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O Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), determinou que 33 empresas em todo o País suspendam a venda de cigarros eletrônicos. A notificação está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (1º). As companhias precisam cumprir a medida cautelar em até 48 horas, caso contrário terão de pagar multa diária de R$ 5 mil até que cessem a prática definitivamente.

Em 2009, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) editou resolução que proibiu a comercialização, importação e propaganda de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar. À época, de acordo com a Senacon, a oferta e a demanda de cigarros eletrônicos no mercado nacional eram menores e a atuação foi preventiva, "uma vez que ainda eram escassas as informações conclusivas sobre o impacto dos cigarros eletrônicos".

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Atualmente, no entanto, a situação é grave, alerta a Secretaria, com aumento significativo do consumo dos produtos pelo público jovem. O órgão ressalta ainda a falta de transparência e boa-fé por parte de todas as empresas da cadeia produtiva dos cigarros eletrônicos, "que fazem parecer que se trata de uma relação de consumo regular, que envolve um produto legal".

"Procons estaduais e municipais têm atuado em ações de fiscalização e de apreensão dos cigarros eletrônicos, porém, a Senacon avaliou a necessidade de tomar medidas urgentes para sanar o problema e resguardar a saúde e segurança dos consumidores", diz a Secretaria.

Nesta quinta-feira (18), três mandados de busca e apreensão e medidas cautelares estão sendo cumpridos pela Polícia Federal (PF) e pela Receita Federal, simultaneamente, em endereços comerciais e residenciais localizados em Recife. Participam da ação 25 servidores da PF e da Receita. 

As investigações começaram em abril de 2022, quando foi instaurado um inquérito policial para apurar os responsáveis pela comercialização ostensiva de cigarros eletrônicos e acessórios, tanto pela internet, quanto presencialmente, em bares e restaurantes da capital pernambucana.

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“A investigação busca identificar outros envolvidos e confirmar o modus operandi dos grupos investigados, os quais adquirem os produtos proibidos no exterior (Paraguai, China, etc), e comercializam por meio de vendedores ambulantes e em aplicativos de compra e venda pela internet”, detalhou a PF.

Os investigados vão responder, de acordo com sua participação e envolvimento, pelo crime de contrabando, cuja pena pode chegar a cinco anos de reclusão

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) começou nesta segunda-feira (11) a etapa de participação social no processo que analisa o consumo de cigarros eletrônicos. Nessa fase, a Anvisa vai receber evidências técnicas e científicas sobre esses produtos, também conhecidos como Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF).

O objetivo da agência é reunir informações a favor e contra o uso do cigarro com fundamentação científica, fornecidas por pesquisadores e instituições, para embasar decisões futuras envolvendo a comercialização e o uso desses produtos.

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Logo após a abertura do processo pela Anvisa, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), já se posicionou veementemente contra a liberação dos cigarros eletrônicos. Para a entidade, eles são uma ameaça à saúde pública. O médico pneumologista Paulo Corrêa, coordenador da Comissão de Tabagismo da SBPT, explicou que existe uma falsa crença entre os usuários de que a fumaça não faria mal à saúde, porque seria apenas vapor d'água.

O médico da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia também alertou que os cigarros eletrônicos têm um grande apelo entre os jovens, aumentando o índice de novos fumantes no país.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também se posicionou contra a liberação dos cigarros eletrônicos, e está promovendo um abaixo-assinado sobre o tema.

Atualmente, a resolução em vigor da Avisa proíbe a importação, comercialização e a veiculação de propaganda desses produtos em todo o país. A coleta de informações da agência sobre os dispositivos eletrônicos para fumar vai até o dia 11 de maio.

O uso de cigarros eletrônicos pelos adolescentes tem colocado colégios brasileiros em alerta. A preocupação cresceu neste ano, com a retomada das aulas presenciais. O consumo é comum em ambientes reservados, como nos banheiros, e há casos até de venda dos dispositivos, que são proibidos no Brasil, nas escolas.

Colégios privados fazem comunicados aos pais e abordam em aulas os riscos da substância, vista muitas vezes como inofensiva. O desafio do cerco ao cigarro eletrônico, no entanto, é grande: como são discretos (alguns se parecem com pendrives), podem passar despercebidos pelos professores.

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Os dispositivos funcionam por meio de uma bateria que esquenta um líquido interno (uma mistura de água, aromatizante alimentar, nicotina, propilenoglicol e glicerina vegetal). Também chamado de vape ou pod, o dispositivo é tragado pela boca e cria uma fumaça branca e sem cheiro ou com um cheiro que se dissipa rapidamente no ar.

Adolescentes ouvidos pelo Estadão dizem que o consumo é comum entre grupos de estudantes, principalmente do ensino médio, nos banheiros, no fundo da sala de aula ou nas quadras. Os jovens enviam mensagens de celular uns aos outros para marcar encontros em áreas mais reservadas das escolas, onde fumam juntos. O uso também ocorre fora do colégio, na saída da aula ou no intervalo entre os turnos.

Os estudantes fazem ainda vaquinhas para comprar cigarros eletrônicos. Como são caros - um vape pode custar de R$ 60 a R$ 680 -, o hábito é mais comum em escolas particulares. Apesar de proibidos no Brasil, cigarros eletrônicos são facilmente encontrados em tabacarias, lojas de conveniência e redes sociais. Na escola, são passados de mão em mão ou dentro dos estojos, contam os estudantes.

Em alguns casos, os jovens já conhecem os riscos da substância, mas usam como forma de pertencer ao grupo ou como válvula de escape para questões emocionais. Em outros, se surpreendem com a informação de que pode ser cancerígeno, viciante e causar danos aos pulmões.

‘MODA’. Diretora de um colégio particular na zona sul de São Paulo, Ana Paula de Oliveira diz que o auditório da escola, formado por alunos do ensino médio e fundamental, "foi abaixo", surpreso, durante uma palestra sobre os riscos do cigarro eletrônico na semana passada. "Eles não entendem que tem nicotina, o mal que faz para a saúde. Apenas cumprem uma moda", diz.

A palestra ocorreu depois que a escola presenciou a venda do vape entre dois estudantes - esses alunos foram convidados a se desmatricular. "Cumprimos o que nosso regimento prevê", explica a diretora, citando a proibição da venda de drogas lícitas ou ilícitas na escola. Para ela, após o afastamento do ambiente escolar na pandemia, os adolescentes retornaram com dificuldades de seguir as regras.

O cigarro eletrônico é um problema crônico em outros países, como os Estados Unidos. No Brasil, ganhou força mais recentemente. "Vai todo o mundo para a cabine de cadeirante (no banheiro), mais espaçosa, e ficam todos lá", conta um adolescente de 17 anos, aluno de uma escola particular em Brasília. Outra estudante, da rede estadual paulista, de 14 anos, diz ter começado a usar há um mês, na escola, e compartilha o vape de sabor de uva com três colegas. O consumo, diz, é para aliviar tensões. "Nunca tive relação boa com minha mãe e, desde o início da pandemia, só tem piorado."

Um colégio particular tradicional de Salvador, o Antônio Vieira, enviou comunicado aos pais no fim de março sobre o risco do cigarro eletrônico. A direção diz não ter registrado consumo no colégio, mas percebe aumento do problema entre jovens de modo geral. O comunicado fala até em "transferência compulsória" em caso de uso na escola.

"Eles acham interessante a tecnologia do aparelho, que pode botar água e o sabor que quer", diz a diretora acadêmica do Antônio Vieira, Ana Paula Marques. "As próprias famílias muitas vezes não têm clareza do que é isso." Os professores vêm buscando informações sobre o tema.

Novidades como sabores diferentes e dispositivos que brilham no escuro atraem os adolescentes. "Há a sensação de que não é viciante e pode parar a qualquer momento", diz Mario Fioranelli Neto, coordenador pedagógico no Centro Educacional Pioneiro, na zona sul de São Paulo. A escola registrou um caso pontual de uso no colégio - o próprio estudante buscou a direção -, mas também se preocupa com a difusão do cigarro eletrônico fora do ambiente escolar, como em festas ou na saída dos alunos para o almoço.

Luciana Nogueira, professora do Departamento de Educação da Universidade Estadual Paulista (Unesp), diz ter recebido relatos de colégios sobre o problema e afirma que a visão positiva em relação ao vape torna o dispositivo ainda mais perigoso. Diferentemente do cigarro tradicional, que tem cheiro forte e incomoda quem está perto, o eletrônico é socialmente aceito, "como algo cool, legal, da moda".

Ela alerta que mesmo dispositivos eletrônicos sem nicotina são viciantes, já que o vício de fumar não tem apenas origem química, mas principalmente psíquica. "Eles estão adquirindo o hábito de levar um objeto à boca e tragar", diz Luciana, especialista em vulnerabilidades da adolescência.

AUTOAFIRMAÇÃO. Outro problema é a dificuldade de identificar o dispositivo. "Pelo fato de (o cigarro eletrônico) ter a carinha pequena, camuflada, moderna, para passar batido é muito fácil, a menos que você esteja procurando por ele", conta Edgar Crispino, professor de Biologia da Escola Carandá Educação, na zona sul de São Paulo. Ele afirma ter flagrado um grupo com o vape certa vez na porta do banheiro e, a partir disso, começou um trabalho de trazer informação para dentro da sala de aula.

O assunto entrou em pauta, nas perguntas dos próprios estudantes, em aulas sobre fisiologia e poluição. "Se eles estão usando é por um motivo, precisamos entender qual é e conversar sobre o assunto. Muitas vezes, usam porque é a coisa legal do momento, por pressão social", diz o professor, que também vê impacto do distanciamento causado pela pandemia na necessidade de autoafirmação dos adolescentes. "Queremos que procurem ajuda sem se sentirem acuados ou demonizados, o que pode fazer com que se afastem da gente e continuem usando."

Depois que o tema foi abordado, o professor diz que houve uma "quebra de gelo" entre professores e estudantes, que se sentiram mais abertos para dialogar até sobre outros temas espinhosos da adolescência. No Pioneiro, também estão previstas abordagens em aulas de convivência ética. Procurada, a Secretaria Estadual de Educação de São Paulo reforça que o consumo é proibido e diz desenvolver projetos e produzir conteúdos de conscientização para os alunos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) fez na semana passada um alerta sobre o uso de cigarros eletrônicos. A instituição destacou o risco trazido por inúmeras substâncias tóxicas, na maioria aditivos com sabores de nicotina, que causam dependência química. Nos Estados Unidos, essa modalidade - o vaping - está relacionada a pelo menos 52 mortes, 4 recentes.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) relatou até anteontem 118 casos de hospitalização em 50 Estados. O número de pessoas internadas com problemas respiratórios chega a 2.409. Como forma de conter o problema, o Conselho de Saúde Pública do Estado de Nova York baniu na quinta-feira, 12, o uso de sabores nos cigarros eletrônicos por 90 dias. A porta-voz do departamento, Jill Montag, disse que o número de jovens que usa os aparelhos e consome os vapores é "alarmante".

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Acredita-se que as lesões respiratórias sejam causadas pelo uso excessivo nos produtos de acetato de vitamina E, composto normalmente ligado a misturas com o THC, principal substância psicoativa encontrada nas plantas do gênero cannabis (maconha).

Na quinta-feira, em um artigo publicado na prestigiosa revista Science, alguns dos principais especialistas americanos na área pediram medidas para redução do consumo - incluindo Amy Fairchild, de Ohio; Ronald Bayer, de Columbia; Cheryl Healton e David Abrams, de Nova York; e James Curran, de Emory. Segundo eles, é preciso criar nesse instante programas de redução de danos para jovens, a exemplo do que ocorreu na Inglaterra. A ideia é impor limites de nicotina e restrições de publicidade.

Brasil

Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), três casos de doenças pulmonares ligados ao uso de cigarros eletrônicos já foram relatados no País. Mas não há detalhes a respeito.

No informe mais recente, o Inca ainda destaca que os dispositivos também são responsáveis por vários acidentes por explosões das baterias. Além disso, estudos científicos demonstram que a chance de um jovem começar a fumar cigarros convencionais quadruplica a partir do uso dos dispositivos eletrônicos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.P

A marca líder de cigarros eletrônicos nos Estados Unidos, Juul, anunciou nesta quinta-feira (17) a suspensão da venda de recargas com sabores não mentolados, enquanto o governo de Donald Trump prepara uma proibição nacional.

A empresa informou que deixará de vender os sabores de manga, creme, morango e pepino até que as autoridades federais de saúde finalizem os novos regulamentos para os vaporizadores. Já as cargas com aroma de tabaco, mentol e hortelã seguem comercializadas.

Os Estados Unidos estão combatendo os cigarros eletrônicos, que foram lançados há uma década e nos últimos anos se tornaram muito populares entre os jovens, segundo várias pesquisas.

A indústria defende o papel dos dispositivos a vapor como uma alternativa mais saudável aos cigarros para ajudar as pessoas a parar de fumar. Mas os legisladores de todo o país e do exterior estão tentando ou já adotaram uma proibição total ou parcial para proteger os jovens.

O governo de Donald Trump decidiu proibir as cargas aromatizadas para os vaporizadores, uma medida que também incluiria os sabores muito populares como menta e mentol, informou em setembro a Secretaria de Saúde, embora o texto ainda não tenha sido publicado.

Pelo menos 26 pessoas morreram nos Estados Unidos por doenças pulmonares associadas ao uso do cigarro eletrônico, informaram nesta quinta-feira (10) as autoridades da área de saúde.

Foram reportados 1.299 doentes com problemas de saúde associados ao uso desses vaporizadores em todo país, segundo dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), confirmando o que as autoridades classificaram como epidemia apesar das advertências sanitárias. Há uma semana, as autoridades apresentaram um relatório com 18 mortes e 1.080 pacientes.

Os primeiros casos foram registrados em março e abril deste ano, mas somente a partir de julho é que as autoridades passaram a notar a relação entre o uso dos cigarros eletrônicos com o crescimento no número de atendimentos por problemas pulmonares.

O cigarro eletrônico contém um líquido que, quando aquecido, gera vapor a ser inalado. A maior parte dos pacientes (75%) comunicou o uso dos vaporizadores com um aromatizador que contém THC, o principal composto psicoativo presente na cannabis.

Um ou mais elementos que fazem parte dos aromatizadores são suspeitos de causar as doenças, mas os testes nos laboratórios ainda não determinaram quais deles.

Várias cidades e estados do país estão considerando ou já aprovaram proibições contra cigarros eletrônicos, em alguns casos absolutos e em outros, apenas para recargas aromatizadas com fragrâncias que não sejam de tabaco (como hortelã, mentol, frutas), para desencorajar o interesse dos jovens nesse produto.

Cerca de 3,6 milhões de estudantes do ensino médio usaram esse tipo de produto nos Estados Unidos em 2018; um aumento de 1,5 milhão em relação ao ano anterior. Os executivos da indústria do tabaco estão tentando evitar a proibição absoluta deste produto que foi considerado como o futuro do setor.

Já o governo de Donald Trump quer proibir a partir de outubro todos os produtos, exceto os feitos apenas com tabaco.

Pelo menos 12 pessoas morreram e outras 805 foram diagnosticadas com doenças pulmonares associadas ao uso do cigarro eletrônico nos Estados Unidos, informaram nesta quinta-feira (26) as autoridades da área de saúde.

O número atualizado foi relatado pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), que indicavam que a substância específica que causa as doenças ainda não foi identificada.

Contudo, a maioria dos pacientes comunicaram um histórico de uso de produtos de cigarros eletrônicos com THC, o principal composto psicoativo presente na cannabis.

O número de mortes foi registrado em dez estados americanos, enquanto os 805 casos de doenças pulmonares ocorreram em 46 unidades da federação e nas Ilhas Virgens americanas.

Os cigarros eletrônicos estão no centro dos debates sobre saúde e até na mira do governo Trump.

Os executivos da indústria do tabaco estão tentando evitar a proibição absoluta de um produto que foi considerado como o futuro desse setor.

Nas últimas três semanas, o governo da Índia e o estado americano de Massachusetts proibiram a venda dos cigarros eletrônicos. Outros dois estados, Nova York e Michigan, proibiram as recargas aromatizadas para cigarros eletrônicos.

Já o governo de Donald Trump quer proibir a partir de outubro todos os produtos, exceto os feitos apenas com tabaco.

O cigarro eletrônico contém um líquido que, quando aquecido, gera vapor a ser inalado.

Cerca de 3,6 milhões de estudantes do ensino médio usaram esse tipo de produto nos Estados Unidos em 2018; um aumento de 1,5 milhão em relação ao ano anterior.

O Walmart informou nesta sexta-feira que vai deixar de vender cigarros eletrônicos em suas lojas americanas, depois de os aparelhos terem sido alvo de polêmicas e ligados a uma epidemia de doenças pulmonares.

Essa decisão entrará em vigor quando os estoques atuais terminarem, disse o maior distribuidor do mundo em um email.

"Em vista da recente complexidade e incerteza em torno da regulamentação de cigarros eletrônicos nos níveis federal, estadual e local, pararemos de vender produtos eletrônicos contendo nicotina nos sites Walmart e Sam's Club", disse um porta-voz. O Sam's Club é uma cadeia de vendas por atacado operada pelo Walmart.

A decisão do Walmart foi anunciada dois dias depois que o estado de Nova York acompanhou a medida de Michigan de proibir a comercialização de cigarros eletrônicos com sabor.

O governo Trump também anunciou em 11 de setembro que uma medida semelhante será implementada nos próximos meses a nível federal.

Os cigarros eletrônicos são a causa de uma epidemia recente de doenças pulmonares nos Estados Unidos, segundo autoridades federais de saúde.

O número total de pacientes é de 530 confirmados e prováveis e sete mortos, de acordo com os números mais recentes dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças.

San Francisco se tornou a primeira grande cidade dos Estados Unidos a proibir a venda de cigarros eletrônicos em seu território, numa decisão unânime do conselho municipal.

A medida, que ainda deve ser assinada pela prefeita da cidade californiana, destaca a necessidade de uma ação contra o "impressionante aumento" do uso desse aparelho entre os jovens com "consequências significativas na saúde pública".

O texto adotado por San Francisco estabelece que para ser vendido na cidade, numa loja física ou na Internet, um cigarro eletrônico deve ter aprovação da Agência Federal da Saúde, a FDA, que ainda não autorizou o uso desse aparelho.

A orientação também se aplica aos produtos de tabaco aromatizados, mas não pune a posse ou o uso de cigarros eletrônicos, ao contrário de Cingapura, que proibiu completamente estes produtos no ano passado.

A prefeita democrata da cidade californiana, London Breed, já anunciou que vai assinar a medida.

Segundo dados oficiais, o número de jovens americanos que usam cigarros eletrônicos aumentou em um milhão e meio em 2018, o que interfere em anos de luta contra o consumo de tabaco nas escolas secundárias e universidades.

Os cigarros eletrônicos contem nicotina e outros produtos, mas não as substâncias encontradas nos cigarros tradicionais que se sabe que são cancerígenas. Seu efeito a longo prazo na saúde ainda está sendo estudado.

As pessoas que usam cigarros eletrônicos têm mais chances de ter problemas cardíacos que as que não os utilizam, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira (7) nos Estados Unidos.

A taxa de ataques cardíacos entre os que fumam cigarros eletrônicos é 34% mais alta que entre os que não consomem estes produtos, quando excluídos outros fatores de risco como idade, gênero, índice de massa corporal, nível de colesterol, pressão arterial e uso de tabaco.

Os usuários de cigarros eletrônicos têm 25% mais chances de ter doenças coronárias e 55% mais de sofrer depressão ou ansiedade, segundo o estudo.

"Até agora se sabia pouco sobre eventos cardiovasculares vinculados ao uso do cigarro eletrônico", apontou Mohinder Vindhyal, professor da Escola de Medicina da Universidade do Kansas e autor principal do estudo.

"Esta informação é sem dúvida um chamado de atenção e deveria promover mais ações e maior conscientização sobre os perigos dos cigarros eletrônicos".

O informe não identifica, porém, uma relação de causa e efeito para esta observação.

Os estudos sobre os efeitos de consumir cigarros eletrônicos são relativamente novos, já que esses dispositivos chegaram ao mercado na última década.

Os cigarros eletrônicos não contêm os produtos cancerígenos do tabaco. Porém, além do vício associado ao consumo da nicotina, os especialistas em saúde estão preocupados com os efeitos de aquecer cartuchos de nicotina líquida a altas temperaturas.

Para este estudo, os pesquisadores analisaram as respostas de quase 100.000 pessoas em 2014, 2016 e 2017.

Este tipo de estudo é preliminar e não chega a afirmar que consumir cigarros eletrônicos provoca problemas cardíacos nem a sugerir um mecanismo biológico sobre como isso poderia acontecer. Para chegar a essas conclusões, é necessário realizar investigações de longo prazo.

Autoridades dos Estados Unidos decidiram, nesta quinta-feira, impor duras restrições à venda de cigarros eletrônicos aromatizados, após ter sido registrado um aumento de seu consumo entre os jovens.

A regulação anunciada pela agência federal de alimentos e remédios (FDA) permitiria a venda de cigarros eletrônicos de sabores só em lojas, proibindo sua comercialização pela internet.

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Adicionalmente, a FDA propõe proibir as vendas de cigarros mentolados e tabacos de sabores.

Estas propostas, cuja antecipação fez cair, esta semana, as ações da indústria do tabaco, estarão sujeitas a um período de consulta pública até junho do ano que vem, antes de entrarem em vigor.

O consumo de cigarros eletrônicos pelos estudantes de ensino médio americanos aumentou 78% entre 2017 e 2018, segundo uma pesquisa nacional.

"Estes dados afetam minha consciência", disse o comissário da FDA, Scott Gottlieb. "Estes aumentos devem ser detidos".

"Não permitirei que uma geração de crianças se torne viciada em nicotina através dos cigarros eletrônicos", afirmou.

Em uma coluna publicada recentemente no The Washington Post, Gottlieb e o secretário de Saúde, Alex Azar, mencionaram uma "epidemia".

Desde 2016 a FDA regula os cigarros eletrônicos, cuja venda é proibida para menores de idade, e multiplica os controles.

As regras propostas buscam limitar a venta de todos os cartuchos de sabores - menos tabaco, menta e mentol - só em lojas, "e se forem vendidos on-line, sob altas medidas de verificação de idade", disse a FDA em um comunicado.

O motivo por trás da exclusão dos cigarros eletrônicos com sabor de menta e mentol é sua popularidade entre adultos que buscam uma alternativa para diminuir seu consumo de cigarros tradicionais.

A Organização Mundial da Saúde (OMS)recomenda que os cigarros eletrônicos sejam tratados como normais, pelo menos no que se refere à proibição do fumo em locais fechados, limites à publicidade e venda para menores. Cautelosa, a entidade prefere esperar por novos estudos antes de liberar o produto e insiste que o cigarro eletrônico precisa ser regulado pelos governos nacionais.

Hoje, 466 marcas disputam um mercado avaliado em US$ 3 bilhões. O interesse é tão grande que mesmo algumas das maiores empresas do setor também lançaram produtos. Só na Europa, 7 milhões de pessoas seriam usuárias. Mas, em grande parte do mundo, a venda não está regulamentada, uma realidade que a OMS exige que seja modificada.

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O que pesou na decisão da organização foi o fato de que, apesar de eletrônico, o consumo de nicotina continua a existir, ainda que a taxas variadas, além de outros ingredientes. Esses compostos podem levar a tumores e, segundo a própria OMS, o que sai dos cigarros eletrônicos "não é apenas vapor". O contato da nicotina nos lábios e pele também é considerado como um risco à saúde.

Provas

A entidade questiona o suposto impacto que o produto tem para ajudar a deixar de fumar, um argumento usado pelos vendedores e empresas do setor. Para a OMS, as provas são "limitadas" e não se pode tirar qualquer tipo de conclusão.

O que mais preocupa a entidade é que, sem regulamentações, o cigarro eletrônico possa ser na verdade um convite ao fumo, principalmente uma inserção ao cigarro para os adolescentes. Por isso, a OMS pede que se proíba esse produto em locais onde não se pode fumar e a publicidade também cumpra as mesmas normas dos cigarros convencionais. Isso pelo menos até que os fabricantes "mostrem provas científicas".

No início do ano, o Parlamento Europeu aprovou uma lei sobre o cigarro eletrônico e deu duas opções aos vendedores. Se quiserem tratar o produto como uma ajuda a deixar de fumar, precisam inscrevê-lo como um produto médico, o que exige passar por dezenas de testes. A segunda opção foi de registrar o produto como um cigarro, o que foi a escolha do setor.

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