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Thiago Maffra assumiu o comando da XP em maio, após dirigir a área de tecnologia por dois anos e nove meses e comandar a transformação digital da empresa. Para o executivo, a maioria das companhias tem desperdiçado o potencial de suas equipes de tecnologia ao realizar uma transformação incompleta e deixar de lado a parte mais difícil: a mudança de cultura.

Maffra também destaca que o perfil dos diretores de tecnologia mudou e, para os profissionais da área que sonham com a cadeira de CEO, manda um recado: "Comece a aprender de produto e do negócio, porque vai ser necessário inclusive para ser CTO."

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• Quando o sr. assumiu, o Guilherme Benchimol (antigo CEO) falou que um dos motivos para a mudança era que a empresa queria usar a tecnologia na maior intensidade possível para servir o cliente. É essa necessidade de ter a tecnologia como algo central e sua experiência como CTO que o transformaram em CEO? Há outros elementos?

A XP não nasceu digital. A gente via a necessidade de transformá-la em uma empresa digital, dada toda a mudança no mundo, e o Guilherme me convidou para liderar essa transformação (como CTO). Tínhamos 200 pessoas na época em tecnologia. Hoje temos mais de 2 mil pessoas (de um total de 5 mil) e nos consideramos uma empresa digital. Mas a gente acha que dá para ir mais longe. Esse é um dos motivos para eu estar nesse cargo. A agenda de digitalização é o que vai nos levar a outro patamar. Por uns 18 anos, a empresa foi focada em investimentos. De um ano e meio para cá, começamos a expandir a oferta de produtos. Estamos entrando em banking, crédito, seguro e no mundo da pessoa jurídica. Como vamos fazer isso? Vamos avançar tendo um modelo de servir diferente, alavancando nossas capacidades digitais e nossa plataforma tecnológica. Com isso, saímos de um público-alvo de 15 milhões de pessoas que têm poupança e investimento e vamos para um público de 60 milhões de pessoas.

• O que falta fazer na transformação digital?

O primeiro passo de uma transformação digital é a empresa ter centralidade no cliente. Todas as empresas dizem que têm isso, mas na prática são poucas. Muitas são conduzidas por produto ou por receita. Quando você pega empresas financeiras, elas saem do financeiro, não dos clientes. A gente sai da necessidade dos clientes para depois ir para o financeiro. Mudamos o processo de orçamento. Também descentralizamos a empresa e adotamos uma liderança mais por contexto. Aí tem toda uma reorganização em business unit (unidades de negócios que reúnem várias equipes multidisciplinares pequenas e dão maior eficiência operacional). Uma parte disso ainda está faltando. Devemos terminar até o meio do ano que vem.

• Que habilidades têm um CTO que o fazem ser um CEO adequado para as necessidades atuais das empresas?

Alguns anos atrás, as empresas viam a tecnologia como uma área mais técnica. É um problema quando a empresa tem uma área de tecnologia que está ali para servir o negócio. As empresas têm de entender que a tecnologia é parte central do negócio, um diferencial competitivo. Aí a tecnologia passa a existir para atender o cliente. Quando olho o perfil de pessoas de tecnologia, acho que elas têm de ser menos especialistas e mais integradas ao negócio. As pessoas perguntam: isso é a área de tecnologia ou de produto? Eu não enxergo isso mais aqui. Não tem tanto essa diferença. Óbvio que cada um tem sua especialidade e responsabilidade, mas o cara de engenharia tem de entender o negócio, o produto, as necessidades do cliente. Ele tem de estar na mesa na hora que você está desenhando um produto. Ele olha sob uma ótica diferente e contribui para criar um produto melhor, que atende as necessidades do cliente.

• Mas o sr. acha que empresas, em geral, deixaram de ver a área de tecnologia como um departamento de custo operacional?

Não. A maioria das empresas está fazendo só uma parte da transformação, que é reorganizar algumas partes das empresas (em equipes multidisciplinares para ter mais agilidade). Isso é ótimo, melhor que o modelo antigo, mas você aproveitou 30% do poder do seu time de tecnologia. Transformação é uma mudança de mentalidade e de cultura. É óbvio que há empresas que têm de fazer ajustes tecnológicos, mas isso é a parte mais fácil. Isso depende de tempo, investimento e um bom plano. A parte difícil é a mudança cultural e de mentalidade. Tem muito jogo de ego. As pessoas estão mais ocupadas com onde vão ficar, qual vai ser seu papel na transformação. Aí a transformação não acontece. Quando você pega empresas como a nossa, digitais, a gente lidera por contexto. Não é uma estrutura hierárquica. As pessoas têm autonomia. As que estão direto com o cliente têm mais informação do que eu para a tomada de decisão. Essa mudança é difícil para algumas pessoas. Se não tiver uma liderança muito alinhada com a transformação, ela não acontece.

• O sr. falou o que o CTO tem de ter para ser um CEO, mas o que ele já tem que o ajuda no cargo?

Pega o exemplo da indústria financeira. Tenta trocar a senha do teu cartão em um bancão. Você precisa ir no caixa eletrônico. Se você pegar nosso cartão, você muda pelo aplicativo. Olha como o modelo do bancão foi desenhado para ser feito pessoalmente. Isso não funciona mais no mundo de hoje. Você precisa resolver os problemas através da tecnologia. Onde essa pessoa digital ajuda? Tudo depende de tecnologia, de um modelo diferente de atuar, de construir um produto, de atender, de servir o cliente. As pessoas que vêm da tecnologia têm isso quase que naturalmente. Para o cara que é nativo digital, é óbvio que tem de servir o cliente de todos os jeitos dentro do aplicativo. Isso não é óbvio para a pessoa que veio de 20 anos servindo do jeito offline.

• Quando vira CEO, o CTO consegue dar mais velocidade ao negócio até para gerar receita?

Com certeza. Esses profissionais conseguem dar uma agilidade tremenda no lançamento de produtos. Sua vantagem competitiva de longo prazo é sua capacidade de se reinventar, de ser disruptivo e de inovar. É fato que o seu negócio vai ter de ser reinventado, tanto faz a linha de negócios. Então, se você não tiver uma capacidade de reagir muito rápido, seu negócio vai ficar para trás. Esse profissional traz isso. Ele dá essas ferramentas para a empresa criar novas coisas muito rápido e com um custo baixo.

• Apesar de ter sido CTO, o sr. não é um profissional que sempre foi da área de tecnologia. Acha que profissionais que fizeram toda a carreira na tecnologia também devem começar a aparecer em cargos de presidência?

Vamos ver cada vez mais pessoas vindo da cadeira de tecnologia para uma de CEO, só que o perfil do CTO mudou. Se você pensar no CTO de dez anos atrás, aquele cara que é só técnico, eu acho mais difícil ele se tornar CEO. Você precisa entender de liderança, gestão e negócio. Vejo vários CTOs preparados para assumir a cadeira de CEO no Brasil. Agora, o cara que só entende da área técnica, para ele, a dica é: "comece a aprender de produto e do negócio, porque vai ser necessário inclusive para ser CTO".

Por Lenildo Morais*

A pandemia acelerou profundamente os processos de transformação digital em todo o mundo. Mais do que no passado, este ano, as empresas expressaram a necessidade de melhorar a conectividade, reduzir latência, garantir segurança e obter dados orientados. A pesquisa também destacou um interesse global muito alto na nuvem, soluções como serviço, computação de ponta e entrega de aplicativos e tecnologias de segurança.

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Os esforços de modernização de aplicativos dobram e a adoção de IA triplica

A taxa de adoção de IA e aprendizado de máquina, um indicador de uma transformação digital avançada, mais do que triplicou, atingindo um percentual de 56% em 2021. Este número é confirmado por uma atenção crescente à automação de processos de negócios, orquestração e fluxos de trabalho digitais, para reunir diferentes aplicações com o objetivo de criar experiências digitais contínuas. O mesmo objetivo é perseguido por meio do uso de APIs.

Nesse contexto, dois terços das empresas utilizam pelo menos duas metodologias diferentes para criar cargas de trabalho modernas (com a combinação de componentes de aplicativos tradicionais e modernos), enquanto aqueles que utilizam um único método optam por habilitar interfaces modernas via API ou componentes como contêineres. Apenas 11%, representados principalmente por organizações de tecnologia, se dedica apenas à refatoração de aplicativos.

Para a modernização, aqueles que utilizam essa abordagem têm duas vezes mais chances de implantar aplicativos com mais frequência, mesmo quando utilizam automação, quatro vezes mais chances de adotar pipelines para aplicativos totalmente automatizados e duas vezes mais chances de ter mais da metade de seu portfólio de aplicativos distribuído com um pipeline totalmente automatizado.

Surgem novas tendências e mudanças na arquitetura

Novamente neste ano, a maioria das empresas se verá gerenciando aplicativos e arquiteturas tradicionais e modernas ao mesmo tempo; Isso também é confirmado por empresas em todo o mundo que acreditam que podem conciliar os dois muito bem, com um aumento de 11% em relação a 2019. Cerca de metade das empresas envolvidas (com um aumento de 30% em relação ao ano passado) disseram gerenciar em pelo menos cinco arquiteturas diferentes. Mesmo sobre os fatores que estão acelerando a transformação, quase metade das empresas concorda que a pandemia desempenhou um papel determinante na migração para a nuvem e SaaS. Mais de dois terços das empresas agora hospedam algumas de suas tecnologias de entrega de aplicativos e segurança na nuvem e as empresas continuam se preparando para enfrentar a complexidade arquitetônica que vem da integração de SaaS e soluções de ponta, mantendo ambientes locais e multi-aplicativos de nuvem. Com relação à segurança e entrega de aplicativos, hoje o papel crucial que esses aspectos desempenham do ponto de vista da experiência do cliente e nos acordos de nível de serviço (SLAs) é amplamente reconhecido por organizações, por quase quatro em cada cinco respondentes, e a segurança baseada em SaaS foi identificada como a principal meta estratégica nos próximos dois a cinco anos.

O interesse no Edge está crescendo

Grande parte das empresas afirmam ter implementado ou planejado a adoção de soluções de ponta, com o objetivo de melhorar o desempenho dos aplicativos e coletar dados e análises. Além disso, as empresas acreditam que a computação de ponta será estrategicamente importante nos próximos anos, e que já estão utilizando entrega de aplicativos e tecnologias de segurança na ponta. As ampresas estão começando a olhar para a computação Edge com interesse e determinação. Os data centers em nuvem, embora suportem o acesso de qualquer lugar, são apenas um pouco mais distribuídos do que os data centers locais, enquanto a computação Edge permite que as organizações entreguem aplicativos mais perto dos usuários. Portanto, representa o próximo passo para a concretização de um cenário cada vez mais universal de aplicações distribuídas, com vantagens e desvantagens em consonância com contextos multinuvem.

As empresas tem dados disponíveis, mas carecem de habilidades e capacidades analíticas

Enquanto mais da metade dos entrevistados afirmam ter as soluções de que precisam para monitorar a integridade dos aplicativos principais, a maior parte afirma que essas ferramentas não fornecem análises e percepções adequadas. Os dados dos relatórios coletados por suas ferramentas são utilizados ​​principalmente para resolução de problemas ou alerta imediato. Um aspecto preocupante é que apenas 12% compartilham dados com a empresa e menos de 24% das empresas utilizam esses dados e insights para observar possíveis problemas de desempenho. Por outro lado, quando se trata de monitorar os componentes que modernizam os aplicativos, quase dois terços das empresas medem o desempenho em termos de tempo de resposta.

Ciente da necessidade de melhorar esses aspectos, a grande maioria das empresas disseram que os dados e a telemetria são muito importantes para seus planos de segurança, e mais da metade está esperando para ver os benefícios da IA.

É importante também destacar que as plataformas que podem combinar big data e aprendizado de máquina (também conhecidas como AIOps) representarão a segunda tendência mais estratégica nos próximos dois a cinco anos. Infelizmente, porém, esse entusiasmo pode ser atenuado pela falta de experiência de mercado.

O caminho a percorrer

É evidente que no início de 2020 a transformação digital já estava em andamento, mas a pandemia a acelerou profundamente e os processos que normalmente levariam uma década para ser finalizados deram um salto incrível à frente. Em apenas alguns meses, um número crescente de empresas modernizou e implantou seus aplicativos e as soluções de segurança e tecnologia de entrega que os suportam, cada vez mais perto do usuário. Soma-se a isso a crescente utilização da computação de ponta, que levará ao estabelecimento de um cenário de aplicações adaptativas, capazes de crescer, escalar, se defender e se adaptar ao ambiente em que se encontram e como são utilizadas.

Nos próximos meses, apenas as empresas que adotaram uma combinação bem equilibrada de automação e insight serão capazes de encontrar seu caminho por meio de uma quantidade incrível de dados e identificar a necessidade de disponibilidade e desempenho do aplicativo antes mesmo de serem evidentes, então para agir com a velocidade necessária.

Até então, muitas organizações não serão capazes de tirar o máximo proveito de seus esforços de transformação digital ou alavancar IA para gerar resultados de negócios, pois isso exigirá uma estratégia de aplicativo que inclua soluções de segurança e entrega capaz de realmente seguir os aplicativos, mesmo em implantações distribuídas em vários ambientes cada vez mais próximos dos usuários e do limite.

*Lenildo Morais é professor dos cursos de Tecnologia da Informação da UNINASSAU

Se há algo que é ponto pacífico com relação ao período da pandemia da covid-19, é que ela acelerou diversos processos no meio empresarial. Evoluções que eram esperadas para ocorrer em anos foram implantadas em meses ou semanas. A transformação digital é a maior dessas mudanças e viabilizadora de todas as outras. Nesse cenário, empresas que já investiam nessa frente anteriormente conseguiram se adaptar melhor às dificuldades impostas pela disseminação do coronavírus, enquanto as demais precisaram correr atrás do prejuízo.

Com as medidas restritivas impostas para conter a pandemia, como fechamento de atividades econômicas e impedimento de circulação, diversas empresas foram impedidas de atuar normalmente. Então, surgiu o dilema: como se adaptar a essa nova realidade e manter um mínimo de atividade com segurança? A resposta veio da tecnologia. Apenas o ambiente digital permitiria às empresas manter contato com seu público e continuar vendendo seus produtos ou serviços. Começou, então, uma corrida por atualização.

De uma hora para outra, negócios tradicionais, resistentes a mudanças, se viram obrigados a entrar no mundo da internet – algo que chega a soar estranho, dado que o ambiente web já é parte bastante presente do cotidiano da população. Vendas on-line, aulas on-line, shows on-line, atendimentos e consultar on-line. Tudo virou digital. E o que era um grande desafio tornou-se, tempos depois, uma ótima oportunidade. Afinal, a internet expande o alcance de uma marca, que pode quebrar barreiras geográficas e se conectar a potenciais consumidores em lugares antes impossíveis de acessar. Cabe a cada empreendimento e a sua gestão saber aproveitar as ferramentas que o ambiente digital oferece e traçar estratégias que permitam a sobrevivência do negócio.

Tomo como exemplo o grupo Ser Educacional, o qual fundei e onde sou presidente do Conselho de Administração. A transformação digital já era uma premissa da companhia há alguns anos e, durante a pandemia, ela foi potencializada. Fizemos transformações programadas para cinco anos em apenas algumas semanas. Treinamos professores, adaptamos nossos sistemas e demos início às aulas on-line, ao vivo, para não deixar nossos alunos desamparados. E continuamos evoluindo, buscando novas alternativas para levar uma educação cada vez melhor a nossos estudantes. E assim também agiram diversas outras empresas. Hoje, depois desse período de adaptação, vê-se que é quase impossível um negócio sobreviver se ele não for acessível digitalmente. E assim será até o fim da pandemia, e mesmo depois dele.

É claro que a pandemia trouxe um saldo extremamente negativo de mortes e empresas fechadas. Temos muito a fazer para frear o avanço do coronavírus e mais ainda para reverter seus impactos nocivos. Por outro lado, há que se reconhecer que momentos de crise são também momentos de oportunidade, e essa situação tem provado o quão essencial a tecnologia se tornou na vida e nos negócios do mundo. Fica o desejo de que as empresas continuem evoluindo e investindo na transformação digital, a fim de poderem vislumbrar novos horizontes de negócios e crescimento.

De 26 a 30 de abril, será realizada a Semana de Transformação Digital para Micro e Pequenas Empresas. Em sua quarta edição, o evento é organizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em parceria com a Transformação Digital (TD).

On-line e gratuita, a iniciativa reúne especialistas em gestão e representantes de empresas de grande porte no mercado. As inscrições são feitas pelo site oficial do evento e busca auxiliar micro e pequenos empreendedores a retomarem os negócios após os impactos causados pela pandemia do novo coronavírus.

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A programação conta com 18 webinários, que abordarão temas como marketing digital, reinvenção dos negócios, atendimento e experiência do cliente e negócios a serem explorados pós-pandemia. A adaptação de micro e pequenas empresas será abordada sob a perspectiva da crise mundial, além da importância de levar a marca e os produtos para o mundo digital.

