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Rumores de um expurgo, medo de uma nova rebelião e possíveis ajustes de contas se multiplicaram no seio das Forças Armadas da Rússia, conhecidas por seu hermetismo, depois do motim frustrado do Grupo Wagner. Uma situação que se ilustra pelo destino de três generais.

. Desaparecimento do general Surovikin

Com fama de implacável, veterano das brutais guerras na Chechênia (1999-2009) e na Síria, Sergei Surovikin é um dos comandantes emblemáticos da intervenção russa na Ucrânia, da qual foi responsável de outubro de 2022 a janeiro de 2023.

Também é considerado próximo do chefe do Grupo Wagner, o oligarca Yevgeny Prigozhin, que não o criticava em seus vídeos cheios de agressividade contra o Estado-Maior russo e que o considerava "o único homem com estrela de general que sabe combater".

No entanto, depois do motim fracassado do grupo de combatentes mercenários, Sergei Surovikin simplesmente desapareceu.

Sua última aparição pública foi em um vídeo, na noite do motim, com ar de constrangido, no qual exorta as tropas do Wagner a desistirem da rebelião.

Estava vestido com uniforme, mas sem dragonas, o que, para alguns observadores, é sinal de que poderia estar detido.

Segundo o jornal New York Times, que cita os serviços de inteligência americanos, o general Surovikin tinha conhecimento prévio do motim.

O Kremlin, em contrapartida, desmentiu essas informações e afirma que ele continua oficialmente em seu posto. Mas os rumores mais diversos não param de circular, que vão desde a detenção até uma simples suspensão.

Na quarta-feira, o chefe do Comitê de Defesa da Duma (Câmara dos Deputados) russa, Andrei Kartapolov, deu novo impulso às especulações ao empregar termos enigmáticos: Surovikin "descansa, não está disponível por ora", afirmou.

. Destituição do general Popov

Em uma mensagem revelada na noite de quarta-feira, o major-general Ivan Popov afirma que foi suspenso de suas funções por ter alertado "com firmeza" o alto comando sobre as dificuldades experimentadas na Ucrânia, especialmente as fortes perdas humanas e a carência de material de ponta.

"As forças ucranianas não conseguiram penetrar em nosso exército, mas fomos atingidos por trás por nosso chefe principal, que decapitou covardemente o exército no momento mais difícil", acrescenta, ao provavelmente se referir ao chefe de Estado-Maior, o general Valeri Gerasimov.

Segundo o canal de Telegram Grey Zone, visto por mais 500.000 assinantes, Gerasimov teria acusado Popov de "desinformação e alarmismo" ao tomar conhecimento de seu relato.

Ivan Popov dirige o 58º Exército russo, considerado um dos melhores em combate e que está destacado na província ucraniana de Zaporizhzhia, onde enfrenta a contraofensiva de Kiev.

O Kremlin não está feliz com essa lavagem de roupa suja em público. Inicialmente destinada para um chat privado de militares, a mensagem do general foi difundida por um deputado, que foi repreendido por um dirigente do partido Rússia Unida, que o criticou por ter transformado a disputa em um "espetáculo político".

. A morte do general Tsokov

O tenente-general Oleg Tsokov morreu em 11 de julho por causa de um bombardeio contra um hotel distante do front de batalha perto de Berdiansk, cidade ocupada pelos russos no sul da Ucrânia?

Neste momento, é pouco provável que o Exército russo confirme esta morte, mas é o que afirma a televisão pública russa e blogueiros militares pró-Kremlin, fontes de informação necessárias devido à falta de comentários oficiais do governo russo.

Esta nova morte de um general em um bombardeio específico gerou muitas críticas. "É triste dizer isso, mas a qualidade da inteligência do inimigo é superior à nossa", assinalou o canal Zapiski Veterana.

O blogueiro Rybar, seguido por 1,2 milhão de assinantes, reprovou o alto comando por não fazer nada, enquanto existem "células dormentes" que informam à Ucrânia a partir dos territórios ocupados e também são conhecidas as capacidades de espionagem via satélite dos aliados ocidentais da Ucrânia.

"Todo o mundo sabe disso, todos estão informados, mas não se toma nenhuma providência", acrescentou.

O Kremlin celebrou, nesta quinta-feira (29), as imagens "incríveis" do presidente russo, Vladimir Putin, que encontrou multidões em uma viagem ao sul do país, algo que o governo apresentou como um sinal de "apoio" após a abortada rebelião do grupo Wagner.

Putin raramente aparece em reuniões populares, por razões de segurança e sanitárias. Desde o início da pandemia da Covid-19, as pessoas que se reuniram com o presidente em atos oficiais foram submetidas a uma rigorosa seleção, tendo de manter confinamento prévio e fazer testes.

Na noite de quarta-feira, porém, a televisão russa transmitiu imagens do presidente se reunindo com dezenas de pessoas durante uma viagem a Derbent, uma cidade do Cáucaso russo. Putin aceitou posar para ser fotografado, apertou as mãos e até beijou uma garota na cabeça.

"Houve uma demonstração incrível de apoio e de alegria por parte do povo de Derbent", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, com entusiasmo, nesta quinta-feira.

"O presidente não podia se negar a ir ao encontro do povo", acrescentou.

A cena, da qual a AFP não pôde verificar o grau de espontaneidade, foi divulgada em um momento em que as autoridades tentam mostrar que Putin ainda está no comando e conta com o apoio do Exército e da população.

Nos últimos dias, o líder russo se reuniu várias vezes com seus chefes militares e soldados. Na terça-feira, agradeceu-os por terem evitado "uma guerra civil", após a breve rebelião do grupo de mercenários Wagner no sábado.

 Nessa quinta-feira (8), quatro reeducandos ficaram feridos ao tentar fugir da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), no Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Uma rebelião tumultuou a unidade e a Polícia Militar foi acionada.  

Moradores do entorno observaram a chegada de viaturas da PM e um coluna de fumaça escura sair do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Pirapama. Em nota, a Fundação apontou que os internos queimaram colchões para dificultar a entrada dos agentes.   

Prejuízos

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O comunicado informa que a Polícia conseguiu conter o motim e que os quatro jovens sofreram ferimentos leves quando tentaram escalar o muro para deixar a unidade. Apesar dos danos materiais, nenhuma fuga foi registrada e nenhum profissional se feriu. 

“As coordenadorias de Segurança e de Inteligência e a Corregedoria da Funase estão no local acompanhando a ocorrência e irão apurar os fatos”, ressaltou o órgão.

Um adolescente de 16 anos morreu durante um motim no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Timbaúba (PE), na Zona da Mata pernambucana, a cerca de 100 quilômetros da capital, Recife. Doze jovens que cumprem medida socioeducativa na unidade aproveitaram a confusão para escapar e ainda não foram localizados.

O motim aconteceu por volta das 22h30 desta quinta-feira (20). Segundo a Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), os internos atearam fogo em colchões espalhados pelas vias de acesso a uma das alas da unidade, dificultando a ação dos agentes socioeducativos.

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A Polícia Militar foi acionada para ajudar a conter o motim e segue tentando localizar os 12 adolescentes que escaparam. De acordo com a Funase, o Case de Timbaúba tem capacidade para atender a até 60 adolescentes e, quando a confusão começou, abrigava a 57 internos.

O adolescente não teve o nome divulgado. O corpo foi encaminhado para o Instituto de Medicina Legal (IML) de Timbaúba, onde a causa do óbito está sendo investigada. A Funase informou que já entrou em contato com a família do garoto e que prestará toda a assistência necessária.

Centenas de detentos atearam fogo em uma prisão de Krabi, no sul da Tailândia, durante um motim de dois dias iniciado pela falta de gestão de um foco de contágio da Covid-19.

As autoridades devem fazer neste sábado (18) uma avaliação dos danos do motim, no qual vários presos ficaram feridos.

Desde a noite de quinta-feira (16), cerca de 400 presos protestam, reivindicando a saída dos reclusos contaminados com coronavírus.

Em geral, as prisões tailandesas apresentam um quadro de superlotação. Desde o início da pandemia, as autoridades penitenciárias lutam para conter a propagação do vírus. De acordo com o Departamento Correcional, mais de 87.000 casos de contágio e 185 óbitos foram registrados entre os presos.

A prisão da província de Krabi (sul) tem cerca de 2.100 detentos. Deste total, pelo menos 300 testaram positivo para o coronavírus.

Quase 93% dos 281.535 presos na Tailândia foram totalmente vacinados, informa o Departamento Correcional.

Mulheres nas portas dos quartéis impediam a saída de viaturas. Os policiais se mantinham nas casernas, e políticos - a maioria deles reunidos em torno da candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência - espalhavam notícias sobre crimes nas redes sociais. Assim foi o motim da PM capixaba, em 2017, que durou 21 dias e se tornou um marco da ação do bolsonarismo nos quartéis, estimulando motins contra os governadores.

Especialistas ouvidos pelo Estadão contam como uma parte considerável dos PMs se tornou um público fiel a Bolsonaro. Inclusive com a adesão de coronéis para os atos de 7 de Setembro em São Paulo e em Brasília. Um deles - o coronel da PM paulista Aleksander Lacerda - acabou afastado de seu comando no interior após convocar em rede social os "amigos" para o ato.

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"Fui o primeiro governador que enfrentou um motim da PM que combinava uma articulação paroquial de políticos locais com uma articulação nacional", conta o então governador do Espírito Santo, Paulo Hartung. A investigação de mensagens de redes sociais mostrou envolvimento da bancada da bala na greve. "Isso não é bom nem para o País nem para os brasileiros, que pagam a conta, nem para a instituição Polícia Militar nem para os policiais. Todos perdem", diz.

Desde então, os políticos vinculados ao presidente justificam o apoio aos movimentos dos PMs repetindo o que o então deputado Bolsonaro disse em 8 de fevereiro de 2012, no plenário da Câmara: "O chefe do Executivo não pode se prevalecer da disciplina do militar para subjugá-lo". Bolsonaro tratava da greve dos PMs na Bahia, Estado então governado pelo hoje senador Jaques Wagner (PT).

"Qualquer membro de qualquer corporação sempre vai procurar melhorias salariais e de condições de trabalho. É natural. O que não é natural é que alguém armado se insurja contra a sociedade que o armou", afirma Wagner. O senador diz que a manutenção da disciplina não implica falta de diálogo com a corporação. A greve na Bahia em 2012 durou 12 dias. A exemplo do Espírito Santo, lá também tropas do Exército foram usadas para garantir a ordem.

Entre 1997 e 2021, as Forças Armadas foram mobilizadas 26 vezes para lidar com greves de PMs. A maior delas atingiu a PM de Minas e foi causada pela decisão do então governador Eduardo Azeredo (PSDB) de conceder reajustes salariais de até 20% só para os oficiais. Seis dias após o anúncio, a greve estourou entre os praças. No fim, o governador deu aumento de 48% aos praças.

Sensível

Para coronéis entrevistados pelo Estadão, o que aconteceu em Minas seria o símbolo da "insensibilidade" de governadores com as condições de vida dos PMs. Seguiu-se uma onda de motins pelo Brasil, acompanhados pela presença de políticos que tentavam explorar um novo eleitorado: os cabos e soldados, que só passaram a ter o direito ao voto com a Constituição de 1988.

Para o tenente-coronel da reserva da PM paulista Paulo Ribeiro, os governos assistiram passivamente a PM "perdendo a esperança em razão de uma condição salarial desumana". Esse ponto seria explorado por Bolsonaro. "Esse desespero suscita a vontade de ser resgatado por um ‘messias’. Apareceu um com discurso raso, sem lastro, que, nada fazendo pelos policiais militares, consegue seduzi-los por meio de palavras de onipotência."

Para o cientista político Leandro Piquet, policiais que querem ser candidatos estão aproveitando o clima atual no País. "Houve erros das lideranças políticas, como as inovações malsucedidas feitas pela esquerda no Rio Grande do Sul." Segundo ele, Bolsonaro encontrou esse filão de insatisfação e o está explorando. Para Piquet, apesar disso, o risco de ruptura envolvendo as PMs seria inexistente.

Representante da bancada da bala paulista, o deputado estadual Coronel Telhada (PP), afirma que os atos do 7/9 devem ser pacíficos: "Estarei lá com minha família". Para ele, "o pessoal da ativa não vai comparecer, pois vai obedecer o comando". "Sou opositor do Doria, mas jamais usarei a imagem da tropa para fazer oposição. Quem está fazendo isso será candidato no ano que vem."

Em São Paulo, o histórico de como a PM lidou com movimentos grevistas ajuda a conter a tropa. A última greve da PM paulista foi em 1989. E resultou em 157 PMs demitidos. "Eu estava no Regimento (de Cavalaria), que agiu rapidamente e salvou o comando", lembra o coronel Rui César Melo, que depois comandaria a PM. Ao contrário de outros Estados, nenhum PM foi anistiado. Para Hartung, as anistias são um estímulo a novos motins. Em 2011, a presidente Dilma Rousseff (PT) sancionou lei que anistiou PMs de 13 Estados e do Distrito Federal que se rebelaram entre 1997 e 2011. Entre os beneficiados estavam policiais de Minas e da Bahia.

Na noite da segunda-feira (21), 22 internos fugiram durante uma rebelião no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Caruaru, no Agreste de Pernambuco. Até o momento, seis foram recapturados.

Segundo a Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), o tumulto teria sido realizado com o objetivo de viabilizar a fuga. No momento do ocorrido, a unidade atendia 90 socioeducandos, número dentro da capacidade do espaço, que possui 100 vagas.

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 A Polícia Militar enviou equipes do 4º Batalhão e do Batalhão Integrado Especializado (Biesp). O Corpo de Bombeiros também atuou para apagar focos de incêndio. Ninguém ficou ferido.

A Funase informou que vai dar início aos trabalhos de reparação de danos que afetaram estruturas administrativas, alojamentos e uma parte do muro, por onde ocorreu a fuga. A Corregedoria da instituição vai apurar as responsabilidades pelo ocorrido.

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Um adolescente de 16 anos morreu dentro do Centro de Atendimento Socioeducativo (Cenip) de Garanhuns, no Agreste de Pernambuco, durante tentativa de fuga na tarde da segunda-feira (21). Outros quatro internos foram socorridos.

Segundo apurações preliminares da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), um grupo de internos ateou fogo em colchões em um dos cinco pavilhões da unidade. O objetivo seria provocar um tumulto e viabilizar uma fuga.

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Agentes socioeducativos apagaram as chamas com extintores de incêndio, mas a concentração de fumaça dentro dos alojamentos teria ocasionado o óbito.

No total, cinco adolescentes foram encaminhados ao Hospital Regional Dom Moura, sendo quatro por inalação de fumaça e um com queimaduras. Desses, três já receberam alta e um quarto deve ser liberado nesta terça-feira (22). O quinto paciente segue internado sem previsão de alta.

A Polícia Civil esteve no local para iniciar as investigações do ocorrido. O Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar também deram apoio para controlar a situação. Em nota, a Funase disse lamentar o ocorrido e garantiu estar dando assistência à família da vítima. A Corregedoria e as Coordenadorias de Segurança e de Inteligência da instituição estão acompanhando o episódio.

 

O presidente de Mali, Ibrahim Bubacar Keita, e o premier do país, Boubou Cissè, foram presos por militares que se amotinaram nesta terça-feira (18), informou o líder do grupo à imprensa local.

Desde a manhã de hoje, diversos motins foram registrados e há informações de um golpe de Estado em curso. No entanto, a situação é bastante confusa. "O presidente e o premier estão sob nosso controle", disse o representante acrescentando que as prisões ocorreram na casa de Keita, na capital Bamako.

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Um outro funcionário do Exército informou que eles estão sendo levados em um carro blindado para Kati, onde está localizado o quartel que lidera o motim.

Mais cedo, um médico local informou à agência francesa AFP que "soldados furiosos pegaram em armas no acampamento de Kati e atiraram para o ar, e eles estavam muito nervosos". Mas, a razão do "nervosismo" não está clara. Há testemunhas que falam em problemas no pagamento dos salários, porém o governo não confirma a notícia.

Após os rumores de motins, Cissè emitiu um comunicado oficial na manhã desta terça-feira pedindo que os militares "silenciem as armas" e se unam em um "diálogo fraterno para dissipar mal-entendidos".

