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Niagalé Camara se abaixa para colocar o fruto dentro de uma bacia. Ao lado de outras mulheres reunidas em uma cooperativa perto de Bamako, elas transformam o produto em um óleo vegetal muito popular - a manteiga de karité.

A árvore de karité cresce apenas na África e seu fruto é colhido quase exclusivamente pelas mulheres. Este virou um verdadeiro método de desenvolvimento em alguns dos países mais pobres do mundo.

A Aliança Global do Karité (GSA, na sigla em inglês) indicou que 16 milhões de mulheres africanas se sustentam com sua colheita, principalmente em zonas rurais.

Junto com a Nigéria e Burkina Faso, Mali é um dos primeiros produtores mundiais de karité, todos situados no oeste do continente.

A demanda do produto aumentou exponencialmente nos últimos anos, impulsionada pelos consumidores ocidentais atraídos por produtos apresentados como orgânicos e naturais.

As mulheres da Cooperativa das Produtoras de Karité de Siby (COOPROKASI) - que produzem a manteiga nesta vila da área rural do Mali - ainda não se beneficiaram totalmente da popularidade deste produto.

Criada em 2003, a cooperativa conta com o serviço de 1.000 mulheres.

As empregadas permanentes ganham mensalmente o valor equivalente ao salário mínimo, cerca de US$ 76 (R$ 391). Já as contratadas temporariamente recebem por cada trabalho realizado.

"Uma das vantagens da cooperativa é permitir que as mulheres tenham um emprego" durante todas as temporadas e não apenas nas chuvosas, destaca a responsável pelas vendas Filfing Koumaré.

Para a criação da manteiga de karité, primeiro a noz deve ser descascada para depois extrair a amêndoa. O fruto é, então, triturado, lavado e secado várias vezes antes de ser levado para a panela. Um líquido escuro começa a ser produzido no cozimento.

Após filtrado, o produto restante fica limpo de impurezas e se torna a manteiga de karité.

A contadora da cooperativa, Kamissoko Kinimba, conta que a manteiga é utilizada na produção de sabonetes e cremes vendidos na cidade, na capital Bamako e nos países do mundo todo.

"Quando as mulheres vendem, ganham uma renda que permite ter um pouco de autonomia financeira", afirma a presidente da cooperativa, Assitan Kone Camara.

"Mas uma das dificuldades é a falta de apoio e recursos", lamenta.

O prefeito de Siby, Douda Keita, concluiu que "apoiar esta estrutura para modernizá-la é fundamental".

Um momento nada comum aconteceu na zona mista, após o jogo entre Sérvia e Mali pela Copa do Mundo de Basquete Feminino, nesta segunda-feira (26). Enquanto a atleta da Sérvia concedia uma entrevista, duas jogadoras de Mali acabaram trocando socos, o que foi flagrado pelas câmeras.

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Salimatou Kourouma e Kamite Elisabeth Dabou literalmente saíram no soco após a derrota por 81 x 68. A entrevista de Sasa Cado, cestinha do jogo, foi paralisada diante dos gritos das companheiras que tentavam separar a briga. 

O Mali tem quatro derrotas em quatro jogos até aqui no mundial. O motivo da briga entre as atletas da mesma seleção ainda é uma incógnita e, oficialmente, não foi abordado.

Um capacete azul da missão das Nações Unidas no Mali (Minusma) morreu e outros três ficaram feridos nesta quarta-feira (1º), durante um ataque a seu comboio em Kidal, anunciou nas redes sociais o porta-voz da missão, Olivier Salgado.

Os capacetes azuis faziam parte do contingente jordaniano da missão da Minusma, informou um funcionário da segurança, que não quis se identificar. A missão referiu-se anteriormente a um "ataque terrorista", sem dar mais informações sobre os supostos autores.

"Seu comboio recebeu disparos diretos de armas leves e lança-foguetes durante uma hora", indicou Salgado em seu primeiro tuíte. "Infelizmente, um dos capacetes azuis morreu após ser ferido no ataque desta manhã", acrescentou algumas horas mais tarde.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou o ataque e disse que o mesmo poderia "constituir um crime de guerra sob a lei internacional", indicou um porta-voz.

Criada em 2013 e composta por cerca de 13.000 soldados, a Minusma tem como objetivo apoiar o processo político no Mali. No total, 172 capacetes azuis morreram por causa de ataques desde o início desta operação.

O papa Francisco recebeu, neste domingo (10), no Vaticano, a freira colombiana Gloria Cecilia Narváez, que foi libertada no sábado (9) depois de ter sido sequestrada por extremistas islâmicos em 2017 no Mali, anunciou o porta-voz da Santa Sé.

"Esta manhã, antes da celebração da Santa Missa de abertura do Sínodo dos Bispos, o papa saudou a irmã colombiana Gloria Cecilia Narváez, sequestrada em 2017 e recentemente libertada", disse Matteo Bruni em um breve comunicado.

De acordo com a agência especializada do Vaticano I-media, após a celebração, o papa Francisco foi até ela para abençoá-la.

A irmã Gloria Cecilia Narvaez foi mantida refém com o padre italiano Pierluigi Maccalli, que foi libertado no ano passado, de acordo com a mesma fonte.

Originária do departamento de Nariño, no sudoeste da Colômbia, a irmã Gloria integrava a congregação suíça das Irmãs Franciscanas de Maria Imaculada, criada em 1893 no país sul-americano e com presença em 17 países.

Ela foi sequestrada em 7 de fevereiro de 2017 perto da cidade de Koutiala, 400 quilômetros a leste da capital, Bamako. Na época, trabalhava como missionária havia seis anos na paróquia de Karangasso.

De acordo com a presidência do Mali, sua libertação foi fruto de "quatro anos e oito meses de esforços combinados dos serviços de inteligência".

"Agradeço às autoridades do Mali, ao presidente, a todas as autoridades do Mali, pelo esforço que fizeram para que fôssemos libertados, que Deus os abençoe, que Deus abençoe o Mali", disse a freira no sábado em declarações à televisão estatal ao lado do presidente interino do Mali, o coronel Assimi Goita, e do arcebispo de Bamako, Jean Zerbo.

"Estou muito feliz por ter tido boa saúde por cinco anos, graças a Deus", acrescentou a freira de 59 anos.

O arcebispo Zerbo assegurou à AFP que a freira "está bem". "Rezamos muito pela sua libertação. Agradeço às autoridades do Mali e a outras pessoas boas que tornaram possível esta libertação", acrescentou. A freira embarcou em um avião para Roma na noite de sábado.

- Anos de negociações -

Uma fonte próxima à delegação que trabalhou pela libertação de Narváez garantiu à AFP que a freira não foi maltratada durante o sequestro e que ela conheceu o Alcorão. "Não vamos dar detalhes. As negociações duraram meses, anos", acrescentou a fonte.

A vice-presidente e ministra das Relações Exteriores da Colômbia, Marta Lucía Ramírez, disse estar feliz com a libertação, que atribuiu ao governo e a um trabalho de "múltiplas conversas e pedidos de ajuda internacional" com vários líderes da África e da França.

De acordo com a polícia colombiana, seis comissões foram para Gana e Mali durante os quatro anos de cativeiro.

Em diferentes entrevistas à AFP, alguns colaboradores próximos de Narváez manifestaram negligência por parte do governo no caso da freira sequestrada. A mãe da freira faleceu em setembro de 2020 aguardando a libertação de sua filha.

Os sequestros são comuns no Mali, mergulhado numa grave crise de segurança, especialmente no centro do país, um dos focos da violência islamita. Desde março de 2012, várias áreas são controladas por grupos ligados à rede Al-Qaeda.

O presidente Aissimi Goita aproveitou a libertação de Narváez para garantir a seus cidadãos e à comunidade internacional que "está trabalhando muito" para libertar todas as pessoas sequestradas neste país do Sahel.

Durante o cativeiro, quatro evidências de que Narváez estava viva foram reveladas, segundo a polícia colombiana. A última foi uma carta datada de 3 de fevereiro de 2021 e divulgada em julho por seu irmão Edgar.

Num documento de "onze linhas, de próprio punho, com letras maiúsculas porque sempre usou maiúsculas", a freira implorava por sua libertação.

Segundo a polícia colombiana, "embora publicamente" o grupo que a mantinha cativa não exigisse "determinada cifra, foi possível estabelecer que o objetivo final" era "econômico".

Em recente entrevista à AFP, a irmã Carmen Isabel Valencia, superiora das Irmãs Franciscanas de Maria Imaculada, destacou a "coragem" da freira na hora do sequestro.

De acordo com Valencia, homens armados estavam prestes a sequestrar duas freiras mais jovens, mas Narváez se entregou aos sequestradores dizendo "eu sou a superiora, me levem".

"Ela é uma mulher de uma qualidade humana muito especial, da mais alta qualidade humana, sacrificada para morrer, movida pelo amor pelos pobres", disse Valencia.

O coronel Theoneste Bagosora, uma das autoridades de mais alto nível de Ruanda condenada pela Justiça internacional por seu papel no genocídio de 1994, morreu neste sábado (25) no Mali, onde cumpria pena, informaram diferentes fontes.

"O ex-coronel Theoneste Bagosora morreu neste sábado em uma clínica em Bamaco [capital do Mali] por causa de uma enfermidade. Ele estava na clínica há algum tempo, mas era vigiado por agentes de segurança", declarou à AFP uma fonte da administração penitenciária do Mali.

Por sua vez, um encarregado da clínica onde ele estava internado também confirmou sua morte, e assinalou que a mesma foi causada por "insuficiência cardíaca".

Outra fonte que confirmou a morte de Bagosora à AFP foi um conselheiro do Ministério da Justiça do Mali.

Theoneste Bagosora, chefe de gabinete no Ministério da Defesa de Ruanda em 1994, foi condenado à prisão perpétua em 2008 pelo Tribunal Penal Internacional para Ruanda (TPIR) por genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra. Após um recurso apresentado em 2011, sua sentença foi reduzida para 35 anos de prisão.

Antes de ser internado, o antigo dirigente militar era mantido em uma prisão situada a cerca de 50 quilômetros de Bamaco.

Durante o seu processo, a acusação o apresentou como o "cérebro" do genocídio que causou a morte de 800 mil pessoas, sobretudo da minoria tutsi.

Em 2019, os meios de comunicação franceses Mediapart e Radio France revelaram que um "documento do serviço de Inteligência francês" de setembro de 1994 afirmava que "dois extremistas do regime" hutu que governava a Ruanda naquela época foram "os principais autores intelectuais do atentado de 6 de abril de 1994" contra o avião do presidente Juvenal Habyarimana, que desencadeou o massacre contra os tutsi e hutus moderados. Um desses dois "extremistas" era Bagosora.

