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O Senado do Uruguai votou e aprovou nesta quarta-feira o projeto de descriminalização do aborto, já tornado lei pela Câmara dos Deputados. A lei, aprovada por 17 votos a favor e 14 contrários, torna o Uruguai o segundo país na América Latina após Cuba a permitir o aborto livre nos primeiros três meses de gravidez. O Senado já havia aprovado um projeto mais liberal, mas mudanças feitas na Câmara, para conseguir alguns votos conservadores, obrigaram a uma nova votação. Ao contrário do seu predecessor, Tabaré Vázquez, o presidente José Mujica disse que sancionará a lei.

A lei descriminaliza o aborto mas exige que as mulheres justifiquem a decisão frente a um painel de especialistas e esperem cinco dias antes de confirmar que querem prosseguir com o procedimento. A Justiça não poderá intervir, exceto no caso de menores de idade, as quais deverão solicitar uma permissão do judiciário para abortar, com ou sem o consentimento dos pais. As mulheres estupradas que engravidem por causa do estupro poderão abortar livremente durante as primeiras 14 semanas de gestação.

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As informações são da Associated Press.

A marcha que reuniu católicos, evangélicos e espíritas, intitulada Em Defesa da Vida, na avenida Boa Viagem, Zona Sul da cidade do Recife, na tarde deste domingo (30), contou com a participação de vários artistas como Nando Cordel, Ana Alves e Patrícia Cruz, que cantaram durante o trajeto. Eles protestaram contra a reformulação do Código Pena onde o artigo 124 – que trata a criminalização do aborto – será removido.

No percuso, eles colheram assinaturas para enviar o documentos a lideranças políticas do Estado.“Somos a favor da vida. Mais de 87% dos cristãos de Pernambuco são contra o aborto. Vamos colher assinaturas para anexar no parecer do Comitê Pernambucano da Cidadania Pela Vida – Brasil sem aborto, e entregar ao senador Armando Monteiro, membro da Comissão da reforma do código penal”, dizia o coordenador do Movimento Brasil sem aborto, Irapoã Arruda.

A iniciativa teve concentração no Castelinho, também localizado na Avenida Boa Viagem, e saiu em direção ao Segundo Jardim.  No percurso foram distribuídos panfletos com informativos sobre o aborto e sobre o movimento.

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Divisão - Muita gente que transitava pelo local mostrou-se a favor da causa. “Todos nós temos o direito pela vida. Tenho certeza que se o feto pudesse escolher, escolheria por viver”, disse a enfermeira, Maria do Carmo Prado. “Ninguém tem o direito de tirar a vida de ninguém”, ressaltou a vendedora, Paula Silva.

Já outras são a favor do aborto e se mostraram contra o movimento. “Não tem nada haver com religião. As pessoas tem o direito de escolher o que vão fazer”, declarou a universitária, Camila Alencar. “Sou mulher e tenho direito de escolher se vou ter ou não a criança”, ressalvou.

Por 50 votos a 49, a Câmara do Uruguai aprovou, no fim da noite de terça-feira (25), um projeto de lei que descriminaliza o aborto até a 12.ª semana de gestação. Em caso de estupro, o aborto poderá ser feito até a 14.ª; em caso de risco para a mãe, não haverá prazo limite. Para fazer o procedimento, a mulher terá de explicar sua decisão para um tribunal.

O texto muda a proposta que havia sido aprovada pelo Senado em dezembro. Por isso, o projeto volta ao Senado, onde não deve ter problemas para sua aprovação final, já que o partido governista da Frente Ampla tem maioria absoluta. Se o projeto for ratificado, o Uruguai será o primeiro país da América do Sul a descriminalizar o aborto.

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A proposta do partido do governo foi rejeitada duas vezes. A última delas, a denominada Lei de Saúde Sexual e Reprodutiva, foi vetada pelo então presidente Tabaré Vázquez, em 2008, que citou a justificativa "razões filosóficas e biológicas", provocando uma crise partidária. O presidente José "Pepe" Mujica já anunciou que não vetará o projeto.

A Frente Ampla teve o apoio de um dos deputados do Partido Independiente (PI, de centro), Iván Posada, que compensou a perda do voto de um deputado governista, Andrés Lima, autorizado pelo partido a votar contra a matéria. Tanto a Frente Ampla quanto o Partido Colorado (de centro-direita) decidiram aplicar a disciplina partidária para o tratamento da matéria.

A medida fez com que vários deputados declarassem, antecipadamente, a decisão de se retirar do plenário na hora da votação, para serem substituídos por suplentes.

Para seus defensores, a lei dará à mulher "as maiores garantias" para realizar o aborto, como afirmou Posada. Já os contrários, como o Partido Nacional, evocaram o "direito à vida" e "a defesa dos direitos humanos". O texto estabelece que toda mulher "terá direito a decidir sobre a interrupção voluntária de sua gravidez durante as primeiras 12 semanas da gestação".

De acordo com o deputado governista Juan Carlos Souza, o projeto "não legaliza o aborto, mas abre uma instância importante para que as mulheres decidam livremente se vão abortar, com adequado apoio médico e legal, sem que sejam consideradas criminosas".

Tribunal

Para a líder do ONG Mulher e Saúde no Uruguai, Marta Aguñin, o projeto não descriminaliza totalmente a interrupção voluntária da gravidez porque obriga a mulher a se apresentar a um tribunal integrado por médicos e assistentes sociais para explicar sua decisão.

Aguñin diz que o tribunal "é moralizante" e determina que a mulher pense por cinco dias. Ela afirma que ninguém garante que o sistema de saúde público ou privado esteja em condições de oferecer os serviços no período determinado pela lei. Se o processo demorar mais do que o prazo estipulado, o aborto continuará sendo um delito e a mulher corre o risco de ser punida. Pesquisa divulgada na semana passada mostrou que 52% dos uruguaios apoiam a iniciativa; 34% são contrários. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Por 50 votos a favor e 49 contra, a Câmara dos Deputados do Uruguai aprovou, na noite desta terça-feira, um projeto de lei que descriminaliza o aborto até a 12ª semana de gestação,14ª em caso de estupro e prazo indeterminado em caso de risco para a saúde da mãe. O texto aprovado muda a proposta que já havia sido aprovada pelo Senado, em dezembro. Agora, o projeto volta ao Senado, onde não deve ter problemas para sua aprovação final, já que o partido governista da Frente Ampla tem maioria absoluta.

Se o projeto for ratificado, o Uruguai será o primeiro país da América do Sul a descriminalizar o aborto. A proposta do partido do governo, foi rejeitada em duas oportunidades. A última delas, a denominada Lei de Saúde Sexual e Reprodutiva, foi vetada pelo ex-presidente Tabaré Vázquez, em 2008. O então presidente justificou sua decisão a "razões filosóficas e biológicas" e provocou uma crise em seu partido. O presidente José "Pepe" Mujica já anunciou que não vetará o projeto.

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A Frente Ampla teve o apoio de um dos deputados do Partido Independiente (PI, de centro), Iván Posada, que compensou a perda do voto de um deputado governista, Andrés Lima, que foi autorizado pelo partido a votar contra a matéria. Tanto Frente Ampla quanto o Partido Colorado (de centro-direita) decidiram aplicar a disciplina partidária para o tratamento da matéria. A medida fez com que vários deputados declarassem, antecipadamente, a decisão de se retirar do plenário na hora da votação, para serem substituídos por seus suplentes.

Entre seus defensores, a lei dará à mulher "as maiores garantias" para realizar o aborto, como afirmou Posada. Já os detratores, como o Partido Nacional, evocaram o "direito à vida" e "a defesa dos direitos humanos" para tentar derrubar a matéria. O texto do projeto estabelece que toda mulher "terá direito a decidir a interrupção voluntária de sua gravidez durante as primeiras 12 semanas do processo de gestação".

Segundo o deputado governista Juan Carlos Souza, o projeto "não legaliza o aborto, mas abre uma instância importante para que as mulheres decidam livremente se vão abortar, com adequado apoio médico e legal, sem que sejam consideradas criminosas". A líder do ONG Mulher e Saúde no Uruguai (Mysu, pela sigla em espanhol), Marta Aguñin, explicou que o projeto aprovado não descriminaliza totalmente a interrupção voluntária da gravidez porque obriga a mulher a apresentar-se perante um tribunal integrado por médicos e assistentes sociais, para explicar sobre a decisão de interrompê-la.

Aguñin argumenta que o tribunal "é moralizante" e determina que a mulher reflita durante cinco dias antes de autorizá-la a realizar o procedimento. Em nota, a líder do grupo afirma que ninguém garante que o sistema de saúde público ou privado esteja em condições de oferecer os serviços de aborto durante o período determinado pela lei. Se o processo demorar mais que o prazo estipulado, o aborto continuará sendo um delito e a mulher corre o risco de ser punida, destacou a nota. Pesquisa de opinião pública realizada pela consultoria Cifra, na semana passada, revelou que 52% dos uruguaios apoiam a iniciativa, que é rejeitada por 34%.

O Ministério da Saúde e um grupo de especialistas se reúnem na segunda-feira para discutir um programa para aconselhamento de mulheres que decidiram abortar. Formada por médicos, antropólogos, juristas e cientistas sociais, a comissão vai sugerir a formulação de uma cartilha, com orientações para que o procedimento seja feito com segurança. O material deverá conter alertas sobre sintomas que podem sugerir complicações no procedimento, como febre e sangramento.

"A intenção é fecharmos o material de orientação em, no máximo, um mês", afirmou o coordenador do Grupo de Estudos sobre o Aborto da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Thomaz Gollop. A rodada de discussão termina no fim do mês, em São Paulo. O formato final do programa será definido pelo ministério. A cartilha conteria, por exemplo, informações para mulher escolher o lugar do procedimento. "Recomendações, por exemplo, para ela observar a higiene do local, a pessoa encarregada do procedimento. Em suma, a pessoa deve fugir dos serviços de fundo de quintal", disse Gollop.

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O grupo foi convidado pela pasta para preparar um programa de redução de danos para aborto, a exemplo do que ocorre no Uruguai e na Cidade do México, para reduzir a morte de mulheres por complicações. No Uruguai, um grupo interdisciplinar faz o aconselhamento. Uma das opções é a oferta do misoprostol, remédio para tratamento de úlcera que é abortivo.

Gollop afirma o grupo não tem ainda um posicionamento sobre esse assunto. "Embora a prescrição seja bastante segura e tenha reduzido de forma significativa o número de complicações, a realidade do Brasil é outra. Temos várias dúvidas." No Brasil, o misoprostol é remédio de uso hospitalar. Integrante do Movimento Católicas pelo Direito de Decidir, Rosângela Talib, admite a dificuldade: "Sem mudanças, seria o mesmo que encaminhar a paciente para o primeiro camelô da esquina".

"Não é um sistema para incentivar o aborto, mas aconselhar a mulher que já tomou sua decisão", afirma Rosângela. O aconselhamento, completa, é uma reivindicação antiga do movimento feminista. Em nota, a pasta diz manter uma política para orientar profissionais no atendimento de intercorrências clínicas relacionada à gravidez e o processo precisa ser constantemente aprimorado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Milhares de mulheres protestaram contra os planos do governo da Turquia de limitar o aborto que os críticos acreditam que, na prática, resultará em uma proibição. Cerca de 3 mil mulheres de 20 a 60 anos se reuniram em uma praça no distrito de Kadikoy, em Istambul, carregando cartazes com os dizeres "Meu corpo, minha escolha" e gritando slogans contra o governo. Muitas estavam acompanhadas do marido ou namorado.

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que o aborto é um assassinato. Relatos indicam que seu governo está trabalhando em uma legislação que proíba a operação após quatro semanas da concepção, exceto em casos emergenciais. Atualmente o aborto é legal na Turquia até dez semanas após a concepção.

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"Ninguém tem o direito de abortar um feto", disse Erdogan em um discurso no sábado. Na quinta-feira o ministro da Saúde, Recep Akdag, causou forte reação ao afirmar a jornalistas que, se necessário, o governo inclusive tomaria conta dos bebês de vítimas de estupro, mas no sábado ele declarou que não quis dizer que as vítimas de aborto não podem fazer aborto.

Analistas afirmam que Erdogan está buscando uma estratégia delicada de aumentar o poder regional da Turquia com uma população grande. Ao mesmo tempo, dizem, quer equilibrar a demografia turca diante da alta taxa de natalidade entre os curdos do país, o que é uma fonte de preocupação já que os rebeldes curdos pedem a autonomia da região sudeste. As informações são da Associated Press.M

A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos rejeitou ontem um projeto de lei para punir médicos que realizarem aborto seletivo por sexo, que costuma ser empregado para interromper a gestação de meninas.

O texto obteve 246 votos contra e apenas 168 a favor, em uma votação na qual era necessário o apoio de 290 deputados. A rejeição, entretanto, deveu-se menos ao mérito e mais ao conteúdo. O projeto permitiria a abertura de um processo criminal contra o médico pelos parentes ou marido da paciente.

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"Essa é mais uma intromissão dos republicanos no direito de escolha da mulher", atacou o deputado democrata Jim McDermott. Autor do projeto, o republicano Trent Franks lembrou que a Organização das Nações Unidas (ONU), em 2007, condenara a prática no mundo inteiro. "Somos o único país avançado que não restringe esse tipo de aborto", afirmou Franks. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Um grupo de participantes do movimento Bound4LIFE, que em inglês significa “Laços pela Vida”, realizará um ato de silêncio para protestar contra a ideologia e a prática do aborto, neste sábado (12). A mobilização acontecerá às 16h, na Praça do Marco Zero, no bairro do Recife, área central da cidade.

O Bound4LIFE, iniciado em Washington, Estados Unidos, em 2004, é um movimento de mobilização e oração cujo objetivo é o fim do aborto, aumento de adoção, reforma do governo e o pensamento da sociedade. Em Recife, o grupo irá defender os princípios da inviolabilidade do direito pleno à vida. 

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A poucos dias de completar um mês em que o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a interrupção da gravidez de fetos sem cérebro no Brasil, a decisão continua repercutindo em todo o País. As estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam o Brasil com um número de 500 mil abortos praticados por adolescentes por ano, sendo um total de 13.090 abortos por dia.

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*Com informações da Agência Brasil

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Fechou em cinco votos contra um o número de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que votaram, nesta quarta-feira, a favor da liberação do aborto em casos de fetos anencéfalos (com malformação do tubo neural). A sessão deverá ser retomada às 14h desta quinta-feira (12). O único voto contra foi do ministro Ricardo Lewandowski.

A ministra Rosa Weber votou a favor da descriminalização do aborto em casos de gravidez de fetos anencéfalos, seguindo o voto do relator, Marco Aurélio Mello. Segundo a ministra, a manutenção da gravidez  “viola o direito fundamental da gestante, já que não há direito à vida nesses casos”. O ministro Joaquim Barbosa antecipou seu voto, também favorável à interrupção da gravidez. Os outros ministros são Marco Aurélio Mello, Joaquim Barbosa, Luiz Fux e Cármen Lúcia.

Para Weber, a ação julgada hoje (11) promove a defesa do direito reprodutivo da mulher. “Não está em jogo o direito do feto, mas da gestante. A proibição da antecipação do parto fere a liberdade de escolha da gestante que encontra-se na situação de carregar o feto anencéfalo em seu ventre”. A ministra entendeu que os fetos anencéfalos não atendem aos conceitos de vida descritos na Constituição. A ministra defendeu ainda que a interrupção da gravidez, nesses casos, não deve ser interpretado como aborto.

A ministra foi a primeira a votar após o julgamento ser retomado na parte da tarde. Pela manhã, o relator do processo, Marco Aurélio Mello, leu o relatório da ação e proferiu seu voto. O ministro foi favorável à interrupção da gravidez no caso de fetos anencéfalos, mas esclareceu que a decisão deve deixar escolha para a gestante. Segundo ele, motivos religiosos não devem interferir nas demais decisões. Faltam ainda para votar sete ministros.

Antes do relator, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, também defendeu o direito de as gestantes interromperem a gravidez nos casos em que há fetos anencéfalos. Assim como o relator, ele destacou cabe à gestante optar se deseja ser submetida à intervenção cirúrgica para interromper a gravidez.

O ministro José Antonio Dias Toffoli se declarou impedido de votar porque quando era advogado-geral da União, manifestou-se favorável à interrupção da gravidez no caso de anencéfalos. A expectativa é que o julgamento dure a tarde inteira com possibilidade de continuar amanhã (12).

A ordem de votação segue a antiguidade – ou seja, depois do relator, votam os ministros que foram nomeados por último para a Corte Suprema, depois os mais antigos e, ao final, o presidente do STF, Cezar Peluso. No momento, Luiz Fux está votando e será seguido por Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Carlos Ayres Britto, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Cezar Peluso.

A "Vigília de Oração a Favor da Vida" foi realizada pela Arquidiocese de Olinda e Recife, às 20h, nesta última terça-feira (11). O ato aconteceu na Capela do Colégio Virgem Poderosa, no bairro de Parnamirim, zona norte do Recife, e reuniu os fieis que são contra a aprovação da lei do aborto de anencéfalos (bebês com má formação do cérebro).

O tema que também tomou conta das redes sociais, chegou a ser o assunto mais comentado no microblog Twitter, ficando em primeiro lugar nos Trending Topics do Brasil com a hastag #afavordavida, devido ao twitaço que aconteceu por volta das 18h.

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Dom Fernando Saburido esteve presente na vigília, e explica que o ato é uma maneira de conscientizar o Supremo Tribunal Federal (STF) de que o ser humano tem direito a vida. Caso a lei seja aprovada, “a única coisa que podemos fazer é rezar. Não adianta falar, muito menos gritar”, afirmou o religioso.

A Vigília que foi ministrada pelo Frei Denis contou com a presença de fieis como Luciana Maria do Nascimento, de 58 anos. Ela, que já faz um trabalho social em periferias da cidade do Recife, explicou que nenhum ser humano é capaz de tirar a vida de alguém, principalmente do próprio filho. “Caso a lei seja aprovada, a justiça está tirando o direito de uma mãe amar seu filho”, concluiu. O empresário Marcos Vinicius Brega, 41, também é contra o posicionamento. “O Brasil vai retroceder se a lei for aprovada”, opina.

O julgamento sobre a descriminalização do aborto de anencéfalos acontece desde às 9h de hoje, no STF, onde os ministros irão analisar a ação que está ajuizada desde junho de 2004 pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS), que defende a descriminalização nesses casos.

O Supremo Tribunal de Federal (STF) começou a julgar, na manhã desta quarta-feira (11), a possibilidade de interrupção da gravidez em casos de fetos anencéfalos. A votação é acompanhada por representantes de instituições favoráveis à ação. Estão presentes membros da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Comissão de Bioética e Biodireito da Ordem dos Advogados, seção Rio de Janeiro (OAB-RJ) e o Grupo de Estudos sobre o Aborto.

A expectativa é que o julgamento seja concluído com maioria dos votos a favor da interrupção da gestação nos casos comprovados de fetos anencéfalos. O ministro do STF, Marco Aurélio, em seu voto, defendeu a liberdade de escolha da gestante. “Até 2005 três mil autorizações para interrupção da gestação de fetos anencefálicos foram concedidos em juízo. O que demonstra a necessidade de pronunciamento desta Casa. Segundo, o Brasil é o quarto País em casos de fetos anencéfalos, ficando atrás, apenas do Chile, México e Paraguai”.

O ministro destacou outros dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) dizendo que “a cada três horas nasce um feto anencéfalo, segundo a OMS, datado dos anos de 1993 a 1998”. E reforçou que o tema julgado envolve a “dignidade, saúde e o direito a liberdade de escolha do ser humano”. Além de basear seu voto na Constituição Federal, o ministro Marco Aurélio fez referência a princípios religiosos.

O julgamento que passou oito anos em tramitação, está sendo transmitido ao vivo pela TVjustiça. A previsão é que o caso tenha seu desfecho nesta quarta-feira ou, no máximo, se estenda até quinta-feira.



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O bispo católico d. Luiz Bergonzini, que ganhou projeção pública na campanha de 2010 ao pregar o voto contra a então candidata Dilma Rousseff, acusando-a de defensora da descriminalização do aborto, voltou nesta quarta à cena política.

D. Luiz, que era titular da Diocese de Guarulhos e hoje está aposentado, foi a principal personalidade de um ato público que reuniu cerca de cem pessoas diante da sede do Tribunal de Justiça de São Paulo, na Praça da Sé. O objetivo, mais uma vez, foi atacar Dilma e recomendar aos eleitores que nas eleições deste ano não votem em candidatos favoráveis à descriminalização.

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Um dos participantes exibiu um cartaz pedindo a demissão da ministra Eleonora Menicucci, de Políticas para Mulheres. Segundo d. Luiz, trata-se de uma reivindicação justa: "Como a presidente Dilma tem medo de admitir em público que é a favor do aborto, nomeou essa ministra, que até admite já ter abortado".

No ato foram distribuídos dois folhetos. Um deles reproduz o documento Apelo a Todos os Brasileiros e Brasileiras, elaborado em 2010 pela Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com a recomendação para não se votar em Dilma. Na época, d. Luiz imprimiu 2 milhões de cópias. O PT recorreu à Justiça e conseguiu impedir sua distribuição, mas não o impacto eleitoral. Dilma acabou perdendo votos por causa daquela campanha.

O segundo texto, intitulado A Mentira Perdeu, trata da decisão judicial que, há pouco, autorizou a distribuição do folheto da CNBB. "Provamos que Dilma é a favor do aborto", disse d. Luiz.

