão, doença cardíaca e outras deficiências.

Urgência sanitária – Na região do Tapajós, já foram detectadas alterações cardiológicas e neurológicas em pessoas que têm alto nível de metilmercúrio, relatou na audiência da Câmara dos Deputados o neurocirurgião Erick Jennings Simões, da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde.

Ele destacou que não há cura para esses problemas originados pela contaminação por mercúrio, e que no Tapajós as pesquisas indicaram que a contaminação tem afetado até mesmo moradores de áreas urbanas distantes da região de garimpo, como os moradores de Santarém, um dos municípios mais populosos do Pará, com cerca de 300 mil habitantes.

Uma das lideranças indígenas presentes na audiência pública, Alessandra Korap, da etnia Munduruku, denunciou que as crianças estão reclamando de dores e que as mulheres grávidas estão sofrendo abortos espontâneos, algo que não acontecia nas aldeias. Segundo o neurocirurgião Erick Jennings, o metilmercúrio consegue atravessar a placenta, podendo causar danos irreversíveis ao feto.

Para pesquisadores do Ministério da Saúde e da Ufopa ouvidos por deputados federais, é “urgência sanitária” o monitoramento clínico e laboratorial das populações submetidas à contaminação de mercúrio na bacia do Tapajós.

Invasão originou ação – A mineração ilegal é um dos principais vetores de invasões a áreas protegidas, como Terras Indígenas e Unidades de Conservação (UCs). A investigação que deu origem às ações ajuizadas pelo MPF em Santarém, por exemplo, começou a partir das operações Dakji I e II, realizadas em 2016 para combater garimpagem ilegal de ouro na zona de amortecimento da Terra Indígena Zo'é, no município de Óbidos. A zona de amortecimento é uma área de proteção integral.

As operações deram origem a três inquéritos policiais. Em um deles, investigados que atuavam na área conhecida como garimpo Pirarara, na zona de amortecimento da Terra Indígena, relataram que vendiam o minério à Ourominas sem a necessidade de apresentar qualquer tipo de comprovante de legalidade da origem do produto.

Interditados nas operações, os garimpos ilegais foram sucessivamente reocupados por novas levas de garimpeiros, agora em 2019 pela terceira vez. “Este fato denota a dificuldade em se combater a extração ilegal de ouro tão somente a partir do exercício do poder de polícia ambiental in loco nos ‘garimpos’ ilegais. Esta ação civil pública busca promover um reenquadramento da problemática, impelindo os entes públicos a também exercerem sua atribuição regulatória e fiscalizatória sobre elos da cadeia que até então operam à margem do olhar estatal: os compradores de ouro ilegal”, explica o MPF na ação cível.

A ação cível foi assinada pelos procuradores da República Camões Boaventura, Paulo de Tarso Moreira de Oliveira, Ana Carolina Haliuc Bragança, Patrícia Daros Xavier e pelo assessor jurídico do MPF Rodrigo Magalhães de Oliveira. A denúncia criminal foi assinada pelos mesmos membros do MPF autores da ação cível, além dos procuradores da República Hugo Elias Silva Charchar e Antônio Augusto Teixeira Diniz.

Impactos em série – Além dos prejuízos financeiros bilionários para o país, dos graves riscos à saúde da população, e das invasões a áreas protegidas, a mineração ilegal estimula uma série de outros problemas socioambientais: desmatamento ilegal – que já eliminou 20% da cobertura vegetal original da Floresta Amazônica –, assoreamento de rios, grilagem (usurpação de terras públicas), conflitos agrários, trabalho insalubre, trabalho escravo, tráfico de pessoas e exploração sexual, doenças como malária, leishmaniose, e as sexualmente transmissíveis (DSTs), entre outras consequências.

Na prática – Nas próximas semanas, o MPF vai publicar uma série de matérias para resumir como as várias fragilidades do sistema de controle da cadeia do ouro possibilitaram a atuação da organização criminosa denunciada pela instituição.

Também serão descritos os pedidos feitos pelo MPF à Justiça relativos às instituições públicas e às empresas processadas.

*Do Ministério Público Federal 

 

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Uma embarcação naufragou no final da manhã de domingo (20), por volta das 12h30, no rio Tapajós, em Itaituba, oeste do Pará. Três pessoas estavam desaparecidas. Na tarde desta terça-feira (22), mergulhadores do Corpo de Bombeiros encontraram dois corpos. Um passageiro segue desaparecido. As buscas continuam.

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Segundo informações dos Bombeiros, a embarcação tipo ferryboat AB/M Talita saiu de Jatobá, município de Itaituba, às 5 horas do dia 21 e por volta de 12 horas adernou, nas cachoeiras de São Luís.

Segundo o capitão Santino Contes Loureiro, comandante da operação de resgate, o acidente ocorreu devido às máquinas PC, escavadeiras e um trator de esteira, que a embarcação transportava, terem se deslocado devido à correnteza forte, afetando a estabilidade da embarcação. 

A Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) informou que foram feitas buscas superficiais e mergulho, observando os espaços do interior da balsa, com a força-tarefa composta por sete Bombeiros, entre eles dois mergulhadores do 4º Grupamento de Bombeiro Militar de Santarém, mais dois militares da Capitania dos Portos de Santarém e seis militares do Exército Brasileiro, com sede em Itaituba. 

A embarcação também transportava cerca de 150 botijas de gás, segundo informação de um dos sobreviventes. Ainda segundo o Corpo de Bombeiros, no momento do naufrágio havia 15 pessoas na embarcação. No início das buscas foi confirmada a morte de uma senhora, Joana Darkes Lira Ribeiro, reconhecida por familiares. Onze pessoas foram resgatadas com vida.

 

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) que cancele em definitivo o licenciamento da usina hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, projetada para o médio curso do rio. A obra, na região de Itaituba, no Pará, alagaria três aldeias indígenas do povo Munduruku, na Terra Indígena Sawré Muybu.

A publicação do Relatório Circunstanciado de Identificação e Demilitação (RCID) em abril deste ano fez com que a terra indígena fosse reconhecida, o que não havia acontecido antes por pressões do setor elétrico. Sendo assim, a usina é considerada oficialmente inconstitucional pela Fundação Nacional do Índio (Funai). A Constituição de 1988 proíbe a remoção de povos indígenas das terras as quais pertencem.

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“Cabe ao Ibama o cancelamento do processo de licenciamento ambiental da usina São Luiz do Tapajós, em função de inconstitucionalidade do projeto ante a necessidade de remoção forçada de povos indígenas, nos termos do artigo 231 da Constituição Federal”, diz a recomendação assinada pelo procurador da República Camões Boaventura.

O Ibama pediu um prazo maior para responder ao MPF, alegando que recebeu manifestação da Eletrobrás (Centrais Elétricas do Brasil S.A), que tenta refutar o entendimento da Funai. A manifestação da Eletrobrás se utiliza do chamado “marco temporal”, uma teoria que busca garantir a posse dos territórios indígenas a partir de um ponto determinado da história, a promulgação da Constituição de 1988.

Mas, para o MPF, “o Ibama está legalmente compelido a reconhecer a existência formal da Terra Indígena Sawré Muybu e, consequentemente, considerar todas as repercussões constitucionais, a começar pela vedação à remoção compulsória dos indígenas”. O documento aponta “equívoco e má-fé das argumentações da Eletrobrás”.

História - Estudos dos arqueólogos Bruna Cigaran Rocha e Vinicius Honorato de Oliveira apontam que a ocupação do médio Tapajós pelos Munduruku é muito anterior ao século XX, o que mostra que, historicamente, essa terra pertence a esse povo indígena, defende o MPF. “O documento que a Funai publicou deixa claro que o médio Tapajós foi território dos Munduruku em diferentes períodos da história e que Sawré Muybu é território de ocupação e de uso tradicional dos Munduruku ao menos desde a década de 1970 em diante”, afirma a recomendação. 

Com informações do MPF.

Com o início do calor, começa a alta temporada em Santarém, na região oeste do Pará. O auge é em setembro, quando o rio Tapajós baixa e deixa à mostra as exuberantes praias de água doce, com destaque para Alter do Chão, considerada “o caribe amazônico” pelo jornal britânico The Guardian.

Mas Santarém não é só Alter do Chão. A cidade de 354 anos guarda segredos que encantam turistas e estão no coração de quem nasceu na “Pérola do Tapajós”. Um desses cantinhos especiais é o mirante, de onde é possível ver o encontro das águas dos rios Amazonas e Tapajós. Confira detalhes no vídeo abaixo:

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O mirante fica no ponto mais alto da orla de Santarém e pode ser acessado de carro ou pelas escadarias. Nesse caso, 60 degraus separam o visitante de uma das vistas mais deslumbrantes da região amazônica, sem contar com o pôr do sol magnífico. Para melhorar a experiência, novas barraquinhas oferecem comidas típicas.

“Esse lugar traz para mim lembranças boas, fartura de natureza, zero problemas”, diz o policial militar Jomires Rebelo, 44 anos, que foi a Santarém visitar os pais. Mesmo longe da cidade onde nasceu – agora mora com a esposa e as filhas em Belém –, não esquece da vida que levava no Tapajós.

Maria Emília, 74 anos, e José Maria, 70 anos, pais de Jomires, sempre vão ao mirante para comer tapioquinha ou acompanhar os saraus que são realizados no local. “Gosto de vir e ficar sem fazer nada”, brinca Maria Emília.

Com reportagem de Mirelly Pires.

Edição de vídeo de Marcella Salgado.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) suspendeu o processo de licenciamento da hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, maior projeto do setor elétrico, prevista para ser construída no Rio Tapajós, no Pará.

A decisão foi tomada pela presidente do Ibama, Marilene Ramos, e comunicada oficialmente à diretoria da Eletrobrás na quarta-feira, 20, por meio de ofício. Em sua decisão, Marilene diz que estudos técnicos encaminhados pela Fundação Nacional do Índio (Funai) ao Ibama, em 26 de fevereiro, apontaram a inviabilidade do projeto atual, por causaa do impacto direto do reservatório da usina em terras indígenas.

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No parecer ao qual o Estadão teve acesso, Marilene Ramos afirma que as informações "apontam a inviabilidade do projeto sob a ótica do componente indígena e recomendam suspensão do processo de licenciamento ambiental enquanto não adotadas providências que vão além das atribuições do Ibama, da Funai e da Eletrobrás".

Na quarta-feira, a Fundação Nacional do Índio (Funai) publicou no Diário Oficial da União o reconhecimento da terra indígena Sawré Maybu, área dos índios mundurucu, localizada entre os municípios de Itaituba e Trairão, no Pará. Seu relatório pede a demarcação de uma área de 178 mil hectares. O processo, que ainda depende de um decreto presidencial para ser concluído, entrou em fase de contestação e esclarecimentos que vai durar 90 dias.

As decisões socioambientais congelam um projeto que, na prática, já estava paralisado. Estimada em R$ 32 bilhões, São Luiz do Tapajós geraria, em média, 4.012 megawatts por ano, energia suficiente para atender mais de 20 milhões de domicílios. Sua complexidade ambiental, no entanto, somou-se à crise econômica, que acabou com os grandes financiamentos de bancos públicos, e aos escândalos de corrupção, que afastaram de vez as grandes empreiteiras de negócios desse porte. Não há condições práticas, portanto, de viabilizar a obra.

Nos últimos cinco anos, o projeto foi alvo de uma série de contestações por organizações ambientais dentro e fora do Brasil, como Instituto Socioambiental (ISA), Greenpeace e International Rivers. No fim de 2014, o governo chegou a anunciar que faria o leilão de São Luiz mesmo sem ter sua licença ambiental. Desistiu do plano dias depois. Para tentar autorizar a construção da usina, o governo publicou decretos em 2012 nos quais reduzia as áreas de unidades de conservação da região. Como é proibido construir usinas dentro de florestas protegidas, o governo decidiu que o jeito era recortá-las para dar espaço ao projeto. Não foi possível, porém, retirar os índios da região. São Luiz alagaria uma área de 729 quilômetros quadrados em uma das regiões mais sensíveis e preservadas de toda a Amazônia. (André Borges)

Mais de 160 mil pessoas já assinaram petição on-line em prol do rio Tapajós encabeçada pelo Greenpeace, que é contrária à construção de megaprojetos de usinas hidrelétricas, hidrovias e infraestrutura na região. O rio começa no Mato Grosso e sua correnteza vai em direção ao oeste do Pará, por 800 km, até desaguar no rio Amazonas. Segundo relatório da organização, os projetos do governo federal afetam não só a biodiversidade, mas também o modo de vida dos povos da Amazônia.

O rio Tapajós dita o ritmo de vida dos moradores das cidades banhadas por ele, como Santarém e Itaituba. Seu regime anual de secas e cheias é a principal fonte de recursos para as comunidades. Ele influencia a sobrevivência de milhares de habitantes ribeirinhos e indígenas durante seu longo trajeto.

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Considerado, para o Ministério do Meio Ambiente, prioritário para a conservação do bioma amazônico, o rio é um lar para uma grande quantidade de vida, biodiversidade animal e vegetal que são protegidas por um mosaico de 10 unidades de conservação e 19 terras indígenas.

O planejamento do governo federal prevê que 43 grandes hidrelétricas sejam construídas na bacia do Tapajós. A maior delas, São Luíz do Tapajós, é apontada como prioritária. Impactos irreversíveis podem ser gerados na região a partir da construção desses megaprojetos, aponta o Greenpeace, no relatório “Hidrelétricas na Amazônia, um mau negócio para o Brasil e o mundo”. “O Greenpeace se opõe à criação de hidrelétricas em biomas frágeis como a Amazônia, defendendo a execução de energias renováveis verdadeiramente limpas, como o sol e o vento, no Brasil”, defende a organização.

De acordo com o relatório, vários impactos ambientais já podem ser observados na região, entre eles o aumento do desmatamento e do crescimento populacional sem planejamento, a redução da biodiversidade, os deslocamentos forçados de comunidades indígenas e tradicionais, o tráfico de drogas, a prostituição, a escalada da violência, além da abertura de estradas ilegais e a invasão de terras indígenas por mineradores, caçadores e madeireiros criminosos.

Opinião pública - Segundo a jornalista e pesquisadora Ivana Oliveira, doutoranda em Ciências e Desenvolvimento Socioambiental pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da UFPA, o processo de implantação de hidrelétricas na Amazônia tem comprovado a imensa dificuldade de participação popular no processo de tomada de decisões. Ela defende que essa questão precisa ser modificada: “As informações são poucas. E quando chegam ao grande público são somente para ser acatadas”.

“O envolvimento social é limitado, na maioria das vezes inexistente. Mesmo quando há participação popular em processos decisórios, a posição majoritária está nas mãos de empreendedores ou do governo. As informações sobre os impactos não são divulgadas e nem compreendidas na sua totalidade”, analisa Ivana Oliveira, que tem como objeto de estudo no doutorado a implementação de hidrelétricas na região. “E o que tem ajudado a mudar este cenário nos últimos anos é a emergência de um pensamento ecológico e o uso de redes sociais, que tem se tornado uma ferramenta na contracorrente da mídia tradicional”.

Com informações de Thiago Barros.

 

Repetindo atuação apática, o Remo se complicou no estádio Colosso do Tapajós, em Santarém, neste domingo (27). Sem vencer desde o primeiro turno do Campeonato Paraense e depois de amargar uma sequência de quatro empates, desta vez o Leão foi derrotado por 1 a 0 pelo Tapajós.

O resultado pode resultar na saída do técnico Leston Júnior do Baenão. Uma reunião nesta segunda-feira (28) pela manhã deve definir se ele continuará no comando da equipe. A diretoria do clube tem sido pressionada por vários grupos, mas só tomará uma decisão depois de conversar com o treinador.

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Com apenas dois pontos em três jogos no segundo turno, o time azulino caiu para a lanterna do grupo A1 e precisa vencer o Paysandu na próxima rodada, domingo (3), no Mangueirão, para seguir com chances de classificação às semifinais do Parazão. Uma derrota elimina o Remo antecipadamente. 

O Tapajós, o último colocado na classificação geral e ameaçado de rebaixamento, chegou à primeira vitória do ano com gol do zagueiro Thiago Costa, aos 20 minutos do segundo tempo. O jogador chegou a negociar com o Remo para a disputa do Estadual.

Pressão - A partida em Santarém foi marcada pela estreia do novo atacante do Remo, Luiz Carlos. Apesar de ter se movimentado bastante, o jogador não conseguiu furar a marcação do Boto. O treinador Leston Júnior destacou a atuação do goleiro rival, mas disse que o Leão não jogou bem: “Fomos incompetentes e isso pode comprometer nossa classificação”.

Rodada – No estádio Navegantão, em Tucuruí, o Independente bateu o Águia por 3 a 0 e assumiu a vice-liderança do grupo A2. Dudu abriu o placar aos 47 minutos do primeiro tempo. Fabrício ampliou aos 15 do segundo. Dudu, novamente, fez o terceiro, aos 31.

A Organização das Nações Unidas (ONU) recebeu, do Ministério Público Federal (MPF), dossiês que informam sobre o impacto da construção de barragens nos rios Xingu e Tapajós, no Pará, para as populações indígenas da região. Procuradores da República que atuam em Altamira e Santarém, no oeste do Estado, entregaram os documentos para a relatora especial da ONU sobre os direitos dos povos indígenas, Victoria Tauli-Corpuz, durante reunião que tratou das irregularidades nas obras das usinas hidrelétricas das bacias de dois dos principais afluentes do rio Amazonas.

A reunião ocorreu no dia 15 de março, em Altamira, com a presença dos procuradores da República Thais Santi, que fiscaliza Belo Monte, e Camões Boaventura, que fiscaliza as usinas no Tapajós. Segundo o MPF, as irregularidades detectadas em Belo Monte, já em fase de pré-operação, dão um panorama do que pode ocorrer na usina São Luiz do Tapajós, começando pelo descumprimento sistemático da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas.

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Com suas obras quase concluídas no Xingu, o consórcio responsável pela usina de Belo Monte é alvo de 25 ações que apontam ilegalidades no projeto. Na bacia do Tapajós são até agora quatro usinas em construção no rio Teles Pires e cerca de 40 projetadas, com 19 processos judiciais mostrando problemas, informa o Ministério Público Federal.

A maior usina prevista para o Tapajós é a São Luiz do Tapajós. Se construída, indicam estudos apontados pelo MPF, a hidrelétrica vai provocar a remoção compulsória de três aldeias dos índios Munduruku, conduta vedada pela Constituição Federal.

A relatora da ONU disse aos procuradores da República que constatou, ao longo de sua missão no Brasil, que, embora um poder coloque a responsabilidade sobre o outro, há um padrão de articulação dos três poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, para a violação sistemática dos direitos indígenas e para viabilizar um projeto político e econômico considerado ideal por esses poderes. “Não há espaço para qualquer diversidade de projetos”, disse.

A procuradora Thais Santi enumerou os inúmeros impactos, muitos irreversíveis, provocados pela desobediência recorrente das licenças ambientais pela Norte Energia, responsável pela obra de Belo Monte, com anuência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), órgão licenciador. “Os impactos não foram mitigados por irresponsabilidade do Estado, sendo que as medidas de mitigação eram condição para assegurar a integridade dos povos indígenas e a manutenção dos seus modos de vida”, disse Santi.

De acordo com Thais Santi, “no Xingu, vivem muitas etnias de contato recente e que já passavam por um violento processo de segregação social. As medidas de mitigação seriam a única forma de garantir que estes povos indígenas sobrevivessem aos impactos da usina, no entanto elas não foram adequadamente implementadas e agravaram o processo de desagregação”.

A procuradora da República destacou, ainda, que no coração do trecho de vazão reduzida, epicentro dos impactos da usina de Belo Monte, antes mesmo de estar demonstrado que a hidrelétrica permitirá a reprodução da vida no local está sendo licenciado um dos maiores projetos de mineração do Brasil, que recebeu licença prévia do Estado do Pará sem a realização de estudos sobre os povos indígenas da região e sem análise sinérgica de sobreposição de impactos com Belo Monte. Essa realidade demonstra que os impactos de Belo Monte são potencializados, na medida em está aberto o caminho para a exploração dos recursos naturais da região em escala industrial, sem o devido controle ambiental.

O procurador da República Camões Boaventura enfatizou elementos que o projeto da usina São Luiz do Tapajós têm em comum com a de Belo Monte. “Alguns impactos sociais já são identificados, como desgaste dos indígenas com a intensa participação em reuniões e a insegurança sobre o futuro, que causa grande angústia aos povos afetados”, disse.

A relatora Victoria Tauli-Corpuz disse que considera Belo Monte um caso emblemático, “pois tudo que poderia dar errado, deu errado”. Ela constatou na região de Altamira a situação de um etnocídio praticamente consumado pela usina. E se declarou temerosa de que, em São Luiz do Tapajós, ocorra um processo pior, de genocídio, diante da negativa dos índios Munduruku em assistirem passivos à destruição de seu modo de vida.

Para a relatora, a situação é perigosa, porque o governo brasileiro já se mostrou disposto a lançar mão de forças militares e instrumentos autoritários. “O governo brasileiro está empurrando os indígenas ao seu limite com este projeto hidrelétrico e querendo fazer com que eles desapareçam”, lamentou. (Veja, abaixo, vídeo produzido pelo MPF sobre Belo Monte).

Com informações da Assessoria do MPF.

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O Cametá levou a melhor na partida que fechou a primeira rodada da Taça Estado do Pará, o segundo turno do Campeonato Paraense. No estádio Parque do Bacurau, o time da casa venceu o Tapajós por 2 a 0, na noite desta quarta-feira (16).

Robinho abriu o marcador para o Cametá, aos 21 minutos do primeiro tempo, após cobrança de falta ensaiada. Tony Love, de cabeça, fechou o placar aos sete minutos da segunda etapa. O Tapajós não demonstrou que poderia reagir em nenhum momento da partida.

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A vitória colocou o Cametá na liderança do grupo A1, com três pontos, e afastou a equipe da zona de rebaixamento na classificação geral do campeonato. O Tapajós segue como o único time que ainda não venceu na competição. É o último colocado no grupo A2 e na classificação geral.

Por Mateus Miranda.

 

 

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O Paysandu concluiu a fase de grupos da Taça Cidade de Belém com 100% de aproveitamento em quatro jogos disputados. Pela quinta rodada do grupo A2, neste domingo (21), o Papão goleou o Tapajós por 4 a 1, na Curuzu, com todos os gols marcados no primeiro tempo.

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Este é o melhor início de campeonato do Paysandu nos últimos cinco anos. Em 2011, o Papão também venceu as quatro primeiras partidas da competição. Naquela ocasião, superou Castanhal, Independente, Tuna e Cametá. O adversário nas semifinais será o Águia, vice-líder do grupo A1, no Mangueirão, no próximo domingo (28).

A bola parada novamente foi a principal arma do Papão. Logo aos oito minutos, o meia Raphael Luz abriu o marcador após completar de cabeça cruzamento de Celsinho. O segundo gol teve enredo parecido. Falta para o Paysandu, cruzamento de Celsinho, mas, dessa vez, o zagueiro Gilvan escorou para o fundo das redes, aos 28 minutos.

Aos 37, Augusto Recife roubou a bola no meio de campo, arrancou em velocidade e passou com precisão para Fabinho Alves acertar o gol do goleiro Jader, 3 a 0. Porém, o Boto não estava morto. Bené descontou aos 45 minutos após jogada pela ponta direita. Mas não houve tempo para reação. Na saída, Fabinho Alves alçou a bola para a área, Betinho cabeceou, e Jader espalmou nos pés de Celsinho, que completou para o quarto gol.

Os times diminuíram o ritmo na segunda etapa. O principal momento ficou guardado até os 27 minutos, quando o Vélber, de 37 anos, entrou no lugar de Fabinho Alves. A torcida ficou em êxtase com a entrada do ídolo bicolor, que se emocionou em campo. O meia não jogava desde 2013 e chegou a estar preso ano passado por causa de uma dívida de pensão alimentícia no valor de R$ 57 mil.

Galo - No outro jogo do grupo A2, o Independente garantiu a classificação em segundo lugar ao vencer por 3 a 2 o confronto direto contra o Paragominas. Monga duas vezes e Dudu marcaram para o Galo Elétrico, enquanto João Neto e Aleilson descontaram para o Jacaré. Com a vitória, o time de Tucuruí encara o Remo, líder do grupo A1, no sábado (27), também no Mangueirão.

Resultados da rodada:

Grupo A1

Cametá 1 x 2 Remo – Parque do Bacurau

Águia 1 x 1 São Raimundo – Zinho de Oliveira

Grupo A2

Paysandu 4 x 1 Tapajós – Curuzu

Independente 3 x 2 Paragominas – Navegantão

Por Mateus Miranda 

Apesar de estar invicto e com 100% de aproveitamento no início deste Campeonato Paraense, o Paysandu vai ter mudanças no time titular para o jogo de domingo (21) contra o Tapajós, pela quinta rodada. Betinho, Ricardo Capanema e Crystian, que estava lesionado, treinaram entre os titulares nesta sexta-feira (19), no Mangueirão.

Mesmo com a classificação às semifinais do primeiro turno garantida, o técnico Dado Cavalcanti descartou a possibilidade de poupar jogadores, mas vai dar oportunidades a atletas que não tiveram muito tempo de jogo no Parazão.

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No treinamento, Cavalcanti fez três mudanças na equipe principal. Crystian, recuperado de estiramento na coxa, retornou à lateral-direita, no lugar de Roniery. Ricardo Capanema substituiu Ilailson no meio de campo, enquanto o atacante Betinho, autor de dois gols em três partidas, ficou ao lado de Fabinho Alves na linha de frente.

O zagueiro Fernando Lombardi, que estava com dengue, voltou aos trabalhos, mas no time reserva. Vélber e Bruno Smith, com dores, não participaram do treinamento. Gualberto, Paulinho e Raí ainda se recuperam de lesão e só devem voltar a treinar com bola na próxima semana. O coletivo final antes do jogo está marcado para este sábado (20) pela manhã.

O time titular para a partida contra o Tapajós deverá ser formado por Emerson; Crystian, Pablo, Gilvan e Lucas; Ricardo Capanema, Augusto Recife, Raphael Luz e Celsinho; Fabinho Alves e Betinho.  

Por Mateus Miranda.

A quarta rodada do Campeonato Paraense teve dois jogos no interior do Estado pelo grupo A2. Em Santarém, no estádio Colosso do Tapajós, o São Raimundo empatou com o Independente por 2 a 2. O resultado manteve a equipe do oeste na vice-liderança, com cinco pontos, quatro a menos que o primeiro colocado, o Paysandu.

Ezequias abriu o placar para o Independente, de cabeça, aos 20 minutos do primeiro tempo. Ângelo ampliou a vantagem aos 21 minutos do segundo. O destaque da partida foi Cristian, que comandou a reação do Pantera, com dois gols. O segundo saiu aos 48 minutos da etapa final.

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No sudeste do Estado, o Paragominas venceu o Tapajós por 2 a 1, no estádio Arena Verde. Aleílson, de pênalti, abriu o placar, aos 44 minutos do primeiro tempo. Haif empatou a partida aos 26 minutos do segundo. Nove minutos depois, Fabinho fechou o placar e garantiu a vitória do time da casa. anto o Jacaré quanto o Boto seguem na luta pela classificação às semifinais.

Com informações de Octávio Almeida.

O Independente venceu o Tapajós por 2 a 1, no estádio Colosso do Tapajós, neste sábado (13), na terceira rodada do Campeonato Paraense, pelo grupo A2. Com o resultado, o Galo conquistou os primeiros três pontos no torneio e entra na briga por uma das duas vagas do grupo para a fase semifinal.

