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Tropas francesas iniciaram nesta sexta-feira operações militares contra insurgentes islamitas no Mali, país da África Ocidental, ao lado de militares locais, em uma escalada dramática do conflito que se arrasta desde 2011 no país do Sahel, onde a insurgência dos tuaregues e dos islamitas ameaça derrubar o frágil governo em Bamako. O presidente da França, François Hollande, disse que tropas francesas já estão no Mali para ajudar o exército local a rechaçar os rebeldes, que nesta semana tomaram a cidade de Konna, no Sahel, e avançam em direção ao oeste.

"Nesta tarde, forças armadas francesas deram apoio a unidades do Exército do Mali na luta contra os terroristas", disse Hollande em Paris. "Essa operação durará o quanto for necessário". A decisão francesa de enviar tropas ao Mali é uma mudança na estratégia de Paris. No ano passado, a França pressionou o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) a votar uma intervenção militar no Mali contra os islamitas, algo que foi aprovado por unanimidade em dezembro. A resolução da ONU, contudo, previa o envio de uma tropa de países africanos de três mil soldados, ao longo de 2013.

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Hollande disse hoje o envio dos soldados franceses foi necessário também para proteger os seis mil cidadãos franceses que vivem no Mali, uma ex-colônia da França. Atualmente, quatro cidadãos franceses estão reféns dos islamitas. O envio dos soldados franceses pode ser perigoso para os reféns, se seus captores decidirem matá-los.

Após o frágil governo civil do Mali entrar em colapso no primeiro semestre do ano passado, grupos de insurgentes islamitas e tuaregues tomaram o controle da parte norte e desértica do país, onde proclamaram o "Estado Islâmico do Azawad" (État Islamique de l'Azawad). O local virou um santuário para grupos islâmicos extremistas, sequestradores e traficantes de pessoas. Os islamitas impuseram a lei islâmica, Sharia, sobre a região. Já ocorreram confrontos entre islamitas e tribos de tuaregues. Na noite de quinta-feira, o presidente de facto do Mali, Dioncounda Traore, fez um pedido desesperado pela ajuda militar francesa para barrar o avanço dos islamitas e dos tuaregues.

Além das tropas francesas, soldados do Senegal e da Nigéria chegaram ao Mali nesta sexta-feira, disse o porta-voz do Ministério da Defesa do Mali, Diarran Kone. O exército malês, enquanto isso, prepara uma ofensiva para retomar a cidade de Konna, que fica a 700 quilômetros ao leste da capital, Bamako. Confrontos entre soldados e islamitas deixaram 43 mortos no centro do país, informou hoje a emissora Al Jazeera.

Um oficial do Exército do Mali, o coronel Abdrahmane Baby, confirmou nesta sexta-feira que militares franceses chegaram ao país do Oeste da África para ajudar o local a conter o avanço de insurgentes. Baby disse que tropas francesas estão no país, mas não disse quantos soldados e nem o que eles fazem no momento. "Eles estão aqui para ajudar o exército malês", afirmou em Bamako.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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