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O sábado do Abril pro Rock é o dia mais característico para o festival que leva o “rock” no nome e aos palcos. A "noite da camisa preta", como muitos costumam chamar, é apenas uma das fortes características na noite do som pesado. Na noite deste sábado (21), além das camisas, muita gritaria e roda punk também foram marcas registradas da segunda noite da vigésima edição, no Chevrolet Hall, em Olinda.
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E é essa a lembrança mais forte que João Gordo, vocalista do Ratos de Porão tem do Recife. “Paulo André tava aqui e falou que era a sexta vez que a gente toca no APR. A gente não lembrava, achava que era a quarta... Faz parte da história, lembro de muitas histórias, mas a coisa que eu nunca esqueço é a roda que o povo faz, que é brutal”, afirmou o músico.
Dentre as nacionais, a banda do Gordo era a mais esperada – e aclamada. “Vocês são famosos por ter a roda punk mais violenta do Brasil”, disse. Muita gente se motivou a participar da festa devido a tradição da banda e a relação íntima que tem no Abril Pro Rock. Além do que, a banda paulista comemora 30 anos de carreira, muitos fãs pernambucanos quiseram comemorar junto. “É a primeira vez que venho, eu já conhecia o evento mas ainda não tinha vindo. Hoje eu vim só pelo show de Ratos, que nunca tinha visto”, revelou a fã Ana Sena.
Foi uma grande celebração. O traje não era Black-tie, e sim camisas pretas nomeadas com as bandas preferidas do público, muitas delas estavam presentes no vigésimo aniversário. Representando Pernambuco, Pandemmy e Firetom. Além da Ratos de Porão, São Paulo trouxe Test e Leptospirose. Vindos do centro-oeste do Brasil, a Hellbenders (GO) se apresentou a cidade. “Primeira vez que a gente toca em Recife, a galera é calorosa, a recepção foi muito boa e a organização do festival muito bem estruturada. Espero que tenha sido a primeira de várias”, ressaltou o vocalista Diogo Fleury.
Intimamente ligado a trajetória do Abril, Cannibal, vocalista da banda recifense Devotos do Ódio, compareceu desta vez como espectador. “Tocamos em oito Abril pro Rock seguidos, desde a segunda edição até 1999, seguimos ininterruptamente. Agora eu vou curtir o aniversário de vinte anos. Eu tinha que estar aqui, ainda mais porque é a melhor noite pra mim, a noite da porrada”, comemorou.
Além da italiana Cripple Bastards, que fez seu show antes da banda de João Gordo, outras duas “gringas” tocaram e colocaram o público pra rodar, literalmente. Brujeria (MEX) foi a penúltima banda a se apresentar e trouxe um show performático, com pitadas de elementos cênicos. Falando em espanhol, algumas impressões foram transmitidas ao público, que se identificou. A música de protesto “Cuiden a Los Ninos” protestava e os recifenses atenderam o apelo com muita energia.
Encerrando a noite preta do APR, o show mais aguardado – e mais longo, para delírio dos fãs. O trash metal de Exodus subiu ao palco para tarimbar a noite e o festival como um dos melhores shows do gênero no Brasil. Foi a segunda vez do grupo no Recife (na última vez, no Clube Português, o show não aconteceu devido a problemas técnicos), onde realizaram com sucesso o show e um movimento conhecido por hall of death (como o nome sugere, corredor da morte), típico nos shows da Exodus.
Para menores – Vinícius Aleixo, de apenas 14 anos, contraria a ideia de que shows de metal não são indicados para crianças. O próprio pediu a seu pai que o levasse para assistir suas bandas preferidas. “Ratos de Porão, Exodus... quando soube que ia ter ouvi muito. É meu primeiro ano no abril e o primeiro show de rock, bom demais. Quero vir outros anos, quando tiver maior vou pra roda punk, mas agora sou muito pequeno”, afirmou. Francisco Aleixo, pai do garoto, afirmou que trazer Vinícius e seu irmão (de 15 anos) para o evento não foi difícil. “Quando eles me pediram pensei que não seria nenhum sacrifício, já que eu mesmo gosto de rock. Também não deixaria eles virem sozinhos, mas como estou com eles está tudo certo”.