Em 2011, os juízes de apelação do TPIR anularam várias conclusões da câmara de primeira instância que condenou o ex-coronel. Contudo, mantiveram a conclusão central do julgamento, que afirmava que Bagosora era a autoridade militar máxima em Ruanda entre 6 e 9 de abril de 1994, nos primeiros dias do genocídio.

O presidente interino do Mali, o coronel Assimi Goita, escapou "são e salvo" de uma tentativa de assassinato nesta terça-feira (20), na qual duas pessoas tentaram esfaqueá-lo durante o ritual muçulmano do festival do Sacrifício na Grande Mesquita de Bamako.

Ex-chefe de um batalhão de forças especiais, o coronel Goita protagonizou dois golpes de Estado em menos de um ano, incluindo o que derrubou o presidente Ibrahim Boubacar Keita, reeleito dois anos antes, em 18 de agosto de 2020.

Há meses, o líder interino não aparece em público sem a companhia de seus homens encapuzados e armados com fuzis.

O ataque aconteceu depois da oração do Eid al-Adha, a festa muçulmana do Sacrifício, e quando o imã da mesquita estava saindo para sacrificar um cordeiro, segundo um jornalista da AFP, que viu dois homens armados, um deles com uma faca.

O presidente Goita foi evacuado e não parecia ferido, acrescentou.

Questionado pela AFP sobre se o ato poderia ser considerado uma "tentativa de assassinato", um funcionário dos serviços do presidente respondeu que "sim, totalmente".

"Estamos investigando. Pelo menos uma pessoa tentou atacá-lo hoje com uma faca na Grande Mesquita de Bamako", acrescentou a mesma fonte, que disse que "o presidente está são e salvo".

Presente no local, o ministro de Assuntos Religiosos, Mamadou Koné, explicou à AFP que um "homem tentou matar o presidente em exercício com uma faca na Grande Mesquita de Bamako".

"Mas ele foi neutralizado antes de cometer seu crime", acrescentou.

"Foi depois da oração e do sermão, quando o imã ia sacrificar o cordeiro, que o jovem tentou esfaquear Assimi (Goita) pelas costas, mas outra pessoa ficou ferida", confirmou à AFP Latus Touré, administrador da Grande Mesquita.

- Transição até 2022 -

A mesquita do rei Faisal foi evacuada rapidamente após o ataque. Os arredores do templo voltaram a ficar calmos após 15 minutos, quando o presidente em exercício foi levado ao quartel militar na cidade-guarnição de Kati, a cerca de 15 km de Bamako.

Na mesquita, o coronel Goita sentou-se com outros dignitários do regime, como é costume nesta "grande festa", chamada Tabaski na África Ocidental.

Um dos dois agressores usava turbante, constatou a AFP. Até o momento, a polícia não informou se já trabalha com alguma linha de investigação prioritária.

O Mali é um país politicamente instável e palco de múltiplas formas de violência desde 2012.

Inicialmente foram incitadas por rebeliões separatistas e extremistas islâmicas no norte do território, mas se espalharam pelo centro e sul do país se misturando a conflitos entre comunidades.

O fenômeno também afeta países vizinhos, como Burkina Faso e Níger, onde operam grupos afiliados à Al-Qaeda ou à organização Estado Islâmico (EI).

O Mali foi palco de dois golpes de Estado em menos de um ano, em agosto de 2020 e em maio deste ano, pelas mãos dos mesmos militares. O coronel Assimi Goita assumiu o país como presidente interino.

O coronel Goita e o novo governo, nomeado pela junta militar, garantem que respeitarão a promessa de ceder o comando aos civis após as eleições marcadas para 27 de fevereiro de 2022.

Quinze capacetes azuis alemães da missão da ONU no Mali ficaram feridos em um ataque com carro-bomba no norte do país, informou a organização internacional nesta sexta-feira (25).

Em um breve comunicado postado em seu perfil no Twitter, a ONU explicou que tarefas de evacuação estão sendo realizadas após a explosão em uma base operacional em Tarkint, no norte do país, sem dar mais detalhes.

No entanto, um membro do Comitê de Defesa do Parlamento alemão, que preferiu permanecer anônimo, disse à AFP que são soldados alemães e que doze deles estão em estado grave.

A missão de paz da ONU em Mali (Minusma) tem 13.000 militares de diferentes países destacados em toda a vasta área semi-árida do país africano.

Mali luta contra a insurgência islamista desde 2012. O conflito custou a vida de milhares de soldados e civis.

Apesar da presença de milhares de militares da ONU, a situação piorou no centro do país e se espalhou até mesmo para os vizinhos Burkina Faso e Níger.

"Esta manhã, uma base operacional temporária da Força Minusma perto da cidade de Ichagara, na comuna de Tarkint, região de Gao, foi alvo de um ataque com carro-bomba", relatou a Minusma no Twitter.

"Quinze capacetes azuis ficaram feridos, sua evacuação ainda está em andamento", acrescentou ele.

A Minusma estabeleceu uma base temporária desde quinta-feira para fornecer segurança para uma operação de reboque de um veículo da missão, disse uma fonte de segurança internacional.

O veículo rebocado foi danificado por um objeto explosivo feito à mão que explodiu quando uma caravana da Minusma passou. Esta escoltava o deslocamento de um batalhão do exército do Mali composto por ex-rebeldes que lutaram contra as forças regulares no norte, antes da assinatura de um acordo de paz em 2015.

Os independentistas assinaram um acordo de paz em 2015. Mas o Mali continua alvo de ações de grupos relacionados com a Al Qaeda e a organização do Estado Islâmico, violência intercomunitária e tráfico de todos os tipos.

A Minusma é regularmente alvo, assim como as forças francesas e do Mali.

A atriz americana Angelina Jolie, enviada especial da Agência da ONU para os Refugiados (Acnur), visitou neste domingo um campo de refugiados em Burkina Faso que abriga milhares de malineses que fugiram da violência jihadista.

Angelina chegou de helicóptero ao campo de Goudebou, acompanhada pelo chanceler de Burkina Faso, Alpha Barry, para lembrar o Dia Mundial do Refugiado. “Celebro esse dia todos os anos há 40 anos com refugiados em diferentes países e nunca me preocupei tanto com a situação dos deslocamentos no mundo quanto hoje", declarou a atriz após visitar o acampamento, localizado a uma centena de quilômetros da fronteira com o Mali.

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“A verdade é que não fazemos metade do que poderíamos e deveríamos para encontrar soluções que permitam aos refugiados voltar para casa, ou para apoiar os países que os acolhem”, acrescentou, pedindo apoio a esses Estados.

O acampamento, localizado perto de Dori, já foi alvo de múltiplos ataques. Em março de 2020, um novo ataque ao posto de segurança do local, que abrigava até 9.000 refugiados, levou à fuga dos que haviam permanecido, resultando no fechamento efetivo de Goudebou.

Desde dezembro, autoridades de Burkina Faso e o Acnur levam os refugiados novamente para esse acampamento, após terem reforçado o sistema de segurança com militares e patrulhas. Está prevista a construção de um quartel.

Entre dezembro e junho, quase 11.000 pessoas de cidades do norte de Burkina Faso retornaram a Goudebou, de acordo com o Acnur. "Os refugiados estão angustiados, porque o contexto de segurança se deteriora dia após dia, apesar dos esforços das autoridades de Burkina Faso, de seus parceiros e das forças de defesa e segurança na região do Sahel", declarou o representante dos refugiados de Goudebou, Wanadine ag Mohamed.

Desde 2012, 22.000 refugiados de várias nacionalidades se abrigaram em Burkina Faso, incluindo malineses que fogem da violência de grupos jihadistas no norte e no centro de seu país. Mas desde 2015, Burkina é alvo de ataques jihadistas, que já causaram mais de 1.400 mortes e forçaram 1 milhão de pessoas a fugir de casa.

Quatro capacetes azuis chadianos da Missão da ONU no Mali (Minusma) morreram nesta sexta-feira em um ataque atribuído a extremistas islâmicos contra seu acampamento, em Aguelhok, nordeste do país, informaram fontes da ONU e do Chade.

"Os capacetes azuis corajosamente repeliram um ataque complexo perpetrado por vários terroristas fortemente armados (...) em Aguelhok. Um saldo provisório registrou quatro capacetes azuis mortos e também houve feridos", informou a Minusma em comunicado.

"Os atacantes sofreram grandes perdas e há vários mortos abandonados no local", segundo a mesma fonte.

"Duas posições de nossas forças foram atacadas em Aguelhok, perdemos quatro elementos, incluindo o chefe de destacamento de nossas forças, e 16 ficaram feridos", declarou uma fonte militar chadiana à AFP, que pediu anonimato.

Segundo a Minusma, o ataque ocorreu às 6h15 (3h15 de Brasília) nesta cidade situada a pouco menos de 200km da fronteira com a Argélia. Em sua declaração, a missão "saúda a coragem e bravura dos capacetes azuis e agradece às forças internacionais por seu apoio aéreo".

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, ofereceu seus pêsames "ao governo e ao povo do Chade, e aos familiares das vítimas", informou seu porta-voz, Stéphane Dujarric. Ele deu conta de 19 capacetes azuis feridos.

Uma fonte da ONU afirmou que o ataque combinou "disparos de morteiro" e uma tentativa de atentado suicida com um veículo, "que foi controlado". "Vinte pessoas foram neutralizadas, entre uma centena de envolvidos", acrescentou a fonte, que não quis ser identificada. Segundo ela, os combates duraram três horas.

Ao mesmo tempo, dois soldados malineses foram mortos e seis feridos em um ataque também atribuído a jihadistas em Diafarabé (centro), segundo uma fonte militar malinesa.

O Mali vive um avanço jihadista no norte do país desde 2012, o que o mergulhou em uma crise de segurança, que causou milhares de mortes apesar da intervenção das Nações Unidas, França e forças africanas.

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As forças de segurança do Mali e os grupos independentistas e jihadistas cometeram crimes de guerra e contra a humanidade - afirma uma comissão da ONU que investigou a violência no país africano.

As acusações estão registradas em um relatório de 338 páginas compilado pela Comissão Internacional de Investigação, um painel integrado pela sueca Lena Sundh, o camaronês Simon Munzu e o mauriciano Vinod Boolell, que investigou os eventos no Mali entre 2012 e 2018.

A investigação, cujas conclusões ainda não foram divulgadas oficialmente, recomenda a criação de um tribunal especializado em processar crimes internacionais.

Ao contrário de outros relatórios da ONU, as conclusões da Comissão Internacional de Investigação podem ser usadas como base jurídica para um possível julgamento.

"A Comissão tem motivos razoáveis para acreditar que as forças de segurança e de defesa do Mali cometeram crimes de guerra, incluindo violência contra a vida e a pessoa de civis fora de combate, suspeitas de serem afiliadas ou de cooperar com grupos armados extremistas", afirma o relatório, ao qual a AFP teve acesso.

- Revolta independentista e jihadismo -

Sem saída para o mar e localizado na região do Sahel, o Mali foi cenário de violência em 2012 quando os separatistas da etnia tuaregue se revoltaram no norte do país, provocando uma campanha armada de grupos jihadistas.

Em 2012, os militares malineses deram um golpe de Estado para conter a derrota do Exército ante os rebeldes separatistas e jihadistas do norte, o que de fato acabou acontecendo de maneira precipitada, levando o país a uma crise.

A França, potência colonial, iniciou uma operação militar em 2013 que dispersou os jihadistas. Depois, eles se reagruparam e expandiram a campanha para o centro do Mali, inflamando uma região com rivalidades étnicas, antes de avançar para os vizinhos Burkina Faso e Níger.

As forças de segurança e de defesa malinesas foram culpadas de "assassinatos contra membros em particular das comunidades tuaregue e árabes", os quais associavam com os rebeldes separatistas e os jihadistas, afirma a comissão, que apresentou o relatório ao secretário-geral da ONU, António Guterres.

A investigação, que detalha a escala do banho de sangue e da violência étnica no país, foi enviada na semana passada ao Conselho de Segurança.

Milhares de pessoas morreram, e centenas de milhares fugiram de suas casas.

Após o surgimento em 2015 de um grupo jihadista liderado pelo pregador fulani Amadou Koufa, esta comunidade da região central do Mali foi vítima de "assassinatos cometidos pelas Forças Armadas malinesas", diz o texto.

Vários signatários do acordo de paz, incluindo ex-rebeldes do Movimento Nacional para a Libertação de Azawad (MNLA) e o grupo pró-governo Gatia também são responsáveis por "crimes de guerra", segundo a comissão.

O painel acusou ainda outros atores do conflito de "crimes contra a humanidade", em particular os grupos jihadistas armados, cuja influência e violência continuam na sub-região. Inclui também a milícia Dan Nan Ambassagou, que surgiu como defensora dos Dogon no centro do Mali e é acusada de massacrar aldeões fulani.

O relatório destaca um ataque em 17 de junho de 2017, no qual Dan Nan Ambassagou aplicou represálias pela morte de um de seus integrantes e avançou contra várias aldeias fulani, também chamadas de peuls, e matou pelo menos 39 civis, incluindo crianças.

Esta ofensiva marcou o início dos ataques "sistemáticos" contra os fulani em Koro, segundo o documento.

"A comissão tem motivos razoáveis para acreditar que estes atos constituem um crime contra a humanidade", indica o relatório.

O presidente de Mali, Ibrahim Bubacar Keita, e o premier do país, Boubou Cissè, foram presos por militares que se amotinaram nesta terça-feira (18), informou o líder do grupo à imprensa local.

Desde a manhã de hoje, diversos motins foram registrados e há informações de um golpe de Estado em curso. No entanto, a situação é bastante confusa. "O presidente e o premier estão sob nosso controle", disse o representante acrescentando que as prisões ocorreram na casa de Keita, na capital Bamako.

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Um outro funcionário do Exército informou que eles estão sendo levados em um carro blindado para Kati, onde está localizado o quartel que lidera o motim.

Mais cedo, um médico local informou à agência francesa AFP que "soldados furiosos pegaram em armas no acampamento de Kati e atiraram para o ar, e eles estavam muito nervosos". Mas, a razão do "nervosismo" não está clara. Há testemunhas que falam em problemas no pagamento dos salários, porém o governo não confirma a notícia.

Após os rumores de motins, Cissè emitiu um comunicado oficial na manhã desta terça-feira pedindo que os militares "silenciem as armas" e se unam em um "diálogo fraterno para dissipar mal-entendidos".

Pouco depois, a Comunidade dos Estados da África Ocidental (Cedeao) - responsável por intermediar as conversas entre os expoentes internos do Mali, bem como com governos internacionais desde o golpe de Estado de 2012 - emitiu também uma nota dizendo que acompanhava com "grande preocupação" a situação nesta terça-feira, que já surgiu "em um contexto social e político já muito complexo".

A entidade pediu para que os militares voltassem aos seus quartéis para acalmar os ânimos e que é contrária "a qualquer mudança política inconstitucional".

Os governos dos Estados Unidos e da França, através de diplomatas, informaram que também acompanham com "preocupação" a situação no Mali e que não apoiam nenhum tipo de ação anticonstitucional.

- Crise política: Há dois meses, o Mali está vivenciando um período de grave crise política, com protestos diários contra Keita e seu governo.

A oposição, reunida sob o Movimento 5 de Junho, cobra a renúncia do mandatário e tem uma grande presença de militares que, assim como aconteceu no golpe de 2012, está insatisfeita com as medidas tomadas pelo atual mandatário.

No entanto, até mesmo entre os membros do Movimento houve um "racha" no último mês, após uma das manifestações ter terminado com 11 pessoas mortas durante os atos.

No golpe de 2012, o quartel de Kati também foi o local do motim que derrubou o então presidente Amadou Toumani Touri.

Da Ansa

Após dois meses de protestos, a coalizão opositora no Mali rejeitou nesta terça-feira (28) um plano para sair da crise e pediu "mais do que nunca" a demissão do presidente Ibrahim Bubacar Keita.

Na segunda-feira (27), os 15 presidentes da Comunidade de Estados da África do Oeste (Cedeao), reunidos em uma cúpula extraordinária por videoconferência, pediram aos malienses para voltar à normalidade e ameaçaram com sanções.

Os membros da Cedeao temem que se repitam os eventos de 2012, quando um golpe de Estado favoreceu a tomada do poder no norte do país por vários grupos jihadistas.

Desde então, uma intervenção internacional incentivada pela França impede que estes grupos ganhem terreno.

Os membros do Conselho de Segurança da ONU também pediram a todas as partes a "seguir estas recomendações sem demora" e expressaram sua "profunda preocupação".

No entanto, a coalizão opositora, o chamado Movimento de 5 de Junho - União de Forças Patrióticas (M5-RFP), rejeitou novamente o plano nesta terça.

O M5-RFP, que inclui opositores políticos, líderes religiosos e membros da sociedade civil, disse em um comunicado estar "surpreso" com as conclusões da cúpula da Cedeao, "que continua reduzindo a crise sociopolítica no Mali a um simples contencioso eleitoral" sobre o segundo turno das eleições legislativas, celebradas em março e abril.

A coalizão "exige mais do que nunca a demissão de Ibrahim Bubacar Keita e de seu regime", segundo o comunicado.

O Tribunal Constitucional invalidou cerca de trinta resultados das últimas eleições legislativas.

O movimento tem o apoio do influente imã Mahmud Dicko, que foi partidário de Keita.

À noite, o primeiro-ministro se reuniu durante uma hora com o influente líder religioso em sua residência, segundo um correspondente da AFP.

Boubou Cissé "pediu ao imã que se envolva para que os atores do M5-RFP aceitem a mão estendida do chefe de Estado, unindo-se ao governo de união nacional, privilegiando o diálogo como solução inevitável para sair da crise", declarou à AFP o diretor da célula de comunicação do primeiro-ministro, Boubou Doucouré.

O imã, por sua vez, não fez declarações após o encontro.

O M5-RFP havia decretado uma "trégua" até depois da grande festa muçulmana do Eid al Adha, prevista para a sexta-feira.

Mas no comunicado desta terça, afirmou que "o povo continuará mobilizado e determinado a exercer seu direito constitucional à desobediência civil".

Os protestos também se explicam por anos de insegurança no centro e no norte do país, pela crise econômica e a corrupção.

Em 10 de julho, a terceira grande manifestação desencadeou três dias de enfrentamentos em Bamako, os mais graves na capital desde 2012, que deixaram entre 11 e 23 mortos.

Ao menos 11 civis morreram nas manifestações que sacodem Bamaco desde a sexta-feira, anunciou neste domingo uma fonte do serviço de emergências de um grande hospital da capital do Mali. "Entre sexta e o meio-dia de domingo contabilizamos 11 falecidos", afirmou à AFP a fonte, que pediu anonimato.

Desde a sexta-feira, Bamaco vive um clima de violência e neste domingo, o imã Mahmud Dicko, líder da coalizão que pede uma mudança no poder no Mali, fez um apelo à calma de seus partidários. "Volto a pedir à juventude maliense que demonstre moderação e calma", declarou à AFP.

Os distúrbios civis são os mais importantes em anos na capital, que até agora tinha evitado a violência jihadista e intercomunitária registrada no norte e no centro do país.

No sábado, as forças de segurança usaram munição letal contra os manifestantes, afirmaram diversas testemunhas. Os confrontos foram especialmente violentos ao redor da mesquita onde prega o imã Dicko, considerado o idealizador dos protestos.

O Movimento de 5 de Junho, formado por líderes religiosos, políticos e da sociedade civil, pede, entre outras coisas, a dissolução do Parlamento e a saída do presidente Ibrahima Boubacar Keita, no poder desde 2013.

Pelo menos uma pessoa morreu e outras 20 pessoas ficaram feridas nesta sexta-feira (10) em Bamako, capital do Mali, durante uma manifestação em massa contra o presidente Ibrahim Boubacar Keita.

Em comunicado divulgado na noite de sexta-feira, o chefe de Estado anunciou a abertura de uma "investigação" para estabelecer "o equilíbrio e as circunstâncias exatas das perdas humanas e materiais".

Ele afirma que "garantirá a segurança de bens, cidadãos e instituições" e o fará "sem vacilar", embora afirme sua "vontade de continuar o diálogo" e "acalmar a situação".

É a terceira maior manifestação organizada em menos de dois meses pela coalizão Movimento 5 de junho, composta por líderes religiosos, políticos e da sociedade civil contra o presidente Keita, no poder desde 2013.

O Movimento de 5 de junho pede a dissolução do Parlamento, a formação de um governo de transição que nomeie um primeiro-ministro e a substituição dos nove membros do Tribunal Constitucional, acusados de conluio com o Executivo.

Esse movimento de protesto, liderado pelo imã Mahmoud Dicko, levanta temores de agravamento da instabilidade em um país que já enfrenta ataques jihadistas desde 2012 e uma espiral de violência intercomunitária nos últimos cinco anos.

Após o protesto, os manifestantes atacaram a sede da Assembleia Nacional.

As duas redes públicas de televisão da ORTM não estavam transmitindo na tarde desta sexta, segundo um jornalista da AFP. No momento, o motivo é desconhecido, mas ocorreu depois que os manifestantes foram em direção à sede da rádio e televisão públicas, onde ocuparam o pátio, segundo vários jornalistas da AFP.

Outros manifestantes bloquearam duas das três pontes da cidade, segundo a AFP. E houve incêndios em vários locais.

Na sexta-feira, os líderes dos protestos também reiteraram seu pedido de desobediência civil.

Dois soldados da Missão das Nações Unidas no Mali (Minusma) foram mortos por homens armados no norte deste país africano, confrontado a numerosos ataques jihadistas, anunciou a ONU neste domingo.

Um comboio logístico da Minusma que circulava entre Tessalit e Gao foi atacado no sábado por volta das 19h00 (16h00 de Brasília) por "indivíduos armados" que "mataram dois soldados", disse a Minusma em comunicado, sem especificar a nacionalidade das vítimas.

O comboio estava parado quando foi atacado perto da cidade de Tarkint, no nordeste de Gao, a maior cidade do norte do Mali, informou a missão.

"Os Capacetes Azuis da Minusma responderam com firmeza e fizeram os atacantes fugir", segundo a força da ONU.

O representante especial do secretário-geral da ONU no Mali e chefe da Minusma, Mahamat Saleh Annadif, expressou sua "indignação" e "profunda tristeza" pelo ataque.

A Minusma tem cerca de 13.000 soldados no Mali, em crise desde 2012 devido a vários conflitos que deixaram milhares de mortos e centenas de milhares de deslocados.

O país continua sendo afetado pela violência de grupos jihadistas, tensões entre comunidades e todo tipo de tráfico que minam a autoridade do Estado, que controla apenas parte do território.

O líder da Al Qaeda no Magreb islâmico (AQMI), o argelino Abdelmalek Droukdal, foi morto pelas forças francesas no norte do Mali, perto da fronteira argelina, declarou no Twitter nesta sexta-feira (5) a ministra francesa das Forças Armadas, Florence Parly, confirmando informações obtidas pela AFP.

O chefe histórico islamita no Magreb, comandante de vários grupos extremistas do Sahel, foi morto na quinta no noroeste da cidade de Tessalit, segundo a AFP.

"Vários dos seus colaboradores mais próximos" também foram "neutralizados", segundo a ministra.

"Abdelmalek Droukdal, membro do comitê diretor da Al-Qaeda, comandava todas as tropas da Al Qaeda do norte da África e a faixa saheliana, entre elas o JNIM, um dos principais grupos terroristas ativos no Sahel", segundo Parly.

O líder da AQMI recebeu o apoio de vários grupos ativos no Sahel, reunidos desde 2017 no Grupo de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos (GSIM), dirigido pelo tuaregue maliense Iyad Ag Ghaly.

A força francesa anti-jihadista Barkhane, com mais de 5.000 militares, aumentou nos últimos meses as ofensivas no Sahel para tentar conter a espiral de violência que, junto com conflitos intercomunitários, causaram 4.000 mortes em Mali, Níger e Burkina Faso no ano passado, cinco vezes mais que em 2006, segundo a ONU.

Vinte militares malinenses foram mortos e cinco ficaram feridos neste domingo (26), em um ataque atribuído a jihadistas contra um acampamento na região de Ségou, no centro do país, segundo um balanço provisório divulgado pelo Exército.

"O balanço é de 20 mortos e 5 feridos", informaram no Twitter as Forças Armadas do Mali. Elas também informaram que "quatro inimidos foram abatidos".

"Os terroristas chegaram em motos. Estavam fortemente armados. Entraram no acampamento e levaram muito material", tinha informado uma autoridade local, que pediu anonimato e que confirmou que todos os militares eram gendarmes.

Sokolo está localizado no círculo de Niono, na região de Ségou (centro), onde operam grupos jihadistas ligados à Al-Qaeda.

Apesar da presença francesa e de uma força de manutenção da paz da ONU de 13.000 soldados chamada MINUSMA, o conflito que começou no norte do Mali em 2012 se estendeu desde então a seus vizinhos, especialmente Burkina Faso e Níger.

Em 13 de janeiro, a França e os países do G5 Sahel (Níger, Chade, Mauritânia, Burkina Faso, Mali) concordaram em uma cúpula em Paris em fortalecer sua cooperação militar contra ataques jihadistas no Sahel.

Pelo menos 19 militares malinenses foram mortos e cinco ficaram feridos neste domingo, em um ataque atribuído a jihadistas contra um acampamento na região de Ségou, no centro do país, segundo um balanço provisório divulgado pelo Exército.

"O saldo provisório é de 19 mortos e 5 feridos", informaram no Twitter as Forças Armadas do Mali.

"Os terroristas chegaram em motos. Estavam fortemente armados. Entraram no acampamento e levaram muito material", informou uma autoridade local, que pediu anonimato e que confirmou que todos os militares eram gendarmes.

Sokolo está localizado no círculo de Niono, na região de Ségou (centro), onde operam grupos jihadistas ligados à Al-Qaeda.

Apesar da presença francesa e de uma força de manutenção da paz da ONU de 13.000 soldados chamada MINUSMA, o conflito que começou no norte do Mali em 2012 se estendeu desde então a seus vizinhos, especialmente Burkina Faso e Níger.

Em 13 de janeiro, a França e os países do G5 Sahel (Níger, Chade, Mauritânia, Burkina Faso, Mali) concordaram em uma cúpula em Paris em fortalecer sua cooperação militar contra ataques jihadistas no Sahel.

Treze militares franceses da força antiterrorista Barkhane morreram no Mali em uma colisão acidental de dois helicópteros durante uma operação de combate a jihadistas, anunciou nesta terça-feira (26) o governo da França.

O presidente francês, Emmanuel Macron, saúda "com o maior respeito a memória dos militares do exército, seis oficiais, seis suboficiais e um cabo, vitimados em operação e mortos em nome da França no duro combate contra o terrorismo no Sahel", afirma um comunicado do Palácio do Eliseu, sede da presidência.

O acidente aconteceu na segunda-feira (25) à noite durante uma operação da Barkhane, que mobiliza 4.500 militares na região do Sahel.

Fontes do ministério da Defesa afirmaram que um helicóptero de ataque Tigre colidiu com um helicóptero de transporte militar Cougar.

Emmanuel Macron "se inclina ante a dor de suas famílias e de seus entes queridos, expressa as mais profundas condolências e assegura a solidariedade inabalável da nação francesa", afirma o comunicado oficial.

O acidente eleva a 38 o número de soldados franceses mortos no Mali desde o início da operação do país no Sahel em 2013.

O acidente fatal anterior com helicópteros do exército francês aconteceu em fevereiro de 2018, quando dois aparelhos de uma academia militar caíram no sul da França, deixando cinco mortos.

A França anunciou nesta terça-feira (5) ter matado um alto dirigente jihadista no Mali, enquanto tenta reassegurar o apoio europeu no país oeste-africano em sua luta contra uma violenta insurgência.

Tropas francesas mataram no mês passado o marroquino Ali Maychou, do Grupo de Apoio ao Islã e Muçulmanos (GSIM) no Mali, informou à AFP a ministra francesa da Defesa, Florence Parly, a bordo de um avião do governo francês, enquanto voltava de uma visita oficial à região.

Segundo ela, Maychou era "o segundo terrorista mais procurado no Sahel, inclusive por americanos", depois do número um do GSIM, Iyad Ag Ghaly.

Compreendendo vários grupos jihadistas vinculados à organização Al-Qaeda no Magreb Islâmico (AQIM), o GSIM assumiu a autoria dos maiores ataques no Sahel desde seu lançamento oficial, em 2017.

Ag Ghaly é um tuaregue maliense que esteve envolvido na militância por quase três décadas.

O exército do Mali vem enfrentando dificuldades para conter a insurgência islamita apesar da ajuda de França, dos vizinhos africanos e das Nações Unidas.

Uma série de ataques mortais aumentaram a fragilidade da região, onde a violência jihadista matou centenas de pessoas.

No ataque mais recente, reivindicado por militantes aliados ao grupo Estado Islâmico, homens armados mataram na sexta-feira 49 militares malienses em uma base perto da fronteira com o Níger.

Durante o fim de semana, outros dois soldados malienses e um soldado francês foram mortos.

A França, cuja força Barkhane, composta por 4.500 homens, está no Sahel desde 2014, tentava convencer parceiros europeus a aumentarem sua assistência militar.

Mais cedo nesta terça, Parly admitiu que a situação de segurança na região era "claramente difícil", mas afirmou que a França estava perto de fazer um grande avanço nas conversações.

"Até 2020, forças especiais de países europeus serão deslocados no Mali junto com as forças especiais francesas para transmitir um know-how excepcional" ao exército do Mali, disse Parly durante visita à cidade de Gao (norte).

Ela afirmou, ainda, que cerca de uma dezena de países tinham se apresentado para se juntar à unidade - que será denominada "Takuba", que significa "sabre" no idioma tuaregue - e receberam respostas encorajadoras.

A participação é condicionada aos votos em parlamentos nacionais, mas Parly disse que estava "otimista".

Os esforços para implementar a presença de segurança europeia na região ocorre enquanto ataques continuados fizeram surgir questionamentos sobre a capacidade do exército malinês e seus apoiadores estrangeiros a controlar a situação, bem como protestos contra as forças internacionais.

- Instabilidade e protestos -

Ali Maychou foi morto na noite de 8 de outubro com a ajuda de soldados malineses e apoio dos Estados Unidos, disse Parly.

Ele se aliou ao AQIM em 2012, antes de cofundar o GSIM com Iyad Ag Ghaly e ser o mentor de sua expansão no Sahel.

"É muito importante desorganizar profundamente esses movimentos, mas isso não significa que eles vão se autodestruir", disse Parly.

O norte do Mali caiu nas mãos dos jihadistas em 2012 antes de os militantes serem expulsos por uma intervenção militar liderada pela França.

Mas os jihadistas se reagruparam para lançar ataques rápidos em atos de violência que se espalharam para o centro do Mali.

Um mês atrás, cerca de 40 militares foram mortos perto da fronteira com Burkina Faso.

O presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, havia dito que os ataques de sexta-feira demonstram que a ajuda de forças estrangeiras é "mais necessária do que nunca".

A Minusma, missão de paz da ONU composta por 13 mil homens no Mali, ajudou o exército a construir a base Indelimane no ano passado, juntamente com soldados franceses.

O G5 Sahel, uma força-tarefa conjunta de cinco países, criada em 2014, para enfrentar a ameaça jihadista, também é ativo na região, e compreende tropas de Burkina Faso, Mali, Mauritânia, Níger e Chade.

Mas a instabilidade contínua motivou protestos.

Em meados de outubro, centenas de manifestantes atearam fogo a pneus e saquearam contêineres com provisões da ONU em frente ao acampamento militar da Minusma em Sevare, perto da cidade maliense de Mopti (centro).

Desde o começo do ano, também tem havido protestos contra tropas estrangeiras no Níger.

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