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A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã de desta terça-feira (19) a Operação Conclave que investiga possíveis fraudes na compra de ações do Banco Panamericano pela Caixa Participações S.A. (Caixapar). O inquérito apura a responsabilidade de gestores da Caixa Econômica Federal (CEF), além de investigar possíveis prejuízos causados a correntistas e clientes.

Cerca de 200 policiais estão cumprindo desde cedo 46 mandados de busca e apreensão expedidos pela 10ª Vara Federal de Brasília. "A decisão ainda determinou a indisponibilidade e bloqueio de valores de contas bancárias de alvos das medidas cautelares. O bloqueio alcança o valor total de R$ 1,5 Bilhão", diz a nota da PF.

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De acordo com as investigações, alguns núcleos criminosos foram identificados, entre eles, "o núcleo de agentes públicos, responsáveis diretos pela assinatura dos pareceres, contratos e demais documentos que culminaram com a compra e venda de ações do Banco Panamericano pela Caixapar e com a posterior compra e venda de ações significativas do Banco Panamericano pelo Banco BTG Pactual S/A",

Outro núcleo, o de consultorias, segudo a PF,  emitia pareceres para legitimar os negócios realizados. E o núcleo de empresários que, "conhecedores das situações de suas empresas e da necessidade de dar aparência de legitimidade aos negócios, contribuíram para os crimes em apuração".

Segundo a Polícia Federal, os investigados poderão responder pelos crimes de gestão temerária ou fraudulenta, além de outros delitos que possam vir a ser descobertos. As punições para esses crimes podem chegar a 12 anos de reclusão. O nome da operação fa referência à forma sigilosa com que foram tratadas as negociações e alude ao ritual (Conclave), no Vaticano, para a escolha do papa .

O Ministério Público Federal (MPF) pediu a condenação de nove ex-diretores do Banco Panamericano por crimes contra o sistema financeiro e gestão fraudulenta. O pedido foi apresentado em memoriais à 6ª Vara Criminal da Justiça Federal em São Paulo, responsável pela ação penal contra dezessete acusados pelo rombo de R$ 4 bilhões na instituição financeira.

Os crimes teriam ocorrido entre 2007 e 2010 na administração do banco, segundo o procurador da República Rodrigo De Grandis. As penas podem variar de três anos a 78 anos de prisão, como no caso do ex-presidente do Conselho de Administração do Panamericano Luiz Sebastião Sandoval. O procurador pediu também a absolvição de outros cinco ex-diretores e de três funcionários do banco.

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A entrega dos memoriais é a fase processual das alegações finais. Nessa etapa, acusação e defesa apresentam seus argumentos derradeiros.

Segundo o procurador, a "gestão criminosa causou um rombo no banco". O Panamericano acabou sendo vendido por seu controlador, o animador de TV Silvio Santos, à Caixa Econômica Federal.

O procurador pediu a condenação do executivo Luiz Sebastião Sandoval, ex-presidente do Conselho de Administração do banco, por quatro episódios de gestão fraudulenta, por gestão fraudulenta combinada com apropriação indébita financeira, mais um caso de apropriação indébita financeira e por induzir ou manter em erro sócio, investidor ou repartição pública sobre a situação do banco.

Para o Ministério Público Federal, "os crimes tiveram como causa a omissão relevante do ex-presidente do banco, que, de sua posição, poderia ter impedido o rombo".

O pedido de condenação sugere que as penas de cada delito sejam somadas. Neste caso, Sandoval pode ser condenado a penas que variam de três anos a 78 anos de prisão.

O procurador pede, ainda, a condenação de Rafael Paladino, ex-diretor superintendente do banco, também por quatro episódios de gestão fraudulenta, por gestão fraudulenta combinada com apropriação indébita financeira, mais um caso de apropriação indébita financeira. Somadas, as penas poderão oscilar entre oito anos e 72 anos de prisão.

Wilson Roberto de Aro, ex-diretor financeiro, é acusado de quatro crimes de gestão fraudulenta, gestão fraudulenta combinada com apropriação indébita financeira, mais um caso de apropriação indébita financeira. Somadas, as penas poderão variar de oito a 72 anos de prisão se ele for condenado.

Réu confesso, Wilson de Aro assumiu sua participação nos crimes na gestão do banco. Por isso, o Ministério Público Federal pediu a redução de sua pena em dois terços.

A Procuradoria pede a condenação de Marco Antônio Pereira da Silva, ex-chefe da contabilidade do banco, por três episódios de gestão fraudulenta. Somadas, as penas poderão variar de três anos a 36 anos de prisão.

