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Os japoneses comparecem às urnas neste domingo (10) para eleições do Senado, dois dias após o assassinato do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe durante um evento de campanha.

De acordo com as pesquisas, o Partido Liberal Democrata (PLD), que governa o país e ao qual Abe pertencia, deve aumentar a maioria legislativa.

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O assassinato do ex-premiê ofuscou a votação, mas o chefe de Governo e sucessor de Abe, Fumio Kishida, insistiu que o choque provocado pelo crime não iria interromper o processo democrático.

O corpo de Abe chegou a Tóquio no sábado procedente da região oeste do país, onde ele foi baleado na sexta-feira.

O assassinato provocou um grande choque no país e na comunidade internacional, que expressou condolências e condenações ao crime, incluindo países com os quais Abe teve relações tensas, como China e Coreia do Sul.

O homem acusado pelo assassinato, Tetsuya Yamagami, de 41 anos, foi detido e afirmou aos investigadores que atacou Abe porque acreditava que o político era vinculado a uma organização que não foi identificada.

A imprensa japonesa descreveu a entidade mencionada como uma organização religiosa e afirmou que a família de Yamagami sofreu problemas financeiros em consequências das doações de sua mãe para o grupo.

De acordo com vários relatos, o suspeito visitou a região de Okayama na quinta-feira, com a intenção de assassinar Abe em outro ato, mas desistiu porque os participantes eram obrigados a registrar a presença com nomes e endereços.

- "Remorso" -

Abe pronunciava um discurso de campanha na região de Nara (oeste do Japão) para apoiar um candidato do PLD quando Yamagami abriu fogo.

Depois de ser atingido por dois tiros no pescoço, Abe foi declarado morto poucas horas depois, apesar dos esforços de uma equipe de 20 médicos.

O Japão é um país com poucos crimes violentos e tem leis rígidas sobre o porte de armas e, por consequência, a segurança nos atos de campanha não é tão severa.

Após o assassinato de Abe a segurança foi reforçada para os eventos com o primeiro-ministro Kishida, que chamou o crime de "ato de barbárie" e "imperdoável".

A segurança nos locais de votação, no entanto, era a habitual. Takao Sueki, de 79 anos, disse que compareceu às urnas com a instabilidade internacional em mente, incluindo a invasão russa contra a Ucrânia.

"Ao observa a situação do mundo agora, penso como o Japão vai administrar o cenário", disse. Sueki também afirmou que as divergências deveriam ser resolvidas com diálogo.

Às 14H00 locais, a taxa de participação era de 18,79%, levemente superior ao registrado no mesmo horário nas eleições para o Senado de 2019.

No sábado, a polícia admitiu falhas no dispositivo de segurança de Abe e prometeu uma investigação exaustiva.

"Acredito que é inegável que houve problemas com as medidas de escolta e de segurança para o ex-primeiro-ministro Abe", declarou Tomoaki Onizuka, chefe de polícia de Nara.

O comandante afirmou ainda, sem conter as lágrimas, que desde que se tornou policial em 1995 nunca teve "um remorso tão amargo e um arrependimento tão grande como este".

- Uma vitória esperada do governo -

O gabinete de Abe informou que um velório acontecerá na segunda-feira à noite. Na terça-feira, apenas a família e amigos próximos comparecerão a um funeral simples.

A imprensa japonesa informou que os dois eventos devem acontecer ni Templo Zojoji, em Tóquio.

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, que está na Ásia, visitará o Japão na segunda-feira para expressar pêsames.

Kishida, de 64 anos, mantém uma sólida maioria parlamentar ao lado do grande aliado do PLD na coalizão de governo, o Komeito.

As eleições deste domingo devem consolidar o poder do PLD e Kishida terá uma posição ainda melhor - o país não terá eleições nos próximos três anos.

O primeiro-ministro, no entanto, enfrentará obstáculos políticos importantes, como a inflação e a escassez de energia.

