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Tiros foram disparados neste domingo (23) em várias bases militares em Burkina Faso, incluindo na capital Ouagadougou. O governo, porém, negou "uma tomada do poder pelo Exército" e afirmou que as instituições não estavam ameaçadas "neste momento".

Burkina Faso experimentou vários golpes e tentativas de golpe no passado, e os tiroteios de hoje ilustram a fragilidade do poder do presidente Roch Marc Christian Kaboré diante da crescente violência jihadista no país desde 2015.

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"Desde 01h00, tiros são ouvidos aqui em Gounghin provenientes do campo de Sangoulé Lamizana", afirmou um soldado deste bairro localizado na saída oeste de Ouagadougou.

Tiros também foram ouvidos em outro campo militar em Ouagadougou, o de Baba Sy, na saída sul da capital, e na base aérea próxima ao aeroporto, segundo fontes militares.

Tiroteios também ocorreram nos quartéis de Kaya e Ouahigouya, no norte do país, segundo moradores contatados pela AFP.

Moradores do distrito de Gounghin disseram que soldados do campo de Sangoulé Lamizana saíram de seus quartéis, disparando tiros para o ar, e isolaram o perímetro ao redor do quartel.

O perímetro ao redor do quartel da base aérea também foi isolado com soldados encapuzados atirando para o ar.

Cem pessoas que tentaram se reunir no centro de Ouagadougou para expressar seu apoio ao movimento dos soldados, foram dispersadas com gás lacrimogêneo pela polícia, segundo um correspondente da AFP.

- Internet cortada -

A internet móvel foi cortada esta manhã, de acordo com jornalistas da AFP.

A base de Sangoulé Lamizana abriga o Centro Prisional e Correcional das Forças Armadas (Maca), onde está detido o general Gilbert Diendéré, próximo ao ex-presidente Blaise Compaoré, deposto em 2014, que desde então vive na Costa do Marfim.

O general Diendéré foi condenado a 20 anos de prisão por uma tentativa de golpe em 2015 e atualmente está sendo julgado por seu suposto papel no assassinato do ex-presidente Thomas Sankara, um ícone pan-africano, em 1987.

O governo reagiu rapidamente negando uma tentativa de golpe.

"Informações veiculadas nas redes sociais tendem a fazer crer numa tomada de poder pelo Exército", diz um comunicado de imprensa do porta-voz do governo, Alkassoum Maiga.

"O governo, embora reconheça tiroteios em determinados quartéis, desmente estas informações e apela às populações para que mantenham a calma", acrescenta.

"Nenhuma instituição da República está ameaçada por enquanto", declarou o ministro da Defesa, o general Barthélémy Simporé, numa intervenção em rede nacional.

Ele acrescentou que os movimentos observados são "localizados, circunscritos", e que está "em contato com os responsáveis para compreender as motivações".

Ontem, protestos foram organizados por moradores exasperados com a impotência das autoridades para lidar com a violência jihadista que assola Burkina Faso. Incidentes violentos ocorreram em Ouagadougou e outras cidades em todo o país entre policiais e manifestantes.

Burkina Faso está mergulhado desde 2015 em uma espiral de violência atribuída a grupos jihadistas armados, afiliados à Al-Qaeda e ao grupo Estado Islâmico. Ataques contra civis e soldados são cada vez mais frequentes e concentrados principalmente no norte e leste do país.

No sábado, pelo menos dois militares morreram e vários ficaram feridos numa explosão entre Ouahigouya e Titao (norte).

Em 23 de dezembro, uma emboscada de grupos armados visando um comboio de suprimentos composto por civis e Voluntários de Defesa da Pátria (VDP) na zona de You (norte) matou 41 pessoas, incluindo Ladji Yoro, considerado líder do VDP.

A violência extremistas islâmica matou mais de 2.000 pessoas nos últimos seis anos e forçou 1,5 milhão de pessoas a fugir de suas casas.

Vários soldados estão detidos desde meados de janeiro por supostos atos de "tentativa de desestabilizar as instituições".

Entre eles, o tenente-coronel Emmanuel Zoungrana, ex-comandante do 12º regimento de infantaria de comando, que até agora era comandante do grupo de forças do setor oeste na luta contra o terrorismo.

A França anunciou nesta terça-feira (5) ter matado um alto dirigente jihadista no Mali, enquanto tenta reassegurar o apoio europeu no país oeste-africano em sua luta contra uma violenta insurgência.

Tropas francesas mataram no mês passado o marroquino Ali Maychou, do Grupo de Apoio ao Islã e Muçulmanos (GSIM) no Mali, informou à AFP a ministra francesa da Defesa, Florence Parly, a bordo de um avião do governo francês, enquanto voltava de uma visita oficial à região.

Segundo ela, Maychou era "o segundo terrorista mais procurado no Sahel, inclusive por americanos", depois do número um do GSIM, Iyad Ag Ghaly.

Compreendendo vários grupos jihadistas vinculados à organização Al-Qaeda no Magreb Islâmico (AQIM), o GSIM assumiu a autoria dos maiores ataques no Sahel desde seu lançamento oficial, em 2017.

Ag Ghaly é um tuaregue maliense que esteve envolvido na militância por quase três décadas.

O exército do Mali vem enfrentando dificuldades para conter a insurgência islamita apesar da ajuda de França, dos vizinhos africanos e das Nações Unidas.

Uma série de ataques mortais aumentaram a fragilidade da região, onde a violência jihadista matou centenas de pessoas.

No ataque mais recente, reivindicado por militantes aliados ao grupo Estado Islâmico, homens armados mataram na sexta-feira 49 militares malienses em uma base perto da fronteira com o Níger.

Durante o fim de semana, outros dois soldados malienses e um soldado francês foram mortos.

A França, cuja força Barkhane, composta por 4.500 homens, está no Sahel desde 2014, tentava convencer parceiros europeus a aumentarem sua assistência militar.

Mais cedo nesta terça, Parly admitiu que a situação de segurança na região era "claramente difícil", mas afirmou que a França estava perto de fazer um grande avanço nas conversações.

"Até 2020, forças especiais de países europeus serão deslocados no Mali junto com as forças especiais francesas para transmitir um know-how excepcional" ao exército do Mali, disse Parly durante visita à cidade de Gao (norte).

Ela afirmou, ainda, que cerca de uma dezena de países tinham se apresentado para se juntar à unidade - que será denominada "Takuba", que significa "sabre" no idioma tuaregue - e receberam respostas encorajadoras.

A participação é condicionada aos votos em parlamentos nacionais, mas Parly disse que estava "otimista".

Os esforços para implementar a presença de segurança europeia na região ocorre enquanto ataques continuados fizeram surgir questionamentos sobre a capacidade do exército malinês e seus apoiadores estrangeiros a controlar a situação, bem como protestos contra as forças internacionais.

- Instabilidade e protestos -

Ali Maychou foi morto na noite de 8 de outubro com a ajuda de soldados malineses e apoio dos Estados Unidos, disse Parly.

Ele se aliou ao AQIM em 2012, antes de cofundar o GSIM com Iyad Ag Ghaly e ser o mentor de sua expansão no Sahel.

"É muito importante desorganizar profundamente esses movimentos, mas isso não significa que eles vão se autodestruir", disse Parly.

O norte do Mali caiu nas mãos dos jihadistas em 2012 antes de os militantes serem expulsos por uma intervenção militar liderada pela França.

Mas os jihadistas se reagruparam para lançar ataques rápidos em atos de violência que se espalharam para o centro do Mali.

Um mês atrás, cerca de 40 militares foram mortos perto da fronteira com Burkina Faso.

O presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, havia dito que os ataques de sexta-feira demonstram que a ajuda de forças estrangeiras é "mais necessária do que nunca".

A Minusma, missão de paz da ONU composta por 13 mil homens no Mali, ajudou o exército a construir a base Indelimane no ano passado, juntamente com soldados franceses.

O G5 Sahel, uma força-tarefa conjunta de cinco países, criada em 2014, para enfrentar a ameaça jihadista, também é ativo na região, e compreende tropas de Burkina Faso, Mali, Mauritânia, Níger e Chade.

Mas a instabilidade contínua motivou protestos.

Em meados de outubro, centenas de manifestantes atearam fogo a pneus e saquearam contêineres com provisões da ONU em frente ao acampamento militar da Minusma em Sevare, perto da cidade maliense de Mopti (centro).

Desde o começo do ano, também tem havido protestos contra tropas estrangeiras no Níger.

Ao menos 12 civis morreram nesta quarta-feira (22) em ataques aéreos contra o último reduto jihadista na Síria, na região noroeste do país, enquanto prosseguiam os intensos combates entre islamitas e as forças do regime.

De acordo com a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), os 12 civis morreram em ataques durante a noite contra a cidade de Maaret Al Numan. O OSDH, que tem uma ampla rede de fontes no país, também citou 18 feridos nos bombardeios.

O ataque teve como alvo um mercado da região. A ONG não estava em condições de afirmar se os bombardeios foram executados pela aviação russa ou síria.

A Rússia, aliada do regime de Bashar al-Assad, atua na Síria desde 2015 e participa desde abril nos ataques contra a província de Idleb e seus arredores, que não estão sob controle de Damasco.

Província dominada por jihadistas do Hayat Tahrir Al Sham (HTS, ex-braço da Al-Qaeda), Idleb, último reduto jihadista, foi objeto de um acordo entre Moscou e Ancara em uma "zona desmilitarizada" para evitar uma grande ofensiva.

Mas desde o fim de abril, as forças do regime sírio e da Rússia intensificaram os ataques aéreos contra alguns setores sob controle do HTS em Idleb e na província vizinha de Hama.

Ao menos 180 civis morreram desde 30 de abril em consequência dos confrontos, de acordo com o OSDH. A guerra na Síria, iniciada em 2011, provocou mais de 370.000 mortes e a fuga de milhões de pessoas.

A namorada do jihadista Radouane Lakdim gritou "Allah Akbar" (Alá é grande) durante sua detenção na sexta-feira, "mas contesta estar ligada ao projeto do seu namorado" que matou quatro pessoas na sexta-feira passada na França, informou o procurador da República François Molins.

A jovem de 18 anos, apresentada como uma "convertida" e radicalizada, não falava por telefone com Lakdim desde janeiro, mas é suspeita de ter trocado mensagens via aplicativo, segundo a mesma fonte.

Radouane Lakdim iniciou seu ataque na sexta-feira às 10h locais (6h de Brasília) com o roubo de um automóvel em Carcassonne, matando o passageiro e ferindo o motorista.

Um pouco mais longe, disparou e feriu levemente um policial que voltava de uma corrida com outros agentes perto de um batalhão.

Alguns minutos mais tarde, às 11h15 locais, entrou no supermercado de Trèbes - próximo a Carcassonne - gritando "Alá é grande" e matou um funcionário e um cliente.

Quando os gendarmes chegaram ao supermercado, o tenente-coronel Arnaud Beltrame se ofereceu como refém para conseguir libertar os civis.

Às 14h20, Radouane Lakdim disparou contra o gendarme, ferindo-o em duas ocasiões. Foi então que as forças especiais intervieram. Durante a operação, mais dois gendarmes ficaram feridos e o jihadista foi morto.

O agente Beltrame faleceu de seus ferimentos pouco depois.

Radouane Lakdim era conhecido pelos serviços de Inteligência.

Em agosto de 2016, Lakdim foi preso por um mês condenado por "portar armas proibidas", "uso de entorpecentes" e "rebelião".

Naquele ano e no seguinte, os serviços de Inteligência voltaram a vigiá-lo, mas sem perceber um sinal que antecipasse que ele passaria à ação, de acordo com François Molins.

A polícia da Austrália declarou neste domingo que estava investigando um vídeo que mostra o filho de oito anos de um proeminente combatente do grupo extremista Estado Islâmico (EI) com um colete bomba e ameaçando matar seus compatriotas.

As imagens mostram supostamente o filho de Khaled Sharruf, que em fevereiro foi o primeiro australiano a ser despojado de sua nacionalidade em virtude da lei antiterrorista do país.

A criança foi filmada recentemente carregando duas pistolas e uma faca, enquanto respondia a perguntas que uma voz em off fazia, entre elas "Como mataria um australiano?", informou o jornal Sunday Telegraph de Sydney.

Sharruf, que viajou à Síria em 2013 com sua família, levantou uma onda de indignação em 2014 ao tuitar uma fotografia de outro filho exibindo a cabeça de um soldado sírio decapitado.

Os serviços de contraterrorismo de Nova Gales do Sul descobriram "um vídeo procedente do Oriente Médio que mostra um menor ameaçando em nome do EI", afirmou a polícia deste Estado em um comunicado.

"Estão investigando o vídeo. Não inclui uma ameaça específica. O atual nível de alerta terrorista nacional continua em provável".

Depois que a esposa de Sharruf, Tara Nettleton, foi dada como morta no ano passado, sua mãe tentou em vão que os cinco filhos do casal voltassem à Austrália.

Acredita-se que Sharruf tenha morrido em 2015 no ataque de um drone do Iraque, mas alguns meios de comunicação colocaram em xeque sua morte.

Desde que o nível de alerta foi elevado, em setembro de 2014, Canberra implementou várias leis antiterroristas.

As autoridades estimam que 110 australianos viajaram à Síria e ao Iraque, onde cerca de 60 teriam morrido.

O Facebook garantiu, nesta terça-feira  (14), que ajudará as autoridades francesas em relação ao assassinato de um casal de policiais nos arredores de Paris, cujo agressor exibiu imagens ao vivo do crime através da ferramenta Facebook Live.

"Estamos trabalhando estreitamente com as autoridades francesas em torno deste terrível crime", informou o Facebook sobre a morte do oficial da polícia Jean-Baptiste Salvaing, 42 anos, e sua mulher, Jessica Schneider, 36.

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O assassino, um francês de 25 anos, postou o vídeo minutos após os assassinatos, no qual aparentemente lê uma mensagem escrita previamente. Schneider foi degolada dentro da casa onde vivia com Salvaing, diante do filho do casal, de três anos.

"Os terroristas e os atos de terrorismo não têm lugar no Facebook. Sempre que um conteúdo terrorista chegar aqui, vamos apagá-lo o mais rápido possível", disse a rede social.

O agressor, que disse pertencer ao grupo Estado Islâmico (EI), foi morto pela polícia após o ataque, mas o vídeo do crime acabou no Facebook Live, uma nova ferramenta que permite a qualquer usuário transmitir um evento ao vivo.

"Trabalhamos duro para encontrar o equilíbrio adequado entre permitir a livre expressão e proporcionar conteúdos seguros e respeitosos. Estamos profundamente comprometidos em melhorar o manejo de conteúdos para evitar que violem nossas normas", ressaltou o Facebook.

O jihadista sírio que apareceu em um vídeo esquartejando um soldado do regime e comendo o coração da vítima foi morto por um grupo rebelde rival, informou a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Conhecido pelo nome de guerra "Abu Sakkar", ele havia se unido ano passado à Frente Al-Nosra, o braço sírio da Al-Qaeda, segundo o OSDH. Rebeldes islamitas "mataram a tiros Khaled al-Hamad, conhecido com o nome de Abu Sakkar, comandante militar da Al-Nosra na província de Idleb", noroeste do país, anunciou a ONG.

"Ele morreu em um acerto de contas entre a Al-Nosra, que domina a província, e outros grupos islamitas", afirmo o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman. Em maio de 2013, Sakkar apareceu em um vídeo no qual esquartejava um soldado e comia seu coração, o que gerou uma onda de críticas. Ele disse que era uma vingança contra os abusos do regime.

Na época, "Abu Sakkar" lutava em uma brigada rebelde do Exército Sírio Livre (ASL) na província de Homs (centro). Iniciada em março de 2011 como uma revolta pacífica contra o governo de Bashar al-Assad, a crise síria virou um conflito armado após a repressão violenta do regime. Muitos rebeldes se radicalizaram após a repressão.

O governo francês criou um site destinado a contra-atacar a propaganda jihadista na internet e dissuadir os jovens que estejam interessados em se unir à Jihad.

O site http://www.stop-djihadisme.gouv.fr/, que já está no ar, mostra um vídeo de dois minutos que mostra fotos e trechos de propaganda dirigida a convencer os jovens que vão para a Síria e o Iraque para se unir ao grupo Estado Islâmico.

Sobre as imagens a cores, aparece a legenda: "Dizem para você: se sacrifique ao nosso lado, defenda uma causa justa". Depois, sobre imagens em preto e branco que mostram cenas de violência e matanças, outra legenda diz: "Na verdade, você vai conhecer o inferno na terra e vai morrer sozinho, longe de seu país".

Dirigindo-se aos jovens, o site ainda afirma: "Eles dizem: venha fundar uma família como um de nossos heróis. Na verdade, você vai criar seus filhos na guerra e no terror".

O vídeo termina afirmando: "Os discursos de captação de jihadistas causam novas vítimas todos os dias" acompanhado da hastag #stopdjihadisme.

Segundo o governo francês, cerca de 3.000 pessoas estão envolvidas de uma maneira ou de outra nas redes de recrutamento jihadista na França.

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