Tópicos | Aleijadinho

Antônio Francisco Lisboa (1730-1814), o Aleijadinho, nasceu na cidade de Vila Rica, atual Ouro Preto, em Minas Gerais. Existem controvérsias sobre sua data do  nascimento oficial do artistas que é o maior representante do barroco mineiro, mas a maioria dos pesquisadores afirma que o escultor nasceu no dia 29 de agosto de 1730.

Filho do português Manuel Francisco Lisboa, um mestre carpinteiro, e de Isabel, uma mulher escravizada. Aleijadinho iniciou sua alfabetização, aulas de latim e música com alguns padres de Vila Rica. Ainda criança, começou a esculpir observando o trabalho de seu pai.

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Na segunda metade do século XVIII, graças ao ouro, construções ricas em pedra e alvenaria surgiram na região de Vila Rica. Foi nessa época, quando Minas Gerais era a vanguarda do movimento artístico da colônia, que Aleijadinho iniciou suas atividades como escultor e arquiteto.

Seu talento foi reconhecido após muito trabalho, devido ao fato de Aleijadinho ser mestiço. Muitos de seus trabalhos foram realizados para confrarias e irmandades de brancos. Por conta de sua cor, não foi permitido assinar nem sua obra nem os registros de pagamento.

Aleijadinho faleceu no dia 18 de novembro de 1814, em sua cidade natal. O escultor foi sepultado na Matriz de Antônio Dias, ao lado do altar da Confraria Nossa Senhora de Boa Morte.

Pode ser de Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, a escultura representando um santo negro, descoberta na segunda-feira (14) num antiquário de Itu (SP). A peça, com 26,5 centímetros de altura, esculpida em madeira, pode ter sido feita entre 1761 e 1780, a fase inicial da carreira do mestre mineiro. De acordo com o pesquisador Marcelo Galvão Coimbra, a quem foi confiado o achado, a imagem representa São Benedito das Flores e tem as características de outras obras de Aleijadinho.

Caso se confirme a autoria, será a segunda imagem de personagem negro produzida pelo escultor. "Podemos estar diante de um achado raríssimo, já que só se conhece uma escultura de Aleijadinho que representa sua própria raça, pois ele era filho de uma negra escrava", disse Coimbra. A única escultura negra atribuída ao escultor, uma representação do rei mago Gaspar, produzida entre 1775 e 1790, está exposta no Museu da Inconfidência, em Ouro Preto (MG). Segundo Coimbra, a peça achada em Itu foi trazida de uma fazenda mineira por um antiquário e ficou por muitos anos 'escondida' entre outros objetos à venda.

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Ele contou que, como pesquisa o barroco brasileiro há mais de trinta anos e é coautor do mais recente catálogo geral da obra de Aleijadinho, quando alguém vê uma peça interessante, logo o avisa para que avalie a obra. "Quando vi o São Benedito, levei um susto, pois os principais estilemas (marcas do estilo do autor) do Aleijadinho estão presentes na imagem." Para ele, a obra é da fase inicial, tendo o rosto semelhante aos de diversos anjos retratados pelo escultor mineiro, mas com o nariz largo africano, diferente dos modelos europeus. "É uma imagem tão rara na iconografia do Aleijadinho que tomei a liberdade de batizá-la de diamante negro", disse.

Coimbra já encaminhou fotos e descrição da imagem a especialistas reconhecidos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para a atribuição de autoria. Enquanto aguarda o resultado, ele pretende incluir a escultura na exposição 'Berço do Barroco Brasileiro e seu Apogeu com Aleijadinho', da qual é curador e que segue até 11 de maio na Galeria Principal da Caixa Cultural, em Brasília. A mostra reúne 140 peças, das quais 47 do escultor mineiro.

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