A condição de visitante não assustou o Independente. Logo no segundo minuto de jogo, Ezequias abriu o placar, após cruzamento de Fabrício. O Tapajós foi obrigado a partir para cima e se expor ainda mais aos ataques do time comandado por Lecheva.

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Aos 41 minutos, o Galo dobrou a vantagem, com o lateral-esquerdo Jackinha. O resultado não foi maior porque o goleiro Jader fez defesas importantes no primeiro tempo.

O resultado negativo fez com que o técnico do Tapajós, Victor Hugo, modificasse a equipe no intervalo. Bené entrou no lugar de Thayson. A troca deu certo. Logo aos 2 minutos, Rafael Tanque diminuiu o placar, com assistência de Bené.

O Tapajós chegou com perigo ao ataque aos 30 minutos, com Moisés, e na jogada seguinte, aos 34, com Rafael Tanque. Ambos desperdiçaram as oportunidades de gol e o Boto amargou a primeira derrota dentro de casa. 

Por Octávio Almeida.

Na última sexta-feira (29), os moradores das regiões que serão afetadas pelo projeto das construções de barragens no rio Tapajós e seus afluentes participaram de uma audiência pública, em Santarém, oeste do Pará, na qual foram discutidos os riscos do projeto que pretende construir a hidrelétrica de São Luiz do Tapajós.  Realizada na sede da Associação Comercial da cidade e promovida pelo Ministério Público Federal (MPF), a audiência esperava a presença de representantes de órgãos do governo envolvidos na criação do projeto; porém, nenhum deles compareceu.

Cerca de 500 pessoas participaram da audiência que durou mais de seis horas. Dentre os debatedores, profissionais de diversas áreas expuseram suas opiniões sobre os possíveis danos ambientais e sociais que a futura hidrelétrica causaria. Lideranças de comunidades indígenas e ribeirinhas também foram ouvidas. “Nós já somos impactados desde agora, pelo desrespeito. Os pesquisadores de barragem chegam na nossa terra e querem fazer estudos à força. Se não queremos, eles chamam a Força Nacional para nos obrigar. Vocês não imaginam como é doído”, declarou José Odair Cak, líder do Pimental, comunidade que corre o risco de desaparecer com a construção das barragens.

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O professor Célio Bermann, da Universidade de São Paulo (USP), questionou a necessidade de mais hidrelétricas no Brasil. Para ele, o fato de o país ter a tarifa de energia elétrica mais cara do mundo e 70% de energia vinda das hidrelétricas demonstra que essa opção não é a mais viável para solucionar os problemas de apagões. “Cada usina é apresentada pelo governo como uma solução para a ameaça de apagão. Não é verdade. Até porque o apagão é muito mais causado pela falta de manutenção da rede elétrica brasileira do que pela falta de usinas. Existem alternativas e elas não incluem grandes usinas na Amazônia”, disse na audiência, sendo bastante aplaudido pelos presentes.

A contaminação por metilmercúrio também é um dos possíveis problemas que o rio Tapajós e seus afluentes, os rios Teles Pires, Juruena e Jamaxin, poderão sofrer. O processo de funcionamento de uma usina hidrelétrica cria lagos que transformam o mercúrio inativo presente no solo amazônico em sua forma tóxica, que gera diversos danos à saúde, como problemas no sistema nervoso central e má formação fetal. O médico Erik Jennings apresentou durante a audiência resultados de uma pesquisa feita com mulheres de cabelos longos na região da instalação da usina de Balbina, no Amazonas. Os resultados apontaram concentração de mercúrio nos fios de cabelos dessas mulheres, provando, assim, que quando a Usina de Balbina foi instalada houve contaminação de mércurio no organismo dos povos que viviam na região. Apesar de o governo ter realizado análises na amostra de água e descartado a concentração de mércurio, o médico ressaltou que a contaminação ocorre através da ingestão de peixes que tiveram contato com a água contaminada.

Além do descaso com a presença de povos índigenas que vivem na região, a professora da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), Bruna Rocha, desmentiu a afirmação feita pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, quando disse, em 2008, durante uma entrevista à Agencia Brasil, que a hidrelétrica do Tapajós seria instalada em áreas da floresta amazônica que não tem ocupação humana. “A arqueologia mostra que a região do Tapajós é povoada milenarmente. Sítios arqueológicos mostram ocupação humana datada dos séculos 800 a 900 d.C., em áreas que serão destruídas pelas usinas”, explicou a professora.

A partir das estatísticas de desmatamento provocadas pela Usina de Belo Monte, no Xingu, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) estimou que os danos das usinas no Tapajós poderiam chegar a mais de 3,2 milhões de hectares de floresta desmatada. A falta de floresta na região do Tapajós reflete em danos no Brasil inteiro, uma vez que a Amazônia funciona como regulador do clima, proporcionando umidade para cidades do sudeste, como São Paulo. Sobre o assunto, o cacique-geral da tribo indígena Munduruku declarou: “Não só Munduruku vai sofrer, vai sofrer o mundo todo. Nós estamos defendendo o povo brasileiro”.

O projeto do Complexo de Usinas do Tapajós contempla, no total, 43 barragens projetadas pelo governo federal para o Rio Tapajós e mais três afluentes. Algumas barragens localizadas nos rios Tele Pires e Juruena já estão em fase de construção. O projeto correspondente à usina de São Luiz do Tapajós, que deve ser licenciada no decorrer deste ano, já possui cerca de quatro processos judiciais, um deles por violar o direito de consulta prévia dos povos afetados.  Segundo o procurador Camões Boaventura, das nove empresas interessadas na construção da São Luiz do Tapajós, oito estão sendo investigadas pela Operação Lava Jato.

 

 

A bola rolou pela primeira vez no Campeonato Paraense 2016 na cidade com maior número de participantes nesta edição: Santarém. Tapajós e São Raimundo empataram por 2 a 2, neste sábado (30), no estádio Colosso do Tapajós. Foi o primeiro duelo entre as equipes na história da competição.

Os times criaram poucas oportunidades de gol no primeiro tempo. O Tapajós, um pouco melhor, abriu o placar aos 24 minutos. Mauryan cruzou para a área e Negueba, do São Raimundo, desviou contra a própria meta. O árbitro deu o primeiro gol do campeonato para o lateral do Boto.

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Na segunda etapa, o São Raimundo partiu para cima, com jogadas comandadas pelo atacante Jefferson. A insistência deu resultado aos 20 minutos, quando Wanderlan desviou cruzamento para empatar. Aos 25 minutos, Jefferson recebeu passe em velocidade, finalizou rasteiro e virou o placar.

Após sofrer a virada, o Tapajós voltou a pressionar. O empate foi conquistado aos 38 minutos, em cobrança de falta de Mauryan, agora o artilheiro isolado do Parazão.

O São Raimundo volta a jogar na próxima quinta-feira (4), contra o Paragominas, fora de casa. O Tapajós vai folgar na segunda rodada e retorna a campo só no dia 13, quando recebe o Independente.

Ficha técnica

Tapajós: Jader, Amaral, Luis Gustavo e Yan. Mauryan, Thayson, Leo Carioca (Jânio), Adriano Miranda (Rafael Tanque) e Patrick. Bené e Moisés (Haifi). Téc: Vitor Hugo.

São Raimundo: Carlão, Matheus, Edilson Belém (Aldair), Wanderlan, Ramon, Sandro, Jefferson, Negueba (Renato), Carlinhos, Caçula (Thiago). Téc: Samuel Cândido.

Cartões amarelos: Sandro (São Raimundo) Moisés, Bené, Léo Carioca, Thayson, Patrick (Tapajós).

Com informações de Mateus Miranda.

O Ministério Público Federal (MPF) vai promover audiência pública em Santarém e região oeste do Pará para tratar de irregularidades e possíveis impactos da hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, que o governo federal pretende construir no rio Tapajós. O encontro será realizado no próximo dia 29, a partir das 14 horas, no auditório da Associação Comercial e Empresarial de Santarém (Aces), localizado na Praça da Bandeira, 565, no centro de Santarém. Com o evento, o MPF pretende estimular o compartilhamento de dados úteis para que sociedade regional possa conhecer melhor o projeto, suas irregularidades e consequências.

A programação da audiência pública prevê a apresentação de detalhes sobre o processo judicial por irregularidades no licenciamento ambiental e investigações do MPF sobre o projeto. Em seguida, cientistas e outros especialistas apresentarão as principais falhas e omissões nos estudos ambientais.

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Também serão discutidos os principais impactos sociais, ambientais, econômicos e turísticos decorrentes deste tipo de empreendimento. Pesquisadores e representantes do MPF também apresentarão as irregularidades encontradas durante o planejamento e instalação da usina hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira, e a possibilidade de reincidência do mesmo tipo de ilegalidade no Tapajós. Especialistas também debaterão a realidade energética brasileira.

O público-alvo da audiência é toda a sociedade de Santarém e região, movimentos sociais, organizações indígenas e de povos tradicionais, universitários, dentre outros. Também serão convidados representantes do Ministério de Minas e Energia (MME), do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Fundação Nacional do Índio (Funai), da Centrais Elétricas do Brasil (Eletrobrás), das prefeituras de Santarém, Belterra, Aveiro e Itaituba, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Poder Legislativo (federal, estadual e municipais) e do Poder Judiciário federal (Santarém e Itaituba).

Com informações da assessoria do MPF.

 

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