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O estudo 'Pesquisa Nacional de Bolsa-Auxílio', realizado e divulgado pelo Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), mostrou que a média nacional de remuneração dos estagiários no País aumentou 4,02% em relação a 2018, ficando em  R$ 1.007,06. Esse valor, no entanto, muda muito a depender de diversas variáveis como região, área de estudos, gênero, nível de escolaridade e idade.

Um dado que ilustra esse fato é a melhor remuneração de estagiários na Região Sul, a mais bem paga, com bolsa média de R$ 1.136,80, seguida pelo Sudeste com R$ 1.007,89, depois Nordeste, com R$ 981,18, Centro-Oeste, somando 980,73, e Norte, com apenas R$ 776,62.  

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Ainda de acordo com a pesquisa, os estagiários homens ganharam em média R$ 1.057,40 no último ano, frente a R$ 964,23 das estagiárias. “Essa disparidade não é relacionada a sujeitos ocupando a mesma posição, exercendo funções iguais. Na realidade, as moças optam mais por áreas como pedagogia e licenciaturas, nas quais o valor é um pouco menor. Em contrapartida, há uma forte participação de rapazes nas áreas de engenharia e de exatas, por exemplo”, disse Seme Arone Junior, presidente do Nube. 

Essa realidade se torna mais evidente quando observamos as áreas de estágio e suas respectivas remunerações. Entre os cursos de nível superior, os estagiários mais bem remunerados foram os de agronomia (R$ 1.841,97), seguidos por ciências atuariais (R$ 1.767,28), ciências econômicas (R$ 1.649,97), ciência e tecnologia (R$ 1595,16) e por toda a gama de engenharia, que ficou em quinto lugar com R$ 1414,12. Já o curso de sistemas da informação, que ficou em 10 lugar, tem uma média de 1.268,44. 

Confira a tabela de remuneração média para estágios por curso e nível em 2019:

Superior Tecnólogo: R$ 1.040,52

 1º Tecnol. Banco de Dados

R$ 1.360,20

2º Tecnol. Automação Industrial

R$ 1.179,58

3º Tecnol. Análise e Desenv. Sistemas

R$ 1.167,77

4º Tecnol.Gestão da Qualidade

R$ 1.164,03

5º Tecnol. Construção Civil

R$ 1.147,00

6º Tecnol. Comércio Exterior

R$ 1.126,94

7º Tecnol. da Informação

R$ 1.099,76

8º Tecnol. Gestão Comercial

R$ 1.088,39

9º Tecnol.Redes de Computadores

R$ 1.083,53

10º Tecnol. Secretariado

R$ 1.052,79

Médio Técnico: R$ 796,61

1º Técnico em Edificações

R$ 916,32

2º Técnico em Mecânica

R$ 886,55

3º Técnico em Segurança do Trabalho

R$ 873,94

4º Técnico em Automação Industrial

R$ 868,57

5º Técnico em Mecatrônica

R$ 866,99

6º Técnico em Química

R$ 825,10

7º Técnico em Marketing

R$ 837,11

8º Técnico em Logística

R$ 823,77

9º Técnico em Redes de Computadores

R$ 818,90

10º Técnico em Contabilidade

R$ 818,62

Médio: R$ 641,48

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Dois a cada três beneficiários do seguro-defeso não teriam direito a receber o recurso pelas regras do programa, mas acabam custando R$ 1,5 bilhão ao ano aos cofres do governo, segundo resultado de auditoria do Ministério da Transparência e da Controladoria-Geral da União (CGU) obtido pelo ‘Estadão/Broadcast’. Em momento de necessidade de ajuste nas contas, o órgão de controle aponta em relatório que o registro dos segurados "é ineficiente em nível intolerável para justificar a manutenção da política pública" e defende a reformulação completa do programa.

O seguro-defeso, uma espécie de bolsa pescador, é o benefício de um salário mínimo (hoje em R$ 937,00) pago a pescadores artesanais profissionais no período de proibição da pesca (em média quatro meses) para proteger as espécies em períodos críticos, como de reprodução. Mas as fragilidades no cadastro abrem brechas para que o recurso seja usado até como moeda de troca em período eleitoral. Em setembro de 2014, houve 24,4 mil novas inscrições, crescimento de 760% ante setembro do ano anterior, quando foram 3,2 mil novos beneficiários.

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"O porcentual de irregularidades surpreendeu, foi muito acima do que se esperava. É por isso que recomendamos a alteração da política", explica o diretor de Auditoria de Políticas Econômicas e de Produção da CGU, Guilherme Mascarenhas.

O principal problema da concessão do seguro-defeso é que os dados são declarados pelos próprios beneficiários. Além disso, muitos trabalhadores informais recebem o benefício, o que dificulta o rastreio da fonte de renda para justificar a suspensão do pagamento. Há ainda uma parcela considerável (19%) que recebeu o dinheiro sem ser ser pescador

Entrevistas. Os resultados foram obtidos a partir de entrevistas feitas com 2,3 mil beneficiários em 126 municípios. O objetivo era saber se os segurados exerceram a pesca entre 2013 e 2014, período alvo do levantamento. Os técnicos da CGU ressaltam que o quadro de irregularidades se mantém. Em alguns municípios, o cenário é pior do que na média nacional: em Xique-Xique, na Bahia, o resultado mostra que 72,9% dos benefícios são irregulares.

Diante das brechas, o número de cadastros para recebimento do seguro saltou 92,4% entre 2008 e 2015, atingindo a marca de 1 milhão de beneficiários. Com isso, o custo do programa saiu de R$ 602 milhões para cerca de R$ 2 bilhões no período. Por precaução, o governo suspendeu a realização de novos cadastros.

Segundo Mascarenhas, a transferência da Secretaria da Pesca do Ministério da Agricultura para o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) dificultou o trabalho dos técnicos, uma vez que se perdeu a estrutura de fiscalização, com o apoio dos auditores. Uma segunda transferência da Pesca, agora para a alçada da Presidência, tampouco resolve o problema.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Para muitos jovens que não tiveram a oportunidade de completar o ensino fundamental, o ProJovem Urbano é uma chance de aprendizado e inserção no mercado de trabalho. O programa federal oferece aos jovens de 18 a 29 anos a oportunidade de estudar as disciplinas do ensino fundamental e ainda aprender uma especialização na área de saúde, administração ou turismo e hospitalidade. Mas, o que tem feito muitos jovens se desmotivarem para encarar as aulas, que acontecem de segunda a sexta-feira, das 18h30 às 22h, é o atrasado no estímulo financeiro. Por conta de demora no repasse da verba do Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC), os R$ 100 que eram para ser mensais já estão atrasados há três meses.

A estudante Maria da Conceição, 21, participa do ProJovem Urbano desde 2013 e confessou que sua única fonte de renda vem da bolsa oferecida pelo programa. “Os coordenadores dizem para esperar porque o repasse de verbas ainda não aconteceu, mas eu só tenho esse dinheiro para me sustentar”, contou.

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A situação de Maria da Conceição é muito comum. Muitos estudantes precisam do dinheiro para se manter e conseguir pagar suas contas. A aluna Estela Fenelon de Albuquerque, 29, também não tem outra fonte de renda além da bolsa-auxílio. “Eu quero receber minha bolsa, mas dizem para esperar. O que eu posso fazer? Fora isso, o ensino é muito bom, estou aprendendo tudo”, disse.

Apesar das dificuldades, outros alunos reforçam que a perspectiva é acabar os estudos. O aluno Rodrigo Barbosa da Silva trabalha como estoquista e a bolsa-auxílio é um complemento na renda. Apesar do atraso no recebimento do dinheiro, o jovem não deixou de frequentar as aulas. “O foco é tentar terminar os estudos. A bolsa é uma ajuda e um estímulo, então eu tenho que continuar frequentando as aulas mesmo sem receber, porque o importante são meus estudos”, revelou.

A professora de inglês Zelízia Soares está dando aulas pela primeira vez no programa ProJovem Urbano. Desde 2013, a educadora leciona para os alunos e revela que a maioria é muito disciplinada e participativa. “Com o atraso na bolsa, alguns deixaram de frequentar as aulas, mas grande parte continua indo.” Ela ainda acrescenta que entende o lado dos alunos, mas que insiste para que eles não deixem de frequentar as aulas. “Muitos deles fizeram despesas maiores por causa da bolsa e alguns já estão desesperados. Infelizmente é um déficit no aprendizado, tanto que eu e outros professores já chegamos a ligar para que eles viessem para a aula”, contou. A docente e os outros personagens desta matéria estudam numa escola municipal localizada no bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife.

Segundo a Secretaria de Educação do Recife, desde o início do programa, em 2008, até 2015, mais de 28 mil alunos devem passar pelos cursos destinadas ao ProJovem Urbano. A expectativa para este ano é que 1.750 novos alunos se matriculem no programa. Em relação aos professores, mais de 70 são preparados, por ano, para ensinar aos alunos.

Atualmente, para a edição 2013/2015, que termina em maio, 11 escolas estão recebendo os estudantes. Para a próxima edição, 2015/2016, a ser iniciada no final deste mês, dez escolas da Rede Municipal do Recife atendem às turmas do ProJovem Urbano. As instituições são escolhidas por terem espaços e mobiliários adequados para atender jovens e adultos. Sobre os atrasos das bolsas, o Ministério da Educação (MEC) informou que o pagamento já está em fase de processamento. A regularização deve ocorrer nos próximos dias.

 

 

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