A Bandavoou, cuja origem remonta à cidade de Serra Talhada, mas que fez carreira em Recife, é formada por Carlos Filho, PC Silva, Lula Borges, Rostan Júnior, Ed Staudinger e Everton Goes. O grupo, entretanto, jamais esqueceu suas raízes, o que ficou claro na apresentação da noite desta terça-feira (15), no Teatro Santa Isabel, no Recife, recheada de participações especiais e que sagrou o lançamento do disco "Nó".
Subindo ao palco do Teatro pontualmente às 20:30h, a Bandavoou abriu seu show com as canções “Lá Vem Ela de Novo” e “Peraí”. A apresentação contou com as participações de nomes como Zé Manoel, Juliano Holanda, responsável pela trilha sonora da minissérie global “Amor, Te Amo", e do Grupo Bongar.
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Segundo Carlos Filho e PC Silva, todos esses nomes sempre serviram de inspiração para a Bandavoou, assim como a própria banda influencia as composições alheias, em um sistema de união e retroalimentação que reverbera também no disco “Nó”, no qual estas mesmas participações se repetem.
E justamente sem esquecer o passado, advinda da primeira formação do grupo, quem também brilhou nesta noite foi Luiza Magalhães, projetando sua simpatia e sua voz suave, convidada a cantar inúmeras das composições, tais quais “Bebi”, “Dissentir” e “Due”. Agradando a todos os presentes justamente pela sua variação musical, Bandavoou passeou por diversos ritmos e inspirações: do brega ao romântico barroco, passando por composições que flertam com o repente e chegando até rock ácido e crítico, ficou evidente a quem acompanhava o espetáculo que o grupo é um expoente da nova música popular brasileira a ser seguido de perto.
Boa parte do clima intimista e, ao mesmo tempo, grandioso do espetáculo, brotou da exemplar iluminação de palco e dos integrantes, que hora pareciam isolados em um vão de escuridão, tendo acima de suas cabeças apenas luzes que lembrariam luminárias, e em outros instantes, eram mergulhados em jogos de luzes que explodiam juntamente com os instrumentos e instrumentistas.
Porém, sem dúvida, um dos instantes mais marcantes da apresentação se deu no momento em que o palco escureceu e apenas pequenos pontos luminosos foram soltos aqui e ali, lembrando as estrelas no espaço sideral, e Carlos Filho tocou, acompanhado do som de sintetizadores, a belíssima “Rotterdam”. Visivelmente emocionado por estar ali, o músico chegou a engasgar com a própria letra e não conteve o choro, acontecimento que só engrandeceu a poesia do momento e da canção.
Quando o Grupo Bongar trouxe suas batidas para o Teatro Santa Isabel e PC Silva se viu livre para caminhar pelo palco entoando a guerra entre famílias do interior cujo protagonista era um tal de Tóta, os presentes foram arrebatados outra vez, mas agora pela vibração e sonoridade pulsantes. A sensação que ficou pós-apresentação – onde, na saída da casa os músicos esbanjaram a mesma simpatia de sempre ao pararem para falar com cada um de seus fãs – é que o bastão foi passado e mais um passo foi dado pela Bandavoou. Os fãs antigos se tornaram mais antigos e firmes, os mais novos agora foram completamente cativados, e os demais, que os viram ao vivo pela primeira vez, entenderam esse ardor que cerca quem já acompanha o grupo há tempos. Em tempo: nos próximos meses, Carlos Filho e PC Silva poderão ser vistos também nas telas do cinema, protagonizando o curta-metragem “No Oco Desse Mundo”, que passa atualmente por processo de montagem.
Texto colaborativo de Caio Vianna