Tópicos | bronzeamento

Na última semana, um grupo de mulheres sofreu queimaduras graves após a passagem por um espaço de bronzeamento em Olinda, no Grande Recife. As clientes já eram familiarizadas com o procedimento da "marquinha de fita", mas uma possível reação dos produtos, associados à longa exposição ao sol, acabou provocando lesões de segundo grau por todo o corpo, em especial na região torácica.

A causa das lesões ainda está sendo investigada, mas traz à tona os vários riscos que a população — geralmente as mulheres — aceita enfrentar para estar dentro das tendências estéticas. No caso da pele bronzeada, o traço cultural fala mais alto. A cultura do bronze que, no Brasil, é antiga e teve uma expansão nos anos 90, voltou a ser tendência entre as gerações mais jovens, com o frequente exemplo de modelos, influenciadores e artistas, espalhados nas redes sociais.

##RECOMENDA##

O hábito se dividia em duas formas de conseguir a cor dourada: exposição ao sol durante horas, uso de parafinas e óleos na praia; ou a conquista da cor através da máquinas de bronzeamento artificial, proibidas no Brasil desde 2009. À época, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), responsável pela proibição, pautava o câncer de pele junto à Organização Mundial de Saúde (OMS), que alertou para chances crescentes em 75%, devido ao bronze em máquinas.

Após a medida, o bronzeamento natural passou a ser a opção mais popular e também mais acessível. O nome "natural" indica que é feito com cuidados à pele enquanto há exposição ao sol, mas está longe de significar que é um processo sem riscos e que não agride a derme. 

“Não existe forma segura de longa exposição solar. Sempre poderão ocorrer danos a longo e curto prazo, seja na agressão aguda pela radiação solar - como o caso de Olinda, onde provavelmente usaram substâncias para "acelerar" o bronze, chamadas furocumarinas, presentes em perfumes, frutas cítricas e cosméticos; ou na agressão crônica, causando envelhecimento cutâneo e câncer de pele pelo dano contínuo ao DNA celular”, explica a dermatologista Clara Florêncio, entrevistada pelo LeiaJá

 A resistência ao protetor solar também é um outro fator. Além do bronze ser associado à boa saúde, pelo aspecto corado da pele, o Brasil tem uma população de maior parte preta ou parda, o que muitas vezes vai implicar na negligência com os cuidados à pele.

Com uma incidência alta de radiação solar durante todo o ano, os cuidados cotidianos também passam despercebidos. Assim, o câncer da pele não melanoma é um dos mais incidentes na população e a cada ano quase 200 mil brasileiros são diagnosticados com a doença. Confira mais informações sobre o assunto com uma especialista.

— Clara Florêncio, médica dermatologista do SESI Saúde

LeiaJá: De que forma a “cultura do bronze” pode ser prejudicial à nossa sociedade, a longo prazo? 

CF: A longo prazo, a cultura do bronze na sociedade aumenta muito os danos cutâneas, levando ao aumento do número de casos de câncer de pele e envelhecimento cutâneo precoce da população. 

LeiaJá: Exposição desde cedo pode piorar os danos à saúde? 

CF: Sempre houve a cultura do bronzeamento no Brasil. Há algumas décadas, era sinônimo de "saúde" e era feita em câmaras artificiais, felizmente proibidas, apesar de contínuas solicitações pela liberação desses equipamentos. Sabe-se que o bronzeamento em câmaras artificiais, feito até os 35 anos, aumenta em 75% a chance de uma pessoa desenvolver melanoma. Com o bronzeamento em fita, apesar de não haver estudos específicos, com certeza aumenta e muito os danos à pele. 

Isso não só pela agressão aguda através do uso das substâncias usadas no método, que pode ter uso oral e tópico; mas também por causa das dermatites de contato e queimaduras com bolhas, até os danos à longo prazo, que são o envelhecimento precoce da pele e câncer cutâneo. 

LeiaJá: Quais as alternativas ao bronzeamento com exposição ao sol? 

CF: Não existe alternativa segura ao bronzeamento com exposição solar. A única forma de bronzeamento seguro é o bronzeamento cosmético, onde produtos são aplicados na pele sem exposição solar, em uma maquiagem corporal duradoura com efeito de bronzeamento. 

LeiaJá: Pessoas pretas/pardas precisam de menos proteção? A quantidade de melanina tem a ver com a rotina de cuidados? 

CF: Pessoas com fototipo 1 e 2 (mais claras) nunca se bronzeiam, só ficam avermelhadas, mostrando dano cutâneo mais intenso, por isso precisam de proteção solar mais intensa diariamente. Pessoas de pele 3 e 4 (mais escuras) já conseguem produzir uma quantidade maior de melanina mediante ao estímulo solar como forma de proteção ao corpo, mas também devem desenvolver o hábito diário de proteção solar. 

LeiaJá: Como se proteger no verão? 

CF: Os cuidados com pele devem ser intensificados no verão, mas como vivemos em um país ensolarado o ano todo, os cuidados devem persistir mesmo passado o verão. Cuidados que seriam uso de roupas com proteção solar, chapéus, evitando o sol das 10h às 16h, e claro, bons filtros solares, além de hidratação oral intensiva. O uso de produtos pós sol também ajuda muito na hidratação da pele. 

 

A chegada do Verão movimenta o Litoral e convida os banhistas a aproveitar o solzão nas praias. Em meio à diversão, é preciso ficar atento aos riscos que a exposição excessiva pode causar à pele e todas as precauções na hora de se bronzear. A reportagem do LeiaJá foi até a praia do Buraco da Véia, no Pina, Zona Sul do Recife, e conversou com a população para tirar dúvidas sobre os cuidados antes e depois de curtir o sol.

A dermatologista Cláudia Ferraz enfatizou a importância de se proteger dos raios solares e o desgaste que os bronzeadores acarretam. Ela também explicou a diferença entre os fatores do protetor solar, o horário ideal para aproveitar o sol e se vale a pena usar camisas de proteção UV.

##RECOMENDA##

Acompanhe a reportagem

[@#video#@]

Casada com o ator Stênio Garcia, de 87 anos, Marilene Saade exibiu a boa forma na internet, nesta sexta-feira (14). Aos 50 anos, a atriz publicou uma foto nua enquanto se bronzeava na piscina. Marilene aproveitou o momento para refletir. "Bom dia com o corpo que eu habito totalmente integrado à natureza. Nós também somos natureza e essa integração é algo pleno, energizante e divino. Namastê", legendou. 

Na postagem da loira, as pessoas que acompanham o seu cotidiano no Instagram se derreteram com o registro. "Uau, que show de mulher. Lindíssima e sexy", comentou um dos internautas na rede social. "Que fotão da por**. Sou tua fã, mulher", escreveu outra pessoa.

##RECOMENDA##

Confira:

[@#video#@]

Um grupo de mulheres está fazendo sucesso na internet depois de decidir usar um espaço isolado por obras do BRT para tomar sol. A 'laje' foi improvisada em Bonsucesso, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Logo, nas redes sociais, começaram a circular as imagens do grupo, que aproveitou o isolamento de uma faixa com blocos de concreto para se instalar. Elas levaram cadeiras para aproveitar o forte sol e o calor de mais de 30º e acabram virando 'atração' para muita gente.

##RECOMENDA##

Confira algumas imagens do 'bronze no BRT':

[@#galeria#@]


Uma estudante de Direito morreu nesta semana, em Brasília (DF), após complicações causadas por uma sessão de bronzeamento artificial. Nara Farias Preto tinha 20 anos e teve paradas cardíacas decorrentes de queimaduras e desidratação. Depois do caso, a clínica foi interditada pela Vigilância Sanitária.

Os médicos do Hospital das Forças Armadas, onde Nara deu entrada reclamando de fraqueza e dores no corpo, relataram que ela chegou a ser reanimada após as paradas cardíacas. Porém, o quadro piorou rápido e ela foi transferida à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um outro hospital, onde morreu depois. Ela foi submetida ao procedimento no sábado, 10, passou mal na terça-feira e morreu na quarta.

##RECOMENDA##

A família da jovem registrou ocorrência na 10ª Delegacia de Polícia do DF e pretende processar a clínica Belo Bronze, que funcionava em uma região residencial na Asa Sul, em Brasília. No local, a Vigilância Sanitária apreendeu quatro macas e uma espécie de dedetizador, usado para aplicar os produtos químicos nos clientes.

A clínica não utilizava o método das câmaras de bronzeamento, proibido pela Anvisa desde 2009. O serviço era chamado "bronzeamento natural", em que o cliente aplica um produto sobre o corpo e fica exposto ao sol, na cobertura do estabelecimento. O tempo máximo recomendado para a sessão é de uma hora e meia, mas, segundo familiares, Nara teria permanecido quatro horas sob o sol - duas de frente, duas de costas.

Embora as câmaras de bronzeamento artificial sejam proibidas pela Anvisa desde 2009, há 831 produtos que são regulamentados pelo órgão. Ainda assim, devem ser utilizados sob observação médica. Em sua página no Facebook, a clínica anuncia que usa "produtos 100% aprovados pela Anvisa" e ainda alerta: "Não perca tempo com técnicas caseiras que oferecem risco à sua saúde. Aqui você tem atendimento VIP com pessoas qualificadas."

O Instituto Médico Legal deve divulgar, em cerca de um mês, laudo sobre a morte da jovem. O velório e enterro ocorreram nesta quinta-feira, em Mara Rosa (GO).

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando