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O mês de setembro reserva espaço para um debate mais amplo, entre educadores, psicólogos e pedagogos, sobre como incluir pessoas com necessidades especiais nos ambientes educacionais com efetividade. Através da Semana da Educação Especial estes profissionais revisam os programas existentes, as políticas, cartilhas de orientação local e reacendem a dicotomia da inclusão versus integração. Um dos maiores desafios do ensino e aprendizagem de pessoas com deficiência (PCD) no Brasil ainda é fazer a teoria encaixar com a prática. Na realidade, os recursos não são suficientes e nem os mesmos para todos os espaços da educação, o que dificulta o trabalho do professor e a coexistência das necessidades de crianças PCD e crianças neurotípicas.

Apesar de crianças com necessidades especiais terem sido incluídas nos últimos dois decênios de formulação do Plano Nacional de Educação (PNE), foi somente em junho de 2014 que o programa estabeleceu a “Meta 4”, que diz respeito à inclusão, no ensino regular, de crianças e adolescentes com deficiência e/ou transtornos que afetam o aprendizado. O PNE parte de diretrizes que visam uma educação mais igualitária e de qualidade e, para tanto, estabelece 20 metas e estratégias para o ensino no país em todos os níveis (infantil, básico e superior). As metas são válidas para os 10 próximos anos de estratégias das políticas de educação para o Brasil.

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A versão que instituiu a Meta 4 — em vigor — só é um pouco mais nova que o Estatuto das Pessoas com Deficiência (EPD), funcionando desde o dia 3 de janeiro de 2016, e chamada de Lei Brasileira de Inclusão, instituída através da lei nº. 13.146 no dia 6 de julho de 2015.

Para tratar da prática e do avanço dessas metas, as cúpulas da educação se reúnem na Semana da Educação Especial, bem como para celebrar as conquistas já obtidas, é o que acredita a psicóloga especializada na adaptação de crianças e adolescentes, Giedra Marinho, entrevistada nesta matéria.

“A gente gosta de dizer que essa semana da Educação Especial é um espaço para dar maior visibilidade a essas pessoas, para quebrar vários mitos em relação às pessoas que possuem deficiências ou distúrbios intelectuais, e que muitas vezes são confundidas com pessoas incapazes. Elas não são incapazes, são limitadas, há questões que elas não lidam da mesma forma que uma pessoa neurotípica, uma pessoa com função cognitiva considerada normal. A semana serve também para a manutenção dos espaços que foram conquistados, presentes nas escolas, com salas de recursos multifuncionais, cujo espaço é adequado e preparado pras crianças e adolescentes que apresentam necessidades educativas especiais”, elucida Marinho.

O Programa Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais auxilia na oferta do Atendimento Educacional Especializado (AEE), prestado de forma complementar ou suplementar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades/superdotação matriculados em classes comuns do ensino regular, assegurando-lhes condições de acesso, participação e aprendizagem, e é regulamentado pelo MEC.

Esses programas são a perspectiva teórica e possuem peso histórico para o Brasil, que somente dentro das suas últimas duas décadas desenvolvem políticas contextualizadas para essa comunidade. No âmbito prático, que é onde vivem os educadores, pedagogos e psicólogos, o campo ganha maior profundidade. Confira abaixo a colaboração da profissional entrevistada pelo LeiaJá.

— Giedra Marinho, psicóloga especialista em Infância e Adolescência e mestre em Educação para o Ensino e Saúde (UNICAP/FPS/IMIP)

LJ: No que pode acarretar uma escola/ambiente educacional mal preparado para incluir pessoas com deficiência, motora ou intelectual, ou transtornos no geral? Há disparidade na aprendizagem de crianças bem acolhidas e mal acolhidas, ou essa questão é particular?

GM: As escolas, particulares ou públicas, deveriam ter um espaço que a gente chama de salas de recursos multifuncionais, que são espaços para contemplar e acolher todas as crianças e adolescentes que têm alguma questão de déficit intelectual ou cognitivo, ou que tem uma questão de síndromes, transtornos, distúrbios e outras dificuldades de aprendizagem. Então é um espaço que deveria ser sempre ocupado com um profissional da educação especial — professor, pedagogo — e que faça especialização em educação especial. Nas escolas que não têm esse espaço, o que que acontece? As crianças ficam nas salas regulares, comuns, e quando não tem assistência dentro da sala, o que agrava a situação, os professores têm que dar conta das crianças neurotípicas, que não tem nenhum tipo de problema, também das crianças com algum problema e atraso. Muitos professores reivindicam que é complicado para eles dar assistência aos dois tipos de criança. Então com certeza haverá déficit, haverá perdas, tanto para as crianças neurotípicas, porque dividirão o espaço e a atenção do professor, e com as crianças que precisam de mais atenção, que deveriam estar numa sala adequada, com o profissional adequado. O professor tem que se dividir, então há perdas para todos quando não há um espaço adequado, quando não há um profissional adequado na escola e nem dentro da sala de aula para prestar assistência.

LJ: Só a inclusão é suficiente ou é preciso integração?

GM: A inclusão só não é suficiente. Não adianta só incluir, não adianta jogar na escola, jogar na sala de aula, sem que se tenha uma integração completa da tríade família, escola e aluno. E essa integração tem que ser feita contemplando todas as necessidades que essa criança possui. Tem que ter o material adequado, tem que ter o profissional adequado, uma sala adequada; quando não tem isso, há perdas para todos, não só com as crianças com necessidades educativas especiais. É preciso falar em integração total, cooperação.

LJ: O Plano Nacional de Educação atual é bem atendido no tocante à inclusão?

GM: O Plano Nacional de Educação atual não é bem atendido quando envolve a inclusão. São muitos gaps, muitas falhas. A teoria é totalmente diferente da prática. Existe, dentro das políticas públicas da pessoa com deficiência, toda uma orientação; de fato, a gente tem um manual, uma cartilha que é oferecida às escolas de implementação dessas salas de recursos multifuncionais. Na teoria é tudo muito bonito, mas na prática a gente vê que não adianta. Na prática são feitos muitos arranjos: “a gente não tem esse material”,  “a gente faz com esse aqui”, e não é o mais adequado. A gente tem também que adequar a questão da regionalização. Não se pode ter uma única política para todo o país, porque a gente tem que adequar as necessidades culturais, econômicas, sociais de cada região.

LJ: Quais as principais dificuldades de inclusão no país?

GM: As principais dificuldades de inclusão no país têm um só nome: preconceito, que é exatamente o conceito que a gente adquire antes de conhecer. As pessoas têm muito preconceito: “não vou colocar meu filho numa escola que tem uma criança retardada”, “que tem uma criança mongolóide”, que é como antigamente chamavam as crianças com síndrome de Down. Muita gente não sabe nem a origem desse nome "mongolóide", que vem da etnia mongol, um povo que tinha olho puxado e em grande parte, apresentava um certo retardo mental. Daí é que vem esse termo pejorativo de chamar as crianças com síndrome de Down, porque elas também têm o olho puxado, de mongolóide. O preconceito é a base para uma das principais dificuldades dessa integração das crianças com necessidades educativas especiais nas escolas. Existem escolas aqui em Recife que têm salas de aula nas quais crianças com necessidades educativas especiais participam junto às crianças neurotípicas; têm salas que são só essencialmente para essas crianças especiais. Os pais escolhem e eu acho que isso é uma possibilidade para a gente tentar melhorar essa questão. Ou ela (a PCD) fica integrada numa sala com alunos regulares ou ela participa de uma sala com a maior parte das crianças com problemas parecidos com os dela. Acho que isso ainda é uma coisa pra ser discutida, uma pauta que não é totalmente amadurecida

LJ: A criança deve se adaptar à escola ou ao contrário?

GM: Esse movimento tem que ser de mão dupla: tanto a escola tem que se adaptar às necessidades da criança, quanto a criança deve se adaptar a esse colégio. As duas coisas têm que acontecer simultaneamente, não podem acontecer sozinhas. Para que se consiga atingir os fins educativos, os dois devem buscar a adequação.

LJ: Quais os preconceitos referentes às pessoas com deficiência que ainda precisam ser urgentemente combatidos?

GM: Os preconceitos são de que as crianças são incapazes, que elas têm um déficit cognitivo e retardo grandes, que fazem com que elas não consigam fazer nada, mas isso não é verdade. Elas têm limitações e podem alcançar objetivos que podem ser traçados individualmente, através de um plano de objetivos de aprendizagem para cada criança. Já escutei pais falando que não querem suas crianças perto de crianças com necessidades especiais porque seus filhos podem pegar a “doença”, como se fosse algo que se pega pelo contato. Por exemplo, crianças que têm paralisia cerebral, que é uma alteração neurológica na hora do parto, pelo fato de oxigênio no cérebro da criança. E aí essa criança nasce com uma condição, às vezes bem severa, a tetraparesia, a hemiparesia, que vai prejudicar principalmente a parte motora dela.

Às vezes a parte cognitiva é preservada e algumas dessas crianças apresentam uma espasticidade muscular, uma rigidez muscular e alguns apresentam saliva em excesso. Muitas vezes essa baba ou saliva tem um cheirinho que é desagradável, e muitas mães sentem nojo, não querem que seus filhos encostem na saliva dessa criança porque acham que elas vão pegar (uma doença). Então existe esse mito de que seu filho que é neurotípico e não tem nenhum problema, vai pegar alguma dessas questões com a criança, ou de que essas crianças vão atrapalhar o desenvolvimento do seu filho. Muitas famílias pensam que o professor, por dar assistência a essas crianças que demandam muita atenção, poderão prejudicar seus filhos ou que suas crianças receberão menos atenção. Por isso é preciso lutar para que todo professor que tenha dentro de suas salas de aula crianças e adolescentes com necessidades alternativas, tenha acompanhantes terapêuticos (ATs), para que eles deem suporte aos professores. Mesmo que seja uma criança só, já é suficiente para ter o acompanhante terapêutico.

LJ: Deve haver uma diferença na forma de educar PCD e não-PCD, ou cada aluno deve ser tratado com particularidade independente de um diagnóstico?

GM: Não pode haver o mesmo tratamento, tipo de obrigatoriedade ou mesmo tipo de tarefa para uma criança que tenha necessidades especiais. Porque uma pode escrever e a outra não, uma pode ter dificuldade de pegar no lápis, uma outra tem déficit de atenção e de concentração. Por isso, repito, é importantíssimo ter as salas de recursos multifuncionais, com profissionais adequados. A gente fala da integração da criança à sala de aula com crianças que não têm deficiência, e isso envolve a questão da sociabilidade, da interação emocional, da empatia que essas outras crianças têm com elas, de aprenderem a ser mais tolerantes e pacientes. Mas de fato, elas precisam dessa assistência diferenciada, que pode ser dada por um acompanhante terapêutico dentro da sala de aula, mas deixar a criança com necessidades sozinha e esperar que ela tenha o mesmo desempenho das outras crianças é algo que não vai acontecer. Ela precisa de logística e o professor também, pois o professor não dá conta só.

A Univeritas/UNG recebe inscrições para sessões de equoterapia. O espaço, localizado na Vila Hermínia, em Guarulhos, oferece o método que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar e que busca o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas, a partir de dois anos de idade, com deficiências e/ou necessidades especiais, exceto lesões de luxação de quadril, escoliose acima de 35/40 graus, osteoporose, instabilidade atlanto axial e epilepsia. As sessões terão um custo de R$ 50, valor 50% mais barato em comparação ao preço praticado no mercado. As vagas são limitadas.

Para realizar as sessões, o paciente deverá comparecer no Centro de Equoterapia com o pedido médico e estar apto para iniciar os atendimentos. A equipe multidisciplinar será responsável tanto pela indicação do tratamento, conforme os critérios técnicos do protocolo de equoterapia, quanto pelo acompanhamento da evolução clínica da pessoa. Cada sessão terá duração de 30 minutos, praticados uma vez por semana. O tratamento é por tempo indeterminado e a alta será realizada em conjunto com a equipe.

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De acordo com reitor da Univeritas/UNG, Eloi Lago, a equoterapia visa estimular a integração emocional do paciente, além de servir como instrumento de ensino e aprendizagem de pessoas atendidas nesta modalidade. "O intuito maior é servir a população do entorno, reforçando nossa preocupação com o bem-estar social", explica.

O Centro de Equoterapia da Univeritas/UNG fica localizado na Rua Anthon Philips, 446, Vila Hermínia, Guarulhos - SP.

Um homem foi preso na cidade de Jaraguá, Goiás, acusado de estuprar a própria filha, que é portadora de necessidades especiais, há três anos. Segundo a Polícia Civil do município, o suspeito, que teve o nome preservado, confessou o crime de maneira fria e afirmou que cometia os abusos por acreditar que nunca seria descoberto por conta das condições da filha.

A denuncia do crime é de autoria do Conselho Tutelar do município, chegando ao conhecimento da civil, que informa ter instaurado imediantamente o inquérito policial, obtendo provas contundentes do delito. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Glênio Ricardo, os nomes das partes serão preservados, uma vez que, pelas características do crime, houve a necessidade de decretação de sigilo para o procedimento. Com a confissão do crime, o pai da garota teve a prisão temporária decretada.

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Desde 2016, a Agência Nacional do Cinema (Ancine) determinou que as salas de cinema do país precisam se adequar às pessoas de necessidades especiais, a fim de se tornar mais acessíveis para os 24% dos brasileiros que possuem algum tipo de deficiência, seja ela visual, auditiva, motora ou mental/intelectual. Agora, em 2017, Pernambuco está prestes a receber o primeiro cinema do país que atende às demandas especiais desse público específico. A partir de outubro, o Cinema da Fundação Joaquim Nabuco irá exibir filmes nacionais destinados à pessoas com deficiência sensorial, como parte do projeto Alumiar.

A iniciativa funcionará da seguinte forma: a cada quinze dias o cinema da Fundaj irá exibir filmes que contarão com audiodescrição, língua brasileira de sinais (Libras) e legendas. Os longas serão selecionados a partir de uma curadoria que irá priorizar a qualidade cultural e artística da obra. Assim, em um ano, a ideia é que 20 produções brasileiras se tornem mais acessíveis. Além disso, o Alumiar visa também a realização de seminários e cursos sobre a acessibilidade no cinema, contando com especialistas brasileiros e internacionais.

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A coordenadora de cinema da Fundaj, Ana Farache, explica como será feita a construção do trabalho. “Teremos um trabalho de formiguinha. Vamos atrás desse público junto a associações e escolas, vamos fornecer transporte, ter uma conversa sobre o filme e discutir se a acessibilidade que estamos usando é a que atinge mais pessoas. A intenção é que funcione como um laboratório, onde possamos aprimorar o trabalho”, falou.

Com informações da assessoria

Netse sábado (23), das 8h às 14h, ocorre o Festival Esportivo da Pessoa com Deficiência, na praia de Boa Viagem, nas mediações da Rua Bruno Veloso. Será um dia de atividades esportivas e lúdicas. O evento ocorre no mesmo local onde é desenvolvido o projeto Praia sem Barreiras e tem o objetivo de estimular a inclusão desse segmento à prática de atividades físicas. Adultos e crianças, com ou sem deficiência, podem participar do festival que está inserido na programação da Semana Municipal da Pessoa com Deficiência. A entrada é gratuita.

Paratletas de destaque deverão marcar presença no evento, como a bicampeã paralímpica Suely Guimarães, medalha de ouro no arremesso de disco em Barcelona-1992, Atenas-2004, e bronze em Atlanta-1996; Jenifer Martins, medalha de ouro no Parapan do México em 2011; e Leonardo Amâncio, o “Gigante”, bronze no mundial de Atletismo Paralímpico de Lyon, na França, ano passado. A presença deles tem o objetivo de inspirar os atletas da base, sem concorrer às medalhas e troféus.

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Descoberta durante a prática de atividades físicas escolares, aos 7 anos, Suely acredita que o festival marcará o calendário no estado. “É uma ótima oportunidade não só para disseminar o esporte entre esse público como para revelar atletas. Vamos desenvolver desde atividades físicas para o cotidiano quanto para o esporte de alto rendimento”, afirma a atleta e coordenadora do evento.

Segundo Suely, os portadores de necessidades especiais precisam se conscientizar de que uma atividade física ou esportiva é importante para que mantenham seus corpos e mentes saudáveis para uma melhor qualidade de vida diante das dificuldades.  “A locomoção diária com o uso constante dos braços, por exemplo, é um aspecto que exige maior força do deficiente no dia-a-dia. A partir disso, buscamos a conscientização de que todos precisam fazer atividades físicas, sejam deficientes ou não”, afirma. A paratleta ainda explica que em Recife é cada vez maior o número de pessoas portando necessidades especiais. “Muitas deficiências são resultados de acidentes, principalmente, os de motocicleta. Sabendo dessa realidade, acreditamos que é cada vez mais importante investir nas atividades de inclusão para superar as dificuldades e promover a transformação”, acrescenta Suely.

Entre as modalidades esportivas, o público poderá praticar atletismo, badminton, tênis de mesa, bocha, vôlei, basquete, futebol de areia, chute ao gol e karatê. Também fazem parte da programação atividades como pintura de rosto, jogos de damas, xadrez, dominó, totó e sinuca. Todas modalidades contemplam as pessoas com deficiências auditiva, física, intelectual e visual, tanto no masculino quanto no feminino.

O festival é coordenado pela Secretaria de Esportes e Copa do Mundo do Recife com colaboração da Associação de Apoio à Pessoa Portadora de Deficiência.  

Serviço

Festival Esportivo da Pessoa com Deficiência

Quando: Sábado (23), das 8h às 14h

Onde: Praia de Boa Viagem, nas imediações da rua Bruno Veloso, mesmo local onde acontecem as atividades do projeto Praia Sem Barreiras

Entrada gratuita 

Nesta sexta-feira (21), é celebrado o Dia Internacional da Síndrome de Down, uma condição genética, que ainda é cercada por muitos tabus e falta de informação. Para desmistificar o assunto, a equipe de reportagem do Portal LeiaJá visitou a Associação de Pais e Amigos de Pessoas com Síndrome de Down (Aspad) e traz algumas histórias inspiradoras.

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 “Não existe diferença nenhuma entre meu filho e qualquer outro adolescente”

A dona de casa Cláudia Santos da Silva e mãe de Nélio, de 16 anos, explicou como foi descobrir que seu filho tinha Síndrome de Down. “Não sabia muito bem o que esperar. Sempre achei que meu filho iria vir com algum tipo de problema, pois sou casada com meu primo e os antigos falam que primo que casa com primo, tem filho doente. Assim que ele nasceu, o médico falou logo que ele era especial”, afirmou. 

Segundo Cláudia, a fase mais difícil foi a de quando Nélio era um bebê. “Os três primeiros meses de vida, foram os mais difíceis. Ele precisou fazer uma cirurgia no coração, por conta de um ‘sopro’ que ele teve. É uma coisa comum para os Downs, ter uma condição cardíaca, mas em muitos casos, basta uma cirurgia para corrigir e depois ele vive muito bem”.

De acordo com a mãe, não existe diferenças entre seu filho e qualquer outro adolescente que não tenha a síndrome. “Ele é muito comunicativo, brincalhão, sabe conviver bem em sociedade, se dá bem com todo mundo. A única diferença é que Nélio tem algumas limitações intelectuais, mas que não atrapalham na convivência dele com outras pessoas”.  

“Foi a melhor coisa que já aconteceu na minha vida”

Giovane Araújo afirmou que seu maior medo é como será a vida do filho, após sua morte. “A gente não fica aqui a vida toda. Sempre fui precavido e tenho um pé atrás com tudo. Quando chegar a minha hora e da minha mulher, já selecionei algumas pessoas, cinco na verdade, que vão cuidar do Giovane pra mim. É a única coisa que me deixa realmente com medo, é saber que não vamos estar aqui durante toda a vida dele”, comentou emocionado. 

O representante de vendas Giovane Araújo,  pai de Giovane Carvalho, comentou que não teve uma boa aceitação ao saber da condição genética do filho. “Logo que ele nasceu, o médico veio nos contar que ele era down. Fiquei bem revoltado com Deus e cheguei a praguejar. Hoje eu digo, com toda a certeza do mundo, meu filho foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Ser pai de uma criança especial, te torna especial”.

 

 “Não pude abandonar o trabalho. O apoio da família foi fundamental”

A aposentada Ineide Pinheiro, de 62 anos, falou que foi um choque saber que seria mãe de uma menina com Síndrome de Down. “Foi um choque, além de muito preocupante, saber que minha filha era Down. Na época eu trabalhava no banco e minha preocupação era porque eu não podia deixar de trabalhar, pois precisava do dinheiro para bancá-la. Precisava dos benefícios que o emprego me dava, como o plano de saúde”.

A ex-bancária afirmou que a presença e apoio dos familiares foi fundamental para a crianção de sua filha. “Fui pedindo a ajuda da família e graças a eles, pude criar Kizzy com um pouco mais de tranquilidade. Um dia minha mãe ficava, no outro o marido, ou tia, tio e assim mobilizei a família inteira pra cuidar dela. Não pude abandonar o trabalho. O apoio familiar foi fundamental para o desenvolvimento dela”.

 

“Eles precisam conviver mais com crianças que não tem down”

Lindinalva Pereira (55), contou que seu maior problema foi a falta de conhecimento sobre a condição genética que sua filha tem. “Foi tudo muito chocante, acredito que sempre é, pelo menos pra quem não tem informação como eu tinha. Fiquei com medo, pois criar um filho já é algo bem trabalhoso, ele sendo especial então, é bem mais. Graças a Deus, tive muito apoio da família e do meu marido”.

A mãe de Rebeca falou também, sobre a falta de preparo para o ensino para jovens com necessidades especiais. “Ela teve um acompanhamento melhor, da primeira a quarta série. Hoje em dia, por ser mais independente, ela não precisa mais do acompanhante. Ela está numa sala para idosos – numa escola do município, o que eu acho errado, ela tinha que estar em uma mais apropriada. Ela fica deslocada e não está feliz com isso. Acredito que ela precisa conviver mais com crianças que não tem down. Isso ajuda no desenvolvimento deles”, pontua. 

Convívio melhora no desempenho de crianças com down

Recentemente, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), realizou um estudo sobre o desempenho dos jovens com necessidades especiais e  sua relação nas escolas. A pesquisa avaliou o desempenho de 62 crianças matriculadas em instituições de ensino em São Paulo. 

O levantamento apontou que os alunos matriculados em escolas normais, passaram a se locomover sem ajuda pela escola, a procurar outros colegas para brincar e transmitir suas ideias através de fala, gestos ou imagens. Já as crianças que estavam em escolas especiais não tiveram mudanças significativas nas áreas analisadas pela associação.

Campanha retrata vida de pessoas com a síndrome

Associação Italiana CoorDown - para pessoas com Síndrome de Down - fez um vídeo em resposta a um e-mail, enviado por uma mãe que descobriu que terá um bebê especial. Com depoimentos de 15 pessoas que têm a Síndrome de Down, o vídeo foi produzido pela agência Saatchi & Saatchi para a associação italiana. “Às vezes será muito difícil. Quase impossível. Mas qual mãe não passa por situações assim?”, perguntam os participantes do filme. 

Ao longo dos 2 minutos e 30 segundos, os participantes afirmam que uma pessoa com o ‘cromossomo 21 extra’ pode fazer muitas coisas: abraçar; dizer ‘eu te amo’; ir à escola como todas as crianças; escrever uma mensagem quando estiver viajando – porque sim, eles podem viajar; poderá também trabalhar, ganhar seu dinheiro e até morar sozinho no próprio apartamento.

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A Escola Estadual Suzel Galiza e o Centro de Atendimento Educacional Especializado, localizados na cidade de Limoeiro, no Agreste de Pernambuco, realizaram neste mês um baile de carnaval voltado aos estudantes da educação especial do Município. O evento contou ainda com um concurso de fantasias e apresentação de músicas carnavalescas. 

Os adereços e as fantasias foram confeccionados pelos próprios estudantes das duas unidades de ensino. Crianças e jovens portadores de necessidades especiais se divertiram ao som do frevo e de tocadores de pífano e de uma banda formada pelos próprios estudantes. 

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Segundo a gestora da Escola Estadual Suzel Galiza, Fátima Nascimento, o momento foi de grande importância para os estudantes e contribuiu para a integração social. “Foi um momento de interação completa, eles mostraram que são capazes e que não existem barreiras, uma verdadeira lição de força de vontade”, afirmou, segundo informações da assessoria de comunicação da Secretaria de Educação.

O Walmart oferece novas vagas de emprego para pessoas com deficiência para atuar nas lojas da rede no Estado de Pernambuco. São 85 vagas nas funções administrativas e de atendimento ao cliente, com carga horária variada. As ocupações estão distribuídas nos estabelecimentos do grupo, como o Bompreço, Hiper Bompreço, Maxxi, TodoDia e Sam's Club, além de centro de distribuição e escritório.

Para participar da seleção, é necessário ser maior de 18 anos e ter ensino fundamental completo. Não é exigida experiência na função. A remuneração é compatível com o mercado e os contratados terão direito a benefícios como assistência médica (extensiva aos dependentes legais), refeitório no local ou ticket alimentação, vale-transporte, cartão de desconto nas lojas da rede e bônus mediante o cumprimento de metas. Os interessados devem enviar currículo para o e-mail diversidade@wal-mart.com até o final de janeiro.

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A Faculdade de Direito do Recife, localizada no centro da cidade, foi palco de um ato na noite desta quarta-feira (11). Estudantes pediram atenção da reitoria da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) para a falta de acessibilidade na instituição de ensino, fato que prejudica a mobilidade de deficientes físicos e portadores de necessidades especiais.

Liderados pelo Diretório Acadêmico do curso de direito, os alunos mostraram as instalações da Faculdade à nossa reportagem. No local, só existe uma rampa que apenas dá acesso ao térreo do prédio. Os outros pontos têm escadas. A biblioteca e o salão nobre do estabelecimento, por exemplo, não podem ser acessados por um cadeirante, ao menos que ele seja transportado.

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De acordo com o presidente do Diretório, Gustavo Cardoso, o ato busca melhorias não só para os próprios estudantes, mas também para populares, que por direito podem entrar na Faculdade para visitas. “É um ato pela emancipação dos deficientes físicos. Por lei, todo o espaço público deve oferecer pontos acessíveis para a sociedade. As promessas de Reitoria da UFPE em melhorar o prédio não foram cumpridas”, disse Cardoso.

Segundo o estudante, no início do segundo semestre letivo deste ano, representantes da universidade ouviram as reivindicações dos alunos, porém, até o momento, respostas não foram dadas. Cardoso também denunciou que existe um espaço para a construção de um elevador, mas, o local não sofre intervenções há mais de uma década.

A própria diretora da Faculdade de Direito, Fabíola Albuquerque, confirmou os problemas de acessibilidade no prédio. Entretanto, por não fazer parte das tarefas da diretoria, ela deixou claro que apenas a reitoria da UFPE pode realizar obras. “Acho que este é um pleito justo. É um problema que não é de hoje. As intervenções são difíceis e existe muita burocracia”, reclamou Fabíola. A diretora recebeu um protocolo de intenções dos estudantes e agora levará o documento para representantes da reitoria.

Durante o ato, estudantes sem problemas físicos sentiram na pele como pessoas com mobilidade reduzida sofrem para se locomover no prédio. Eles se sentaram em cadeiras de rodas e perceberam os limites impostos pelo espaço físico. A universitária Joana Turton, de 21 anos, que é deficiente física, escreveu uma carta para a Reitoria sobre as dificuldades enfrentadas por ela. “Eu sinto muita dificuldade em andar pela Faculdade. Um dos principais problemas é a falta de estrutura do prédio”, declarou.

 

Nesta sexta-feira (4), será realizado o workshop “Empregabilidade das pessoas com necessidades específicas: Desafio e Compromisso com a Inclusão”, pelo Instituto da Gestão (INTG). E quem quiser participar, precisará investir R$ 750, como taxa de inscrição. A coordenação é dos consultores Manuel Aguiar e Georgina Santos.

O encontro é voltado para empresários, gestores e profissionais de Recursos Humanos e pretende esclarecer as principais questões relacionadas à Lei de Cotas e à empregabilidade da pessoa com necessidades específicas, tratando desde os conceitos de diferença e singularidade, a questões como gestão da diversidade, preconceito, inclusão e aspectos práticos da inserção desses profissionais nas organizações.

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O encontro será ministrado das 9h às 13h e das 14h30 às 18h30. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (81) 3134.1745.

Nos dias 4, 5 e 6 de dezembro, será realizado o curso de Customização em Tecido voltado para pessoas com necessidades especiais da rede pública de ensino do município de Araripina e região. A ação é fruto de uma parceria entre o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

O curso ocorrerá no auditório da Escola Estadual Luiz Gonzaga Duarte, que fica na Rua José Walter Alencar, 222, no centro de Araripina.

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Segundo a assessoria de comunicação do Sebrae, o intuito do evento é inserir os jovens no mercado de trabalho, permitindo que eles tenham uma fonte de renda. Mais informações sobre a qualificação podem ser conseguidas pelo telefone (87) 3873-1708.

O Centro de Pesquisas e Ações Pedagógicas (CPAP) do Colégio Apoio abriu as inscrições para o curso “Adaptações Curriculares que favorecem a Inclusão de Alunos com Necessidades Educacionais Especiais”, ministrada pela coordenadora de Práticas Inclusivas da instituição, Cristina Antonino.

A capacitação, aberta ao público, é direcionada a professores, coordenadores pedagógicos, orientadores, gestores da educação infantil e fundamental e áreas afins e acontece no próximo sábado (10), das 8h às 16h30, na própria escola, que fica localizada na R. Conselheiro Nabuco, 44, no bairro de Casa Amarela.

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Segundo a assessoria da instituição, o curso aprofundará conhecimentos sobre métodos físicos e pedagógicos que facilitam a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais (NEE). Além de apresentar técnicas de adaptação para a inclusão escolar e fomentar o debate sobre o acolhimento e a aplicação de uma metodologia voltada para a aprendizagem e o desenvolvimento. 

Os interessados devem enviar um e-mail para cpap@colegioapoio.net, com nome completo e telefones de contato. O investimento é de R$ 120, em espécie ou em cheque, que poderá ser pré-datado. Os participantes receberão certificados ao final do curso. 

Mais informações: (81) 3441-5015.

A primeira sala com recursos voltados para estudantes com necessidades especiais foi inagurada na Escola Municipal Pedro Paranhos, localizada em Portão, Lauro de Freitas, na Bahia.

O espaço conta com equipamentos multifuncionais como lousa eletrônica e computadores com softwares para comunicação alternativa, voltados para pessoas com deficiências auditiva, motora, visual e intelectual, que serão utilizados pela equipe pedagógica no desenvolvimento das atividades de forma lúdica. “As pessoas com deficiência não precisam de pena, elas precisam é de respeito. Hoje, o município dá mais um passo na questão da inclusão da pessoa com deficência. Nós sabemos que podemos e devemos mudar a realidade de exclusão dessas pessoas, que ainda permanece na sociedade, e essa realidade começa na educação”, disse a secretária da Educação de Lauro de Freitas, Suely Calisto, durante a inaguração do espaço, que ocorreu nesta sexta-feira (13, na Escola Municipal Pedro Paranhos, localizada em Portão- Lauro de Freitas.

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“Essa inauguração chega com a certeza de que a inclusão da pessoa com deficiência na escola não pode ser ilusória, mas sim, verdadeira", opina a diretora da escola municipal, Maria das Graças. De acordo com o CENSO, Lauro de Freitas possui cerca de 270 pessoas com necessidades especiais e, segundo Suely Calixto, 600 milhões de pessoas têm alguma deficiência no país. Ao longo do ano, segundo a secretária, serão implantadas no munícipio 12 salas de aula com recursos multifucionais, concebidas para viabilizar o Atendimento de Educação Especializada (AEE), que visam complementar a educação no contraturno das aulas normais.

A frequência semanal das aulas irá depender da necessidade de cada aluno, que será acompanhado por professores especializados. As aulas não substituirão o ensino regular, o conteúdo será de complementação, no caso de deficientes, e de suplementação, para os superdotados.

 

Teatro inclusivo - Durante a inauguração da sala, estudantes, professores e autoridades locais lotaram o auditório para assistir o espetáculo Vamos Misturar, Inclusão Social: Um Direito de Todos, da Cia de Teatro O Cidadão de Papel. Na encenação, os atores Camila Lima, Joel Alcântara, Genilson Costa e Rose Mare representaram, através de um esquete musical, as dificuldades enfrentadas no cotidiano das pessoas com deficiência como a falta de estrutura da cidade, a super proteção dos familiares por medo da rejeição, o despreparo e o preconceito da população em geral.

Esses  temas  foram abordados trazendo uma reflexão para o público sobre comportamentos de como lidar com a diversidade humana, em especial com a pessoa com deficiência. A prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, se emocionou com o espetáculo e ressaltou que, assim como o nome da peça propõe, precisamos “misturar e incluir, e a inclusão se dá nas escolas, mas precisa atingir a família maior, que é a sociedade".

A estudante Talita Mara, 14 anos, que é deficiente auditiva, disse que o espetáculo mostrou o respeito que as pessoas devem ter pelo diferente. "Me emocionei e me senti inclusa ao assistir essa peça”, destacou.

No decorrer do espetáculo, que conta com a interatividade do público, o coordenador de Educação Especial da SEC e pedagogo, João Prazeres, trouxe relatos de discriminação que sofreu. “Certa vez eu estava tentando atravessar a pista e tinha duas senhoras ao meu lado se perguntando se eu não queria ajuda; até que uma tomou a iniciativa e, gritando no meu ouvido, disse 'o senhor quer atravessar?'. Prontamente, disse 'sim, quero atravessar, mas olhe, eu não sou surdo, só tenho uma deficência: sou cego, posso te ouvir'", contou, mostrando como as pessoas estão despreparadas para lidar com a deficiência.

O texto da peça, dirigida por Genilson Costa e Rose Vitório, surgiu a partir da cartilha educativa ‘Fala Menino! Um por Todos e Todos pelo Outro’, do cartunista Luis Augusto, lançado ano passado em parceria pela Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, e o Projeto de Pós Graduação Um Por Todos e Todos Pelo Outro: As Interações Sociais e a Construção de Processos Identitários do Deficiente mental na Classe Regular, da professora Suely de Melo Calixto Caldas.

No Programa Na Social #2 você vai conferir os detalhes da etapa recifense do Festival de Jazz e do lançamento do livro Sete Contos de Marcela Sette, que contou com uma exposição de pinturas.

Na Social é produzido pela TV LeiaJá e publicado toda sexta-feira. A apresentação é de Juliana Liv e a produção conta com a parceria do núcleo de comunicação social da Faculdade Maurício de Nassau. No programa Na Social você confere, semanalmente, os principais eventos da cidade, os destaques da sociedade e os agitos culturais.

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