Tópicos | avaliação nacional

A maioria dos estudantes de medicina (91,2%) teve um desempenho considerado adequado na primeira edição da Avaliação Nacional Seriada dos Estudantes de Medicina (Anasem), segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeixa (Inep), responsável pelo exame. Apenas 1,9% obteve desempenho avançado e, na outra ponta, 6,9%, básico. Os resultados estão disponíveis na página do Inep

A avaliação foi aplicada no ano passado a estudantes do 2º ano de medicina. Ao todo, foram avaliados 22.086 alunos de 233 cursos. De acordo com o Inep, 98,71% das escolas apresentam média em nível adequado e 1,29%, no básico - o resultado abarca 91% das instituições que oferecem o curso no país.

##RECOMENDA##

Os estudantes também responderam questões sobre a própria avaliação. A maioria, 62,5%, considerou que a prova tinha um grau médio de dificuldade, 32,3% difícil, 2,5% muito difícil, 2,5% fácil e 0,2% muito fácil.

Anasem

A Anasem está prevista pelo Programa Mais Médicos e em resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE). A prova, aplicada anualmente, é composta por 60 questões objetivas e três discursivas. Assim como outras avaliações do Inep, é baseada na Teoria de Resposta ao Item (TRI), mesma metodologia de correção utilizada no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Nessa edição, só os alunos do 2º ano do curso participaram da avaliação. A partir de 2018, a Anasem será aplicada também aos alunos do 4º ano, e em 2020 chegará aos alunos do 6º ano. A participação é obrigatória, pois a regularidade na avaliação é atestada no histórico escolar.

Os participantes recebem o resultado de seu próprio desempenho para autoavaliação. O coordenador de curso também recebe o resultado dos estudantes de sua instituição, discriminados por série, competência, conhecimentos, habilidades e atitudes, elencados na matriz do exame, além da média de sua região e a média nacional.

Em 2017, ocorrerá a segunda edição da Anasem, no dia 18 de outubro. A prova será aplicada para os estudantes matriculados no 2º ano dos cursos de medicina.

Prefeito de Jaboatão dos Guararapes – segundo maior colégio eleitoral de Pernambuco – o tucano Elias Gomes concedeu, nesta sexta-feira (22), uma entrevista exclusiva ao Portal LeiaJá. Durante a conversa, o gestor enalteceu a atitude do PSDB de recuar na abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e elogiou a ação assinada conjuntamente pelos partidos de oposição pedindo que a petista seja responsabilizada por algumas irregularidades, entre elas as pedaladas fiscais. Além disso, o tucano destrinchou sobre as pretensões do PSDB em Pernambuco para 2016 e sugeriu medidas para que a presidente Dilma drible a crise econômica nacional. 

Elias Gomes cumpre o segundo mandato à frente da gestão em Jaboatão dos Guararapes. Ele já foi prefeito do Cabo de Santo Agostinho por três vezes, deputado estadual e administrador do Distrito Estadual de Fernando de Noronha. Confira a entrevista na íntegra:

##RECOMENDA##

LeiaJá (LJ) - O PSDB recuou no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e decidiu protocolar uma Ação Conjunta contra a petista. Foi uma ação mais sensata? 

Elias Gomes (EG) - A oposição deve aumentar a vigilância na apuração das irregularidades e não precipitar esta questão de impeachment. Não é que não possa ter ocorrido irregularidades por parte do PT, mas é que não chegou a ela de forma direta e um impeachment não pode ser algo leviano e inconsistente. Acredito que o PSDB acertou em intensificar o embate político, a oposição e as apurações das irregularidades em todas as frentes; apresentando as deficiências do governo, responsabilizando Dilma pelos erros da economia e fazendo com que o PT assuma as responsabilidades por todo esse conjunto de medidas que contrariam os trabalhadores e consumidores. 

LJ - Líderes de movimentos antigoverno avaliam o recuo do impeachment como uma “covardia” do senador Aécio Neves. Como o senhor avalia esta opção de ter voltado atrás?

EG - A sociedade tem mais liberdade para pregar teses que sejam apenas movidas pelas emoções. A população dizer ‘impeachment já’ é absolutamente legitimo, porém um senador e um partido político de representação no Congresso tem que seguir o que prevê a lei e a constituição. O texto diz que é necessário ter provas claras de que o governante infringiu a lei, com a caracterização clara e jurídica. Sabe-se que integrantes do partido feriram a lei, mas é preciso ter provas contundentes de que a presidente Dilma tenha operado e se envolvido diretamente, embora até a gente acredite que sim, mas é preciso ter provas. O PSDB está em busca do fato concreto. É uma questão de tempo. O da sociedade é um o do Congresso é outro.

LJ - A mudança pode interferir de alguma forma o relacionamento do PSDB com esses movimentos?

EG – Acredito que não. O PSDB quando ouviu esses movimentos disse que iria estudar e definir o posicionamento a luz da Lei. Eles vão compreender que o PSDB, embora não peça o impeachment, tem intensificado a oposição derrotando o governo em muitas questões, apurando os desmandos na Petrobras, encaminhado outras CPIs como foi a do BNDES – que o governo conseguiu derrotar, mas a oposição está se articulando para reapresentar. Então é cada qual no seu papel. Ocupação nas ruas: movimentos sociais, foram eles que ocuparam as ruas, não foi o PSDB; apuração, CPI e denúncia são com o PSDB. 

LJ - O Congresso Nacional tem aprovado medidas que promovem um reajuste fiscal no país, para tentar driblar a crise econômica apesar das perdas dos direitos de algumas categorias. Como prefeito, como o senhor avalia estas mudanças e a situação econômica do país?

EG – Primeiro é dizer que a gente chegou a esse nível de dificuldade porque a presidente levou o país a essa pancarrota quando reprimiu o preço do reajuste dos combustíveis, para fazer política e tirar proveito eleitoral; gastou além do que podia, comprometendo a saúde fiscal da união; retardou as concessões para obras de infraestrutura como rodovias, portos e aeropostos, limitando o restringindo tudo isso; e só fez aumentar os gastos, entre eles, os ministérios. São 39 quando se pode governar com 20, por exemplo. O governo só fez gastar e não cuidou do equilíbrio financeiro e a responsabilidade do ônus dessas medidas é o governo e a gente tem que denunciar isso. 

LJ – Qual seria a melhor forma de driblar este cenário? 

EG - Em dezembro percebi que havia uma enorme dificuldade da presidente organizar os ministérios e assumir o seu segundo mandato. Achava de bom senso que a presidente Dilma reconhecesse as limitações na base de apoio com o PMDB enfrentando ela na Câmara e no Senado. Ela devia ter procurado a oposição para o entendimento de um programa mínimo para o Brasil. E como contrapartida ela adiantaria o mandato dela em dois anos. Isso seria um entendimento, um pacto, para o Brasil sair desta sangria. Não foi feito, caberia ao governo fazer isso, mas por ganância, vaidade e disputa do poder pelo poder perdeu-se a oportunidade de se fazer uma construção nacional e a transição do pós-PT. As derrotas continuam e é melhor ela cair na real, fazer o entendimento e encurtar o mandato. Seria um gesto estadista e ela seria altamente reconhecida pela história. Se a oposição fosse chamada para um pacto desses seria irrecusável, com certeza.

LJ - Em Pernambuco, o PSDB está passando por alguns processos de reestruturação com a eleição de novas comissões municipais e filiações, a exemplo do que aconteceu em Jaboatão. Isso é positivo para a legenda tendo em vista a aproximação de um novo pleito em 2016?

EG - Faz parte de uma estratégia nacional do PSDB. A eleição de 2014 demonstrou que no Nordeste somos vulneráveis e a designação era de crescer. Estamos fazendo isso, reforçando o partido. Estamos fazendo aquilo que precisa para o momento. Não estamos discutindo 2016 apenas, mas preparando o partido para projetos futuros nacionais e locais.

LJ - No próximo dia 14 a legenda vai renovar a direção estadual, o senhor pretende disputar o cargo de presidente do PSDB de Pernambuco?

EG - Alguns companheiros estão me perguntando para fazer questões como essa, mas não irei entrar para ser mais uma nesta disputa que desune ou divide. Vou procurar ser uma voz que ouça a todos e procure conciliar. Nesses próximos dias, vamos ter várias conversas com todos os companheiros mais representativos do partido. O que a gente tem que fazer é acabar com essa história de lançar nomes e dizer: ‘eu quero, eu quero, eu quero’.  Minha missão é de ouvir e unificar o partido para uma construção coletiva, não acredito em partido que tem dono. Partido significa conjunto, forças. Devemos ter projetos para 2016 e 2018. Não me antecipo, não coloco um nome como prioridade para agora. 

LJ - Desde a morte do deputado Sérgio Guerra, Bruno Araújo assumiu a legenda. De que forma o senhor avalia a liderança dele? 

EG - Substituir Sérgio Guerra é uma tarefa muito difícil, especialmente num ano de eleição e porque Sérgio era ao mesmo tempo uma figura nacional que se dedicava a macro política, mas também se dedicava a micro política. Bruno procurou cumprir sua tarefa, mesmo tendo outras atribuições e evidentemente conciliou tudo isso. Esse gesto dele não disputar a reeleição foi magnânimo, agora vamos conversar e ponderar qual o projeto para o futuro e quem pode substituí-lo.

LJ – Apesar de dizer que não discute 2016, o senhor tem anunciado a pré-candidatura de alguns vereadores. Como tem se pautado para disputar da sua sucessão em Jaboatão? 

EG - Não lancei, elas surgiram. Isto é natural. O PSDB considera que tem legitimidade para governar a segunda cidade com o maior colegiado do estado, na medida em que o PSB, como aliado importante, comanda a prefeitura do Recife. Antecipar campanha é tirar o foco do que é fundamental: concluir o governo. Tenho um ano e meio ainda pela frente. Não tenho candidato, não anteciparei e vou agora consolidar o projeto. Após isso, naturalmente podemos fazer um sucessor. 


 

As principais escolas de medicina do estado de São Paulo apoiam a decisão do Conselho Regional de Medicina (Cremesp) de tornar obrigatória a realização de uma prova para avaliar os formandos do 6º ano do curso de medicina, conforme o jornal O Estado de S.Paulo antecipou, mas fazem considerações sobre o modelo adotado e defendem uma avaliação nacional.

##RECOMENDA##

Diretores das faculdades de medicina da Unicamp, Unesp, USP, UFSCar e Unifesp defendem a avaliação: dizem que ela é necessária porque será mais um mecanismo para que as instituições conheçam suas falhas e criticam a expansão de vagas nos cursos de medicina - o governo federal anunciou 2,5 mil novas vagas.

O professor Mario Saad, da Unicamp, diz que uma prova de múltipla escolha ao final do curso pode não ser a melhor forma de avaliar se um aluno realmente aprendeu tudo o que deveria. "Nem sempre quem responde bem a um teste é quem melhor atende num hospital. O ideal seria existir um mecanismo de avaliação ao final do 2º, do 4º e do 6º anos, incluindo uma avaliação prática e uma prova discursiva".

O professor Joaquim Edson Vieira, da comissão de graduação da USP, segue o mesmo raciocínio. Ele apoia a existência da avaliação, mas avalia que o exame poderia ser mais completo, como uma prova de residência médica, que inclui questões discursivas e prova prática. "Nossos alunos não faziam a prova quando era voluntária por considerar que esse modelo de exame não contribui para o exame da residência médica, que eles obrigatoriamente fazem quando se formam. Não é questão de ser melhor ou pior. Mas são exames diferentes", diz.

Silvana Artioli Schellini, da Unesp, e Bernardino Geraldo Alves Souto, da UFSCar, dizem que os resultados serão uma ferramenta a mais para a melhoria do ensino. "A proposta é muito inteligente porque mantém o sigilo do aluno, não tem caráter punitivo e fornece os resultados por área para a faculdade", afirmou o professor Souto.

O professor Antonio Carlos Lopes, da Unifesp, classifica como oportuna a medida, mas lamenta que a prova não tenha força para filtrar profissionais. "A decisão do Cremesp é apenas política. Serve de estatística, mas infelizmente não tem validade para impedir o indivíduo de exercer a profissão", avalia.

Para o diretor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa, Valdir Golin, a iniciativa vem a se somar com a análise feita pelo Enade, do Ministério da Educação (MEC), que avalia os universitários no primeiro e no último ano de curso. "A regra é corajosa e absolutamente salutar. Faz um diagnóstico. Mas o ideal seria termos algo em todo o Brasil".

Para a professora Cibele Retele Duch, da Uniara, de Araraquara, ainda é cedo para se pensar num exame de ordem nacional. "Ainda precisa de maturidade. Essa evolução tende a ocorrer, mas assim já vai forçar as instituições a repensarem seu ensino".

Henrique George Naufel, da Universidade de Mogi das Cruzes, reforça a importância da participação de todos. "Como é obrigatório, mas não é excludente, pode ser que algumas instituições boicotem e prejudiquem o objetivo real do exame".

Mas nem todos estão a favor da realização da prova. Para Jânyo Diniz, presidente do sindicato das Instituições de Ensino Superior de Pernambuco, "o que define e formação profissional são anos de estudos em instituições de ensino superior e não uma prova. Se esse fosse o caso todas as profissões deveriam fazer a mesma coisa, o que não acontece. Acredito que o fato de a prova ser obrigatória, mas não causar prejuízo ao aluno, vai repetir o que acontece com o Enade, quando muitos alunos fazem a prova sem compromisso e sem objetivo de ter boa nota”. Jânyo também destaca a necessidade de mais profissionais no mercado. "A abertura de um curso de medicina é o mais rigoroso processo do país e leva cerca de três anos para que uma instituição esteja pronta para oferecer o curso. Avaliações presenciais são feitas e o curso só é liberado quando a instituição cumpre integralmente todas as exigências. Os novos cursos liberados estão prontos para formar profissionais de qualidade, até porque, no momento, o Brasil tem menos vagas do que o necessário para atender a atual demanda do país"

Como funcionará

A prova já existe há sete anos, de forma voluntária, mas a adesão caiu no decorrer dos anos, prejudicando a amostra e a avaliação. Ao torná-la obrigatória, a intenção do Cremesp é ampliar a base de participação e assim ter um retrato mais fiel do problema, além de avançar o debate da instituição (via uma lei federal) de um exame nacional que seja requisito obrigatório para o exercício da Medicina no País, como já ocorre com os advogados.

A norma já vale para os formandos de 2012. O exame será realizado no dia 11 de novembro e será composto por 120 questões de múltipla escolha sobre as nove principais áreas da medicina, que incluem pediatria, clínica médica, obstetrícia e saúde pública. No ano passado, 46% dos alunos voluntários foram reprovados.

A Associação Médica Brasileira (AMB) e a Associação Paulista de Medicina (APM) também se declararam favoráveis à aplicação da prova. Em nota, o CFM diz concordar com a adoção de medidas que contribuam e estimulem a avaliação de estudantes e escolas, mas diz não ter um consenso sobre a melhor abordagem para enfrentar o problema. 

Com informações da Agência Estado e do jornal O Estado de S.Paulo.

 

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando