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Aliados do clã dos Bolsonaro estão articulando a possibilidade de criar um novo partido para abrigar a família de políticos que inclui o presidente Jair Bolsonaro e os filhos: o senador Flávio Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o vereador do Rio, Carlos Bolsonaro (PSC); os três primeiros são filiados ao PSL, partido com o qual Bolsonaro protagoniza uma nova crise. 

Nessa terça-feira, o chefe do Executivo Federal chegou a recomendar para um dos seus apoiadores que esquecesse o PSL e disse que o presidente nacional da sigla, o deputado federal Luciano Bivar, está “queimado para caramba”. 

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De acordo com informações do jornal O Globo, a nova legenda seria batizada de “Conservadores” e o estatuto estaria sendo elaborado por aliados de Eduardo Bolsonaro. O problema, para viabilizar o novo partido, é a falta de tempo hábil para legalizar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para as próximas eleições. Isso deveria ter acontecido até o último dia 4, um ano antes do pleito.

Segundo a minuta do esboço do estatuto, a sigla terá como princípios a “moralidade cristã, a vida a partir da concepção, a liberdade e a propriedade privada”. O texto ainda aborda o direito à legítima defesa individual, combate à sexualização precoce de crianças e à apologia da ideologia de gênero e defesa do legado da “moralidade cristã e da civilização ocidental”.

A outra possibilidade é que eles mudem de legenda. O Patriota e a UDN, que ainda está sendo criada, já se colocaram à disposição para receber o grupo. O Patriota deve se reunir nesta quarta para alinhar um posicionamento público sobre o possível ingresso do presidente, que antes da filiação ao PSL, chegou a conversar com a legenda. 

Já a direção da reedição da antiga União Democrática Nacional já declarou estar de portas abertas para abrigar o presidente e seu clã.  

Fundador e presidente da UDN - partido que está em fase final de criação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) -, o ativista Marcus Alves disse nesta terça-feira, 8, ao jornal O Estado de S. Paulo, que a sigla deve ser homologada em meados de novembro.

Estará, portanto, apta a registrar candidatos para as eleições do ano que vem. "Só falta homologar os diretórios de alguns Estados", afirmou. O jornal apurou que o dirigente tem conversado com interlocutores do clã Bolsonaro, que tem enfrentado crises internas no PSL.

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O presidente Jair Bolsonaro chegou a falar a um apoiador nesta terça-feira que era para ele "esquecer" a sigla pela qual ele se elegeu e acrescentou que o presidente da legenda, o deputado Luciano Bivar (PE), "está queimado para caramba". "Estamos de braços abertos para a família Bolsonaro", disse Alves.

Em fevereiro, o jornal revelou que o clã Bolsonaro negociava migrar para nova UDN, reedição da antiga União Democrática Nacional. Aliados da família contam que outra opção é o Patriotas, partido que chegou a negociar com Bolsonaro antes das eleições.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) foi ao Twitter nesta segunda-feira (18), para negar que esteja envolvido na articulação para a recriação da União Democrática Nacional (UDN), partido para o qual integrantes do clã Bolsonaro estariam planejando migrar, na esteira do desgaste sofrido pelo PSL. Reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo no domingo (17) revelou que Eduardo teria se reunido na semana passada, em Brasília, com articuladores do novo partido.

"Informações de sites e outros estão me incluindo numa possibilidade de formação de novo partido. Informo a todos que não estou participando na formação ou resgate de qualquer partido", escreveu Eduardo Bolsonaro.

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A nova UDN é um dos 75 partidos que estão em fase de criação, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ainda segundo o jornal, o dirigente da futura sigla, o capixaba Marcus Alves de Souza, afirma que já foram obtidas 380 mil das 497 mil assinaturas necessárias à criação da sigla.

Com o PSL em crise e sob suspeita de desviar verba pública por meio de candidaturas "laranjas" nas eleições de 2018, os filhos do presidente Jair Bolsonaro (PSL) negociam migrar para um novo partido, que está em fase final de criação. Trata-se da reedição da antiga UDN (União Democrática Nacional).

Segundo três fontes ouvidas pela reportagem em caráter reservado, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) se reuniu na semana passada em Brasília com dirigentes da sigla para tratar do assunto. Ele tem urgência em levar adiante o projeto. Eleito com 1,8 milhão de votos, Eduardo teria o apoio de seu irmão, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ). Com esse movimento, a família Bolsonaro buscaria preservar seu capital eleitoral diante do desgaste do partido.

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Enquanto ainda estava internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, Jair Bolsonaro acionou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, para que determinasse investigações sobre o caso.

As suspeitas atingiram o presidente da legenda, deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE), e foram pano de fundo da crise envolvendo o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno, que foi chamado de mentiroso por Carlos Bolsonaro depois de afirmar que tratara com o pai sobre o tema. Após cinco dias de crise, Bebianno deve ser exonerado do cargo nesta segunda-feira, 18, por Bolsonaro.

Além de afastar a família dos problemas do PSL, a nova sigla realizaria o projeto político de aglutinar lideranças da direita nacional identificadas com o liberalismo econômico e com a pauta nacionalista e conservadora, defendida pelo clã Bolsonaro.

No começo do mês, Eduardo foi ungido por Steve Bannon, ex-assessor do presidente americano Donald Trump, como o representante na América do Sul do The Movement, grupo que reúne lideranças nacionalistas antiglobalização.

O projeto do novo partido é tratado com discrição no entorno do presidente. Em 2018, a UDN foi um dos partidos - embora ainda em formação e sem registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) - sondados por interlocutores do presidente para que ele disputasse a eleição, mas a articulação não avançou. Depois de anunciar a adesão ao Patriota, Jair Bolsonaro acabou escolhendo o PSL.

Assinaturas

A nova UDN é um dos 75 partidos em fase de criação, conforme o TSE. Segundo seu dirigente, o capixaba Marcus Alves de Souza, apoiadores já reuniram 380 mil assinaturas - são necessárias 497 mil para a homologação da legenda. O partido já tem CNPJ e diretórios em nove Estados, como exige a legislação eleitoral para a homologação. Ela tem em Brasília um de seus principais articuladores, o advogado Marco Vicenzo, que lidera o Movimento Direita Unida e coordena contatos com parlamentares interessados em aderir ao novo partido. A articulação envolveria ainda o senador Major Olímpio (PSL-SP), que nega.

Souza prefere não comentar as tratativas do partido que estão em curso. Ele, porém, admitiu que a intenção é criar o maior partido de direita do País. Como se trata de uma sigla nova, a legislação permite a migração de políticos sem que eles corram o risco de perder seus mandatos. "O único partido que tem o DNA da direita é a UDN. A gente não pode ter medo de crescer, mas com responsabilidade", afirmou.

Souza deixou o Espírito Santo, onde atuou na Secretaria da Casa Civil do ex-governador Paulo Hartung, e mudou-se para São Paulo para concluir a criação da nova UDN, que adotou o mesmo mote de sua versão antiga: "O preço da liberdade é a eterna vigilância". "Nosso sonho é que a UDN renasça grande e se torne o maior partido do Congresso", afirmou seu presidente. Ele disse ainda que a legenda pretende apoiar o governo Bolsonaro e está aberta "para receber pessoas sérias do PSL e de qualquer partido".

Palácio

Procurada pelo jornal O Estado de São Paulo, a assessoria do Palácio do Planalto informou que não ia se manifestar sobre o assunto. A reportagem procurou ainda as assessorias do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), do deputado Eduardo Bolsonaro e do vereador Carlos Bolsonaro, mas nenhuma delas se manifestou.

Bivar, presidente da legenda, também foi procurado, mas não respondeu ao jornal O Estado de São Paulo.

‘Sigla tem forte apelo popular’, diz historiador

Em processo de homologação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a UDN, sigla que pode abrigar o clã Bolsonaro, foi inspirada no partido que nasceu em 1945 para aglutinar as forças que se opunham à ditadura de Getúlio Vargas.

Com o discurso de moralização da política e contra corrupção, a frente unia originalmente desde a Esquerda Democrática - que romperia um ano depois com a sigla e fundaria o Partido Socialista Brasileiro - a antigos aliados de Vargas, como o general Juarez Távora e o ex-governador gaúcho Flores da Cunha, rompidos com o ditador.

Em 1960, o partido apoiou a eleição de Jânio Quadros, eleito presidente, e, em 1964 , a deposição do governo de João Goulart. "O PSL é um partido de aluguel, já a UDN tem um apelo histórico e popular. Os Bolsonaros podem usar isso", disse o historiado Daniel Aarão Reis, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Líderes

Ele lembra que a antiga UDN, embora "muito ideologizada", tinha um perfil heterogêneo. O mesmo pode acontecer com a nova versão do partido. Enquanto a versão original da UDN tinha líderes como o brigadeiro Eduardo Gomes, o jurista Afonso Arinos e os ex-governadores Carlos Lacerda (Guanabara), Juracy Magalhães (Bahia) e Magalhães Pinto (Minas), a nova legenda tem potencial para atrair lideranças do DEM ao PSDB, passando pelo MBL.

Entre os políticos que são vistos como "sonho de consumo" da UDN em 2019 está o governador de São Paulo, João Doria, que descarta a ideia de deixar o PSDB. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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