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Anitta está vivendo um novo amor? Bom, foi o que a cantora deu a entender no último domingo (28), em uma entrevista que foi ao ar no Fantástico. Durante o bate-papo, a cantora contou ao jornalista que estava escolhendo manter tudo em sigilo dessa vez.

Famosas por manter seus relacionamentos públicos, ela comentou: "Eu sempre expus muito da minha vida para todo mundo. Mas depois chegou uma fase da minha vida que aprendi que é tão gostoso viver sem ninguém ficar sabendo. Então eu tô vivendo, sim, meu rolê que é só meu, ninguém descobriu, está maravilhoso. E que continuem sem descobrir".

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O ano promete ser agitado na carreira da cantora. Nos próximos meses, ela vai se desdobrar para levar o projeto Ensaios da Anitta para dez cidades brasileiras.

"Agora eu só vou fazer show que eu tiver afim. Só vou sair de casa para o que eu tiver a fim de trabalhar. Esse show do carnaval, eu amo demais", declarou a cantora.

Nesta sexta-feira (20), ativistas de cidades de todo o mundo realizam uma vigília a Luz de Velas em homenagem às pessoas que falecerem em decorrência da HIV/AIDS e para cobrar assistência adequada às pessoas que convivem com a doença. No Recife, a mobilização acontecerá das 15h às 17h, na sede do Ministério da Saúde, localizada no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul.

Neste ano, o evento tem como tema "Uma grande luta pela saúde e pelos direitos das pessoas vivendo com HIV/AIDS" e pede a retirada da emenda 95/2016, que congela os recursos do SUS e da Educação até 2036. O limite dos gastos impacta diretamente na assistência integral às pessoas vivendo com HIV/AIDS.

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Para o coordenador geral do GTP+, Wladimir Reis, a Emenda 95 é inconstitucional. “A emenda tem provocado diversos impactos no SUS por causa do congelamento do piso do gasto federal com a saúde para o financiamento do sistema público. Precisamos de investimento e ampliação das pesquisas em busca de uma vacina Anti-HIV, acesso à medicamentos para doenças oportunistas e de um atendimento de saúde humanizado. Não há respostas sem participação comunitária e sem ativismo. Por isso estamos mais uma vez fazendo esse ato em busca do direito das pessoas vivendo com HIV/AIDS”, afirma.

No Recife, a mobilização está sendo organizada pelo Grupo de Trabalhos em Prevenção Posithivo (GTP+), em parceria com a Articulação AIDS de Pernambuco, a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS de Pernambuco, a Rede Nacional de Travestis, Mulheres Transsexuais e Homens Trans Vivendo e Convivendo com HIV - núcleo Pernambuco, o Movimento Nacional das Cidadãs Positivas – Núcleo PE e o Fórum de Mulheres de Pernambuco.

Candlelight

A vigília com velas acesas pelos falecidos da AIDS, conhecida como Candlelight, teve sua primeira edição em 7 de maio de 1983, na cidade de Nova Iorque. Na ocasião, o ato foi articulado por mães, parentes e amigos de vítimas da doença.

Serviço//XVIII Vigília à luz de velas

Data: 20 de maio de 2022 (sexta-feira)

Hora: 15h às 17h.

Local: Ministério da Saúde – Sede Recife.

Endereço: Boa Viagem Corporate – Rua Prof. Aloísio Pessoa de Araújo, 75 - Boa Viagem.

Há cerca de um mês nas ruas, Denise e Márcio tiveram todos os pertences roubados. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

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“Meu maior medo é ir dormir e não acordar”, resume a comerciante ambulante Denise Silva, de 42 anos de idade, que mora em uma calçada da Avenida Manoel Borba, no bairro da Boa Vista, Centro do Recife, há cerca de um mês, ao lado do marido, Márcio Silva, de 38 anos. O casal costumava vender água e lanches na frente do hospital da Restauração, também na região central da capital pernambucana, e não resistiu à crise econômica causada pela pandemia da Covid-19. Sem dinheiro para pagar aluguel ou lugar para manter os pertences seguros, eles passaram a dormir na frente do ponto em que trabalhavam, tendo a carroça e as mercadorias roubadas durante a madrugada. Grávida de cinco meses e portadora de HIV, Denise sonha com a possibilidade de conseguir R$ 1,5 mil para comprar uma nova carroça.

“A gente morava na Rua da Glória e pagava R$ 430 de aluguel, além dos R$ 200 mensais que a gente dava ao dono de um depósito, para guardar nossa carroça. Por conta da pandemia, o movimento estava ruim e ficamos sem condição de pagar as contas. Fomos despejados e roubaram nosso material de trabalho”, conta Denise.

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A ambulante é mãe de sete filhos, sendo dois deles garotos de 14 anos e 15 anos que residem em um abrigo na Ilha de Itamaracá, na Região Metropolitana. Denise descreve os mais velhos como “complicados”. “Não tenho como morar com eles. Minha mãe mora em Timbaúba, é idosa, não quero levar meus problemas para ela”, lamenta. Com o atual marido, a ambulante ainda não teve filhos, mas quatro gravidezes malsucedidas.

“Com a gente só andava a cadela, que foi atropelada por um carro aqui na Manoel Borba. A consciência da motorista pesou, ela voltou e pagou um uber para eu ir ‘no’ hospital veterinário. Apesar das pancadas na cabeça e no ombro, a cadela tomou quatro injeções e ficou bem. Conseguimos deixar ela na casa de um amigo do meu marido”, comenta.

Denise relata que já sofreu assédios e abusos sexuais na rua. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

Dando ao animal de estimação um destino melhor do que o que lhes foi legado, Denise e Márcio permaneceram na avenida, contando apenas com duas sacolas de roupas, algumas panelas e um isopor. “Quando recebemos alguma doação tentamos pagar uma pensão para poder tomar banho, mas é sempre uma tensão. Em uma dessas saídas, um ladrão levou todas as nossas coisas. Só ficamos com duas mudas de roupa e uma colcha”, lembra Denise.

Cozinheira hábil, Denise era responsável pela produção dos salgados que eram vendidos na carroça pelo marido. Agora, ela se adapta a preparar as refeições em uma pequena lata de ervilha, usando álcool etílico para cozinhar. “Quem puder, doe alimentos, que consigo preparar. É muito difícil. Muitas vezes, falta comida e passo da hora de comer, mesmo estando grávida. Até nossa comida um ‘viciado’ roubou”, acrescenta.

"Com minha carroça, tinha minha vida de volta". (LeiaJá/Imagens)

Se os dias são preenchidos pela luta para manter a soberania alimentar, às noites resta o vazio paralisante do medo. “Nem sei há quanto tempo não tenho uma noite de sono. Já me acordei com um homem alisando minhas partes íntimas. Senti aquela mão grossa e sabia que não era meu marido. Eu disse a Márcio que não fizesse nada, porque na rua não adianta agir na emoção”, conta Denise.

Márcio acrescenta que o movimento de usuários de drogas e homens armados com facões é comum na avenida Manoel Borba durante a madrugada. “Minha aparência parece ser uma aparência boa, mas tô muito infeliz com o que estou passando. Chegou gente para 'bulir' com minha esposa e sem poder fazer nada. Eu tenho medo de fazer coisa que não ‘deve’, então relevei isso aí. É humilhante demais pra mim, queria ter uma oportunidade na vida, todo mundo tem a sua. Eu com minha carroça tinha minha vida de volta”, apela.

Doações para o casal podem ser feitas através da seguinte conta bancária:

Caixa Econômica Federal

Conta poupança: 000817657532-0

Agência: 0045

Operação: 013

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Cuscuz, arroz e feijão. Um balde acomodado na cozinha da casa da trabalhadora doméstica Conceição* reserva os últimos alimentos da cesta básica entregue há quase um mês pelo Sindicato das Empregadas Domésticas de Pernambuco. Desempregada desde 2019, a diarista viu seu seguro desemprego acabar justo em março deste ano - quando os primeiros casos da Covid-19 foram confirmados no Estado , junto com a esperança de conseguir um novo serviço. Moradora do Paulista, na Região Metropolitana do Recife, ela divide a casa em que vive, com a filha, de dez anos, e o marido, que teve os bicos como pedreiro suspensos.

