A Comissão Mista de Orçamento (CMO) dará início, na próxima segunda-feira (29), aos debates sobre o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2015, enviado na semana passada pelo Executivo ao Congresso Nacional. A audiência será com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, cumprindo uma exigência da resolução que disciplina os trabalhos do colegiado.
Além dos integrantes da CMO, também estarão presentes os deputados das comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional. Na reunião conjunta, os parlamentares também querem que a ministra fale sobre distorções na política salarial para a categoria dos militares da ativa e da reserva.
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O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) será o relator do projeto da LDO de 2015. A definição foi fruto de um acordo entre os líderes da CMO. O colegiado também já indicou o senador Romero Jucá (PMDB-RR) para relatar a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2015, que será enviada ao Congresso nacional em agosto.
A LDO é o instrumento através do qual o governo estabelece metas e prioridades da administração pública federal. O texto inclui as propostas do Executivo, Legislativo, Judiciário e Ministério Público da União. Pela Constituição, o projeto da LDO precisa ser aprovado pelo plenário do Congresso Nacional até o dia 17 de julho, caso contrário o recesso parlamentar será cancelado.
Proposta
O texto enviado pelo Executivo não incluiu o orçamento impositivo. De acordo com a ministra Miriam Belchior, o governo preferiu esperar a votação na Câmara da PEC do orçamento impositivo para, então, incluir o tema. Pela matéria, o Executivo fica obrigado a executar as emendas parlamentares individuais até o limite de 1,2% da Receita Corrente Líquida (RCL) da União, sendo metade do valor necessariamente destinada à saúde pública.
O projeto também estabelece o aumento de 7,71% do salário mínimo, saindo dos R$ 724 atuais para R$ 779,79. O reajuste é maior do que o previsto neste ano, que foi de 6,78%. Já o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) previsto pelo governo é de 3%. Na avaliação do governo, a projeção para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve chegar a 5%. A meta cheia de superávit primário do setor público será de R$ 143,3 bilhões, o equivalente a 2,50% do PIB.
As prioridades do orçamento são as mesmas que em 2014: o plano Brasil sem Miséria (que inclui o Bolsa Família), o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Minha Casa, Minha Vida. O governo incluiu outras despesas obrigatórias, como investimento do Ministério da Educação e das empresas estatais.