Tópicos | AME Carnaval do Recife

Os primeiros meses do ano, atravessados sob fortes restrições impostas pela pandemia, que impediu até a realização do Carnaval, foram marcados no setor da Cultura por um intenso debate sobre a realidade atual, com o início da construção de um plano de ações possíveis e necessárias, neste período, a exemplo do Auxílio Municipal Emergencial, o AME – Carnaval do Recife. 

Cumprindo uma programação de encontros com coletivos culturais, sendo nesta primeira etapa boa parte ligada ao ciclo carnavalesco, a Secretaria de Cultura (Secult) e a Fundação de Cultura do Recife fizeram do Chama Cultura um momento de abertura de diálogo com o segmento, realizando mais de 30 reuniões até agora. Como um dos resultados das discussões em andamento, ainda no início de fevereiro, foi lançado o AME Carnaval do Recife - Auxílio Municipal Emergencial, voltado para a cadeia produtiva do ciclo, suspenso neste ano.

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As inscrições foram encerradas na última terça-feira (16), com praticamente 100% das agremiações e mais de 90% das atrações solicitando habilitação. Nos próximos dias, a Prefeitura do Recife publica, no Diário Oficial, a relação dos habilitados aptos ao recebimento do auxílio. O pagamento está programado para ter início ainda neste mês de março. Haverá, como previsto na chamada pública, um período para eventual recurso. Ao todo, cerca de 1.000 agremiações e atrações integram o cadastro da ação, que foi projeto de lei aprovado por unanimidade na Câmara Municipal, transformado em Lei. O investimento da Prefeitura, com apoio da Ambev, é da ordem de R$ 4 milhões.

Enquanto realiza os pagamentos do AME, a Cultura avança na consulta à Procuradoria Geral do Município - PGM  no que diz respeito ao calendário do Sistema de Incentivo à Cultura - SIC. Em função de recomendação expressa dos órgãos fiscalizadores (TCE/MPCO), encaminhada ao conjunto da administração municipal, com restrição ao pagamento de eventos, atividades festivas, entre outras do gênero, por conta da pandemia, o que atinge fortemente o conjunto de projetos aprovados, em outubro do ano passado, no edital 2019/2020 da prefeitura, a PGM emitiu parecer condicionando a efetivação de um cronograma à consulta que está realizando junto ao TCE.

 Isso tem reflexo também no edital 2020/2021, cujas inscrições foram encerradas em janeiro deste ano. Assim, a Secult, que monitora diariamente este tema, está orientando todos os proponentes a manterem seus projetos no aguardo deste indicativo, sobre o procedimento que assegure garantias jurídicas para as partes: a administração municipal e os produtores culturais. 

Neste período, estão sendo pactuadas medidas internas, como a inclusão dos projetos do Mecenato do SIC na Plataforma Quero Impactar, ampliando suas perspectivas de futura captação junto à iniciativa privada. Também se trabalha com a Secretaria Municipal de Finanças os detalhes da habilitação formal destes projetos. Durante o Chama Cultura, a secretaria recebeu sugestões para o próprio edital do SIC, com vistas a eventuais ajustes e aperfeiçoamentos, para a edição 2021/2022, o que se encontra em fase de análise pela Gerência do Sistema, criada neste ano.

A Secretaria de Cultura também vem adotando as primeiras providências para realização da eleição do Conselho Municipal de Política Cultural - CMPC, que deve ser renovado, após a suspensão temporária deste processo em 2020, já em função da pandemia. Considerando o estado de calamidade vigente (prorrogado até setembro), pelas mesmas razões, o que já impactou no calendário antes programado do SIC, estão sendo avaliadas alternativas legais para que se possa avançar, uma vez que, entre todas as fundamentais atribuições do CMPC, uma delas está diretamente relacionada às ações do SIC, na validação de projetos inscritos.

Uma vez definido o formato possível para pagamentos dos projetos já aprovados no SIC, um calendário foi pactuado com o Núcleo de Gestão, na programação financeira da prefeitura, para que o primeiro edital (2019/2020) seja quitado em até 90 dias, após o início do cronograma, entrando-se em sequência no edital 2020/2021, assim que esteja concluída a análise de projetos, considerando para isso a decisão da Procuradoria Municipal, que permita a retomada oficial do processo, nos termos que venham a ser acordados. 

Outra agenda relativa a pagamentos, também pautada por Secult e Fundação de Cultura, refere-se aos cachês pendentes de ciclos culturais já realizados. A negociação junto ao Núcleo de Gestão, mesmo com os impactos financeiros da quarentena, é de que o calendário seja iniciado ainda em março, junto à programação de pagamentos do AME, reforçando no período o apoio à cadeia produtiva da Cultura.

A segunda etapa do Chama Cultura será iniciada logo após o período de quarentena, decretado pelo Governo do Estado. Outra ação programada é um trabalho voltado à revitalização de equipamentos culturais, hoje fechados por força do decreto governamental, buscando preparar os espaços para o momento da retomada gradual, assim que possível, sempre obedecendo aos protocolos firmados pelas autoridades sanitárias. Entre os equipamentos que devem receber os cuidados do MOVE Cultura - Movimento de Valorização dos Equipamentos Culturais, estão a Casa do Carnaval, no Pátio de São Pedro, que voltaria a abrir suas portas ao público com exposição e acervo para pesquisa, e a Escola de Frevo, que completou 25 anos neste mês.

No tocante à Lei Aldir Blanc, outra pauta presente na agenda do segmento cultural, houve uma prorrogação local do prazo para prestação de contas, mas o Governo Federal não tem sinalizado com a possibilidade de extensão do prazo final. É importante que todos os contemplados apresentem suas contrapartidas, conforme previsto em edital, para que sejam formalmente concluídos os processos de prestação de contas de quem recebeu o benefício.

“A situação crítica hoje enfrentada, com o agravamento da pandemia e a decretação da quarentena, tem muitos reflexos sobre todos os setores, a Cultura com particular impacto, desde o final do Carnaval 2020. Por isso o calendário de pagamento do AME Carnaval está mantido, assim como está sendo programado um cronograma para quitação de cachês em atraso, em que pesem as dificuldades financeiras que decorrem deste quadro atual. O objetivo da Prefeitura do Recife é fazer estas iniciativas funcionarem como um apoio à cadeia produtiva da Cultura, tão atingida por esta crise que ainda ameaça vidas e impõe drásticas restrições à atividade cultural, item básico para qualquer sociedade, uma marca identitária da cidade do Recife, além de ofício e meio de vida para milhares de recifenses”, declarou o secretário de Cultura Ricardo Mello.

*Via Assessoria de Imprensa

A falta do Carnaval no ano de 2021 causou sentimentos conflitantes entre os brasileiros. Por um lado, a ciência da gravidade da pandemia do novo coronavírus e da necessidade de conter o avanço dos números de infecção, conformou aqueles que esperam ansiosos pela maior festa do país. Por outro, a saudade de botar o bloco na rua fez o ciclo passar envolto em lágrimas e melancolia. 

Já outra parte significativa da população acrescentou ao mix de sentimentos a preocupação. Os trabalhadores da cadeia produtiva do carnaval se viram sem ter como gerar a renda de um ano inteiro e a busca por ajuda foi inevitável. No Recife, o anúncio de um auxílio emergencial - o AME Carnaval do Recife -, feito no início do mês de fevereiro pelo prefeito João Campos (PSB), surgiu como bálsamo para essa classe de profissionais. No entanto, dificuldades enfrentadas para o acesso ao benefício e disparidades entre os valores oferecidos transformou o alívio em tormento.

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Integrantes de agremiações carnavalescas da capital pernambucana, que preferiram não se identificar,  procuraram o LeiaJá para relatar suas dificuldades. Segundo eles, a comunicação com a Prefeitura do Recife (PCR) tem sido bastante difícil e aqueles que estão encontrando dificuldades em fazer seu cadastro na plataforma do AME acabam ficando sem respostas. Além de e-mails e telefonemas que não são respondidos, atendentes que se dispõem a falar com os trabalhadores para sanar suas dúvidas não o fazem a contento. “A gente tem que recorrer ao suporte técnico que não funciona bem. Tem grupos que quando conseguem falar, o cara faz: ‘leia o edital’. Mas se o número é pra dar ajuda às pessoas que não estão conseguindo, pra que o cara atende e manda ler o edital?”.

O problema é maior em grupos que são liderados por idosos. “Existe uma dificuldade com agremiações que não têm muita experiência com computador e tudo é feito pela internet. E eles não permitem que as associações representem as agremiações sabendo que muitas delas são lideradas por senhores que não tem familiaridade com internet”. Além disso, uma aparente desorganização no sistema de inscrições está preocupando os grupos quanto ao recebimento do benefício: “O representante de um grupo não estava conseguindo se inscrever, mandou e-mail, ligou, foi até à Prefeitura para pegar informação e descobriu que o grupo já estava inscrito, sendo que o responsável era ele”. 

Outros critérios do edital como o veto do benefício à agremiações que tenham como representante alguém com vínculo empregatício com entidades da administração pública ou empresas privadas, e ainda, os que definem o valor a ser recebido têm intrigado a classe. “Aqueles que participaram do concurso (oficial do Carnaval da cidade) receberão 50% da subvenção, os que não participaram e só fizeram alguma apresentação vão receber o valor baseado no último cachê recebido, então alguns grupos receberão valores bem inferiores e outros valores maiores. É como se fosse: ‘olhe, a gente pelo menos tá fazendo alguma coisa, aceite do jeito que está’”. 

O AME foi anunciado no início de fevereiro como uma medida emergencial para minimizar os impactos financeiros, causados pela não realização do Carnaval em 2021, entre os trabalhadores da folia. O plano é destinado à agremiações e artistas, sediados na capital pernambucana, que se apresentaram no ciclo carnavalesco de 2020 e visa o repasse de cerca de R$ 4 milhões para cerca de 160 agremiações e 900 atrações artísticas. 

Em resposta ao LeiaJá, confira o que diz a gestão:

Durante todo o período de inscrições, está funcionando um atendimento presencial no térreo do prédio sede da Prefeitura do Recife, para pessoas com deficiência ou que não puderem realizar a solicitação pelo site. Apesar do agravamento da pandemia em todo o país, que exigiu dos poderes públicos medidas de controle sanitário mais severas, entre elas o rodízio de servidores e a restrição do acesso ao público à sede da Prefeitura do Recife, implementadas esta semana, o atendimento presencial para as inscrições do AME foi preservado, devido à importância e urgência do serviço prestado.

Em respeito aos protocolos sanitários, o acesso do público é limitado e precisa ser agendado pelos telefones: (81) 3355-8582 e (81) 3355-9013, também disponíveis, de segunda a sexta, das 9h às 17h, para esclarecimento de dúvidas. A Prefeitura do Recife disponibiliza ainda o e-mail para prestar informações. O cadastro deve ser feito por um representante de cada atração/agremiação que se apresentou no Carnaval 2020. No caso das agremiações carnavalescas que, obrigatoriamente, farão sua inscrição através do próprio CNPJ, o seu representante será, automaticamente, o seu responsável legal.

Uma mesma atração/agremiação não pode ter dois representantes, assim como um mesmo CNPJ ou CPF não poderá ser informado para representar mais de uma agremiação/atração. Em caso de duplicidade ou desencontro de informações, as agremiações/artistas envolvidos são contactados para esclarecimentos.

Criado pela Prefeitura do Recife para amparar os trabalhadores e trabalhadoras da cadeia criativa do Carnaval e da cultura, uma das mais impactadas pela pandemia e pela necessidade de suspensão de eventos e aglomerações, o Auxílio Municipal Emergencial (AME) - Carnaval do Recife equivale a 50% do valor máximo unitário de cachê, para atrações artísticas, ou de subvenção, para agremiações, tendo por base o Carnaval 2020, respeitando o teto de R$ 10 mil para cada beneficiado.

O cálculo para definição do valor do auxílio para cada agremiação/atração beneficiada é feito a partir do valor unitário de subvenção ou de cachê recebidos no Carnaval do ano passado. Para atrações, será considerado o maior valor de cachê recebido, desde que não ultrapasse o teto máximo estabelecido, de R$ 10 mil. Já o auxílio pago às agremiações será calculado a partir do valor da subvenção recebida no Carnaval 2020.

Nesta terça (9), a Prefeitura do Recife anunciou um plano para ajudar os artistas e agremiações prejudicados pela inocorrência do Carnaval em 2021. Através de uma transmissão online no Instagram, o prefeito João Campos (PSB) apresentou o Auxílio Municipal Emergencial (AME- Carnaval do Recife) que pretende destinar mais de R$ 4 milhões para cerca de 27 mil pessoas. 

O AME vai contar com aporte municipal e da iniciativa privada, por meio da AMBEV, uma das maiores patrocinadoras do Carnaval do Recife.  A empresa vai participar do projeto com R$ 1,5 milhão. O plano é destinado às agremiações e artistas, sediados na capital pernambucana,  que se apresentaram no ciclo carnavalesco de 2020. 

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Ao todo, devem receber o auxílio cerca de 160 agremiações e 900 atrações artísticas entre cantores, bandas e orquestras, totalizando mais de 27 mil pessoas. O AME equivale a 50% de valor unitário de cachê, para atrações artísticas, e da subvenção, para agremiações, respeitando um teto de R$ 10 mil para cada pagamento. Nenhuma contrapartida será exigida aos contemplados pelo auxílio.

O projeto de Lei que cria o Auxílio Municipal Emergencial Carnaval do Recife será assinado pelo prefeito João Campos nesta terça (9) e, em seguida, será enviado para votação na Câmara dos Vereadores. O calendário de pagamento dos recursos será determinado posteriormente. 

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