--> Reportagem integra série do LeiaJá que mostra o impacto da pandemia da Covid-19 na rotina das domésticas brasileiras. Confira também a primeira matéria: Trabalhadoras domésticas: a linha de frente invisível.

Sem qualquer fonte de renda durante a pandemia do novo coronavírus, a família teve a solicitação relativa ao auxílio emergencial negada pelo governo federal. Conceição viveu, nos primeiros meses de crise sanitária, da caridade de instituições e conhecidos e de um valor de R$ 300, correspondente a metade do auxílio conquistado pelo filho de 19 anos, que repassava a ajuda mensalmente.

“Falta fruta, verdura, carne, legumes e medicamentos, se alguém ficar doente, porque não temos de onde tirar. O dinheiro que meu filho manda, só dá para pagar as contas de água e energia, o resto me viro, vou pedindo”, lamenta Conceição. A diarista garante que foi injustiçada pela análise de seu pedido do auxílio emergencial. “Já fui três vezes na Caixa. Disseram que o limite da quantidade de pessoas da minha família que conseguiram o benefício já foi atingido [dois membros]. Meus filhos não moram comigo, mas no interior. Aqui em casa, ninguém recebe”, defende-se.

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Ela diz que, graças às galinhas que cria no quintal, nunca faltam ovos para o café da manhã. Por volta das 11h, contudo, é hora de ligar para uma amiga da vizinhança, também desempregada, com quem estabeleceu uma espécie de pacto de sobrevivência durante o período de pandemia. “Eu almoço lá quase todo dia, mas se chega uma cesta básica para mim, ligo pra ela, querendo saber se está faltando alguma coisa. É uma irmã para mim”, afirma.

De acordo com a socióloga e fundadora da ONG SOS Corpo, Betânia Ávila, é comum que domésticas em situação de desemprego formem redes de apoios com outras mulheres residentes em suas respectivas comunidades. “As mulheres pobres sempre encontraram apoio umas nas outras, inclusive um suporte para sair de casa e trabalhar. Elas deixam os filhos com familiares e vizinhas, sobretudo na pandemia, em que a maior parte das escolas está fechada”, explica a socióloga. Ávila também destaca que esse suporte é necessário principalmente para as domésticas que prestam serviço em um município no qual não nasceram. “Faz parte da história da profissão o fluxo migratório de meninas que saiam no interior para a capital com a promessa de estudar e trabalhar, mas na cidade grande se transformavam exclusivamente em domésticas, morando em quartinhos na casa dos patrões”, frisa.

“Minha vida sempre foi sofrida”

Natural de Canhotinho, no Agreste de Pernambuco, Conceição foi embora para Olinda em 1996, aos 16 anos, decidida a ganhar o próprio dinheiro. “Minha vida sempre foi sofrida. Meu pai se separou de minha mãe, que ficou com seis filhos para criar. Quem sustentou a gente foi minha avó, com uma aposentadoria. Nessa época, recebi a proposta de ir embora morar em uma casa de família, trabalhando como babá”, lembra. De domingo a domingo no serviço, tinha um fim de semana de folga a cada 15 dias, quando se dispunha a pegar cerca de 200 km de estrada para visitar a família. “Levava um pouco do que ganhava para ajudar. Naquela época não tinha salário, as patrões pagavam o que queriam. Se eu tivesse tido carteira assinada, já estaria aposentada, sem precisar estar passando por essa situação”, conta.

Conceição também lembra que, no início da carreira, o fato de morar na casa dos empregadores a obrigou a deixar que os dois filhos mais velhos - atualmente, um deles com 19 anos e outro com 21 anos - fossem criados por sua mãe. “Hoje sofro muito, porque nunca dei amor e carinho para os meus filhos, mas para os da patroa. Eu trabalhava para dar roupa, sapato e comida, mas eles têm essa mágoa, dizem que eu não sou a mãe deles. Isso enche meus olhos de lágrimas, porque é verdade”, desabafa.

Foi só nos anos 2000 que Conceição conseguiu alugar um barraco, pelo valor de R$ 400, em uma comunidade que prefere não revelar, no bairro de Maranguape II, no município do Paulista, região Metropolitana do Recife. “O lugar onde vivo se transformou em uma casa de alvenaria graças ao programa Minha Casa, Minha Vida. Se eu não tivesse uma residência própria este ano, pode ter certeza de que eu estaria sem ter onde morar”, frisa.

Apesar das dificuldades que marcam sua trajetória, Conceição relata que nunca havia experienciado um período tão longo sem trabalho como o da pandemia do novo coronavírus. “Sempre me dei bem com as pessoas, por isso acabava conseguindo algo. Com a pandemia, perdi todas as minhas diárias, porque as patroas não podem mais pagar ou não querem a gente indo para a casa delas, com medo de se contaminarem com esse coronavírus. Elas mesmas estão fazendo as tarefas da casa”, comenta.

Informalidade

Diante do cenário de incertezas complexificado pela pandemia da Covid-19, Conceição conta que sonha em sair da informalidade. “Também não quero trabalhar mais para ninguém. Minha ideia é juntar dinheiro, abrir um comércio e ser minha própria patroa e empregada, já sofri muito. Daqui a pouco chegam meus netos e quero poder finalmente trazer meus filhos para perto”, desabafa.

De acordo com o artigo 1º da Lei Complementar 150 de 2015, é considerado empregado doméstico o trabalhador que "presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana”. A legislação, portanto, trata como diaristas os trabalhadores que comparecerem até duas vezes por semana no local de trabalho, só havendo vínculo empregatício para o funcionário e obrigação trabalhista para o empregador quando a periodicidade semanal é igual ou maior do que três dias.

Sem vínculo, por vezes, as diaristas acabam entre os 75% de trabalhadores domésticos que figuram em situação de informalidade, conforme aponta o Estudo 96 de 15/07/2020 divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), intitulado “Quem cuida das cuidadoras: trabalho doméstico remunerado em tempos de coronavírus”. Este grupo representa 6.230.000 trabalhadores ocupados, cujo perfil é de extrema vulnerabilidade social.

Foram os informais, aliás, os trabalhadores domésticos que mais sentiram o impacto da pandemia da covid-19. De acordo com a PNAD Contínua do IBGE do 2o trimestre (abril, maio e junho), no Brasil, o número de trabalhadores domésticos formais que ficaram desempregados foi de 1,64 milhão (27,47%), enquanto 4, 33 milhões de  informais, o equivalente a 72,53% da categoria, perderam postos de trabalho. Para se ter uma ideia, no período correspondente de 2019, perderam postos de trabalho  58 mil (28,16%) domésticos formais, assim como 148 mil informais (71,84%). “O segundo trimestre de 2020 representa o auge da pandemia. Por medo de ser contaminado, a primeira coisa que o empregador faz é liberar a diarista, com quem não possui vínculo. Assim, a maioria delas, que tinha duas diárias com uma determinada família, ficou sem renda”, comenta Mário Avelino, fundador e presidente da empresa Doméstica Legal e da ONG Doméstica Legal.

Avelino espera, contudo, que 2021 seja um ano de recuperação para as domésticas. “As demissões começarão a ser estancadas e voltarão as admissões, principalmente para as diaristas, que devem voltar a ter diárias”, projeta. Até lá, o empresário promete cobrar a a aprovação de projetos de lei que considera fundamentais para a formalização da categoria. O primeiro deles, é o PL 8.681, apresentado pelo deputado federal André Figueiredo (PDT-CE) em 2017. “O texto propõe a criação do Programa de Regularização Previdenciária do Empregador Doméstico, que é um refinanciamento da dívida do INSS do empregador doméstico em até 120 meses, com isenção total da multa por atraso e redução de 60% dos juros de mora por atraso. Se esse projeto for aprovado, poderemos estimular que metade das informais seja regularizada”, comenta.

No senado, Avelino também acompanha o PL 1.766, de 2019, de autoria do senador José Reguffe (Podemos-RJ), que sugere a “prorrogação por mais cinco anos da possibilidade de deduzir do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) a contribuição patronal paga à Previdência Social pelo empregador doméstico”. “Quanto mais a gente diminuir o custo de quem emprega, mais formalidade  e maior o estímulo à retenção de emprego”, opina.

*Nome fictício

Fotos: Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Na próxima quinta-feira (31), o LeiaJá trará mais uma reportagem da série. O trabalho revelará denúncias de exploração feitas pelas trabalhadoras.

 

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