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Às 18h da última sexta-feira (3), o detento Eduardo Pereira Canha Júnior, de 32 anos, foi morto a tiros na Penitenciária Professor Barreto Campelo, localizada na Ilha de Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife. De acordo com o  Sindicato dos Policiais Penais de Pernambuco (Sinpolpen-PE), ele teria sido morto por outros presos. 

Segundo a Polícia Civil, o detento chegou a ser socorrido para um hospital, mas não resistiu aos ferimentos. A corporação disse ainda que tomou as medidas cabíveis e que "as investigações seguem até a elucidação dos fatos.

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Por meio de nota, o Sinpolpen-PE disse que a morte se deve, principalmente, ao baixo efetivo de Policiais Penais no Estado. "Atualmente , uma unidade Prisional como a Penitenciária Professor Barreto Campelo tem em media  7 ( sete) policiais Penais por plantão para 1.140 presos, ou seja, cerca de 162 ( cento e sessenta e dois) presos para cada 1( um)  Policial Penal na unidade Prisional. Existem unidades com 3 (três) Policiais Penais por plantão", diz o texto. 

O posicionamento lembra ainda que a resolução número 09 do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, de 3 de setembro de 2009, estabelece que a proporção seja de cinco presos para cada policial penal. "Além disso, cerca de 70% ( setenta por cento) das guaritas externas feitas sua guarda por Policiais militares e estão desocupadas ou desativadas por falta de efetivo. Então, a guarda interna feita por Policiais Penais estão com déficit de mais de 2500 ( dois mil e quinhentos) Policiais Penais para assegurar inúmeras atividades como revistas a visitantes e presos", acrescenta a nota.

Dados do sindicato também dão conta de que, nos finais de semana, as unidades prisionais do estado chegam a ter 30 mil visitantes, que precisam passar por revista obrigatória, sobrecarregando a categoria. "Atualmente tem cerca de 1.468 (hum mil e quatrocentos e sessenta e oito) Policiais Penais para 23 ( vinte e três) unidades prisionais e 44 ( quarenta e quatro) cadeias públicas, os Policiais Penais  trabalham em escala por 24 x 72 horas, e além disso realizam horas extras para tentar amenizar a falta de efetivo, porém é insuficiente", completa o posicionamento.

Uma série de omissões do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e a lentidão de resposta da pasta ao avanço da covid no Amazonas contribuíram para o colapso hospitalar em Manaus, no início deste ano. A acusação consta em ação de improbidade do Ministério Público Federal contra Pazuello e o secretário estadual de Saúde do Amazonas Marcellus Campelo. Segundo os procuradores, a demora do Ministério da Saúde em acompanhar de perto o agravamento da pandemia no Estado e a falta de planejamento para uma possível crise culminaram no cenário de caos presenciado no início do ano na capital amazonense.

Investigação da Procuradoria apontou que o Ministério da Saúde tinha ciência desde o início de dezembro da situação 'alarmante' do Amazonas, que registrava aumento do número de casos e mortes por covid. No dia 28 daquele mês, o agravamento da crise no Estado foi pauta de reunião entre Pazuello e seus secretários, mas, apesar disso, o ex-ministro somente despachou uma comitiva ao Estado na semana seguinte. Para os procuradores, a lentidão de Pazuello ignorou ofício da própria pasta sobre o risco das hospitalizações dobrarem em apenas sete dias e deixou para 'momento posterior' a adoção de medidas incisivas para prevenção da crise que se formava. "A espera por esse tempo não é compatível com o senso de urgência que, na maior pandemia do último século, deve orientar a atuação do Ministro da Saúde - o próprio documento do Ministério da Saúde, acima citado, demonstra que, em uma semana, o número de hospitalizações pode dobrar", anotou o MPF.

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A Procuradoria diz ainda que nem mesmo ofício do Secretário de Saúde do Amazonas informando Pazuello ainda em dezembro sobre a necessidade do envio da Força Nacional do SUS para auxiliar o monitoramento da pandemia no Estado tornou mais célere a atuação do então ministro da Saúde.

"O ex-Ministro EDUARDO PAZUELLO, portanto, omitiu-se em adotar de modo célere, no âmbito de suas competências, medidas para diagnosticar a situação da pandemia no Amazonas ainda em dezembro de 2020 e para minorar a nova onda de disseminação de covid-19 no estado. Esse atraso retardou a avaliação da situação e adoção de medidas para preparar o sistema de saúde no Amazonas para o novo pico, especialmente com a instalação de novos leitos clínicos e de UTI com os insumos necessários", apontou o MPF. "Em outros termos, a demora do ex-Ministro em enviar a comitiva ao Amazonas, apesar de todas as evidências de iminente colapso, diminuiu em uma semana o tempo de resposta à pandemia, ampliando o risco sanitário ao qual a população amazonense estava submetida".

Os procuradores apontam ainda que as autoridades federais e estaduais sabiam que Manaus enfrentava um aumento vertiginoso de casos e óbitos por covid e que se tornava imprescindível a realização de ações para evitar um iminente colapso hospitalar, incluindo a possibilidade de desabastecimento de oxigênio. Apesar da comitiva do Ministério da Saúde ter visitado Manaus dias antes do colapso, nenhuma medida foi adotada a tempo.

"Todavia, o Ministro EDUARDO PAZUELLO, o Secretário HÉLIO ANGOTTI NETO, o Secretário LUIZ OTÁVIO FRANCO DUARTE e a Secretária MAYRA PINHEIRO, mesmo após a ida de comitiva a Manaus em 3 de janeiro de 2021, omitiram-se em tomar as providências administrativas para verificar se havia o devido dimensionamento do consumo e da demanda futura de oxigênio medicinal no estado. Não tendo tomado essa providência básica, deixaram de promover a adequada orientação técnica dos servidores estaduais e não articularam com as empresas produtoras do insumo o fornecimento emergencial de maior volume", apontou o MPF.

Os procuradores frisaram que somente após uma 'viagem de reconhecimento' entre os dias 7 e 8 de janeiro, que Pazuello e o secretário de Saúde do Amazonas constataram os 'graves problemas de abastecimento' de oxigênio. A descoberta, porém, não veio de iniciativa própria das autoridades e sim por alerta da White Martins.

"Ou seja, não houve propriamente falta do produto, mas omissão dos requeridos acima citados em promover e monitorar o dimensionamento da demanda para o futuro próximo e de traçar estratégia para viabilizar e coordenar, tempestivamente, o transporte do insumo em volume suficiente de outros estados", apontou.

Pazuello deixou o Ministério da Saúde em março após ser pressionado pela explosão de mortes e internações por covid-19 e a demora da campanha de vacinação. Na ocasião, o então ministro da Saúde também era investigado em um inquérito perante o Supremo Tribunal Federal por sua responsabilidade na crise do sistema de saúde, especialmente em Manaus. Sem foro privilegiado, o caso passou a primeira instância.

Pressionado pela explosão de mortes e internações por covid-19 e frustrações na campanha de vacinação, o presidente decidiu trocar o comando da pasta ocupada por Eduardo Pazuello. Políticos que participam das conversas com o Planalto dizem que o general se inviabilizou como ministro. A questão é saber quem assumirá o posto.

O avanço de 0,6% na confiança da indústria sinalizado na prévia de julho em relação ao mês anterior ainda não é sinal de uma retomada firme, ponderou o economista Aloisio Campelo, superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da Fundação Getulio Vargas (FGV). Segundo ele, o resultado é mais uma "declaração de otimismo" vinda de alguns setores industriais. Há, porém, uma nova piora no ambiente político, e essas incertezas podem afetar os indicadores de confiança.

"O resultado ainda é muito discreto para ser comemorado. Ainda não houve uma virada na rota negativa da confiança", afirmou Campelo. Em junho, a confiança cedeu 4,9% em relação ao mês anterior, atingindo o menor nível da série histórica, iniciada em abril de 1995.

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A avaliação sobre o momento atual continua ruim. Segundo, o superintendente, as empresas ainda avaliam o momento atual como negativo, diante dos estoques elevados e da demanda fraca. Neste caso, a "calibragem" na confiança foi puxada pelas expectativas, com melhoras tímidas nos três indicadores: previsão de produção, de emprego e tendência dos negócios.

"Mas todos eles ainda retratam pessimismo. Ainda tem mais gente achando que o ambiente de negócios vai piorar e que vão demitir mais", afirmou Campelo. "Além disso, o fator político voltou a piorar e é incerteza no momento. A questão ainda não está resolvida e pode afetar", acrescentou.

Mesmo que a confiança entre, a partir de agora, em uma trajetória favorável, ainda levará um tempo até que os indicadores de produção voltem a dar sinais positivos, segundo o superintendente. "Essa tendência tem de ser confirmada nos próximos meses. Talvez o pior trimestre do ano tenha sido o segundo, mas até o fim de 2015 acho difícil ter uma melhora expressiva (na confiança)", disse.

Além disso, a melhora por enquanto ocorre apenas nos bens de consumo duráveis e semi e não duráveis. A percepção é de que pode haver alguma melhora na demanda nos próximos meses. O otimismo, porém, não se verifica nos bens de capital, nos bens intermediários e na indústria de materiais de construção.

A queda no Índice de Confiança da Indústria (ICI), apurada na prévia da Sondagem da Indústria, foi influenciada pelos setores de bens duráveis e de bens de capital, segundo o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da FGV, Aloísio Campelo. A pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 21, revelou que em agosto o ICI caiu 0,7% em relação a julho. Na pontuação, ficou com 98,9, abaixo da média história de 103,8 pontos. "Os setores que influenciaram para baixo são os que refletem o consumo e o investimento. Ambos são voláteis e sujeitos a influências de incertezas, como a taxa de juros", afirmou o economista.

Segundo Campelo, o segmento de bens intermediários indica estabilidade e o de bens não duráveis apresentou pequena alta. Para o economista, os resultados indicam também que a indústria não recuperou as perdas dos últimos meses em que houve manifestações populares em diversas cidades do País.

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Campello afirma que o País vinha com um "estoque alto" de confiança, em função dos resultados em 2010, que vem se diluindo "além da real situação da indústria".

"A perda de confiança vai além da questão puramente econômica. Há uma sensação de desapontamento com o crescimento da economia. Como o País saiu bem da crise, isso gerou uma confiança acima do que o resultado da economia demonstrava", avalia Campelo.

O economista avalia também não haver sinalização de que a desvalorização cambial traga esperança para o setor. Segundo ele, está claro que o dólar vai se estabilizar acima de R$ 2,30, o que geraria um efeito positivo, mas que ainda não está sendo sentido neste momento.

Para o economista, o cenário é de expectativas favoráveis para os próximos meses, sobretudo para empresas voltadas para o exterior. "Teríamos um mercado interno com desaceleração e externo com aceleração, mas com produtos nacionais mais competitivos. Empresas voltadas para o exterior terminam se beneficiando, mas isso demora um pouco".

Há uma "expectativa de diminuição efetiva da demanda", em função principalmente da piora no cenário econômico interno, com o endividamento das famílias e a alta das taxas de juros, na avaliação de Campelo. A redução, entretanto, não afeta o desempenho positivo da indústria neste ano, segundo o economista.

"Há fatores pontuais, como por exemplo, a compra e geração de estoque maior, que pode gerar uma situação de ajuste do nível de capacidade", comentou. Segundo o economista, a queda no Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) (de 84,4% para 83,9%) também pode estar relacionada ao aumento dos investimentos da indústria no início do ano. "A indústria comprou máquinas e equipamentos, então a capacidade produtiva aumentou", acrescenta. A queda no (Nuci) atinge principalmente os setores de bens de capital e de bens duráveis.

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