Conhecido por publicar escândalos e fofocas de celebridades, o portal TMZ encontrou outro nicho: ser o primeiro a dar a notícia de mortes de famosos, a qualquer preço.
O TMZ foi o primeiro veículo a informar do acidente de helicóptero que matou a lenda da NBA Kobe Bryant e outras oito pessoas no domingo perto de Los Angeles.
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Autoridades policiais criticaram o site por publicar detalhes sobre as mortes antes de as famílias das vítimas terem sido contactadas.
Xerife do condado de Los Angeles, Alex Villanueva classificou a prática como "extremamente desrespeitosa" e "totalmente inapropriada".
O sub-xerife Tim Murakami tuitou estar "angustiado" com o fato de que ainda estava reunindo dados, quando um veículo de comunicação já informou que Kobe tinha morrido.
"Entendo (que queiram) obter o furo, mas por favor nos deem tempo para fazer notificações pessoais a seus entes queridos", escreveu. "É muito frio escutar sobre a perda através da mídia. Me parte o coração".
O TMZ não respondeu ao pedido de de comentários da AFP sobre seus protocolos.
Mas o portal, fundado em 2005, tem reputação de ser o mais rápido quando se trata de morte de celebridades.
Eles deram detalhes das mortes de Michael Jackson, Whitney Houston e Prince antes dos principais veículos de imprensa.
Outros furos famosos incluem a prisão por dirigir alcoolizado de Mel Gibson e seu discurso antissemita e o ataque de Chris Brown contra sua então namorada, Rihanna.
Analistas dizem que isso é fruto de uma extensa rede de fontes e coletores de noticias, principalmente em Los Angeles.
Informações não confirmadas garantem que essa rede inclui funcionários de aeroportos e motoristas de limusines. Policiais e funcionários do Judiciário já perderam o emprego após supostamente terem fornecido informações confidenciais ao portal.
"Quando se trata de notícia impactantes do entretenimento, como a história de Kobe, o TMZ realmente dirige essa cidade", disse o jornalista e produtor de entretenimento de Hollywood Simon Thompson. "Eles têm gente em todas partes".
- Pagamento por informações -
Este veículo também é conhecimento por fazer pagamentos generosos em troca de informações, chegando a milhares de dólares.
Seu fundador, Harvey Levin, ex-jornalista e advogado de formação, disse que não havia nada de errado em pagar as fontes por imagens. "O vídeo continua sendo o vídeo. Então, quem se importa se paga dinheiro por ele?".
Levin não respondeu a um pedido de comentários da AFP.
Embora o jornalismo convencional desaprove algumas dessas práticas, o TMZ não é o único a adotá-las, e já recebeu elogios por sua cobertura em casos importantes.
Ele foi o primeiro veículo a informar sobre as acusações de racismo do ex-proprietário do Los Angeles Clippers, Donald Sterling, e da estrela da série "Seinfeld" Michael Richards.
Embora os métodos do TMZ não sejam do agrado de todos, seu impacto é difícil de ignorar.
"Sua história é bastante consistente", avaliou Thompson. "Quer concorde com como eles fazem, quer não, eles têm uma rede muito forte de pessoas em lugares onde precisar estar para obter informação bastante precisa e com bastante rapidez.