As palestras contarão com convidados representando empresas de grande porte, como Magalu, RD Station, HostGator, Exact Sales, Google, Nuvemshop, Ecommerce na Prática, Zero to One, Warren, Harmo, Alterdata, Ao3, Galax Pay, Hiper e Intuit QuickBooks. O coordenador do evento, Alexandre Souza, afirma que o Sebrae busca auxiliar os empreendedores em qualquer situação, e nessa pandemia não seria diferente. “O caminho para sairmos dessa crise e para a recuperação dos negócios é criar iniciativas como essa, apresentando a transformação digital como ferramenta importante para reinventar os negócios em um período difícil como o que estamos enfrentando, colaborando para reduzir os impactos sofridos”, afirma, conforme informações da Agência Sebrae de Notícias.

Concurso

Durante a Semana de Transformação Digital, haverá um concurso, cuja participação é opcional, que vai sortear diversos prêmios ligados à tecnologia, além de uma viagem ao Web Summit em Lisboa, evento de inovação. Para concorrer às premiações, os participantes devem indicar pessoas para se inscrever no evento. As indicações podem ser feitas até o dia 29 de abril.

O Porto Digital abre, nesta quarta-feira (24), uma chamada para apoiar a transformação digital de pequenas e médias indústrias das regiões Metropolitana do Recife, Agreste e Sertão do São Francisco. Ao todo, serão escolhidas 30 empresas para participar do processo de transformação digital do programa DigitalPE, iniciativa em conjunto com ABDI, AD Diper, FIEPE, Sebrae, SENAI-PE, Secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco, SoftexRecife e a Universidade Federal de Pernambuco. As inscrições podem ser feitas on-line pelo link https://oil.portodigital.org/digitalpe até 19 de maio, com participação gratuita no programa.

Ainda nesta quarta-feira, a iniciativa será apresentada em live no YouTube, às 18h, com participação de representantes das entidades envolvidas no DigitalPE. Durante a transmissão, os interessados poderão tirar dúvidas, acompanhar os detalhes do programa e interagir com os principais atores do processo. 

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A ideia do DigitalPE é resolver desafios enfrentados por essas indústrias por meio de soluções inovadoras digitais, com qualificação prática na jornada de transformação digital, suporte de especialistas e conexão direta com a rede de inovação de Pernambuco. Serão executados cinco ciclos, cada um com duração de seis semanas e foco em um tema relevante para a transformação digital das pequenas e médias indústrias de Pernambuco.

Como forma de sensibilização e qualificação inicial, a partir do dia 2 de março, nas terças e quintas-feiras às 18h, o programa vai oferecer palestras de especialistas falando sobre tendências de futuro e cases de sucesso nos temas dos ciclos - Marketing e Vendas; Supply Chain; Pessoas; Manufatura; Gestão Financeira; e Aquisição de Soluções Digitais. As palestras serão abertas às indústrias interessadas em participar, com acesso gratuito via inscrição pelo site do programa. 

O que é inovação aberta

Inovação aberta é um conceito de inovação que propõe a colaboração entre empresas, indivíduos e órgãos públicos na criação de novos produtos e serviços. Ao invés de depender de uma equipe interna de pesquisa e desenvolvimento, na inovação aberta, a proposição e a construção das soluções para os desafios que afligem a organização são feitas por empresas e pessoas especializadas externas - o que garante mais diversidade, reduz o tempo entre desenvolvimento e operação, diminui os custos e gera novos mercados. 

O DigitalPE é uma realização do Porto Digital com uma rede de parceiros composta por SoftexRecife, Sebrae Pernambuco, Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper), FIEPE, SENAI-PE, Universidade Federal de Pernambuco e Secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco, com financiamento da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).

*Da assessoria do Porto Digital

 

A digitalização de indústrias e serviços pode ter um grande impacto em diversos setores da economia em todo o mundo. Segundo estudo da empresa de dispositivos móveis Ericsson, até 2030, essas tecnologias podem aportar até US$ 3,8 trilhões (R$ 15,86 trilhões) à economia global. O tema foi debatido nesta quarta-feira (13) em workshop da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em Brasília.

Esse processo, denominado “transformação digital”, envolve a coleta e processamento de grandes quantidades de dados, a aplicação de uma série de novas tecnologias, como o 5G e a inteligência artificial, e a disseminação de dispositivos tanto para usuários (como smartphones) quanto nas atividades econômicas, como em linhas de montagem.

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O estudo da companhia também mapeou quais setores têm maior potencial de geração de receitas neste montante que pode ser gerado com a digitalização. A área de saúde pode chegar a 21% dessas verbas, seguida pela indústria (19%); segmento automotivo e energia (12%); mídia, entretenimento e segurança pública (10%).

