Tópicos | Universidade de Lund

A capacidade de planejar uma ação futura só havia sido comprovada até agora em humanos e outros grandes primatas, mas os corvos também realizam esse tipo de proeza, de acordo com um novo estudo realizado por cientistas da Universidade de Lund (Suécia).

Um artigo publicado na quinta-feira, 13, na revista Science relata uma série de experimentos nos quais os corvos foram capazes de fazer planos para o futuro, de utilizar ferramentas e de abrir mão de uma recompensa imediata para conseguir outra melhor mais tarde.

##RECOMENDA##

Como o último ancestral comum entre os corvos e os grandes primatas viveu há mais de 300 milhões de anos, os resultados do estudo indicam que as capacidades cognitivas de "planejamento" apareceram em diferentes ramos da evolução, segundo os autores do estudo, Can Kabadayi e Mathias Osvath, da Universidade de Lund.

Segundo os autores, algumas pesquisas já sugeriam que os corvos poderiam ser capazes de "fazer planos" para além do momento presente, mas essa capacidade parecia restrita ao ato de esconder comida e as conclusões foram questionadas.

"Argumentou-se que planejar na hora de buscar comida e outras tarefas naturais não são o mesmo que planejar de maneira mais ampla. Nós testamos corvos com tarefas desenhadas para avaliar de modo preciso essas capacidades gerais de planejamento", escreveram Kabadayi e Osvath.

No primeiro dos experimentos, os cientistas treinaram corvos para abrir um tipo de quebra-cabeças que consistia em utilizar uma pedra como ferramenta para abrir uma caixa e ter acesso a uma recompensa.

Primeiro, as caixas foram apresentadas aos corvos, sem a ferramenta. A caixa então foi removida e, uma hora depois, os corvos recebiam a pedra acompanhada de vários "objetos de distração", como brinquedos muito leves para ser usados como ferramenta. Quase todos os corvos escolheram a ferramenta correta. Ao receber a caixa de volta, 15 minutos depois, as aves usaram a pedra como ferramenta para abri-la, com uma taxa de sucesso de 86%.

A taxa de sucesso também foi alta, de 78%, em um experimento semelhante no qual os corvos aprendiam que ao receber uma tampa de garrafa podiam trocá-la mais tarde por uma recompensa. Eles quase sempre escolhiam a tampa de garrafa em vez de outros objetos de distração.

Segundo os cientistas, os corvos planejavam as trocas com mais eficiência que os macacos e do que crianças de até 4 anos de idade. Nas tarefas de uso de ferramentas, os corvos se igualavam aos macacos, embora as aves não tenham predisposição para manipular ferramentas.

Em outro experimento, os corvos receberam um ferramenta para abrir um dispositivo, várias ferramentas de distração e uma recompensa imediata, mas só podiam escolher um dos itens. A recompensa imediata era menos atraente que a recompensa trancada na caixa. Segundo os cientistas, os corvos demonstraram um nível de autocontrole semelhante ao dos macacos, ao escolher a ferramenta apropriada para obter a recompensa mais valiosa.

Em um comentário sobre o estudo publicado na mesma edição da Science, Markus Boeckle e Nicola Clayton, professores de psicologia da Universidade de Cambridge (Reino Unido), afirmam que a pesquisa trouxe a primeira prova de que os corvos podem transferir uma capacidade cognitiva de planejamento do futuro para outros comportamentos. "Essa é a primeira vez que se tem uma clara evidência em qualquer animal com exceção dos humanos", escreveram.

Segundo Boeckle e Clayton, os resultados sugerem que o planejamento para o futuro não é unicamente humano e evoluiu independentemente em espécies com relação muito distante, para lidar com problemas comuns.

"O comportamento do corvo não é meramente prospectivo, antecipando estados futuros; na realidade, eles aplicam o planejamento de forma flexível em comportamentos que não são vistos na natureza", disseram os psicólogos.

[@#video#@]

Pesquisadores da Universidade de Lund (sul da Suécia) realizaram uma nova pesquisa no refúgio dos Chimpanzés na Serra Leoa em 33 chimpanzés orfãos. A pesquisa partiu de um acontecimento onde o tratador de um dos chimpanzés bocejou  na frente do animal, e o mesmo repetiu o movimento. O resultado foi que esses animais tem o bocejo é algo tão contagioso  na espécia jovem do animal, como é para crianças humanas.

##RECOMENDA##

O padrão de desenvolvimento é identico ao de crianças humanas, podendo deduzir uma capacidade de empatia entre os chimpazés e os seres humanos. 

Bocejar é tão contagioso entre as crianças quanto entre os jovens chimpanzés, informaram esta quinta-feira (17) pesquisadores da Universidade de Lund (sul da Suécia). Os cientistas observaram que enquanto brincava com um pesquisador, um jovem chimpanzé órfão entre 5 e 8 anos começou a bocejar ao ver o colega de brincadeiras fazer o mesmo.

No entanto, os jovens macacos parecem menos sensíveis ao contágio que o bocejo provoca no homem. Aos quatro anos de idade, bocejar se torna contagioso no homem, em um sinal interpretado como capacidade de empatia.

##RECOMENDA##

Entre os humanos, o ato de bocejar seria contagioso entre pessoas próximas. Esse não parece ser o caso quando as pessoas não se conhecem. Estudos anteriores já tinham demonstrado que os cães podem bocejar por contágio depois de seus donos, mas não com pessoas estranhas. Mas esse caso não acontece com os chimpanzés, segundo experiências recentes.

"É provável que os chimpanzés mais jovens passem da empatia generalizada comum a todos os indivíduos a uma muito mais específica quando se tornam adultos", explicou a cientista Elainie Madsen. O estudo foi realizado no refúgio dos chimpanzés em Tacugama, em Serra Leoa, e se baseia no comportamento de 33 órfãos de 13 meses a oito anos.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando