A Faculdade de Direito do Recife, localizada no centro da cidade, foi palco de um ato na noite desta quarta-feira (11). Estudantes pediram atenção da reitoria da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) para a falta de acessibilidade na instituição de ensino, fato que prejudica a mobilidade de deficientes físicos e portadores de necessidades especiais.
Liderados pelo Diretório Acadêmico do curso de direito, os alunos mostraram as instalações da Faculdade à nossa reportagem. No local, só existe uma rampa que apenas dá acesso ao térreo do prédio. Os outros pontos têm escadas. A biblioteca e o salão nobre do estabelecimento, por exemplo, não podem ser acessados por um cadeirante, ao menos que ele seja transportado.
De acordo com o presidente do Diretório, Gustavo Cardoso, o ato busca melhorias não só para os próprios estudantes, mas também para populares, que por direito podem entrar na Faculdade para visitas. “É um ato pela emancipação dos deficientes físicos. Por lei, todo o espaço público deve oferecer pontos acessíveis para a sociedade. As promessas de Reitoria da UFPE em melhorar o prédio não foram cumpridas”, disse Cardoso.
Segundo o estudante, no início do segundo semestre letivo deste ano, representantes da universidade ouviram as reivindicações dos alunos, porém, até o momento, respostas não foram dadas. Cardoso também denunciou que existe um espaço para a construção de um elevador, mas, o local não sofre intervenções há mais de uma década.
A própria diretora da Faculdade de Direito, Fabíola Albuquerque, confirmou os problemas de acessibilidade no prédio. Entretanto, por não fazer parte das tarefas da diretoria, ela deixou claro que apenas a reitoria da UFPE pode realizar obras. “Acho que este é um pleito justo. É um problema que não é de hoje. As intervenções são difíceis e existe muita burocracia”, reclamou Fabíola. A diretora recebeu um protocolo de intenções dos estudantes e agora levará o documento para representantes da reitoria.
Durante o ato, estudantes sem problemas físicos sentiram na pele como pessoas com mobilidade reduzida sofrem para se locomover no prédio. Eles se sentaram em cadeiras de rodas e perceberam os limites impostos pelo espaço físico. A universitária Joana Turton, de 21 anos, que é deficiente física, escreveu uma carta para a Reitoria sobre as dificuldades enfrentadas por ela. “Eu sinto muita dificuldade em andar pela Faculdade. Um dos principais problemas é a falta de estrutura do prédio”, declarou.