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, disse que o último lançamento de um míssil balístico pela Coreia do Norte, que sobrevoou o território japonês hoje era "absolutamente inaceitável" e que vai defender a segurança de seu país trabalhando em aliança com os Estados Unidos.

Abe pediu por uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e disse que a comunidade internacional vai enviar um sinal claro para os norte-coreanos e tem que implementar completamente as sanções contra Pyongyang.

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O Comando do Pacífico dos EUA afirmou que o míssil foi um modelo de médio alcance que não representa ameaça aos EUA. Anteriormente, a Coreia do Norte havia disparado um míssil Hwasong-12 de médio alcance sobre o Japão em 29 de agosto.

O chefe do gabinete japonês, Yoshihide Suga, denunciou o último lançamento, dizendo que ele está transmitindo "forte irritação", ao lado do povo japonês.

Suga disse que o míssil sobrevoou a ilha de Hokkaido, no norte do Japão, e caiu a cerca de 2 mil quilômetros a leste da costa japonesa, no Oceano Pacífico. Ele disse que o Japão "não vai tolerar provocações repetitivas e excessivas".

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, não irá pedir desculpas pelo ataque a Pearl Harbour durante sua visita à base naval que fará no fim deste mês, afirmou hoje um porta-voz do governo.

Segundo o chefe do gabinete ministerial, Yoshihide Suga, "a proposta da visita é prestar respeito pelos mortos da guerra, não oferecer desculpas".

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Abe anunciou, na noite de ontem, que iria participar de uma cúpula com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no Havaí, quando também visitaria Pearl Harbour. Ele será o primeiro líder japonês a visitar o local que teria desencadeado a entrada dos EUA na 2ª Guerra Mundial. Fonte: Associated Press.

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, manteve os principais nomes de sua equipe econômica na primeira reforma desde que assumiu o cargo em 2012. Os chefes do Ministério das Finanças, Taro Aso, e da pasta de Economia e Política Fiscal, Akira Amari, continuaram nos postos. As mudanças na liderança do Partido Liberal Democrático devem manter o apoio dos parlamentares ao seu governo.

"Abe manterá a estrutura de seu governo, indicando que a política econômica não deve se alterar", disse o economista do Citigroup Global Markets no Japão Naoki Iizuka.

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Para o Ministério do Bem-Estar Social, Abe nomeou Yasuhisa Shiozaki, indicando uma postura mais cautelosa. A pasta é responsável pela administração dos fundos de pensão estatais. Os investidores esperam que o novo ministro não direcione as recursos para investimentos de risco, ao menos no curto prazo. A indicação de Shiozaki, no entanto, pode gerar otimismo na bolsa com as possíveis melhoras no mercado de trabalho. Fonte: Dow Jones Newswires.

Os governos da China e da Coreia do Sul protestaram nesta quinta-feira contra a visita do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, ao santuário Yasukuni. O governo dos Estados Unidos também expressou desapontamento com o fato de "a liderança japonesa ter assumido uma atitude que exacerberá as tensões com seus vizinhos".

Abe passou cerca de 15 minutos no interior do santuário, situado na região central de Tóquio, no primeiro aniversário de sua posse para o atual mandato de primeiro-ministro. Ele já havia visitado antes o santuário, mas esta é a primeira vez que um chefe de governo japonês vai ao local no exercício do cargo desde 2006, quando Junichiro Koizumi foi a Yasukuni.

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O templo em questão homenageia cerca de 2,5 milhões de japoneses mortos em guerras do passado, inclusive diversos criminosos condenados e executados depois da Segunda Guerra Mundial por crimes de guerra praticados durante a colonização japonesa do leste da Ásia, na primeira metade do século passado.

Abe negou que visita ao santuário represente alguma espécie de devoção a criminosos de guerra e disse que essa interpretação baseia-se em um "equívoco".

"Infelizmente, a visitação a Yasukuni transformou-se em um problema político e diplomático. Não é a minha intenção ferir os sentimentos dos povos chinês e coreano", declarou Abe.

Ainda segundo ele, o Japão jamais deveria entrar novamente em uma guerra. "Esta é a minha convicção, baseada em um grande remorso pelo passado."

Os comentários, porém, foram insuficientes para aplacar o descontentamento de chineses e coreanos.

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, criticou a visita e convocou o embaixador japonês em Pequim à sede da chancelaria chinesa para protestar formalmente.

A visita de Abe "cria novos e imponentes obstáculos políticos às já estremecidas relações sino-japonesas e a China jamais irá tolerar isso. O Japão deve ser responsabilizado pelas consequências da atitude de Abe", declarou Wang.

"O que Abe fez coloca o Japão em uma direção muito perigosa. As lições da história precisam ser aprendidas. A comunidade internacional, inclusive a China, precisa aumentar a vigilância e jamais permitir que a roda da história gire para trás", prosseguiu o chanceler chinês.

Em Seul, o ministro de Cultura, Esportes e Turismo da Coreia do Sul, Yoo Jinryong, qualificou a visita de Abe como um "ato anacrônico que não apenas prejudica as relações entre a Coreia do Sul e o Japão, mas debilita fundamentalmente a estabilidade e a cooperação no nordeste da Ásia".

O santuário Yasukuni teve papel importante na promoção do nacionalismo japonês no período pós-guerra e ainda hoje abriga um museu no qual tenta-se justificar as invasões de outros países asiáticos pelo Japão. A China e outras vítimas da colonização japonesa frequentemente criticam com dureza a manutenção do santuário por considerarem que ele celebra o passado militarista do Japão. Fonte: Associated Press.

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, decidiu ir em frente com o plano de aumentar os impostos sobre vendas de 5% para 8% em abril de 2014 e vai implementar um pacote de medidas avaliado em 5 trilhões de ienes (US$ 50,1 bilhões)para amortecer o seu impacto sobre a economia e para evitar a desaceleração econômica do país, informaram os jornais Yomiuri Shimbun e Kyodo News, sem citar fontes.

De acordo com a publicação, um orçamento extra será compilado para financiar algumas das medidas, o equivalente à receita extra gerada por cerca de dois pontos porcentuais do aumento dos impostos. O plano do governo é aumentar o imposto sobre vendas de 5% para 8% em abril do ano que vem e para 10% em outubro de 2015.

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O premiê japonês anunciará oficialmente o aumento do imposto sobre vendas e do pacote de medidas em 1 de outubro.

Segundo o Yomiuri Shimbun, a decisão de Abe foi motivada pela revisão do produto interno bruto (PIB) do segundo trimestre para 3,8%. Além disso, a vitória da candidatura de Tóquio para sediar os Jogos Olímpicos de 2020 também contribuiu para que o premiê japonês tomasse essa decisão.

A publicação revela que Abe deve considerar a possibilidade de reduzir a taxa de imposto sobre as sociedades em geral.

Na terça-feira, Abe instruiu o seu gabinete a promover um pacote econômico até o final deste mês, o que indicou que ele iria avançar com o plano para elevar o imposto sobre vendas a partir de abril de 2014. Fonte: Dow Jones Newswires.

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, deve enfrentar duras negociações para conseguir implementar a reforma fiscal que planeja, mesmo entre seus aliados. Alguns membros do Ministério das Finanças e do gabinete, responsáveis pelo Orçamento, defendem que o governo adote um limite para os gastos, como um primeiro passo para conter o avanço da dívida pública japonesa, que é uma das maiores do mundo.

Uma das propostas é congelar os gastos discricionários no nível atual. Mesmo assim, o Japão continuaria com um déficit orçamentário de quase 23 trilhões de ienes (cerca de US$ 235 bilhões), com base no nível atual de arrecadação. Para o Partido Liberal Democrático, de Abe, o teto de gastos é difícil de aceitar. As despesas com a previdência social devem crescer 1 trilhão de ienes por ano nos próximos anos, à medida que a população envelhece. Ou seja, para manter os benefícios atuais seria preciso adotar cortes de gastos em outros setores.

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Abe coloca pouca ênfase na ideia de cortes de gastos para restaurar a ordem fiscal. Em vez disso, ele espera que seu plano de recuperação econômica aumente as receitas e melhore o equilíbrio orçamentário. O primeiro-ministro acredita que a austeridade não só mina a confiança do consumidor e a recuperação econômica em andamento, mas também prejudica o mercado de ações, que permanece em forte alta desde que ele assumiu o cargo, no final de dezembro do ano passado.

Abe não fez nenhuma menção a cortes de gastos em um plano anunciado no início deste mês e as autoridades do Orçamento acreditam que ele não deve mudar a sua postura mesmo após a eleição para a Câmara Alta do Parlamento, prevista para 21 de julho. A dívida do Japão se aproxima atualmente de 240% do PIB, mais do que o dobro do observado nos EUA e na zona do euro. Fonte: Dow Jones Newswires.

O primeiro-ministro eleito do Japão, Shinzo Abe, alertou explicitamente neste domingo para que o banco central do país estabeleça uma meta de inflação de 2%, ameaçando rever a lei que rege a autoridade monetária se isso não for feito.

Durante uma participação em um programa de televisão, Abe disse que espera que o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) analise a possibilidade de adotar a meta de inflação na sua reunião de janeiro. Se isso não acontecer, o governo terá de forçar a instituição a fazê-lo por meio de uma revisão na legislação.

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"A deflação é um fenômeno monetário, então é necessário que o BoJ trabalhe de maneira diferente da suas práticas convencionais de afrouxamento. Nós queremos que o BC estabeleça uma meta de inflação", disse Abe.

Os comentários foram feitos após o presidente do BoJ, Masaaki Shirakawa, prometer na semana passada rever o objetivo do BC de uma inflação de 1%. Esse "objetivo" de médio prazo foi estabelecido em fevereiro deste ano, podendo chegar a 2% no longo prazo. Mas o BoJ não utiliza a expressão "meta", já que isso poderia sugerir que a política monetária seria conduzida automaticamente para atingir esse patamar de inflação.

Mas Shirakawa também disse recentemente que estabelecer uma meta de inflação maior é "irrealista", já que a inflação anual no Japão registrou uma média de 1,3% até mesmo durante o período de forte crescimento econômico entre o fim da década de 1980 e o início dos anos 1990.

Na entrevista concedida neste domingo Abe também disse que o BoJ deveria ter um mandado para promover a geração de emprego, assim como acontece com o Federal Reserve, nos EUA. O premiê eleito afirmou ainda que o Fed e o Banco Central Europeu (BCE) estão adotando medidas para desvalorizar suas moedas e que o BoJ precisa adotar agir para compensar essa tendência.

"Nós precisamos combater ações de outros bancos centrais para desvalorizar suas moedas e impulsionar as exportações, por meio da impressão de dinheiro. Sem ações do BoJ, o iene vai continuar subindo", comentou Abe.

Em relação ao próximo presidente do BoJ, já que o mandato de Shirakawa termina em abril do ano que vem, Abe disse que planeja indicar alguém que implemente ações ousadas de relaxamento monetário. "Nós queremos uma pessoa que apoie nosso pensamento e planejamos pedir a cooperação de outras partes", afirmou, lembrando que seu partido não tem maioria na Câmara Alta do Parlamento.

Segundo a legislação japonesa, o primeiro-ministro nomeia o governador do BoJ, mas para esse indicado ser efetivado é preciso a aprovação das duas Câmaras do Parlamento. As informações são da Dow Jones.

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