Tópicos | X Janela Internacional de Cinema do Recife

O X Janela Internacional de Cinema do Recife, festival consagrado como um dos maiores do país, apresenta ao todo 123 filmes. Entre eles, curtas e longas metragens, além da exibição de vários clássicos do Cinema. O evento que começou na sexta feira passada (03) e se estende até o próximo domingo (12), foi espaço para presença de figuras importantes do cinema nacional e, trouxe para aos cinéfilos inúmeras produção de qualidade. Com intenso número de público na maioria das sessões, foi notável a crescente importância da arte no Recife. 

Nesta edição, o Estreiajá traz tudo que acompanhou nesses quase dez dias de festival, nas telonas do Cinema São Luiz e no Cinema da Fundação, além de bater um papo com os cineastas Kleber Mendonça Filho e Fernando Weller. 

O EstreiaJá é apresentado pelo jornalista e crítico de cinema Rodrigo Rigaud e é publicado semanalmente no LeiaJa.com. 

Confira: 

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A décima edição do festival Janela Internacional de Cinema do Recife trouxe como mote o protagonismo feminino no cinema. Sob o tema Heroínas, o festival buscou trazer à luz as diferentes formas de olhar das mulheres cineastas. A edição de 2017 começou nesta sexta (3), com uma produção da argentina Lucrécia Martel, Zama.

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A diretora argentina esteve presente na abertura do X Janela e falou acerca da discussão que esta edição fomenta: "Não sei como fazer para incentivar as mulheres a se expressarem pelo cinema. Mas o cinema é ideal para as mulheres porque é muito generoso". E acrescentou: "Creio que a única maneira de haver mais participação das mulheres nos festivais seja na curadoria, e não obrigando a passar filmes de diretoras. As mulheres têm outro olhar que podem reconhecer coisas valiosas que às vezes os homens não dão valor". Ela também falou sobre cineastas que admira como as conterrâneas Maria Alché e Albertina Carri e a italiana Alice Rohrwacher.

Também presente na abertura do X Janela, a atriz brasileira Sônia Braga deu sua opinião sobre a temática: "Eu acho incrível que no século 21 ainda a gente esteja num retrocesso tão grande de lutas super importantes da mulher. É incrível que a gente ainda esteja procurando um lugar para a mulher dentro da sociedade. É constrangedor pro ser humano ter que pensar que vamos ter que reconquistar tudo outra vez. Eu não admito isso". Sônia ainda disse achar a sociedade atual muito apática a respeito de questões mais urgentes: "É grave que uma mulher tenha sido atacada mas mais grave ainda é que ela não queira se defrontar com seu agressor. Eu não tenho medo da luta e eu acho que a gente vai ter que se manifestar mais."

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Nesta sexta (3), o Cinema São Luiz recebeu o público para a abertura do X Janela Internacional de Cinema do Recife. Com o tema 'Heroínas', focando no protagonismo feminino no cinema, o festival traz uma maratona de 120 filmes, de 50 nacionalidades diferentes, a tradicional mostra de clássicos, atividades formativas e palestras. A programação se divide entre o São Luiz e o Cinema do Museu da Fundação Joaquim Nabuco e segue até o dia 12 de novembro.

O filme de abertura, Zama, da diretora argentina Lucrécia Martel, só seria exibido às 21h. mas, a sessão das 18h15, marcou público recorde de aproximadamente 800 pessoas, segundo o realizador do festival, Kléber Mendonça, com o longa italiano Me chame pelo seu nome, do diretor Luca Guadagnino. A atriz Sônia Braga, acompanhou a projeção e se disse encantada: "É um filme muito lindo, bem feito, os atores são incrivelmente lindos. Dá um prazer ver um filme assim." Também presente para prestigiar a abertura do festival, Lucrécia Martel se disse honrada pelo convite: "É uma honra enorme vir para um festival numa terra onde há tanta gente fazendo cinema".

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Kléber Mendonça, um dos realizadores do festival destacou alguns pontos da programação desta edição: "Temos o tema 'Heroínas', uma competição super forte, um grupo de filmes brasileiros de terror". Mendonça lamentou estar com o festival "imprensado", pela falta da sala de exibição do Cinema da Fundação no Derby: "Temos só duas salas, o São Luiz e o Cinema do Museu. O ideal para o Janela seria cerca de cinco salas de exibição". Ele também relembrou a primeira edição do evento, no saudoso Teatro do Parque, fechado para reformas há sete anos: "Fico pensando como será incrível quando estiver aberto para fazer uma dobradinha com o São Luiz." Para os próximos dias do janela, Kleber espera repetir o sucesso da abertura nesta sexta: "Acho que o público já entendeu o que a gente tenta fazer no Janela."