Entre os presentes no ato estavam militantes do Instituto Plínio Correa de Oliveira, autoproclamados herdeiros da Tradição, Família e Propriedade, organização de extrema-direita que apoiou o golpe militar de 1964. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O aborto inseguro, aquele realizado sem as habilidades necessárias ou em ambiente sem padrões médicos mínimos, não é mais a principal causa de morte materna, mas continua apontado como caso preocupante de saúde pública. Atualmente, é o quarto motivo de morte materna, segundo dados do Ministério da Saúde. As primeiras causas são hipertensão, hemorragias e infecções pós-parto, respectivamente.

O assunto é polêmico e envolve juristas e advogados, políticos, religiosos, entidades de direitos humanos e principalmente a sociedade civil. No Brasil, o aborto só é permitido em casos de estupro e quando a gravidez causa risco de vida à mulher. Em qualquer outra circunstância, a mulher que cometer o procedimento pode ser presa.

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Mas a situação não é a mesma em países como Albania, Argélia, Austrália, Bélgica, Benin, Botsuana, Bulgária, Burkina Faso, Camboja, Canadá, Chade, República Theca, Etiópia, França entre outros. Na Suíça, onde o aborto não é criminalizado, por vezes é até legalizado.

Em 2010, um estudo realizado pela Universidade de Brasília (UnB) mostrou que naquele ano foram registradas mais de 220 mil internações  por aborto – 23 mil delas só na Bahia e mais de 6 mil em Salvador, gerando um gasto superior a 42 milhões ao Sistema Único de Saúde (SUS) do País.

 

Custos financeiros e psicológicos

Segundo informações da direção da maternidade Tsylla Balbino, 30% das internações na instituição são por abortos, espontâneos ou induzidos. Essas pacientes ficam internadas de dois a três dias, sob o custo diário de R$ 120,00. Anualmente, esse valor chega a R$ 561.600.

Ainda assim, com números tão altos, os maiores prejuízos talvez nem sejam financeiros, mas sim, psicológicos. A estudante universitária Maria (nome fictício), de 21 anos, moradora da cidade de Salvador, conta que há três anos fez um aborto, tinha acabado de perder a virgindade, seu namorado nunca se preocupou em evitar a gravidez, ela também não. “Foi logo no início do namoro, eu era sexualmente inexperiente, resolvi abortar por não ter planejado a gravidez. Não tínhamos condições nenhuma de criar um filho, eu tinha outros planos, queria estudar, trabalhar, não me arrependo”, conta a jovem.

Maria ainda conta que uma amiga conseguiu um remédio com outra colega e, em meio ao desespero, nem pensou, resolveu usar. “Usei três remédios, o Citotec, um oral e dois injetáveis no canal vaginal, a injeção foi através de uma seringa, eu mesma fiz, sozinha, a menina que vendeu ensinou a amassar o remédio e misturar com pomada vaginal, amanheci o dia acordada, senti fortes contrações, cólicas, nunca senti tanta dor na vida”, diz a jovem.

A jovem, que hoje cursa Gastronomia, se diz a favor da legalização e diz que o aborto ainda não foi legalizado no Brasil por questões puramente religiosas e culturais. “É uma questão religiosa, porque acreditam que abortar é tirar a vida de um ser, sem pensar no quanto pode ser difícil a vida de uma criança que não foi planejada ainda mais se os pais forem jovens e pobres. E cultural, porque vivemos numa sociedade impregnada de tabus, as pessoas não gostam nem de discutir o assunto porque ficam com medo de estarem incentivando uma coisa ruim, sem levar em consideração o quanto evitariam situações muito mais difíceis, complicadas para a vida da criança e da mãe”, explica.

Uma pesquisa domiciliar realizada pelo CENSO de 2008 mostrou que 6% de mulheres com idades entre 18 e 19 anos já abortaram. Esse número pula para 22% entre mulheres de 35 a 39 anos. Maria fala com bastante naturalidade que conhece várias outras mulheres - jovens e adultas - que também abortaram. “Me senti um monstro no início com tanta pressão psicológica, sempre achei que as outras pessoas não seriam 'covardes' pra fazer isso (abortar), mas quando contei minha experiência a outras meninas, descobri que muitas já passaram por isso e as meninas que não viveram essa situação, agiriam da mesma forma. O problema é que quem sofre mais, tanto na saúde quanto no emocional, são as mais pobres. Tenho uma amiga que fez, pagou R$ 3 mil reais em uma clínica, vive sem traumas (fala rindo), quando eu fiz gastei R$ 50 reais e foi traumático”.