Integra a lista Cláudio Baracat Sauda, ex-diretor de Controladoria e ex-gerente de Compliance do banco, por dois episódios de gestão fraudulenta de forma omissiva. Se condenado, sua pena pode variar de três a 24 anos de prisão.

Adalberto Savioli, ex-diretor de Crédito, acusado por um crime de gestão fraudulenta, poderá ser punido com três a 12 anos de prisão. Antônio Carlos Quinta Carletto, ex-diretor de Cartões, é acusado por um episódio de gestão fraudulenta e, se condenado, pena pegar a mesma pena (de 3 a 12 anos de detenção).

Eduardo de Ávila Pinto Coelho, ex-diretor de Tecnologia da Informação, acusado por um caso de gestão fraudulenta, pode pegar também de três a 12 anos de prisão.

Luiz Augusto Teixeira de Carvalho Bruno, ex-diretor Jurídico, é acusado por um episódio de gestão fraudulenta combinada com apropriação indébita financeira, cuja pena pode variar de 3 anos e 6 meses a 18 anos de prisão.

Além das penas de prisão, o Ministério Público Federal requereu a aplicação de pena de perdimento dos bens apreendidos de propriedade destes 9 réus em favor da União, "visando recuperar, ainda que parcialmente, o prejuízo do Estado na aquisição do banco".

Em memoriais, a Procuradoria pediu a absolvição total de cinco ex-diretores e três funcionários do banco - Marcos Augusto Monteiro, Maurício Bonafonte dos Santos, Carlos Roberto Vilani, Elinton Bobrik, Mario Tadami, Vilmar Bernardes da Costa, José Maria Corsi e João Pedro Fassina.

Defesas

O advogado José Luís Oliveira Lima, que defende Wilson Roberto de Aro, ex-diretor financeiro do Panamericano, disse que só se manifesta nos autos.

o criminalista Alberto Zacharias Toron, defensor de Luiz Sandoval, declarou que a Polícia Federal "conduziu o inquérito com rigor e concluiu que Luiz Sandoval não teve envolvimento com as fraudes no Banco Panamericano".

"A Polícia Federal, que conduziu o inquérito com o maior rigor, deixou bem claro que Luis Sandoval não tinha nada a ver com a fraude ocorrida no Banco e nem tinha conhecimento delas. O próprio Ministério Público também reconheceu que ele não participou, mas diz agora, apenas nos memoriais, que ele se omitiu; teria tido uma espécie de cegueira deliberada. Acontece que Sandoval nunca foi acusado de se omitir e sim de ter praticado atos. O Ministério Público Federal não achou provas da acusação inicial e mudou a acusação. Isso, mais que escancarar a debilidade da acusação, representa cerceamento de defesa, já que estávamos defendendo Sandoval de outra acusação."

O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), órgão da Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça, instaurou processo administrativo contra o Banco Panamericano, controlado por Caixa e BTG Pactual, por violações a direitos básicos do consumidor. A empresa, agora conhecida como Banco Pan, tem dez dias para apresentar defesa ao DPDC.

A notificação ao banco está formalizada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira, 11. O documento, no entanto, não descreve quais irregularidades pesam contra a instituição, apenas cita haver indícios de infração a determinados artigos do Código de Defesa Consumidor, dentre eles o 4º, o 6º e o 39. Esses trechos da lei tratam de publicidade enganosa e práticas abusivas contra o consumidor, como, por exemplo, aumento de preço de produtos e serviços sem justa causa.

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A Caixa Econômica Federal e o Banco Panamericano firmaram parceria para financiamento de até 100% do valor de motocicletas novas com prazo de até 36 meses. O produto "Melhor de Moto Nova" será oferecido em mais de 2.500 concessionárias em todo o País a partir desta quarta-feira. As condições valem para motos zero-quilômetro a partir de 100 cilindradas e não é necessário ser cliente de um dos dois bancos. O banco estatal não informou qual a taxa de juros.

De acordo com a Caixa, hoje, a participação de mercado do Panamericano no financiamento de motos é de 12%. A expectativa é de um crescimento de 25% até o fim do ano. Na terça-feira (02), o Banco do Brasil reduziu a taxa mínima de juros para financiamento de motos de 1,34% ao mês para 1,28% ao mês. Também lançou a opção de financiamento de motos com potência entre 150 e 249 cilindradas.

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Os anúncios acompanham o pacote de ajuda do governo ao setor. No dia 14 de setembro, o Banco Central mudou as regras dos compulsórios para permitir, entre outras coisas, que operações para financiamento e arrendamento mercantil de motocicletas sejam descontadas do valor a ser recolhido no compulsório a prazo.

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