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Polêmicas envolvendo os pré-candidatos a presidente do Brasil são recorrentes. No entanto, faltando um pouco mais de três meses para escolher quem irá comandar o país, os brasileiros pouco sabem das propostas dos presidenciáveis, nem mesmo em uma área que urge por melhorias: a saúde pública. Quais os projetos para diminuir as filas e o atendimento nos hospitais públicos? Quais as ideias para disponibilizar uma saúde pública eficiente?

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O pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL) causou ao falar sobre o tema. Durante uma entrevista, ao ser questionado quais eram as propostas para a saúde, Bolsonaro deu uma resposta confusa citando cáries. “Por exemplo, uma criança que nasceu precocemente tem um gasto altíssimo na UTI neonatal. E por que temos muito prematuro no Brasil? A primeira questão, segundo diz os médicos, é uma questão de cárie. Então, quando se for fazer o pré-natal, a ideia é já mandar para um dentista. Você economizaria muito no tocante a isso”, respondeu.

O deputado federal também falou sobre a importância de uma “gestão clínica” e ainda ressaltou que é preciso acabar com a corrupção dentro dos ministérios, em especial o da Saúde. “Pretendo, caso chegue lá, colocar um gestor na saúde preocupado com a questão e não atender grupos políticos que, por ventura, venham querer lotear o ministério”. 

Por sua vez, na semana passada, o presidenciável Guilherme Boulos (Psol) também gerou polêmica ao afirmar que o Sistema Único de Saúde (SUS) é um “excelente modelo” e que garantiu saúde pública no Brasil. Segundo ele, o problema é que o SUS é subfinanciado. “Recebe muito menos do que deveria receber para ter um funcionamento adequado. Faltam recursos e, por isso, sobram filas. O problema não é o SUS e, sim, o financiamento”. 

Boulos destacou que a saúde tem que ser tratada como um direito e não como uma mercadoria e privilégio dos que podem pagar. O líder do Movimento Dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) também quer focar em um trabalho preventivo e de investimento em saneamento básico. Segundo ele, 45% das famílias brasileiras ainda não tem acesso a saneamento básico adequado. 

Com uma opinião parecida com a do psolista, Manuela D’Ávila, pré-candidata pelo PCdoB, pontuou que a criação do SUS foi “um grande avanço” reduzindo fortemente a mortalidade infantil e drasticamente doenças como a tuberculose. Ela também elogiou os governos Dilma e Lula destacando a importância da criação das UPAs, farmácias populares e do Programa Mais Médicos. 

Entre as propostas de Manuela, a atenção à educação básica será primordial. Pretende, caso ganhe a eleição, expandir programas como o Mais Médicos e implementar o Programa Mais Especialistas, que terá como objetivo garantir que as pessoas se desloquem o mínimo possível para serem atendidos, como também quer ampliar postos de saúde e a rede de unidade de pronto atendimento e das UPAs. 

D’Ávila disse que vai fazer uso da tecnologia para agilizar a saúde publica. “Melhorar a saúde é um dos desafios que será prioritário no projeto para fazer um Brasil com menos desigualdades e mais oportunidades para todos e todas. A crise no sistema de saúde publica penaliza os trabalhadores  e a população mais empobrecida com as filas indignas nos postos de saúde e com a espera pelas consultas especializadas”, criticou.  

Para Ciro Gomes (PDT), em primeiro lugar, é necessário revogar a emenda constitucional 95 do teto dos gastos. “Hoje o Brasil está proibido de expandir gasto com saúde, educação e saúde pelos próximos 20 anos. Nós temos cerca de dois milhões de nascimento por ano, só isso já mostra a insustentabilidade dessa selvageria. Qualquer mudança deve partir da revogação da emenda 95”, acredita. 

Ciro pretende criar a “indústria da saúde”. “Para que a gente possa gastar o dinheiro gerando emprego no Brasil e não nos Estados Unidos e na Europa”, contou. O pedetista, se for presidente, vai criar policlínicas em consórcios com os municípios e os estados para exames especializados. 

A ex-senadora Marina Silva (Rede) garantiu que vai “governar com os melhores” para trazer melhorias para a área da saúde. “Fazer com que o país volte a crescer e fechar o dreno da corrupção para ter uma gestão pública competente. Diante do compromisso vou governar com os melhores. Não só com os empresários. O Brasil que precisa nascer dessa crise tem que ser um Brasil e melhor do que teve até agora”. 

O PSDB de Geralo Alckmin, há cerca de um ano, prometeu apresentar um conjunto de “propostas ousadas” para o Brasil, no entanto até agora o programa divulgado pela legenda foi muito pouco. Na semana passada, a coordenação da pré-campanha do tucano lançou o Programa de Governo Participativo. A iniciativa permitirá a militantes e cidadãos de todas as partes do país sugerir e apresentar propostas para o plano de governo que está sendo elaborado. 

Nossos antepassados já sofriam de dor de dente e mau hálito há 15.000 anos, muito antes do advento da agricultura e da produção de alimentos, que até agora eram vinculados ao aparecimento de cáries, revelam cientistas que estudaram esqueletos encontrados no Marrocos.

Os caçadores-coletores que viviam nas Cavernas de Taforalt, na região marroquina de Oujda, entre 13.700 e 15.000 anos atrás, sofriam importantes problemas de higiene bucal, destacou o estudo publicado nas Atas da Academia Nacional de Ciências (PNAS) dos Estados Unidos, indicando que 51% dos dentes dos adultos encontrados tinham cáries.

Este percentual é muito maior à taxa de cáries observada geralmente nos dentes dos caçadores-coletores, que oscilou de 0% a 14%, e está muito mais próximo do nível registrado nos agricultores pré-históricos, destacou o estudo.

Outros indícios encontrados no local sugerem que estes humanos pré-históricos coletavam sistematicamente bolotas - um tipo de noz -, pinhões e frutas secas ricas em hidratos de carbono fermentáveis, explicaram os cientistas, entre os quais estão Louise Humphrey, do Museu de História Natural de Londres, principal autora deste trabalho.

Provavelmente as bactérias consumiam os carboidratos que permaneciam nos dentes destes humanos pré-históricos, apodrecendo-os. "A maioria dos ocupantes desta caverna tinha cáries e abscessos dentários e deve ter sofrido de dor de dente e mau hálito", destacou em um comunicado Isabelle DeGroote, professora de antropologia na Universidade John Moores de Liverpool, que participou deste estudo.

A última pesquisa envolveu um total de 52 adultos, cujos esqueletos foram encontrados na década de 1950, e durante escavações mais recentes, iniciadas em 2003. Os cientistas usaram espectrômetro de massa para datar os restos e potentes microscópios para identificar os fósseis de matéria vegetal, entre eles bolotas, pinhões, pistaches e frutos do arbusto zimbro.

Frutas silvestres também afetam a saúde bucal. Para os pesquisadores, a frequência e a gravidade das cáries observadas neste grupo de humanos pré-históricos mostram claramente que comer plantas silvestres pode ser tão prejudicial para a saúde dos dentes quanto alimentos que contêm açúcar refinado nas sociedades modernas.

Para se multiplicar, as bactérias causadoras das cáries dependem da presença de carboidratos fermentáveis nos dentes, como os encontrados nos cereais produzidos pelos agricultores. A transmissão da infecção ocorre por contato íntimo entre as pessoas.

"Esta é a primeira vez que documentamos este tipo de comportamento na cultura Íbero-Mauritana", que prosperou no Magreb durante o período Mesolítico, declarou Humphrey em e-mail enviado à AFP. "É a primeira evidência documentada de exploração sistemática de recursos vegetais silvestres nos caçadores-coletores da África", acrescentou.

Os ibero-mauritanos viveram em Taforalt de 13.000 a 15.000 anos atrás. São descritos como "complexos caçadores-coletores" que faziam elaborados enterros de seus mortos, usavam pedregulhos para preparar a comida e se dedicavam à coleta e armazenamento de nozes silvestres, de acordo com a pesquisa.

Os resultados do trabalho também sugerem que estes grupos de caçadores-coletores teriam tido uma vida mais sedentária do que se supunha, enfatizaram os pesquisadores. Segundo os paleontólogos, esta descoberta põe em xeque a hipótese sustentada até agora de que as cáries provavelmente começaram com a agricultura, há 11.000 anos.

Nas sociedades modernas a má higiene bucal está vinculada a diversos problemas de saúde, como doenças cardiovasculares, e poderia ter sido a causa da alta mortalidade nas populações de caçadores-coletores pre-históricos, afirmaram os autores deste trabalho.

Quem deseja investir na prevenção de infartos e outras cardiopatias deveria começar adotando um estilo de vida mais saudável, uma alimentação balanceada, exercício físicos regulares e, paralelamente a isso, cuidar bem da saúde bucal. Muitas pessoas não sabem, mas ter uma boa higiene dental contribui para um corpo saudável.

Uma pesquisa feita por mais de 500 cientistas das universidades de Washington, nos Estados Unidos, e Queensland, na Austrália, aponta que 35% da população mundial sofrem de cáries em dentes permanentes – fato que pode influenciar negativamente a saúde como um todo, já que dificulta a alimentação e o sono adequados.

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“Cáries, inflamações ou infecções na gengiva são doenças bucais que não causam, mas podem agravar algumas doenças, inclusive cardiopatias”, explica o doutor Luis Fernando Bellasalma, professor da Escola de Aperfeiçoamento Profissional da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD).

Pesquisas também indicam que infecções orais (virais ou bacterianas) podem desencadear aterosclerose, acidentes vasculares e, inclusive, alguns tipos de câncer, reforçando ainda mais a necessidade de se aumentar os cuidados com a higiene bucal.

Há cientistas que associam a higienização precária dos dentes ao diabetes, já que esses pacientes têm uma resistência mais baixa a infecções de modo geral. Por outro lado, são indivíduos que normalmente controlam o consumo de açúcar e, de certa forma, deveriam estar mais protegidos ao escovar os dentes três vezes ao dia, fazendo uso de fio ou fita dental – hábito que deve ser amplamente adotado pela população mundial, a fim de reduzir a incidência de lesões por cárie e todos os desdobramentos que vêm sendo largamente estudados.

 

Com informações da assessoria

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