Na avaliação dos presentes no evento, o processo de digitalização vai alterar sobremaneira a forma como as atividades econômicas estão estruturadas. Um novo conjunto de negócios ganha importância, relacionado à fabricação de dispositivos, oferta de serviços de conectividade e infraestrutura, habilitação de serviços (como plataformas) e provimento de aplicações (como redes sociais, mecanismos de busca, comércio eletrônico, transporte etc.).

5G

Dentre o montante projetado pela Ericsson, US$ 1,5 trilhão (R$ 6,2 trilhões) está relacionado à implantação do ecossistema do 5G. Essa nova geração dos serviços móveis é apontada não apenas como uma evolução das tecnologias móveis, mas uma mudança qualitativa que pode permitir uma série de novas aplicações a partir de um tráfego de alta velocidade que pode ser acessado por dispositivos móveis.

Segundo Tiago Machado, representante da Ericsson no evento, o 5G terá um papel chave para impulsionar a digitalização. “Antes ninguém sabia o que era 5G e agora só se fala nisso. Ele quebra cadeias tradicionais de valor. O carro é basicamente o que era 100 anos atrás. A partir do 5G, além da evolução do acesso móvel, a gente tem toda uma expectativa de digitalização de diferentes setores”, comentou.

A coordenadora política e regulatória da GSMA para América Latina Adriana Sarkis destacou a importância dos equipamentos e serviços móveis, de smartphones à banda larga móvel, no fenômeno da transformação digital hoje, e reforçou que a chegada do 5G pode ampliar essa participação.

“Economicamente falando, só no ano de 2018, US$ 1,1 trilhão (R$ 4,6 trilhões) da economia global foi influenciado pelo ecossistema móvel. Com advento do 5G, dentro dos próximos 15 anos essa tecnologia deve contribuir com US$ 2,2 (R$ 9,2 trilhões) para a economia global”, projetou a coordenadora, cuja entidade é uma das maiores analistas do mercado móvel do mundo.

Para Sarkis, as mudanças se darão em três frentes. A primeira está ligada aos usuários. Em 2018 havia cerca de 5 bilhões de usuários de smartphones no mundo. A previsão da GSMA é que este número suba para 6 bilhões até 2025. As práticas históricas de comunicação utilizando esses dispositivos tendem a se ampliar para diferentes atividades, como transações financeiras a aplicações de comércio eletrônico.

Um segundo movimento está vinculado à evolução tecnológica. Atualmente, o 4G é o padrão dominante no mundo. A expectativa da GSMA é que até 2025 existam 14 bilhões de conexões em 5G, representando quase metade de todos os países. “É uma transição de tecnologia mas de forma mais disruptiva. Permitir muito mais em suas redes, como manipulação remota, dar apoio à indústria 4.0 e ofertar uma internet móvel de altíssima velocidade”, disse a representante da GSMA.

Um terceiro vetor de mudança está nos aparelhos. Em 2018, os smartphones representavam 60% das conexões à Internet e a projeção é que representem 80% até 2025. Contudo, a grande transformação deve estar no crescimento de equipamentos que se comunicam com outras máquinas, indo além do tradicional aparelho e serviço voltado ao consumidor. Esse ambiente vem sendo chamado de Internet das Coisas. Entre 2018 e 2025, a GSMA estima que o número de dispositivos conectados saia de 9 bilhões para 25 bilhões.

Globo

Membro da Diretoria Integrada de Negócios da Globo, Eduardo Perez apresentou o caso da transformação digital do grupo. O conglomerado unificou seus negócios, o que chamou de “uma só Globo”, reconfigurando sua estrutura institucional. Na área de conteúdo, para além do portal Globo.com, o serviço de streaming Globoplay passou a oferecer conteúdos específicos.

Perez explicou que um dos objetivos é ampliar a base de dados sobre a audiência dos veículos do grupo, cadastro chamado de Globo ID. Quando se loga nas plataformas, o usuário passa a ser monitorado. Interações de programas e serviços online da Globo, como votações no BBB ou o uso do aplicativo Cartola FC, são utilizadas também para ampliar o conhecimento sobre os usuários.

“O nível de interação também nos traz muitas informações sobre estes usuários. Nossa estratégia é entender nosso consumidor, usar massivamente dados que a gente tem e aproveitar o nosso diferencial competitivo de conteúdo de alta qualidade e distribuição para poder, usando os dados, fazer coisas diferenciadas pensando em publicidade digital”, afirmou o executivo.

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