Pouco depois, a Comunidade dos Estados da África Ocidental (Cedeao) - responsável por intermediar as conversas entre os expoentes internos do Mali, bem como com governos internacionais desde o golpe de Estado de 2012 - emitiu também uma nota dizendo que acompanhava com "grande preocupação" a situação nesta terça-feira, que já surgiu "em um contexto social e político já muito complexo".

A entidade pediu para que os militares voltassem aos seus quartéis para acalmar os ânimos e que é contrária "a qualquer mudança política inconstitucional".

Os governos dos Estados Unidos e da França, através de diplomatas, informaram que também acompanham com "preocupação" a situação no Mali e que não apoiam nenhum tipo de ação anticonstitucional.

- Crise política: Há dois meses, o Mali está vivenciando um período de grave crise política, com protestos diários contra Keita e seu governo.

A oposição, reunida sob o Movimento 5 de Junho, cobra a renúncia do mandatário e tem uma grande presença de militares que, assim como aconteceu no golpe de 2012, está insatisfeita com as medidas tomadas pelo atual mandatário.

No entanto, até mesmo entre os membros do Movimento houve um "racha" no último mês, após uma das manifestações ter terminado com 11 pessoas mortas durante os atos.

No golpe de 2012, o quartel de Kati também foi o local do motim que derrubou o então presidente Amadou Toumani Touri.

Da Ansa

"O sangue do povo cearense está nas mãos do governador Camilo Santana, e não nas mãos do movimento", afirma o ex-deputado Cabo Sabino (Avante), ao ser questionado sobre os 312 mortos no período em que a Polícia Militar de amotinou. Acusado de liderar o grupo rebelado ele afirma ao Estado que 'o balanço é de uma paralisação justa'. Contra ele, recai a acusação de revolta, conspiração, incitamento e aliciamento - o crime militar de motim.

"Quem tinha o poder de negociar era o governo, não éramos nós, quem tinha o poder de resolutividade era o governo, se o governo tivesse sentado à mesa no primeiro dia, e tivesse negociado, o movimento tinha se encerrado no primeiro dia", diz.

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Sabino continua: "Mas o governo preferiu ver corpos de cearenses nas ruas, né, a negociar com os policiais, porque na realidade o desejo do governo era punir policiais, politizar um ato de reivindicação justo e honesto, batizar um movimento como motim, porque ele queria politizar isso para o Brasil inteiro, a preço do sangue de vidas inocentes do povo cearense".

No fim da tarde desta quinta (5), Cabo Sabino se apresentou à Justiça Militar e teve a ordem de prisão preventiva substituída pela proibição de entrar em instalações das forças de segurança por seis meses. Nas redes sociais, o governador, Camilo Santana (PT), disse ter ficado 'indignado' com a decisão e acusou o ex-deputado de 'promover todo tipo de desordem'.

"Inaceitável que alguém promova todo tipo de desordem, cometa crimes, desafie a própria Justiça, Ministério Público, Governo e sociedade, e seja mandado para casa, como se nada tivesse ocorrido. Esse acusado terá que responder pelos seus gravíssimos atos, pelo bem do Estado de Direito", disse o governador, em sua página no Facebook.

Durante o motim, foram registrados 312 homicídios no Ceará, mês mais violento desde 2013, quando foram adotados os atuais critérios para a série histórica no Estado.

O ex-deputado afirma que 'anistia não é o motivo pelo qual se faz o movimento'. Ele diz que há 'pautas antigas', que 'o governo não atende há 12 anos', como questões relacionadas à carga horária, o vale-refeição, o auxílio saúde e o retorno do hospital da Polícia Militar.

O Diário Oficial do Estado (DOE) publicou, neste domingo (23), mais 62 nomes de PMs que estão afastados devido ao motim que aconteceu no Ceará na última terça-feira (18). Eles se juntam aos outros 168 profisisonais que já haviam sido suspensos nesta sexta-feira (21) para responder um processo administrativo.

Conforme publicado no Diário Oficial, os PMs respondem por participação em "condutas transgressivas" e "incapacidade de participação nos quadros da Polícia Militar".

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Ainda há previsão de afastamento com duração de 120 dias. Contudo, os policiais afastados já estão fora da folha de pagamento a partir deste mês de fevereiro.

Os militares afastados devem entregar a identificação funcional, distintivo, armas, algemas e qualquer outro elemento que os caracterizem. Eles também terão descontos nos salários já aplicados. Conforme o DOE, há outros procedimentos ainda em andamento, abertos pela Polícia Militar em forma de Inquéritos Policiais Militares (IPMs), remetidos à CGD.

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Mais 34 Crimes Violentos Letais Intencionais (homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte) foram registrados em todo o Ceará neste sábado (22), segundo a secretaria estadual de Segurança Pública e Defesa Social. Com isto, subiu para 122 o total de mortes violentas registradas desde a última quarta-feira (19), depois que parte dos policiais militares começaram a ocupar quartéis e esvaziar pneus de viaturas em protesto contra a proposta de reajuste salarial que o governo cearense apresentou para a categoria.

Em nota, a secretaria compara o número de crimes violentos registrados dia a dia, ao longo da última semana, para demonstrar o impacto de cinco dias de motim policial no estado. Na segunda-feira (17), véspera do início dos protestos militares, foram registrados apenas três crimes violentos letais intencionais. Na terça-feira (18), foram contabilizados cinco casos. Na quarta-feira (19), o número de ocorrências saltou para 29. Na quinta-feira (20) foram 22 registros. E na sexta-feira, houve o maior número de vítimas até o momento: 37.

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Legalmente, policiais militares são proibidos de fazer greve, motivo pelo qual os protestos da categoria são classificados como motim. Na sexta-feira (21), o governo cearense afastou por 120 dias 167 policiais militares que participam da paralisação. Os agentes deverão entregar identificações funcionais, distintivos, armas, algemas, além de quaisquer outros itens que os caracterizem nas suas unidades e ficarão fora da folha de pagamento a partir deste mês de fevereiro.

Os inquéritos militares instaurados contra os agentes afastados serão julgados pela Justiça Militar. Já os procedimentos administrativos disciplinares serão realizados pela Controladoria-Geral de Disciplina (CGD) da própria Polícia Militar.

A pedido do governo cearense, mais de uma centena de policiais da Força Nacional desembarcaram em Fortaleza na última quinta-feira para reforçar a segurança. No mesmo dia, o presidente Jair Bolsonaro autorizou o emprego de até 2,5 mil militares das Forças Armadas no estado. O decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União e vale pelo período de 20 a 28 de fevereiro. Policiais rodoviários federais também reforçarão o patrulhamento ostensivo.

No Twitter, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, informou que participará da comitiva com os ministros da Defesa, Fernando Azevedo, e da Advocacia-Geral da União (AGU), André Mendonça. “É tempo de superar a crise e serenar os ânimos. Servir e proteger acima de tudo”, escreveu Moro na rede social.

 

Armas de fogo, munição e drogas foram apreendidas na Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife (RMR), na quarta-feira (26). A ação ocorreu horas depois de uma briga na unidade que resultou em um detento morto e dois feridos.

A vistoria foi realizada por agentes penitenciários da unidade prisional e policiais do Batalhão de Choque. Foram apreendidos: uma pistola calibre 380, um revólver calibre 38, 45 munições calibre 380, 17 munições calibre 38, 670 gramas de substância que aparenta ser crack, 108 gramas de ácido bórico, 74 pacotes de substância que aparenta ser maconha, três celulares, R$ 3119 em espécie, além de facas, facões e barrotes.

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Segundo informações, o preso assassinado foi alvejado por arma de fogo, esfaqueado e alvo de pauladas. Os feridos seguiram em quadro estável para o Hospital Miguel Arraes, em Paulista, na RMR. O suposto autor dos disparos já foi identificado. A suspeita é que a confusão esteja relacionada com tráfico de drogas e briga de grupos rivais.

Um agente penitenciário morreu na manhã desta segunda-feira (19) durante confusão com presos no Complexo do Curado, na Zona Oeste do Recife. De acordo com o Sindicado dos Agentes Penitenciários (Sindasp), detentos do Presídio Aspirante Marcelo Francisco de Araújo (Pamfa) tentaram tomar a Permanência, que é o setor de entrada e saída.

O agente Roberto Murilo, de 37 anos, foi baleado em troca de tiro. Ele chegou a ser socorrido ao Hospital Otávio de Freitas, em Tejipió, na Zona Oeste, mas não resistiu aos ferimentos.

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Um preso, identificado como Luis Jonas da Conceição, de 24 anos, foi quem tentou tomar a Permanência. Ele ficou ferido e também foi socorrido ao Hospital Otávio de Freitas. O LeiaJá aguarda posicionamento oficial da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres). 

Terminou no início da madrugada desta segunda-feira (19) o motim na Penitenciária Milton Dias Moreira, em Japeri, na Baixada Fluminense. A rebelião, iniciada no fim da tarde do domingo (18), deixou pelo menos três presos feridos. Ao todo, 18 pessoas ficaram sob o domínio dos detentos - oito agentes penitenciários e dez internos. Um revólver, duas pistolas, uma granada de efeito moral e uma lanterna foram apreendidos.

Segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), os feridos foram atendidos por ambulâncias da Defesa Civil e não correm risco de vida. Durante o motim, as negociações foram conduzidas por profissionais especializados da Superintendência de Segurança da Seap. O Grupamento de Intervenção Tática da Seap, o Batalhão de Choque e diversas unidades da Polícia Militar (PM) também aturaram no caso.

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O motim aconteceu dois dias após a decretação da intervenção federal na área de segurança pública do Estado do Rio. Antes da rebelião, a Seap informou que "medidas de controle" das penitenciárias foram antecipadas por causa da intervenção federal. Conforme a secretaria, o motim começou "logo após" inspetores frustrarem uma tentativa de fuga de internos na penitenciária.

Um detento morreu e outro ficou ferido no Complexo do Curado, na Zona Oeste do Recife, nesta terça-feira (5). Segundo a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), o incidente começou com uma briga entre dois pavilhões do Presídio Marcelo Francisco de Araújo, uma das três unidades do complexo.

De acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários, um dos pavilhões envolvidos foi o Pavilhão da Disciplina, para onde são enviados os reclusos que cometeram algum tipo de infração.  A informação é de que a situação já está controlada.

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A polícia foi acionada para apurar as circunstâncias do fato. Ainda não se sabe de que forma o detento morreu e a motivação do motim. 

Uma revista em busca de armas de fogo, na manhã desta quarta-feira (29), resultou em um princípio de rebelião com quatro pessoas esfaqueadas e uma baleada no Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros (Pjallb) do Complexo do Curado, na Zona Oeste do Recife. Segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindasp), o motim já foi controlado.

Ainda conforme o sindicato, os presos agrediram os outros detentos após a vistoria, porque pensaram que eles tinham informado sobre as armas escondidas. Os agentes atiraram com balas de borracha para controlar a situação. 

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Os agentes penitenciários do plantão da unidade e do Grupo de Operações e Segurança (GOS) foram informados das armas escondidas pela Gerência de Inteligência (Giso). Foram apreendidas várias armas artesanais e duas armas de fogo calibre 38, além de drogas e bebidas alcoólicas.

Os presos feridos foram encaminhados ao Hospital Otávio de Freitas, na Zona Oeste da capital. De acordo com o Sindasp, o preso que baleou o outro é do pavilhão da barbearia. Como as agressões ocorreram após a revista, os agentes estão em busca da terceira arma de fogo, utilizada para ferir o recluso no pé. A Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) ainda não se posicionou sobre o ocorrido. 

Detentos de ao menos 34 presídios estaduais e federais, em sete Estados do País, promovem rebeliões e protestos com greve de fome. Governos dos Estados de Mato Grosso, Acre e Pará associam os atos a ordens de facções criminosas - os detentos reivindicam melhores condições de instalação. No caso mais grave, em Cascavel, no Paraná, dois presidiários foram assassinados.

Informações preliminares apontam que a rebelião teria sido motivada por brigas de facções criminosas dentro da Penitenciária Estadual de Cascavel. A Polícia Militar paranaense avaliava, até a noite de ontem, as condições para uma invasão. Ocupando o telhado do prédio, os detentos estenderam uma faixa com a sigla do Primeiro Comando da Capital (PCC).

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Nos demais Estados, os protestos dos presidiários não resultaram em mortes. Detentos do Pará, do Acre, do Rio, de Mato Grosso, de Mato Grosso do Sul e do Rio Grande do Norte fazem greve de fome. Em todos os Estados, os governos locais afirmam que a alimentação continua a ser fornecida à população carcerária.

Segundo o Ministério da Justiça, há registro de protesto nos quatro presídios federais: Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e Mossoró (RN). Ao todo, 112 presos dessas unidades se recusam a receber alimentação. Somados, os presídios têm 379 detentos. "Eles dizem que procedem deste modo por serem contra a ‘opressão do sistema penitenciário federal’. Cabe ressaltar que os presos que estão no sistema penitenciário federal não sofrem nenhum tipo de opressão", diz o ministério.

Em Mato Grosso, 26 presos explodiram um muro e fugiram da penitenciária Major Eldo Sá Corrêa, a 218 quilômetros de Cuiabá, que vinha registrando greve de fome entre os detentos desde o início da semana. Segundo eles, faltam medicamentos, dentista e médicos especialistas principalmente para o tratamento de tuberculose.

Comando Vermelho. No Rio, a greve de fome atinge 12 presídios do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste. O protesto começou na quarta-feira. Os presos envolvidos no protesto ficam em espaços destinados a internos da facção Comando Vermelho (CV), maior facção criminosa fluminense.

O Acre tem uma unidade com detentos em greve de fome. É o Presídio Francisco D’Oliveira Conde, em Rio Branco. "A greve de fome está em consonância com a ordem que partiu de uma determinada organização criminosa que atua em todo País", diz o Instituto de Administração Penitenciária do Acre. Já o Pará tem 17 unidades, das 46 no Estado, em paralisação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Detentos da Penitenciária Vereda Grande, em Floriano, no Piauí fizeram um motim na manhã desta quinta-feira (21) porque não aceitaram as restrições de visitas devido à greve dos agentes penitenciários. Muitas celas foram depredadas por presos que também jogaram pedras nos prédios do presídio. Alguns reeducandos e um PM ficaram feridos.

Em entrevista ao site CidadeVerde, o diretor da unidade, cabo João Luís Ferreira, criticou a greve. "Os feridos começaram a quebradeira porque os agentes não permitiram a entraram de item na visita, umas sacolas. Posso dizer que se não tivesse a greve, esse item entraria e não teríamos essa confusão”, disse.

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Superlotado, como a maaioria dos presídios brasileiros, a Vereda Grande tem limite para receber 200 presos, mas hoje conta com aproximadamente 380. A Secretaria de Justiça do Piauí (Sejus) divulgou nota afirmando que os agentes não estão cumprindo a decisão judicial que assegura aos detentos o direito de receber visitas e produtos levados por familiares.

Segundo o assessor jurídico do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Vilobaldo Carvalho, a categoria continua em greve. “Nós ainda estamos sem entender a causa desse motim; vamos entrar em contato com os agentes e verificar algumas informações, mas nós estamos sim cumprimento a determinação judicial com referencia a entrada de visitas. Mesmo com a greve, os agentes não deixam de comparecer aos plantões que são escalados mesmo com a sobrecarga de trabalho onde um agente faz o trabalho de 10”, declarou Vilobaldo, em entrevista ao CidadeVerde.

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Um tumulto na manhã desta terça-feira (19) deixou seis internos feridos na unidade da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) de Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Segundo a assessoria da fundação, a confusão foi motivada por briga entre grupos rivais.

Os adolescentes tiveram ferimentos leves e foram encaminhados à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Igarassu, onde foram atendidos e passam bem, de acordo com a Funase. A situação foi contida após a chegada do Batalhão da Rádio Patrulha e do Batalhão de Guarda, com apoio do 17º Batalhão de Polícia Militar (BPM). 

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Ainda conforme a Funase, o secretário de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude, Roberto Franca, a diretora-presidente da Funase, Nadja Alencar, e a Gerência de Segurança da Instituição, estiveram no local para acompanhar a situação. Uma sindicância será aberta para apurar as responsabilidades do tumulto. 

Recorrência – Na última sexta-feira (15), ao menos dez adolescentes ficaram feridos também na Funase de Abreu e Lima. Em ambas as ocorrências não há registro de mortes ou fugas. 

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