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Há cerca de dois anos, o Cinema São Luiz, tradicional sala de exibição na cidade do Recife, ganhou um maquinário moderno, todo digital. Mas, o que, a princípio, pareceu ser um avanço para o São Luiz, acaba por deixar muitos cinéfilos a ver navios, vez ou outra. O próprio festival Janela Internacional de Cinema, aberto nesta sexta (3), quase foi impedido de acontecer no célebre cinema por conta de problemas no projetor. A equipe teve de correr e somente na última quarta (1°), a máquina foi consertada.

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Projecionista há dois anos, funcionário do São Luiz há sete, Arthur Abdon explica como funciona o projetor: "A gente tem imagem em 2k e 4k, digital, imagem 3D e som digitalizado em 7.1, que é o sistema de surround". Arthur conta que algumas placas da máquina, eventualmente, quebram, e seu conserto, além de caro, é dificultado pela falta de assistência especializada no Recife. "Quando tem esse problema, o maquinário não funciona de jeito nenhum e temos que correr pro sul ou para São Paulo para resolver".

Para a realização da décima edição do Janela, a equipe do festival contou com a colaboração da Fundarpe para a solução de mais um defeito no projetor. O técnico da equipe Alexandre Barros só conseguiu reverter a situação dois dias antes da abertura do evento. O realizador do festival, Kleber Mendonça falou sobre o imprevisto: "Até quarta a gente estava com medo de não ter projetor pro Janela". E fez um desabafo sobre o cinema que abriga o evento: "O São Luiz é um grande desafio para a sua equipe, para a Fundarpe e todos que trabalham com cultura, para mantê-lo vivo. Essa equipe milagrosa daqui faz um excelente trabalho mas a gente precisa de mais estrutura. Esse problema foi um bom alerta para que o governo tenha uma estrutura melhor pro São Luiz funcionar". Em tempo, a última exibição do X Janela Internacional de Cinema do recife será no antigo maquinário, em película. 

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A mostra L.A. Rebellion: Um Novo Cinema Negro integra a programação do festival Janela Internacional de Cinema do Recife, que acontece entre os dias 3 e 12 de novembro no Cinema São Luiz, área central da cidade, e Cinema da Fundação Joaquim Nabuco, em Casa Forte, Zona Norte do Recife.

Ao todo, são 16 filmes produzidos pelo L.A. Rebellion, como é conhecido o grupo de realizadoras e realizadores negros da Escola de Cinema da Universidade da Califónia (UCLA), em Los Angeles, entre as décadas de 70 e 80. Além da exibição das produções, o festival vai promover debates sobre o cinema realizado por negros no L.A. Rebellion e no Brasil. Confira a lista de filmes da mostra:

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Longas

As above, so below / Assim na terra como no céu (Larry Clark, 1973, 52', 16mm)

Ashes and embers / Cinzas e brasas (Haile Gerima, 1982, 129', DCP)

Bush Mama (Haile Gerima, 1979, 97', 16mm)

Daughters of the dust / Filhas do pó (Julie Dash, 1993, 113', DCP)

Killer of sheep / O matador de ovelhas (Charles Burnett, 1978, 83', DCP)

My brother's wedding / O casamento do meu irmão (Charles Burnett, 115', 1983, DCP)

Passing through / Dando um rolê (Larry Clark, 1977, 105', DCP)

Curtas

Child of Resistance / Filha da resistência (Haile Gerima, 1972, 36', 16mm)

Cycles / Ciclos (Zeinabu irene Davis, 1989, 17', Digibeta)

Diary of an African Nun / Diário de uma freira africana (Julie Dash, 1977, 15', Digibeta)

Illusions / Ilusões (Julie Dash, 1982, 36', DCP)

Medea / Medeia (Ben Caldwell, 1974, 7', Digibeta)

Rain / Chuva (Melvonna Ballenger, 1978, 15', Digibeta)

Several Friends / Um bocado de amigos (Charles Burnett, 1969, 22', DCP)

The Horse / O cavalo (Charles Burnett, 1973, 14', DCP)

Ujamii Uhuru Schule / Community Freedom School / Escola da Liberdade da Comunidade (Don Amis, 1974, 9', Digibeta)

Serviço

Mostra LA Rebellion no X Janela Internacional de Cinema do Recife

Sexta (3) a Domingo (12) |

Cinema São Luiz (Rua da Aurora, 175 - Boa Vista, Recife)

Cinema da Fundação Joaquim Nabuco ( Rua Henrique Dias, 609, Recife)

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