Iperba realiza procedimentos autorizados pela Justiça

Na Bahia, o único hospital autorizado a realizar abortos nos casos em que ele é permitido judicialmente, como em risco de morte à mãe e vítimas de estupro, é o Instituto de Perinatalogia da Bahia (Iperba), localizado no bairro da Brotas, que vem desempenhando esses procedimentos a quatro anos.

A maternidade tem em média 18% das suas internações e 30% dos leitos para casos de aborto. Na área destinada ao pré-parto existem quatro leitos ocupados por pacientes que passaram por algum tipo de procedimento abortivo, a maioria induzidos através do uso da substância misoprostol (popularmente conhecido como Citotec).


Movimento pela legalização

Para a feminista e estudante de Filosofia na Uiversidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Carla Oliveira, 22, moradora da cidade de Amargosa, interior do estado, e participante do evento de Contra Cultura Feminista Vulva La Vida, a questão do aborto precisa ser discutida politicamente no Senado e na Câmara por se tratar de um problema de saúde pública. “Os índices de mulheres que praticam abortos no Brasil são altos, configurando o aborto no Brasil como um caso não isolado. Ademais, a prática abortiva tem um recorte de classe e de raça, porque quem morre vítima de aborto inseguro são mulheres, em sua maioria pobres e negras", reflete a estudante, "projetos de lei favoráveis à causa sempre são embargados por influência da moral religiosa, notadamente cristã, a laicidade do estado é uma abstração”, conclui.

O bispo de Assis (SP), d. José Benedito Simão, presidente da Comissão pela Vida da regional Sul 1 (Estado de São Paulo) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), disse ontem ao Grupo Estado que a nova ministra da Secretaria de Política para as Mulheres, Eleonora Menicucci, "é uma pessoa infeliz, mal-amada e irresponsável", que "adotou uma postura contra o povo e em favor da morte" ao defender o aborto em declarações dadas à imprensa. Informada, a ministra não quis comentar as críticas feitas pelo bispo.

"Recebo com muita indignação as palavras da nova ministra, cuja pasta tem uma grande responsabilidade em favor da vida da mulher", afirmou d. José - para quem a ministra abriu polêmica que pode criar um confronto entre Igreja e governo.

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O bispo também disse que vai seguir de perto os pronunciamentos da ministra. "Vamos acompanhar seu trabalho. Se os discursos forem nessa mesma linha (de defesa do aborto), vamos tomar algumas medidas de protesto, que podem ser panfletos ou manifesto público", acrescentou d. José.

A CNBB informou, segundo sua assessoria de imprensa, que o fato de a nova ministra ser favorável ao aborto é uma questão pessoal e não a posição oficial do governo. Por isso, de acordo com o secretário-geral da entidade, d. Leonardo Steiner, que é também bispo auxiliar da Arquidiocese de Brasília, não se justificaria uma declaração da CNBB.

A nova ministra da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci de Oliveira, que assumirá o cargo na próxima sexta-feira (10), já casou polêmica em suas primeiras declarações sobre o aborto, nesta terça-feira (7).

Em sua primeira entrevista coletiva, Eleonora assegurou que o aborto é inseguro e uma das maiores causas de morte materna no País. Ela ainda disse que esta é uma questão de saúde pública no Brasil e que deve ser tratada do mesmo modo que o álcool, cigarro, crack, dengue, HIV e as doenças infecto-contagiosas.

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Já sobre a violência doméstica e familiar, Eleonora cobrou a implementação do Pacto da Não Violência pelos Estados e municípios do País, assim como a execução da Lei Maria da Penha. "O Executivo tem responsabilidade de garantir a proteção e a punição ao agressor", afirmou.

Eleonora Menicucci de Oliveira substituirá a ministra Iriny Lopes, já que esta sairá como candidata à prefeitura de Vitória,  (ES) nas próximas eleições.

A nova ministra da Secretaria de Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci, afirmou hoje que sua posição pessoal sobre o aborto não vem mais ao caso. "A partir do convite da presidente Dilma eu sou governo e minha posição é de governo." A ministra, que ao longo de sua vida falou diversas vezes ser favorável à descriminalização da interrupção da gravidez. "Eu não seria eu se não reafirmasse", disse. Mas, agora, assegura que o assunto está nas mãos do Legislativo. "O Executivo não tem o que fazer."

As declarações estampam o cuidado com o qual o tema será tratado na sua gestão. Embora tenha enfatizado hoje, durante sua primeira entrevista coletiva, que o aborto inseguro é uma das maiores causas de morte materna no País, um problema de saúde pública equivalente a tantos outros como aids ou dengue - a futura ministra adota o tom da presidente Dilma Rousseff. Durante a campanha, reagindo a pressões de setores religiosos, Dilma, então candidata, teve de amenizar o discurso e fazer um compromisso de que não adotaria nenhuma medida para incentivar a mudança das regras do aborto no País.

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A futura ministra reconheceu que o projeto enviado pelo Executivo ao Congresso sobre o tema está na gaveta, mas evitou qualquer comentário sobre uma eventual pressão de líderes de governo para retomar o assunto. Para ela, cabe à sociedade civil retomar a discussão e pressionar parlamentares. "Claro que a questão não é unânime e o debate tem de ser feito de maneira respeitosa."

Eleonora também evitou engrossar críticas à Medida Provisória que cria cadastro para gestantes - um registro, que, para feministas, significa uma perigosa brecha para inibir o aborto e responsabilizar gestantes. Para a ministra, Eleonora, o conflito já foi resolvido com a mudança feita pelo governo no texto da MP. Na versão original, havia uma referência aos direitos do nascituro, retirado na revisão. "Esse assunto sai do ministério. A presidente já se manifestou no Fórum Social Temático e fez uma redação, corretíssima, em retirar a palavra nascituro. Assim que se faze política."

No combate à violência ela foi mais enfática. A ministra cobrou a implementação do Pacto da Não Violência por Estados e municípios e a execução da Lei Maria da Penha. "O Executivo tem responsabilidade de garantir a proteção e a punição ao agressor" E defendeu, ainda, a possibilidade de que processos sobre violência contra mulher possam ser iniciados mesmo sem a anuência da vítima - um assunto que está na pauta do STF. "Sou totalmente a favor e esperamos liquidar este debate. Não tem justificativa a suspensão das investigações quando não há a anuência da mulher.

Milhares de fieis católicos participaram na manhã desde domingo (02) da caminhada pela vida, que aconteceu na Avenida Boa Viagem, zona sul do Recife. Cinco trios elétricos arrastaram a multidão pela orla da praia ao som de bandas religiosas, trazendo muita energia para os grupos de jovens cristãos que defendem a posição da igreja católica contra o aborto e em defesa da paz e do meio ambiente.

O arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, falou do alto do trio, sobre a campanha da fraternidade deste ano em defesa do meio ambiente citando o crescimento industrial que está acontecendo na região de Suape, como preocupação. Ele alertou também sobre outros temas que desvaloriza a vida como aborto, pedofilia e exploração sexual. O evento terminou por volta das 13h.

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A Delegacia da Mulher de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, prendeu em flagrante quatro pessoas envolvidas em uma tentativa de aborto clandestino na noite da última quarta-feira (31). Iarajane Cavalcante da Silva, 38 anos é suspeita de tentar praticar dois abortos em sua residência no bairro de Petrópolis, em Caruaru.

De acordo com a delegada Sérvula Bezerra, da Delegacia da Mulher de Caruaru, Iarajane Cavalcante estava sendo investigada desde 13 de junho deste ano, quando foi feito um Boletim de Ocorrência por uma gestante que afirmava que o pai do seu bebê estava lhe coagindo a fazer um aborto e teria lhe indicado fazer o procedimento com ela.

O serviço de investigação da Delegacia da Mulher do município teve informações de que uma nova tentativa de aborto aconteceria na quarta-feira (31). Contudo, a polícia seguiu para a casa de Iarajane antes que o procedimento fosse realizado. No local, foram encontrados instrumentos cirúrgicos e medicamentos. Foram presos Iarajane, a estudante de enfermagem Débora Lopes de Melo Vieira, 19 anos, que está grávida de quatro semanas e passaria pelo procedimento; o comerciante Luiz Felipe Lopes Santos, 20, que engravidou Débora; o empresário Rinaldo Junior de Araújo, 40 anos, que levou o casal ao local. Todos os envolvidos foram levados para a Delegacia da Mulher, onde foram autuados em flagrante.

Débora pagou fiança de 20 mil reais e foi liberada. Os envolvidos Luiz Filipe e Rinaldo que poderiam ser liberados mediante o pagamento de um valor arbitrado de R$ 40 mil, mas como eles não conseguiram pagar, foram encaminhados à Penitenciária Juiz Plácido de Souza. Já Iarajane foi conduzida à Colônia Penal Feminina em Buíque, no Sertão do Estado.

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