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A 18ª edição do Festival de Arte Contemporânea Sesc Videobrasil será aberta nesta terça-feira (5), no galpão e no segundo andar do ginásio esportivo do Sesc Pompeia, na zona oeste de São Paulo, reunindo 94 artistas de 32 países na mostra Panoramas do Sul, assim chamada por privilegiar a produção de realizadores do Sul geopolítico (América Latina, Caribe, África, Oriente Médio, Europa do Leste, Sul e Sudeste asiático e Oceania). Um dos primeiros festivais dedicados à arte eletrônica, o Videobrasil completa 30 anos trazendo outra mostra com destaques de suas edições desde 1983, além de produções recentes de grande repercussão lá fora, como Bosphorus: a Trilogy, vídeo feito em Istambul pela iraniana Bita Razavi, que vive em Helsinque, e My Father, do paquistanês Basir Mahmood.

Entre os artistas selecionados para esta edição do festival, destacam-se nomes revelados pelo Videobrasil e que hoje frequentam mostras internacionais, como o libanês Akram Zaatari, presente com o polêmico vídeo The End of Time, que discute, entre outros temas, a homossexualidade no meio muçulmano. Zaatari esteve na última Documenta de Kassel e tem uma sala especial na Bienal de Veneza. Dos convidados brasileiros, destacam-se a performer Lenora de Barros, a pintora Flávia Ribeiro, o fotógrafo Pedro Motta e o coletivo Chelpa Ferro. O segundo andar do galpão de esportes do Sesc Pompeia foi adaptado para a mostra, ganhando em dimensão e conteúdo.

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A idealizadora e diretora do festival, Solange Farkas, chama a atenção para as semelhanças estilísticas e temáticas entre videomakers e cineastas de diferentes origens, como o tailandês Apitchatpong e os integrantes do coletivo brasileiro Madeirista, grupo sediado em Porto Velho que se reúne desde 2001 para produzir videoarte e intervenções urbanas. "Em ambos os casos, a paisagem ocupa o primeiro plano e você percebe articulações e estratégias entre artistas que se apropriam da linguagem do vídeo para produzir novas formas de arte", observa a diretora, que também integra o quarteto de curadores da mostra Panoramas do Sul (os outros três são Eduardo de Jesus, Fernando Oliva e Júlia Rebouças).

VIDEOBRASIL - Sesc Pompeia. Rua Clélia, 93, tel. 3871-7700. De 3ª a sáb., das 9 h às 22 h (dom., das 9h às 20 h). Grátis. Até 22/2. videobrasil.org.br

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nos anos 1980, garotos como Tadeu Jungle e Fernando Meirelles buscavam um modelo alternativo de televisão, experimentando novas linguagens e meios de expressão. O Sesc Pompeia abrigou suas primeiras experiências em vídeo. Um festival que dava seus primeiros passos, em 1983, registrou esse processo embrionário de programas fora do circuito comercial e pioneiras peças de videoarte. Esse festival, Videobrasil, criado há 30 anos por Solange Farkas, acompanhou não só a evolução dos citados realizadores como trouxe ao Brasil, pela primeira vez, videomakers respeitados como Nam June Paik, Bill Viola e Gary Hill, além do cineasta Peter Greenaway e o artista sul-africano William Kentridge. Para comemorar seu aniversário, o Videobrasil promove, nesta quarta-feira, 16, e amanhã, 17, no Sesc Pompeia, zona oeste de São Paulo, dois encontros para debater a linguagem do vídeo realizado no Brasil justamente nessa época.

O evento integra a programação do 18º Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil, que vai inaugurar em novembro, no mesmo Sesc Pompeia, mostras com veteranos e realizadores da novíssima geração. Nesta quarta (16), às 20 horas, Tadeu Jungle conversa com o diretor de teatro José Celso Martinez Correa e os videomakers pioneiros Walter Silveira e Pedro Vieira sobre as experiência dos Teatro Oficina e da produtora TVDO. Amanhã, o cineasta Fernando Meirelles, diretor do filme Cidade de Deus, discute com Marcelo Tas, Marcelo Machado e Goulart de Andrade a contribuição do vídeo para o desenvolvimento das novas mídias.

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O seminário do Videobrasil conta como esses realizadores apostaram na experimentação quando a videoarte ainda nem existia com esse nome e enfrentava a ação da Censura, como lembra a criadora do festival, inicialmente realizado em parceria com o Museu da Imagem e do Som (MIS) e há 18 anos transformado numa mostra mais abrangente com o apoio do Sesc. "Lembro de oficiais de Justiça entrando no MIS e dos processos que respondemos por causa de vídeos, não tanto por seu conteúdo político, mas por cenas de nudez, consumo de drogas e outros temas presentes nas produções dos anos 1980".

Curiosamente, a política marca algumas das 90 obras selecionadas para a mostra Panoramas do Sul, entre elas o vídeo Sitiado, do chileno Carlos Gusmán, de 26 anos, que trata dos anos de ditadura em seu país. Esse, porém, não é o tema dominante na mostra que será aberta em novembro e vai trazer nomes de jovens realizadores apontados por Solange Farkas como apostas do Videobrasil - três deles na faixa dos 30 anos, Bakary Diallo, do Mali, o israelense Dor Guez e o africano Emikal Eyonghakpe, da República dos Camarões.

A mostra chama-se Panoramas do Sul porque essa foi uma aposta - acertada - da criadora do Videobrasil. Até o sétimo festival não havia efetivamente a preocupação de exibir uma visão panorâmica do que estava sendo produzido na zona sul do globo. Os realizadores do Hemisfério Norte eram privilegiados no festival. Foi em 1990, ao visitar uma exposição de Nam June Paik no Pompidou, que a curadora teve seu momento epifânico.

VIDEOBRASIL - SEMINÁRIO - Sesc Pompeia. Teatro. R. Clélia, 93, 3871-7700. 4ª e 5ª, 20 h. Grátis - retirar ingressos 1 h antes - http://site.videobrasil.org.br/

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A 18ª edição do Festival de Arte Contemporânea Sesc Videobrasil conta com 3 artistas pernambucanos que foram selecionados para participar da mostra comepetitiva Panoramas do Sul, que comemora 30 anos de existência. O festival acontece de 5 de novembro de 2013 a 2 de fevereiro de 2014 em São Paulo.

Amanda Melo, de São Lorenço da Mata, vai exibir Escudo, uma escultura formada por escudos feitos de sal que se transformam durante a mostra pela ação de uma goteira. Amanda já participou do Panorama da Arte Brasileira, se apresentou no Instituto Tomie Ohtake e faz parte das coleções do MAM do Rio de Janeiro, do Museu de Arte da Pampulha e do Centro Cultural Banco do Nordeste.

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Gabriel Mascaro, do Recife, convidou 7 adolescentes a filmar, por uma semana a vida de suas empregadas domésticas. O material bruto foi editado pelo artista e virou o documentário Doméstica. Gabriel teve seu trabalho exibido no Panorama da Arte Brasileira, no Museu de Arte Contemporánea de Barcelona e participou de diversos festivais internacionais de cinema além de ter recebido destaque nas revistas Variety, dos EUA e Cahiers du Cinema, da França.

Uma escada feita com ossos humanos é o trabalho que Carlos Mélo, de Riacho das Almas, irá apresentar no Videobrasil. Sobre-humano mostra a fragilidade do nosso corpo por resultar em uma escada precária, que não pode ser utilizada. O artista já participou de mostras no Paço das Artes, Itaú Cultural, em São Paulo, no MAMAM de Recife e MAM de Lisboa.

Serviço

18ª edição do Festival de Arte Contemporânea Sesc Videobrasil

5 de novembro a 2 de fevereiro de 2014

Sesc Pompeia e Cine Sesc

Gratuito

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