Tópicos | Arequipa

Ao menos 15 pessoas morreram e 12 mil ficaram desabrigadas após um deslizamento de terra na região de Arequipa, no sul do Peru, nesta segunda-feira (6). As informações são do Indeci, órgão de defesa civil do país. A área mais afetada foi Nicolás Valcárcel, na cidade de Camaná, que sofreu com fortes chuvas e enchentes no domingo (5).

Ainda de acordo com o Indeci, 20 pessoas ficaram feridas, duas estão desaparecidas e outras 310 foram diretamente afetadas pelo desastre natural. O governador de Arequipa, Rohel Sánchez, alertou que o número de mortos pode aumentar, especialmente nas regiões de Miski, Secocha, Urasqui e San Martín, que possuem mineradoras. "Há uma grande probabilidade de ter pessoas mortas nos túneis", afirma Sánchez.

##RECOMENDA##

Por causa do deslizamento, as autoridades de Arequipa solicitaram que o governo declarasse estado de emergência no local. A Presidência do Conselho de Ministros se ofereceu para unir diferentes áreas do governo para atender às exigências da emergência, que inclui helicópteros para voos humanitários e maquinaria pesada para limpar os escombros e combustíveis, conforme explicou Sánchez.

Um relatório da defesa civil do Peru destacou ainda que Yauyos, em Lima, também registrou deslizamentos de terra no domingo, que danificaram 99 casas e deixaram 265 pessoas desabrigadas. (Com agências internacionais).

Com pedras, pedaços de pau e pneus em chamas, centenas de manifestantes bloqueiam a pista do aeroporto de Arequipa, segunda maior cidade do Peru, para exigir a renúncia da nova presidente Dina Boluarte e eleições presidenciais e legislativas antecipadas.

"A pista do aeroporto foi bloqueada com pedras, paus e pneus", disse um fotógrafo da AFP no local.

A iluminação da pista foi destruída, e o aeroporto, fechado. A polícia enfrenta os manifestantes com gás lacrimogêneo.

O anúncio da presidente do Peru, Dina Boluarte, de que apresentará um projeto de lei ao Parlamento para antecipar as eleições, de abril de 2026 para abril de 2024, não acalmou os manifestantes.

Nas ruas em várias cidades do país, uma multidão exige a libertação do agora ex-presidente Pedro Castillo, assim como o fechamento do Parlamento e novas eleições já.

As estradas de acesso a várias cidades do país permaneciam bloqueadas hoje no norte e no sul do país, incluindo Arequipa, Trujillo e Cuzco.

Castillo está detido por ordem de um juiz, após sua fracassada tentativa de golpe na última quarta-feira e posterior destituição por parte do Congresso. Foi substituído por sua vice, Dina.

Na madrugada dessa segunda, Boluarte disse que tentará "alcançar um acordo com o Congresso" para antecipar as eleições gerais para abril de 2024. Anunciou, ainda, que declarava estado de emergência nas áreas do país que registram protestos violentos.

- Protestos -

Desde domingo, as manifestações aumentaram em várias cidades do norte e do sul.

Na cidade andina de Andahuaylas, no sul, o Ministério do Interior informou que duas pessoas morreram, e cinco ficaram feridas, entre elas um policial, após confrontos violentos em uma tentativa dos manifestantes de invadirem o aeroporto da cidade.

A nova presidente lamentou a morte dos dois manifestantes.

No fim de semana, milhares de pessoas se mobilizaram pelas ruas de Cajamarca, Arequipa, Tacna, Andahuaylas, Huancayo, Cuzco e Puno, segundo imagens divulgadas por emissoras de televisão locais.

Em Lima, a polícia dispersou com gás lacrimogêneo, na tarde de domingo, uma manifestação nas proximidades do Congresso em apoio a Castillo. A capital do país sempre rejeitou Castillo, um professor rural e líder sindical que não tinha contato com as elites peruanas, enquanto as regiões andinas expressam apoio ao esquerdista desde as eleições de 2021.

- "Greve por tempo indeterminado" -

Enquanto isso, sindicatos rurais e organizações representativas dos povos indígenas convocaram uma "greve por tempo indeterminado" a partir de terça-feira em apoio a Castillo, que vem de uma família de camponeses.

Eles exigem a suspensão do Congresso, a realização de eleições antecipadas e uma nova Constituição, assim como a libertação imediata de Castillo, segundo um comunicado da Frente Agrária e Rural do Peru, que reúne cerca uma dúzia de organizações.

A Frente Rural afirma que Castillo "não praticou um golpe de Estado" na quarta-feira, quando anunciou a dissolução do Congresso, a intervenção dos poderes públicos e disse que governaria por decreto.

Dominado pela direita, o Congresso aprovou na madrugada de hoje uma norma que permite acelerar um julgamento penal contra Castillo. Ele foi detido por sua própria equipe de segurança quando seguia para a embaixada do México para pedir asilo político. O Ministério Público o acusa de rebelião e conspiração. Ele já era investigado por corrupção.

- Eleições antecipadas -

Nesta segunda, as atenções se concentram na reação do Congresso à proposta de eleições gerais antecipadas, pois também implica a redução do mandato em dois anos.

Para reduzir mandatos populares, como o presidencial e o legislativo, é preciso fazer isso em duas legislaturas consecutivas. Este processo pode durar até um ano, conforme a lei peruana. E, para convocar eleições antecipadas, é necessária uma reforma constitucional.

“Tem que haver uma negociação política para que o Congresso faça as reformas políticas básicas necessárias para novas eleições”, disse à AFP a analista política Giovanna Peñaflor.

Boluarte formou um governo no sábado com um perfil independente e técnico e com o ex-procurador Pedro Angulo como primeiro-ministro.

A demanda por novas eleições está associada a uma rejeição esmagadora do Congresso. De acordo com as pesquisas de novembro, 86% dos peruanos desaprovam o Parlamento.

Enquanto isso, cresce a polêmica em torno da versão de um ex-chefe de gabinete e do advogado de Castillo de que o ex-presidente estava dopado, ao ler a mensagem na qual anunciou sua tentativa fracassada de golpe.

Em uma carta que teria escrito na prisão, Castillo afirma que um médico e enfermeiras "camuflados" e uma promotora "sem rosto" tentaram "obrigá-lo" a dar amostras de sangue na sexta e no sábado. Ele disse ter-se recusado por temer por sua segurança.

Um terremoto de 7,3 graus na escala Richter atingiu neste domingo (14) a região de Arequipa, no sul do Peru, e deixou ao menos dois mortos e mais de 60 feridos, de acordo com balanços provisórios divulgados pela imprensa local.

O tremor foi registrado às 4h18 (horário local, 7h18 de Brasília), a 42 km ao sudoeste de Acari, na costa sul do Peru, e a uma profundidade de 12 km, informou o Instituto Geofísico dos Estados Unidos (USGS).

##RECOMENDA##

O chefe do Instituto Nacional de Defesa Civil (Indeci), Jorge Chávez, declarou à emissora RPP Noticias que as mortes aconteceram nas cidades de Yauca e Bella Unión, enquanto os feridos foram registrados na província de Caravelí e em Nazca, da região vizinha de Ica.

Em decorrência do tremor, a província de Nasca se encontra sem eletricidade e Ica também está parcialmente sem fornecimento. O centro de alerta de tsunami, por sua vez, descartou a possibilidade de ondas gigantes na costa do Peru e do Chile, mas as autoridades estão monitorando a situação e o efeito das réplicas.

Da Ansa

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando