Tópicos | Cavendish

A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu prisão domiciliar para os empresários Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, e Fernando Cavendish.

O relator dos pedidos de habeas corpus, ministro Antonio Saldanha, defendeu a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares, como recolhimento domiciliar e o uso de tornozeleira eletrônica. A dupla também terá que entregar seus passaportes e se afastar da administração de suas empresas.

##RECOMENDA##

A votação terminou empatada, o que, pelas regras do tribunal, beneficia os empresários. Votaram pela rejeição do pedido da defesa os ministros Rogerio Schietti, presidente da Sexta Turma, e a ministra Maria Thereza de Assis Moura. O ministro Nefi Cordeiro acompanhou o relator, e o ministro Sebastião Reis Júnior se declarou suspeito.

Cachoeira e Cavendish foram presos durante a Operação Saqueador, da Polícia Federal, em junho. Logo em seguida, eles conseguiram um habeas corpus, mas tiveram que voltar a prisão depois de uma decisão do Tribunal Regional Federal (TRF-2).

Os dois empresários são suspeitos de se beneficiar de um esquema de lavagem de R$ 370 milhões desviados dos cofres público. Além deles, foram denunciadas 21 pessoas - executivos, diretores, tesoureira e conselheiros da empreiteira, além de proprietários e contadores de supostas empresas fantasmas.

O contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso novamente na manhã desta quinta-feira (28) no Rio, pela Polícia Federal, após a decisão tomada ontem pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), que julgou habeas corpus e restabeleceu a prisão do contraventor, do empresário Fernando Cavendish, dono da Construtora Delta, além de mais três acusados. Cachoeira foi levado para o presídio de Água Santa, na zona norte.

Cachoeira e Cavendish tinham sido presos na Operação Saqueador, que investiga supostos desvios de recursos de obras públicas, mas tinham deixado o presídio Bangu 8, no Rio, no último dia 11, após conseguirem o direito de cumprir prisão domiciliar. Eles deveriam sair com tornozeleira eletrônica, mas como não havia equipamento disponível, ficaram sob vigilância de agentes federais.

##RECOMENDA##

O julgamento do mérito do habeas corpus (HC) foi feito pela 1ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) que restabeleceu a prisão preventiva dos acusados. Ele ainda podem recorrer da decisão. Ontem mesmo o juiz Marcelo da Costa Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, expediu novos mandados para a prisão preventiva.

A procuradora regional da República, Monica de Ré, defendeu no julgamento que a permanência dos acusados em liberdade representa risco de voltarem a praticar os crimes. A procuradora reivindicou ainda que os recursos "saqueados dos cofres públicos" deveriam ser devolvidos para "suprir o déficit do Estado do Rio de Janeiro".

A Saqueador foi deflagrada pelo Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro no dia 30 de junho. A operação investiga supostos desvios de R$ 370 milhões em obras públicas atribuídas à Construtora Delta, que era controlada por Cavendish.

Além do empresário, foram denunciadas mais 22 pessoas que estariam envolvidas no esquema de lavagem envolvendo verbas públicas federais.

Os empresários Fernando Cavendish, Adir Assad, Cláudio Abreu e Marcelo Abbud e o contraventor Carlos Ramos, o Carlinhos Cachoeira, todos presos na Operação Saqueador da Polícia Federal, deixaram por volta das 4h desta segunda-feira (11) o presídio Bangu 8, no Rio.

Todos foram beneficiados por decisão da desembargadora federal Lizete Lobato, do 2º Tribunal Regional Federal, da 2ª Região. No fim de semana, a magistrada ordenou que os réus fossem liberados para cumprir prisão domiciliar, mesmo sem tornozeleiras eletrônicas, em falta no sistema penitenciário do Rio. Agora, eles deverão ser monitorados por agentes da Polícia Federal.

##RECOMENDA##

A soltura dos acusados fora determinada pelo ministro Nefi Cordeiro, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Assad só foi liberado porque outro mandado de prisão, concedido na Operação Pripyat, que investiga corrupção na Eletronuclear, foi revogado também pelo STJ.

Os cinco deverão permanecer no Rio até a próxima quarta-feira, dia 13, quando será julgado o mérito do habeas corpus que determinou a libertação dos réus, ajuizado pela defesa de Cachoeira, mas cujos efeitos beneficiaram os outros réus. A Procuradoria-Geral da República vai recorrer da decisão para tentar levar os acusados de volta à prisão.

A Operação Saqueador da PF investiga supostos desvios de R$ 370 milhões em obras públicas atribuídas à Construtora Delta, que era controlada por Cavendish. O empresário era próximo do então governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB, 2007-2014), e sua empresa tocou obras importantes para o Estado e o governo federal.

A Companhia fez sem licitação, por exemplo, o Parque Aquático Maria Lenk, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. O complexo foi usado nos Jogos Panamericanos e também será utilizado na Olimpíada. De 2007 a 2011, segundo a Polícia Federal e o MPF, a Delta faturou R$ 11 bilhões só em dinheiro público - 96% de tudo o que ganhou no período.

Investigadores que acompanham o acaso dizem que há indícios de pagamento por serviços que não foram realizados, além de lavagem de dinheiro. Os valores seriam repassados para empresas de fachada e depois sacados em dinheiro vivo, para pagamento e funcionários públicos e a políticos, segundo a PF e o MPF. As defesas dos réus negam as acusações.

O habeas corpus que transformava em domiciliar a prisão preventiva de cinco presos pela Polícia Federal durante a Operação Saqueador - entre eles o ex-dono da construtora Delta Fernando Cavendish e o bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira - foi revogado nesta quarta-feira, 6, pelo desembargador federal Paulo Espírito Santo, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2).

O grupo estava em um presídio do complexo de Bangu, na zona oeste, aguardando tornozeleiras para passar a cumprir prisão em suas casas. Agora, deve permanecer nessa penitenciária. O habeas corpus havia sido concedido na última sexta-feira, 1, pelo desembargador federal Antônio Ivan Athié, do mesmo TRF-2.

##RECOMENDA##

Mas nesta terça-feira, 5, o Ministério Público Federal apresentou recurso ao Tribunal acusando Athié de ser suspeito para julgar pedidos relacionados ao empresário Fernando Cavendish, por conta da suposta amizade entre Athié e o advogado Técio Lins e Silva, que defende Cavendish.

Horas após a arguição de suspeição, encaminhada ao presidente do TRF-2, Athié pediu para deixar o caso, embora tenha ressaltado não ter nenhuma ligação íntima com o advogado. O pedido de Athié foi aceito pelo presidente do TRF-2. Em nova distribuição, o pedido foi encaminhado a Espírito Santo, que decidiu manter os cinco presos em penitenciária. Beneficiados pelo habeas corpus de sexta-feira, o grupo só não havia deixado o presídio porque a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária não havia fornecido tornozeleiras eletrônicas.

Quatro dias após conceder habeas corpus que transformou em domiciliar a prisão preventiva do ex-dono da construtora Delta, Fernando Cavendish, e de outros quatro presos pela Polícia Federal na Operação Saqueador, o desembargador Ivan Athié, do TRF da 2ª Região, se declarou nesta terça-feira, 5, impedido de julgar o processo, segundo a defesa dos réus.

Com isso, todas as decisões tomadas por Athié na ação perdem o efeito. "Voltamos à estaca zero", afirmou Kleber Lopes, advogado de Cachoeira e autor do pedido. Também fora beneficiado pelo habeas corpus o bicheiro Carlos Alberto Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e outros três detidos pela PF na última quinta-feira, 30, acusados de lavagem de dinheiro.

##RECOMENDA##

O pedido de habeas corpus, caso aceito pelo tribunal, o que é provável, será redistribuído e analisado por outro desembargador, que poderá conceder ou negar o benefício. Até que essa nova decisão seja tomada, Cavendish e os outros quatro acusados cumprirão a prisão preventiva. Eles estão no presídio de Bangu, na zona oeste do Rio, aguardando a entrega de tornozeleiras eletrônicas para poderem iniciar a agora suspensa prisão domiciliar.

O desembargador se declarou impedido horas após o Ministério Público Federal (MPF) levar oficialmente a questão ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região, onde o desembargador trabalha. Segundo o MPF, Athié é amigo do advogado de Fernando Cavendish, Técio Lins e Silva, e por isso deveria ter se declarado impedido de julgar o pedido antes de conceder o habeas corpus.

"Sem pretender fazer juízo de mérito sobre o julgamento realizado, não há como se recusar a constatação de que as circunstâncias descritas retiram do magistrado o distanciamento e a imparcialidade necessários à apreciação desse processo, sobretudo pelo fato de Fernando Cavendish constar como parte", escreveu a procuradora regional da República Mônica de Ré no recurso que apresentou ao TRF-2 para tentar derrubar o benefício concedido a Cavendish. O habeas corpus foi pedido pelos advogados de Carlinhos Cachoeira, Kleber Lopes e Marcel Versiani, mas, concedido, passou a beneficiar também Cavendish e os outros três presos.

Procurada pela reportagem, a defesa de Fernando Cavendish não quis comentar a arguição de suspeição do desembargador. A ligação entre Athié e o desembargador havia sido apontada em reportagem publicada no jornal O Globo.

Operação Saqueador

Cavendish, Cachoeira e outras três pessoas são acusadas de integrar um esquema de lavagem de dinheiro que teria se apossado de R$ 370,4 milhões em recursos públicos. A ordem de prisão dos cinco foi determinada na quinta-feira, 30, pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, que atendeu pedido do MPF. O magistrado também aceitou a denúncia feita pelo Ministério Público Federal contra 23 pessoas acusadas de integrar o esquema. Todas se tornaram rés no processo. Quatro foram presas na própria quinta-feira. Cavendish tinha viajado à Europa e só foi preso na madrugada de sábado, 2, ao desembarcar no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.

Na sexta-feira, 1º, o desembargador Athié concedeu o habeas corpus, mas o grupo não havia conseguido sair do presídio pela falta de tornozeleiras eletrônicas. Uma das condições impostas pela Justiça para autorizar o início da prisão domiciliar era a instalação dessas peças, mas a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária não tem esse equipamento disponível, porque não pagou a empresa fornecedora.

Na segunda-feira, 4, o advogado Kleber Lopes ingressou com recurso perante o próprio TRF-2 pedindo que Carlinhos Cachoeira fosse autorizado a cumprir a prisão domiciliar sem usar tornozeleira. "Uma pessoa não pode receber punição maior do que aquela determinada pela Justiça por incapacidade do Estado para fornecer as condições de liberdade. Se não tem tornozeleira, que a Justiça autorize meu cliente a cumprir a prisão domiciliar sem ela", afirmou o advogado na ocasião. O desembargador federal Paulo Espírito Santo negou o pedido.

Lopes recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) repetindo o pedido de prisão domiciliar sem tornozeleira, que será julgado pelo presidente da Corte, Ricardo Lewandowski, porque os demais ministros estão em férias. "Pode ser que ele conceda o habeas corpus diretamente, como fez no caso do (ex-ministro) Paulo Bernardo", analisa o advogado.

O Ministério Público Federal (MPF) protocolou nesta terça-feira, 5, perante o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) um recurso contra a concessão de habeas corpus a Carlos Alberto Almeida Ramos, o bicheiro Carlinhos Cachoeira, o ex-presidente da construtora Delta, Fernando Cavendish, e outras três pessoas presas na última quinta-feira pela Polícia Federal sob acusação de integrar um esquema de lavagem de dinheiro que teria se apossado de R$ 370,4 milhões em recursos públicos.

Na sexta-feira, 1º, habeas corpus concedido pelo desembargador federal Antônio Ivan Athié transformou em domiciliar a prisão preventiva dos cinco. Segundo o MPF, Athié é amigo do advogado de Fernando Cavendish, Técio Lins e Silva, e por isso deveria ter se declarado impedido de julgar o pedido. Se a presidência do TRF-2 aceitar o pedido e declarar o desembargador suspeito para julgar esse processo, o habeas corpus concedido por ele deixará de valer.

##RECOMENDA##

"Sem pretender fazer juízo de mérito sobre o julgamento realizado, não há como se recusar a constatação de que as circunstâncias descritas retiram do magistrado o distanciamento e a imparcialidade necessários à apreciação desse processo, sobretudo pelo fato de Fernando Antônio Cavendish Soares constar como parte", afirma no recurso a procuradora regional da República Mônica de Ré, autora da peça processual. O habeas corpus foi pedido pelos advogados de Carlinhos Cachoeira, mas, concedido, passou a beneficiar também Cavendish e os outros três presos.

Procurada pela reportagem, a defesa de Fernando Cavendish não quis comentar a arguição de suspeição do desembargador.

No recurso, a procuradora também contesta a concessão do habeas corpus. Ela rebate os argumentos da defesa e tenta demonstrar a necessidade de manter presos os cinco acusados. "O MPF justifica a ordem de prisão preventiva pela necessidade de garantir a ordem pública e a aplicação da lei penal, como prevê o Código de Processo Penal, por meio da desarticulação da organização criminosa. Na avaliação da Procuradoria, outras medidas cautelares em substituição à prisão são alternativas insuficientes e inadequadas nesse caso", afirma o MPF em nota divulgada sobre o recurso.

"É evidente a gravidade concreta e a reiteração dos delitos, o que reforça a necessidade da manutenção dessas prisões", diz a procuradora Mônica de Ré. "Também a prisão visando assegurar a aplicação da lei penal se mostra necessária, visto se tratar de pessoas com grande probabilidade de fugirem do país, devido à magnitude da organização e sobretudo dos vultosos valores envolvidos."

Tornozeleiras

Desde sexta-feira, quando o habeas corpus foi concedido, os cinco acusados deveriam estar presos em suas casas. Mas eles continuam no presídio de Bangu 8, na zona oeste do Rio, porque a Justiça determinou que eles só poderiam deixar a penitenciária usando tornozeleiras eletrônicas e a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária não tem esse equipamento disponível, porque não pagou a empresa fornecedora.

Nesta segunda-feira, o advogado Kleber Lopes ingressou com recurso ao próprio TRF-2 pedindo que Carlinhos Cachoeira seja autorizado a cumprir a prisão domiciliar sem usar tornozeleira. "Uma pessoa não pode receber punição maior do que aquela determinada pela Justiça por incapacidade do Estado para fornecer as condições de liberdade. Se não tem tornozeleira, que a Justiça autorize meu cliente a cumprir a prisão domiciliar sem ela", afirmou o advogado.

O recurso vai ser apreciado pelo desembargador federal Paulo Espírito Santo, que ainda não emitiu sua decisão. Se for concedido, o benefício deve ser estendido aos outros quatro presos.

Líder isolado da Volta da França, o ciclista britânico Chris Froome foi superado na etapa disputada nesta sexta-feira, mas manteve a vantagem na primeira colocação geral da tradicional competição. A vitória na 13ª etapa ficou com o também britânico Mark Cavendish no percurso plano de 173 quilômetros, entre as cidades francesas de Tours e Saint-Amand-Montrond.

Froome "queimou" parte de sua vantagem na liderança geral ao ser superado pelo espanhol Alberto Contador no trecho final da etapa. O britânico foi apenas o 26º, enquanto o campeão de 2007 e 2009 foi o sétimo colocado. Na classificação, o espanhol aparece na terceira posição, após reduzir a vantagem do líder para 2min45s. O holandês Bauke Mollema é o segundo.

##RECOMENDA##

Com este resultado, Contador foi um dos ciclistas que mais se destacaram nesta etapa. Só não brilhou tanto quanto o vencedor. Cavendish faturou sua segunda etapa desta edição da competição, totalizando a 25ª. O britânico se tornou um dos maiores vencedores da Volta da França, igualando o francês Andre Leducq na terceira posição na lista de todos os tempos.

"Minha equipe fez um trabalho incrível hoje. Vamos estourar um champagne nesta noite", comemorou Cavendish. "A Volta da França é a corrida mais incrível do mundo. [Vencer a etapa] Significa muito para mim. Quando penso nisso, dá até vontade de chorar", festejou.

A Justiça Federal condenou o empresário Fernando Antonio Cavendish Soares, dono da Delta Construtora, e o ex-prefeito do município de Iguaba Grande, Hugo Canellas Rodrigues Filho, a quatro anos e seis meses de reclusão por desvio de verbas públicas federais. A sentença determina que os réus cumpram a pena em regime semiaberto.

A ação foi movida pelo Ministério Público Federal de São Pedro d'Aldeia, Rio de Janeiro. No processo, o Ministério Público relata que Fernando Cavendish e Hugo Canellas desviaram recursos públicos liberados pelo governo federal para as obras de despoluição da Lagoa de Araruama, na Região dos Lagos.

##RECOMENDA##

De acordo com a denúncia, houve um superfaturamento dos valores contratados e malversação das verbas. Só pelo serviço de mobilização e desmobilização de equipamentos, a Delta recebeu R$ 191 mil do município, enquanto, segundo o MPF, o valor de mercado pelo serviço era de apenas R$ 14 mil.

No mesmo processo, Mário Erly Aguiar Souza, então secretário de Fazenda de Iguaba Grande e responsável por acompanhar a execução financeira do contrato, também recebeu a mesma pena. Alípio Villa Nova do Nascimento, diretor do Departamento de Meio Ambiente do município, e Márcia Betânia da Silva, então chefe da Divisão de Obras Públicas, foram condenados a um ano e 11 meses de reclusão por falsidade ideológica. Os dois atestaram em documento de prestação de contas que 75% do projeto já havia sido executado pela Delta, quando de fato apenas 14% havia sido realizado. A sentença determina ainda que os réus condenados paguem juntos R$ 248 mil para reparação dos danos causados.

Em nota, o empresário Cavendish informou que vem prestando todos os esclarecimentos ao Judiciário. "Todos os recursos cabíveis vêm sendo apresentados contra a decisão de primeiro grau, e agora se aguarda o posicionamento do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (RJ e ES), segunda instância da Justiça Federal", diz.

O presidente da CPI do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), anunciou nesta terça-feira (14) que o empresário Fernando Cavendish, dono da construtora Delta, será ouvido no dia 28 de agosto. Até então nenhuma data para que Cavendish fosse ouvido na Comissão havia sido agendada.

Nem homem bomba, nem homem estalinho. O advogado Técio Lins e Silva, que representa Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, informou nesta terça que o empresário não tem nada a dizer ou a contribuir com a CPI do Cachoeira - que deve aprovar nesta quinta requerimento para sua convocação. O criminalista disse também que estuda se o empreiteiro ficará calado, se vai limitar suas declarações a uma exposição inicial ou se solicitará um habeas corpus preventivo ao Supremo Tribunal Federal (STF).

"Essa história de que ele é o homem bomba não existe. Ele não é nem homem estalinho", disse Lins e Silva. "Cavendish tornou-se um símbolo, um alvo da CPI, quando não tem relação direta com nenhuma das pessoas que estão sendo investigadas nas operações Vegas e Monte Carlo (da Polícia Federal). Ele é o presidente do Conselho de Administração da Delta e não tinha nenhuma relação com a gestão da empresa", argumentou o advogado.

##RECOMENDA##

Lins e Silva ainda ressaltou que não pretende deixar Cavendish exposto a "humilhações, tortura ou sadismo". Segundo ele, a comissão está analisando uma proposta para alterar os ritos nos depoimentos. Ao invés de dispensar as testemunhas que invocam o direito de não responder as perguntas dos parlamentares, a CPI passaria a obrigar os depoentes a ouvir todos os questionamentos antes de liberá-los.

"O rito estabelecido foi o de dispensa do depoente. Mudar isso transforma o processo num ritual de massacre e sadismo. Se uma pessoa diz que não quer conversa, essa conversa se encerra. Insistir nisso serve apenas para um espetáculo de exibicionismo", criticou o advogado de Cavendish.

Lins e Silva deu pistas da estratégia da defesa do dono da Delta. O advogado repete que Cavendish não tinha conhecimento das atividades irregulares que, segundo ele, o então diretor da empresa no centro-oeste, Cláudio Abreu, promovia em parceria com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. E ainda cita números: a região respondia por apenas 4% do total do faturamento da Delta nacional.

O criminalista ainda destacou que Cavendish passa por momentos pessoais muito difíceis e que está muito fragilizado. No último dia 17, completou um ano do acidente de helicóptero no litoral da Bahia que provocou a morte da mulher do empreiteiro, Jordana, de seu enteado, Luca, e de outras cinco pessoas.

Foi a partir dessa tragédia que tornou-se pública a relação de amizade entre o dono da Delta e o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB). O peemedebista, seu filho Marco Antonio e a namorada dele, Mariana Noleto, integravam o grupo que participava dos festejos num resort de luxo em Trancoso. Mariana também morreu na queda do helicóptero.

Nas primeiras semanas da CPI, o ex-governador e deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ) divulgou fotos e vídeos de outras viagens do governador com o empresário a Paris e Montecarlo. A convocação do peemedebista à CPI chegou a ser proposta, mas o requerimento foi recusado.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira deve aprovar, na semana que vem, requerimento de convocação do empresário Fernando Cavendish, principal acionista da Delta Construções. Com a convocação, a cúpula da CPI espera responder às críticas de que a comissão não investiga as relações da empresa com o esquema do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Declarada inidônea pela Controladoria-Geral da União, a Delta é a principal empreiteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. A ideia é que o depoimento de Cavendish ocorra antes do início do recesso parlamentar, que começa no dia 18 de julho. Se aprovada a convocação na sessão administrativa da próxima quinta-feira, dia 5, a ida do empresário deverá ocorrer na semana seguinte, provavelmente entre os dias 10 e 12 de julho. "Estou tratando desse tema (convocação Cavendish) e vamos enfrentá-lo na próxima reunião administrativa", afirmou o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG).

##RECOMENDA##

Os partidos aliados do governo na CPI não devem, no entanto, permitir a aprovação da convocação do ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot. Os governistas alegam que Pagot não tem ligação com o esquema de Cachoeira e, por isso, não há motivos para sua ida à CPI. Há duas semanas, os governistas impediram a convocação tanto de Cavendish quanto de Pagot. Na ocasião, o adiamento da convocação de Cavendish foi aprovado por margem apertada de votos: 16 a 13. A de Pagot foi por 17 a 13.

Com a provável aprovação da convocação do empresário, os integrantes da CPI esperam dar uma injeção de ânimo nos trabalhos da comissão. Esta semana foi considerada perdida pela CPI, pois a maior parte dos depoentes optou por ficar calada. E, os que falaram, pouco acrescentaram às investigações.

Ao longo da semana, a CPI serviu mais uma vez para palco de disputa política entre PT e PSDB. Os tucanos acusam o relator Odair Cunha de ser "parcial", ao afirmar que há provas de que integrantes do governo do tucano Marconi Perillo (Goiás) integravam o esquema criminoso de Cachoeira. Já os petistas alegam que o PSDB quer tapar o sol com a peneira ao não aceitar o envolvimento do governo tucano com o contraventor.

'Perseguição'

Ontem, Perillo engrossou o coro dos descontentes com a condução dos trabalhos da CPI por Odair Cunha: o governador se disse vítima de "perseguição política" por parte do relator. Marconi afirmou que Cunha "não pode ser cabo de chicote de ninguém" e tem de agir "como relator isento".

Irritado, Cunha reagiu: "Não vou me intimidar com qualquer tipo de declaração, de qualquer pessoa". E afirmou que "continuará investigando a organização criminosa".

"Infelizmente, esta organização criminosa está no governo de Goiás. Espero do governador que ele colabore com a investigação, que as pessoas que são submetidas às ordens dele ou serviram ao seu governo venham aqui, colaborem conosco e que ele coloque as Polícias Civil e Militar do Estado dele para combater a contravenção. É o que eu espero dele", disse Cunha. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

O empresário Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, não pretende pedir habeas corpus ao Supremo Tribunal Federal (STF) e nem ficar calado caso venha a ser convocado a prestar depoimento à CPI do Cachoeira no Congresso.

A afirmação é de seu novo advogado, o criminalista Técio Lins e Silva, que passou a representá-lo no início da semana. Ele substitui José Luis Oliveira Lima, que permanecerá como advogado da J&F - holding que está comprando a construtora. "Onde quer que seja chamado, ele comparecerá para prestar a sua obrigação de cidadão, colaborando com as autoridades ou com quem quiser ou com quem estiver investigando em qualquer área ou instância", explicou o advogado. "Esse é o desejo dele".

##RECOMENDA##

Lins e Silva fez questão de informar que, por enquanto, está apenas dando assistência jurídica a Cavendish, pois o empresário "não é alvo de nenhum processo penal, ele não responde a nenhum inquérito policial, ele não é indiciado na CPI. Sobre ele, pessoa física, não há nenhuma acusação. Portanto, ele não precisa de advogado criminal. Mas vou dar assistência justamente para protegê-lo e ajudar a esclarecer as acusações", explicou o advogado.

De acordo com o criminalista, apesar da disposição em colaborar, Cavendish é hoje "uma pessoa combalida". O empresário tem se queixado, inclusive, de ter sido abandonado pelos amigos.

Além de ter se tornado um dos protagonistas do principal escândalo político do momento, desde que a Operação Monte Carlo da Polícia Federal revelou as ligações da empresa com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, Cavendish passou por uma tragédia pessoal há menos de um ano.

Um acidente de helicóptero no litoral da Bahia durante as comemorações pelo seu aniversário matou sua mulher, Jordana, e mais seis pessoas. A tragédia tornou pública a relação de intimidade entre o empresário e o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), que acompanhava o empresário nos festejos em um resort de luxo.

A divulgação de fotos de outras festas e jantares de Cavendish e Cabral em Paris e Montecarlo tornou o peemedebista um dos governadores cotados a depor na CPI. "Ele perdeu a mulher e está tendo que cuidar de duas crianças. Também perdeu a empresa, perdeu muitos amigos, que, por incompreensão, se afastam nessa hora. Ele está em condições emocionais muito precárias. É uma pessoa combalida pelos acontecimentos. Mas ele tem uma personalidade muito forte e vai conseguir sair dessa", afirmou Lins e Silva. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O empreiteiro Fernando Cavendish foi alertado por seus advogados sobre a possibilidade de vir a ter a prisão decretada pela Justiça se prosseguirem as denúncias contra a Delta em episódios de corrupção política e obras publicas suspeitas de superfaturamento.

Também profissionais da assessoria que cuida do setor de mídia da empreiteira já falaram com Cavendish sobre o risco. A análise feita é que o fato de a Delta estar na condição de ré em diversas ações espalhadas pelo País pode levar algum juiz a decidir decretar a prisão, sob a justificativa de que o empresário, na cadeia, não terá como atrapalhar as investigações.

##RECOMENDA##

Caso as acusações não cessem e surjam novas evidências de irregularidades, os advogados de Cavendish poderão requerer um habeas corpus preventivo à Justiça. O habeas corpus preventivo tem por objetivo proteger a pessoa contra alguma forma de constrangimento ilegal que esteja prestes a sofrer.

O escritório contratado por Cavendish é o Oliveira Lima, Hungria, Dall`Acqua & Furrier Advogados, com sede em São Paulo. Entre os clientes mais conhecidos do escritório estão o ex-deputado petista José Dirceu, no processo do mensalão; o banqueiro Daniel Dantas; o ex-banqueiro Salvatore Cacciola; e o foragido Roger Abdelmassih, médico condenado a 278 anos de prisão sob a acusação de estuprar pacientes.

Os contatos de Cavendish com o escritório têm sido mantidos por intermédio do advogado José Luis de Oliveira Lima, um dos seis sócios. Oliveira Lima orientou Cavendish a anunciar publicamente a intenção de iniciar uma auditoria interna na empresa e de colaborar com as investigações policiais, do Ministério Público e da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Congresso.

Entrevistado nesta quarta por telefone, Oliveira Lima disse que não considera a hipótese de o cliente vir a ser preso por decretação judicial.

"De maneira alguma. O senhor Fernando não é investigado", afirmou ele, que esteve nesta quarta em Brasília, onde encontrou-se com integrantes da CPI. "Fomos à CPI nos colocar à disposição para dar quaisquer esclarecimentos", acrescentou Oliveira Lima.

De acordo com o advogado, a decisão de Cavendish de se afastar do comando da empreiteira teve o objetivo de proporcionar autonomia absoluta aos responsáveis pela investigação interna. "A medida é para dar transparência à auditoria que está sendo feita na Delta", afirmou Oliveira Lima.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando