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A Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou o texto-base da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024 com um corte de cerca de R$ 7 bilhões nas despesas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), uma das vitrines do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O programa foi desidratado para que o Congresso ampliasse o valor das emendas parlamentares, que vão somar cerca de R$ 50 bilhões, um montante recorde. Trata-se do primeiro Orçamento do terceiro mandato de Lula, uma vez que o de 2023 foi elaborado na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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Na primeira versão do voto do relator, deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP), a tesourada no PAC chegava a R$ 17 bilhões. Por pressão do governo, no entanto, o corte foi reduzido.

Os parlamentares analisam agora 136 destaques (sugestões de mudança) ao texto. Depois, a proposta ainda terá de passar pelo plenário do Congresso.

A Comissão Mista de Orçamento do Congresso aprovou 4 dos 16 relatórios setoriais do Orçamento de 2024 (PLN 29/23). A presidente do colegiado, senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB), pediu aos relatores que ainda não publicaram seus pareceres que o façam logo para que todos os textos sejam votados até quinta-feira (14).  A comissão volta a se reunir na quarta-feira (13) às 10 horas.

Confira o cronograma de votação do Orçamento

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Hoje foram aprovados os relatórios das seguintes áreas:  Fazenda, Planejamento, Indústria e Comércio; Trabalho e Previdência; Poderes de Estado e Representação; e Integração, Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente.

Emendas individuais

No relatório da área de Fazenda, o relator, senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR), destacou que foram apresentadas 968 emendas individuais, quase todas de transferências especiais para estados e municípios, no valor de quase R$ 8 bilhões.

O valor é 32% do total reservado no Orçamento para as emendas individuais. 

Sistema S na LDO

Vários parlamentares anunciaram na reunião que fizeram destaques contrários ao relatório final da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 (PLN 4/23) em relação ao dispositivo que estaria incluindo as receitas do Sistema S no Orçamento da União. 

O Sistema S é composto por nove entidades como o Sesi e o Senac e é administrado por federações empresariais.  Emendas de comissões Já o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que o relator da LDO, deputado Danilo Forte (União-CE), está querendo obrigar o governo a executar mais R$ 11 bilhões em emendas de comissões. Já existem quase R$ 38 bilhões em emendas individuais e de bancadas estaduais que são obrigatórias. Farias afirmou que isso é um “ataque” ao Executivo, que ficará com menos espaço de atuação.

O deputado José Rocha (União-BA), afirmou, porém, que o aumento da execução obrigatória do Orçamento é uma forma de “democratizar” a distribuição dos recursos públicos.

*Da Agência Câmara de Notícias

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou nesta quinta-feira (7) o relatório preliminar do projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024 (PLN 29/2023). O texto promove um cancelamento de R$ 2 bilhões nas despesas previstas pelo governo, que estão em torno de R$ 2,2 trilhões. O corte foi linear entre os ministérios para que os recursos possam ser redistribuídos pelo Congresso Nacional. 

O relator-geral, deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP), também estabeleceu tetos diferenciados para os cancelamentos que poderão ser feitos pelos 16 relatores setoriais do Orçamento. Eles poderão cancelar até R$ 4 bilhões, mas os limites por área foram definidos de maneira proporcional à participação de cada pasta no Orçamento. Pelos critérios aprovados, os maiores remanejamentos ocorrerão nas áreas de Infraestrutura e de Cidades. 

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O relatório preliminar não é o texto final do Orçamento federal. Agora os 16 relatores setoriais vão apresentar os seus pareceres sobre as áreas temáticas das despesas da União. A CMO deve analisá-los na semana que vem, de acordo com a presidente da comissão mista, senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB). Depois disso, o relator-geral poderá elaborar o relatório definitivo, que será votado pelo Congresso. 

A presidente da CMO pediu a colaboração dos parlamentares para o cumprimento dos prazos. — Os relatores setoriais farão um esforço neste fim de semana para envio dos relatórios, e na próxima semana, de 11 a 14 de dezembro, apreciaremos os 16 relatórios setoriais. Precisamos da colaboração de todos para que consigamos cumprir essa etapa do processo orçamentário e manter o cronograma para votação do Orçamento ainda neste ano — pediu Daniella. 

A CMO já havia aprovado, na quarta-feira (6), o relatório das receitas referente à LOA 2024. O texto traz um acréscimo de R$ 813 milhões na estimativa da receita (já descontadas as transferências obrigatórias para estados e municípios), fruto de reavaliação dos preços do petróleo e do dólar. Luiz Carlos Motta destinou o valor para uma reserva financeira.

Cancelamento

Na prática, o relatório preliminar do Orçamento apenas define regras para as alterações na proposta. O cancelamento linear de R$ 2 bilhões, por exemplo, foi feito em programações que tinham valor superior a R$ 1 milhão. Este recurso será distribuído da seguinte forma: 

55% para emendas coletivas de execução não obrigatória; 25% para bancadas estaduais; 20% para emendas coletivas conforme critérios dos relatores setoriais (as emendas coletivas são as de bancadas e as de comissões permanentes).

Fundo eleitoral

Na discussão do relatório, os deputados e senadores voltaram a cobrar uma solução para o corte de R$ 4 bilhões dos R$ 12,5 bilhões reservados às emendas de bancadas estaduais para compor o Fundo Eleitoral. O relator disse que isso ainda será discutido.  — A redação que propomos reconhece o impasse quanto a esse assunto e não pretende definir tal questão — disse Luiz Carlos Motta. 

A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) sugeriu a destinação de pouco mais de R$ 2 bilhões para o fundo, que foi o valor usado em 2020.  Para o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), é preciso preservar o fundo.  — Foi um avanço muito grande, porque nós temos uma transparência hoje enorme nas campanhas eleitorais. Qualquer um sabe como é distribuído o dinheiro entre os partidos e como os partidos distribuem o dinheiro entre os seus candidatos — ponderou. 

Riscos

Em seu relatório, Luiz Carlos Motta destacou alguns “riscos” para a execução orçamentária em 2024 contidos na proposta orçamentária:  Expectativa otimista de crescimento econômico de 2,3% em 2024; Receitas condicionadas à aprovação de proposições legislativas no montante de R$ 168,5 bilhões; Efeitos da desoneração da folha de pagamento (vetos à lei em discussão); Pagamento subestimado de benefícios previdenciários; Eventual revisão geral da remuneração dos servidores públicos ou adoção de novas reestruturações de planos de cargos e salários em 2024.

*Da Agência Senado

A Mesa do Congresso Nacional define neste mês o espaço que os partidos e blocos parlamentares vão ocupar na Comissão Mista de Orçamento (CMO). A representação de cada legenda deve respeitar o critério da proporcionalidade: as maiores bancadas no Senado e na Câmara ficam com mais cadeiras. O presidente do colegiado será um senador, enquanto um deputado federal deverá assumir a função de relator-geral do projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024.

A CMO é uma das mais importantes comissões do Congresso Nacional. Ela é responsável por dar parecer e votar matérias que compõem o chamado ciclo orçamentário: o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). Além disso, o colegiado analisa os projetos de créditos adicionais ao Orçamento sugeridos pelo Poder Executivo.

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A divisão das cadeiras entre partidos e blocos é publicada na segunda quinzena de fevereiro. Depois disso, os líderes têm até o dia 7 de março para indicar os membros da comissão. São 40 titulares, sendo 10 senadores e 30 deputados.

O Regimento Comum do Congresso assegura mais duas vagas para um rodízio entre pequenas bancadas do Senado e da Câmara que não teriam número suficiente para participar da comissão. Parlamentares que estiveram no colegiado em 2022 não podem ser designados novamente neste ano.

Eleição

A eleição da nova Mesa da CMO ocorre até o dia 28 de março, quando acaba o mandato da atual composição. Os integrantes da comissão devem escolher no voto um presidente e três vice-presidentes, que ficam nos cargos por um ano.  Além da Mesa, o colegiado tem outras 20 funções, distribuídas alternadamente entre senadores e deputados.  Em 2023, cabe ao Senado ocupar as vagas de presidente, 2º vice-presidente, relator da receita do Orçamento e seis relatores setoriais do Orçamento. 

A Câmara dos Deputados fica com as funções de 1º vice-presidente, 3º vice-presidente, relator do PPA, relator da LDO, relator-geral da LOA e dez relatores setoriais do orçamento.  O relatores da LOA, da LDO, do PPA e da receita são indicados pelos líderes partidários. Os 16 relatores setoriais também são escolhidos pelas lideranças. Além de respeitar o critério da proporcionalidade, os relatores setoriais precisam contar com notória atuação parlamentar em cada área temática. 

Atribuições

A Comissão Mista de Orçamento tem outra importante atribuição além das matérias orçamentárias e dos projetos de créditos adicionais: fiscalizar obras e serviços com indícios de irregularidades graves apontados pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Para isso, a comissão pode requisitar informações e determinar fiscalizações, inspeções e auditorias. O colegiado também pode realizar diligências e promover audiências públicas. 

Um grupo formado por cinco a dez parlamentares da CMO trabalha mais diretamente nessa função: é o Comitê de Avaliação das Informações sobre Obras e Serviços com Indícios de Irregularidades Graves (COI). Um dos quatro comitês permanentes da comissão, o COI acompanha as informações do TCU sobre obras e serviços suspeitos e apresenta propostas para o aperfeiçoamento do controle externo.

O segundo grupo é o Comitê de Avaliação, Fiscalização e Controle da Execução Orçamentária (CFIS), que acompanha a execução financeira e analisa a consistência fiscal dos projetos do PPA e da LOA. O Comitê de Avaliação da Receita (CAR) analisa a evolução da arrecadação e informações do TCU sobre tributos e renúncia de receitas.

O último grupo permanente é o Comitê de Admissibilidade de Emendas (CAE). Ele tem como função propor a inadmissibilidade de emendas apresentadas aos projetos da LOA, da LDO e do PPA. Essas matérias não podem ser decididas pelo plenário da comissão mista sem uma votação prévia do relatório do CAE.

*Da Agência Câmara de Notícias

O relator do Orçamento de 2023, Marcelo Castro (MDB-PI), afirmou há pouco que o orçamento secreto será realocado nas emendas de comissão. "Como as emendas de comissão são de caráter nacional, vamos dar preferência a elas", disse horas após o Supremo Tribunal Federal decretar a inconstitucionalidade da RP-9. O senador destacou que vai precisar readequar seu parecer, que pretende ver votado na quarta-feira, 21, na Comissão Mista de Orçamento e, se possível, no plenário do Congresso no mesmo dia.

"O Executivo mandou R$ 19,4 bilhões para serem alocados em RP-9. Como o STF considerou inconstitucional, houve reserva, temos que realocar em algum lugar. Não posso colocar onde quiser, só onde houver emenda, de bancada ou de comissão. A maioria dos recursos de RP-9 são alocados na saúde e educação. Vamos continuar fazendo assim. Como as emendas de comissão são de caráter nacional, vamos dar referência a elas, da Câmara e do Senado", afirmou o senador ao deixar uma reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no fim da tarde.

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Ele explicou que, só pode destinar o valor das emendas de relator "para onde houver demanda" e, por isso, só haveria a possibilidade da realocação acontecer nas emendas de comissão ou de bancada, ressaltando que a opção pela segunda deve-se a uma questão de distribuição. "Se formos priorizar emendas de bancada (para realocar RP-9), fica desigual; vai atender bancada de um estado, não atende de outro".

O senador destacou ainda que vai se reunir com sua equipe ainda hoje para debater as alterações que precisará fazer em seu parecer do Orçamento e que a realocação do orçamento secreto é a principal delas. Mas, embora discorde da decisão do STF, deu o assunto por encerrado: "Decisão do Supremo não se discute, se cumpre; RP9 não existe mais, vamos tocar vida pra frente. Estamos em um país democrático em que última palavra é do Supremo, até para errar", afirmou.

Castro sugeriu que o Congresso foi pego de surpresa com o resultado do julgamento da Suprema Corte que colocou fim ao orçamento secreto. "Quando ministro Ricardo Lewandowski diz que a resolução seria considerada, ficamos na expectativa de que ele seria favorável à RP-9", disse, referindo-se ao projeto de resolução aprovado pelos parlamentares por ampla maioria na sexta, 16. A proposta estabeleceu critérios de distribuição proporcional da emenda de relator, mas não avançou sobre a questão da transparência, considerado um dos principais entraves do tema. Agora, com o fim da RP-9, a medida perde objeto.

Aliado do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o senador também afirmou que o petista não teve influência sobre a votação do STF, mas admitiu que o resultado pode gerar uma "reação" na votação da Proposta de Emenda à Constituição da transição na Câmara, agendada para terça-feira, 20. Ele, contudo, disse preferir manter o otimismo e previu a aprovação da PEC ainda amanhã no plenário da Casa.

Ainda sobre decisões do STF e impactos no Congresso, Castro disse que a medida do ministro Gilmar Mendes, que estabeleceu, na noite de ontem, que os pagamentos do Bolsa Família não estão limitados ao teto de gastos, não interfere na votação da PEC e só terá importância caso a proposta não seja aprovada pela Câmara.

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou nesta quarta-feira (7) a prestação de contas apresentadas pelos governos de Jair Bolsonaro, referente ao exercício de 2019, Michel Temer (2018 e 2016) e Dilma Rousseff (2016), todas com ressalvas apontadas previamente por auditores do Tribunal de Contas da União (TCU). Os relatórios apresentados às Mensagens 5/2020, 3/2019 e 5/2017 serão agora encaminhados para votação no Plenário do Congresso.

O relator das contas de 2019 do governo Bolsonaro foi o deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), que apresentou relatório e um projeto de decreto legislativo como forma de possibilitar a aprovação das contas com as ressalvas feitas pelo TCU. A ressalva incluída no projeto é o não cumprimento, em 2019, da aplicação mínima de recursos destinados à irrigação no Centro-Oeste. A Constituição obriga a aplicação de pelo menos 20% dos recursos nesta área.

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Também foi recomendado que as despesas relativas a projetos sejam identificadas de maneira específica, por município ou região, facilitando a transparência. O projeto determina que o presidente adote uma regulamentação específica sobre o tema ou proponha uma alteração no texto constitucional para tornar o dispositivo aplicável.

As outras ressalvas não incluídas pelo relator no projeto foram o aceite de obrigações junto a organismos internacionais em montante superior aos créditos disponíveis; e a não observância de aspectos da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101, de 2000) na concessão de benefícios tributários.

As prestações referentes às contas de Michel Temer (2018 e 2016) e Dilma Rousseff (2016) foram relatadas pelo senador Confúcio Moura (MDB-RO). Entre as ressalvas apontadas estão as dificuldades enfrentadas pelos técnicos do TCU para acessar dados da Receita Federal em razão de sigilo fiscal quanto a ações patrimoniais e receitas orçamentarias. O tribunal também aponta renúncia fiscal de R$ 314 bilhões, obtida em razão da concessão de benefícios tributários ao longo dos anos. 

PEC da Transição Durante a reunião, o senador Marcos Rogério (PL-RO) disse que o país vive um “momento atípico na política” e criticou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, em discussão no Congresso, destinada ao pagamento de benefícios sociais pelo governo do presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva. 

"Não se trata apenas de uma emenda de transição. Ela propõe um novo pacto de transição da responsabilidade fiscal, do compromisso do teto de gastos para um novo ambiente, totalmente descompromissado com o que o Parlamento desenhou para o pais não experimentar o que viveu no passado, no governo Dilma, o total descontrole em relação aos gastos públicos. Ela também retira o quórum qualificado para mudar a regra de ouro e submetê-la a lei complementar, e não mais por emenda constitucional", afirmou. 

Já o deputado Enio Verri (PT-PR) esclareceu que o próximo governo não pretende acabar com a âncora fiscal, mas apresentar um novo modelo até agosto de 2023, conforme prevê o texto da PEC da Transição, em apreciação no Congresso.

"Entendo que é falta de informação. O que não pode é falar o que não sabe, Não há como não ter uma âncora fiscal. O presidente Lula foi responsável em seus oito anos de governo. Vai se manter o teto de gastos. O teto não foi extinto. Aplicou-se um valor, aumentou. Até agosto vamos construir o teto de gastos, que falhou no governo Bolsonaro, que superou o teto em quatro. Respeito. Conhecimento sempre é bom e mantém o nível que essa Casa precisa ter, concluiu.

A deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS), por sua vez, criticou o governo de Jair Bolsonaro, atribuindo-lhe a “criação de verdadeiras aberrações com dinheiro público, como o orçamento secreto, a redução de investimentos, um orçamento anti povo para a tender especuladores financeiros”.

Presidida pelo deputado Celso Sabino (União-PA), a CMO volta a se reunir na terça-feira (13), quando deverão ser apreciados o relatório do Comitê de Admissibilidade de Emendas (CAE), da Lei Orçamentária de 2023 (PLN 32/2022) e prestações de contas dos governos Jair Bolsonaro, Dilma Rousseff e Fernando Collor, ainda pendentes de votação no colegiado. 

*Da Agência Senado

O senador Marcelo Castro (MDB-PI) entregou, na manhã desta terça-feira (29), o relatório preliminar ao Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2023 (PLOA 2023), segundo informa a secretaria da Comissão Mista de Orçamento do Congresso (CMO). Com isso, parlamentares poderão apresentar emendas ao parecer até o meio-dia desta terça.

O próximo passo da tramitação do Orçamento de 2023 é a votação do parecer preliminar na CMO, o que deve ocorrer em breve. Depois, vem a votação dos relatórios setoriais e, por último, do parecer final, que precisará passar também no plenário do Congresso.

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A expectativa é de que o Orçamento do ano que vem seja aprovado até 16 de dezembro. Antes, deve avançar a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição negociada pela equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para retirar o Bolsa Família do teto de gastos.

O PLOA de 2023 prevê R$ 105 bilhões em recursos para o programa social, dentro do teto. Se o Bolsa Família ficar fora das regras fiscais, esse montante poderá ser direcionado para outras áreas dentro do Orçamento, como para o aumento real do salário mínimo e programas como o Farmácia Popular e o Minha Casa, Minha Vida, além da merenda escolar, como o PT quer.

A PEC da Transição, ou do Bolsa Família, já foi protocolada no Senado, mas aguarda obter a assinatura de ao menos 27 senadores para poder começar a tramitar na Casa.

Também autor da matéria, Marcelo Castro disse mais cedo ter certeza de que conseguirá as assinaturas necessárias até o final da manhã. Pouco antes do fechamento deste texto, já havia 19 apoios formalizados à PEC.

O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin chegou há pouco ao Congresso para se reunir com o presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), deputado Celso Sabino (União Brasil-PA). O relator-geral do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), e o senador eleito Wellington Dias (PT-PI) também vão participar da conversa.

O foco do encontro será a PEC da transição, negociada pela equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para deixar promessas de campanha fora do teto de gastos - a regra que limita o crescimento das despesas do governo à variação da inflação.

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Antes de se dirigir ao Congresso, Alckmin se reuniu com os presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), nas residências oficiais de ambos.

Como mostrou o Broadcast mais cedo, há duas propostas de PEC sendo discutidas que devem ser apresentadas a Lula. O primeiro modelo retira do teto de gastos - a regra que limita o crescimento das despesas do governo à inflação do ano anterior - toda a despesa do Auxílio Brasil no ano que vem - cerca de R$ 105 bilhões, mais R$ 70 bilhões para garantir o valor de R$ 600 do benefício e R$ 150 para crianças com menos de 6 anos.

Isso não só garantiria o orçamento para o programa, que voltará a ser chamado de Bolsa Família, como liberaria R$ 105 bilhões para outras despesas. Segundo técnicos que acompanham as discussões, esse modelo - apelidado de "PEC fácil" - é considerado de tramitação mais simples, porque ficaria definido exatamente o espaço do "waiver" a ser concedido para o novo governo.

Já o outro modelo, que foi chamado de "PEC Transparente", direcionaria valores exatos para política que o novo governo deve recompor ou turbinar. Além dos R$ 70 bilhões para manter o programa de renda, essa opção traria os adicionais previstos para cada área, como cerca de R$ 15 bilhões para a Saúde, recursos carimbados para obras e o montante para possibilitar o aumento real de 1,3% ou 1,4% no salário mínimo. Críticos a esse modelo dizem que ele poderia deixar a "porteira aberta", ou seja, abrir espaço para a inclusão de novos gastos durante a tramitação do texto.

O Congresso Nacional analisa um projeto de lei que libera mais de R$ 1,2 bilhão para o Ministério de Minas e Energia. O dinheiro será usado para a capitalização inicial de uma nova estatal, a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional S.A., a ser criada para atuar como controladora das empresas Itaipu Binacional e a Eletrobras Termonuclear S.A. 

 O PLN 16/2022 responde sozinho por quase metade dos créditos pendentes de votação no Congresso, que somam mais de R$ 3 bilhões. Ao todo, 16 projetos abrem créditos especiais ou suplementares que ainda precisam passar pela Comissão Mista de Orçamento (CMO), antes de serem votadas por senadores e deputados em sessão conjunta. 

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Dos 16 projetos em tramitação, nove são recentes e ainda não foram encaminhados à CMO. Eles dependem de despacho do presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, como o que abre crédito para a nova estatal. Segundo o Palácio do Planalto, o crédito especial não afeta a obtenção da meta de resultado primário fixada para este ano. 

Outro projeto que aguarda despacho à CMO é o PLN 23/2022, que libera R$ 379,7 milhões para a Petrobras. Os recursos devem ser aplicados na implantação de unidades de processamento de gás natural do pólo pré-sal da Bacia de Santos, com capacidade de processamento de 21 milhões de metros cúbicos por dia.

  O PLN 26/2022 também depende de despacho. O texto abre crédito de R$ 136,6 milhões para a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. O dinheiro deve ser usado para reforçar a manutenção e a adequação de bens móveis, veículos, máquinas e equipamentos. 

Segundo o Poder Executivo, o valor originalmente previsto no Orçamento para a aquisição de veículos “mostrou-se insuficiente”, tendo em vista o aumento da carga em 39% e a elevação dos preços dos veículos em mais de 75%. “Ademais, 29% da frota de motos e furgões encontram-se fora da vida útil e a falta de renovação acarreta a elevação das despesas de custeio como o custo com manutenção por quilômetro rodado dos veículos”, justifica o Palácio do Planalto. 

PLNs com emendas

Dos sete projetos que já foram encaminhados à CMO, dois receberam emendas dos parlamentares. O mais expressivo é o PLN 12/2022, que libera R$ 596,2 milhões para diversos órgãos do Poder Executivo e operações oficiais de crédito. 

O relator da matéria, senador Alexandre Silveira (PSD-MG), deve apresentar parecer sobre as sete emendas propostas. Os senadores Davi Alcolumbre (União-AM) e Rose de Freitas (MDB-ES) estão entre os parlamentares que sugeriram alterações no texto encaminhado pelo Poder Executivo. 

O Ministério do Desenvolvimento Regional fica com 69,8% dos recursos previstos no PLN 12/2022 por meio de operações oficiais de crédito. O dinheiro reforça dotações do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) e do Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FDCO). 

O Ministério da Infraestrutura deve receber 15,4% dos recursos. Parte do crédito será usada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em serviços de controle de velocidade e pesagem em rodovias federais. A outra parte vai para o Fundo Nacional de Segurança e Educação do Trânsito (Funset) e deve ser usado na promoção de cursos de capacitação para integrantes do Sistema Nacional de Trânsito. 

O Ministério da Educação fica com 5,1% dos recursos. O dinheiro vai para o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e para o Complexo Hospitalar e de Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Os 9,7% remanescentes serão distribuídos entre as pastas de Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Justiça e Segurança Pública; Saúde; Comunicações; Defesa; Desenvolvimento Regional; e Cidadania.  Outro projeto que recebeu emendas é o PLN 11/2022, que libera R$ 35,3 milhões para vários ministérios. São beneficiadas as pastas de Ciência, Tecnologia e Inovações; Educação; Justiça e Segurança Pública; Minas e Energia; Infraestrutura; Comunicações; e Desenvolvimento Regional. O texto aguarda designação de relator na CMO. 

PLNs sem emendas

Quatro projetos encaminhados à CMO não receberam emendas e agora dependem da apresentação de relatórios para votação no colegiado. Destaque para o PLN 7/2022, que libera R$ 524 milhões para o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). Segundo o Banco Central, os recursos disponíveis atualmente são insuficientes para cobrir obrigações estimadas em R$ 2,9 bilhões. 

“A necessidade dessa dotação decorre de evento climático extremo, anormal e inesperado ocorrido no fim do ano de 2021 e início de 2022, que impactou fortemente o agronegócio, com volume elevadíssimo de pedidos de cobertura de indenizações e restituições, as quais extrapolaram as estimativas de orçamento do programa gerando despesas adicionais ao Proagro”, justifica o Poder Executivo. 

Prazo para emendas

Apenas um projeto aguarda apresentação de emendas: o PLN 20/2022, que libera R$ 58 milhões para o Poder Judiciário. A maior parte do crédito especial (94,8%) vai para reformas no Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, na Bahia. Os 5,2% restantes devem ser aplicados na implantação de usinas fotovoltaicas em imóveis da Justiça Federal em Campo Grande, Dourados e Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul. O prazo para apresentação de emendas vai até o dia 8 de agosto. 

*Da Agência Senado

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso aprovou nesta terça-feira, 21, o relatório final do Orçamento de 2022, apresentado pelo relator, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), que destina R$ 4,9 bilhões para campanhas eleitorais no ano que vem. Os parlamentares também incluíram uma previsão de R$ 1,7 bilhão para reajuste salarial a policiais federais, uma demanda do presidente da República, Jair Bolsonaro.

Apenas Novo e PSOL, que criticaram o valor do fundo eleitoral e das emendas do orçamento secreto, estimadas em R$ 16,5 bilhões, votaram contra.

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Antes de o projeto orçamentário ser analisado no plenário do Congresso, onde todos os deputados e senadores podem votar, os parlamentares que integram a CMO discutem os chamados destaques, propostas de alteração em algum trecho específico.

O valor do fundo eleitoral em R$ 4,9 bilhões para 2022 foi definido após negociações com líderes do Centrão, que resistiam em reduzir o valor previsto inicialmente, de R$ 5,1 bilhões. Na prática, o recurso para o financiamento das campanhas políticas no ano que vem será 144% maior do que o valor destinado na eleição de 2020, de R$ 2 bilhões. Ou seja, as eleições de 2022 terão o maior volume de recursos públicos da história.

O relator propôs inicialmente um valor de R$ 5,1 bilhões para o chamado "fundão". Diante de críticas, reduziu para R$ 4,7 bilhões e direcionou a diferença para a educação. A mudança, porém, causou reação do Centrão na Câmara, o que fez com que Leal apresentasse uma nova versão do parecer com R$ 4,9 bilhões para o fundo eleitoral.

O relator, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), citou o gasto social e o tamanho do orçamento federal para justificar o aumento do fundo eleitoral e o patamar de emendas do orçamento secreto em 2022, ano de eleições presidenciais.

"É claro que nós entendemos o debate, a discussão e às vezes a polêmica que ocasiona, por exemplo, com o fundo eleitoral, que também é ponto porcentual nesse universo de trilhões que estamos discutindo. Tudo isso é passível de debate, mas não podemos perder de vista o que temos para o futuro, o que estamos construindo para o País nesse momento", disse Leal.

Em relação ao orçamento secreto, esse tipo de recurso poderá ser distribuído sem critérios claros de destinação ou transparência sobre os parlamentares beneficiados.

Leal prometeu empenho para dar transparência a essas indicações, mas ponderou que o debate precisa ser feito sobre todo o Orçamento, e não apenas nas emendas carimbadas como RP-9. "Quanto mais poder, melhor age quem compartilha, quem discute. Pode errar, mas erra de forma compartilhada", disse o relator, ao fazer referência a essas emendas.

A repercussão negativa após o Congresso impor o maior volume de dinheiro público da história para financiar campanhas políticas em 2022 fez com que parlamentares adiassem a decisão final sobre o valor. Senadores pressionam para que haja uma redução, enquanto deputados do Centrão tentam manter a cifra acima dos R$ 5 bilhões, mais do que o dobro do destinado no ano passado, de R$ 2 bilhões. Com isso, a votação do Orçamento do ano que vem, prevista para essa segunda-feira (20), foi adiada para esta terça (21).

Por decisão do Congresso, o limite para o fundo eleitoral do ano que vem é de R$ 5,7 bilhões. O deputado Hugo Leal (PSD-RJ), relator do Orçamento, propôs nesta segunta reservar uma quantia um pouco menor, de R$ 5,1 bilhões para gastos de campanha, mas senadores que integram a Comissão Mista de Orçamento (CMO) defendem uma redução ainda maior para poder realocar parte dos recursos em outras áreas, como educação. As cifras discutidas, porém, continuam a representar um recorde.

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"Quando se fala em recurso público, dinheiro do povo, ele tem que ser usado com a máxima parcimônia, com o máximo comedimento", afirmou o vice-líder do MDB no Senado, Marcelo Castro (PI), durante reunião da comissão. "Por isso, a nossa posição do MDB, e eu já conversei com o nosso líder, senador Eduardo Braga (AM), é para a gente colocar o mínimo possível necessário para poder financiar as campanhas", disse ele. O MDB, porém, foi favorável na semana passada à derrubada do veto presidencial que limitava o aumento.

O relator do orçamento da área Educação, senador Wellington Fagundes (PL-MT), defendeu retirar R$ 400 milhões do chamado "fundão" para investir em obras inacabadas de escolas.

Resistência

Apesar do veto, o presidente Jair Bolsonaro lavou as mãos para que a sua base negociasse o valor maior e liberou parlamentares aliados a votarem como quisessem. Integrantes do Centrão, do qual faz parte o PL, partido do presidente, resistem a reduzir além dos R$ 5,1 bilhões proposto pelo relator.

Um grupo coordenado pelos deputados Danilo Forte (PSDB-CE) e Carlos Zarattini (PT-SP) foi formado ontem para discutir o novo valor do fundo eleitoral. Em reunião que se estendeu até a noite, parlamentares tentavam fechar em R$ 4,7 bilhões, mas as conversas devem continuar ainda hoje.

"Não há consenso na bancada da permanência do número que foi colocado. Uma boa parte da comissão está pleiteando que esse número seja reduzido", afirmou a senadora Rose de Freitas (MDB-ES), que preside a comissão de orçamento.

Mesmo que haja uma redução, o valor do fundo eleitoral deve ser o maior da história. As legendas ainda terão no ano que vem R$ 1,1 bilhão do fundo partidário, criado para bancar as estruturas das legendas, mas que também pode ser usado para custear candidaturas.

Na prática, o dinheiro do fundo eleitoral vai para a conta dos partidos, cabendo aos dirigentes de cada legenda decidir como farão a distribuição entre os candidatos. Um levantamento do cientista político Bruno Carazza mostrou que, em 2018, essa partilha privilegiou presidentes das siglas, alguns deles deputados que buscavam a reeleição. Foi o caso de Luciano Bivar (PSL-PE), que ficou com quase 30% do total reservado aos candidatos à Câmara da sua sigla.

Orçamento secreto

O relatório final do Orçamento de 2022, apresentado ontem por Leal, também prevê R$ 16,5 bilhões em emendas do orçamento secreto para o próximo ano. Com isso, o Congresso seguirá carimbando essa fatia de recursos federais para repasses a redutos políticos de deputados e senadores em ano eleitoral. Como revelou o Estadão, o governo de Bolsonaro distribuiu bilhões de reais a um grupo de parlamentares em troca de apoio em votações de interesse do Palácio do Planalto.

A execução das verbas chegou a ser suspensa pelo Supremo, mas foi liberada após um movimento da cúpula do Legislativo para retomar as transferências. Para 2022, o Congresso aprovou uma regulamentação estipulando um nível de transparência dos autores das indicações. Especialistas e parlamentares críticos ao esquema, no entanto, ainda questionam como isso será feito. Além disso, não há critério de distribuição entre bancadas e regiões do País.

Mais emendas

Ao todo, o Congresso deve carimbar R$ 37,7 bilhões em emendas parlamentares em 2022, segundo o relatório do Orçamento apresentado por Leal. A conta inclui, além das emendas de relator, mecanismo do orçamento secreto, as indicações individuais que cada parlamentar tem direito, as bancadas estaduais e das comissões.

Em 2021, por exemplo, o volume de emendas autorizadas foi de R$ 36,1 bilhões, considerando a inflação. Na prática, os parlamentares se articulam para manter um nível ainda maior de recursos a redutos políticos em ano eleitoral.

Esse tipo de recurso é indicado por deputados e senadores no Orçamento, mas a liberação depende do governo federal, que geralmente utiliza esse poder como moeda de troca ao longo do ano para conseguir apoio no Congresso. Pelo terceiro ano, o relator-geral ficará com a maior fatia das emendas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senadora Rose de Freitas (MDB-ES), adiou para terça-feira (21) a votação do relatório final do deputado Hugo Leal (PSD-RJ) ao Orçamento de 2022 (PLN 19/2021). As duas sessões do Congresso Nacional convocadas para a análise da matéria nesta segunda-feira (20) foram canceladas. O texto prevê salário mínimo de R$ 1.210, inflação de 5,02%, taxa de juros de 11,25% e dólar de R$ 5,55 no próximo ano.

Rose de Freitas disse que o relatório de Hugo Leal será apenas debatido nesta segunda-feira, em reuniões marcadas para as 14h e as 17h. A intenção é discutir eventuais ajustes nas dotações previstas para as áreas de Educação e Saúde.

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— Infelizmente, o relatório foi apresentado na madrugada. O tempo para o conhecimento do relatório não é suficiente para que todos leiam e possam apresentar destaques. Ele será debatido, mas não há tempo suficiente para votar esse relatório hoje [segunda-feira] — afirmou.

Senadores, deputados, bancadas estaduais e comissões permanentes apresentaram um total de 6.689 emendas ao Orçamento. O deputado Hugo Leal atendeu R$ 21,1 bilhões em sugestões de despesas individuais e coletivas. As emendas de relator somam R$ 16,5 bilhões e vão atender 30 programações. As principais são custeio dos serviços de atenção primária à saúde (R$ 4,6 bilhões) e serviços de assistência hospitalar e ambulatorial (R$ 2,6 bilhões).

O relatório eleva a previsão de gastos que dependem da aprovação de crédito suplementar pelo Congresso Nacional. O projeto original do Poder Executivo fixava essa parcela em R$ 105,4 bilhões. Hugo Leal aumenta a estimativa para R$ 121,8 bilhões, um acréscimo de R$ 16,4 bilhões.

O texto fixa as despesas da União em R$ 4,8 trilhões. Desse total, R$ 1,8 trilhão será usado para refinanciamento da dívida pública. Outros R$ 96,5 bilhões, que correspondem ao orçamento de investimento, devem ser aplicados em empresas controladas pela União. A diferença de R$ 2,8 trilhões vai para os orçamentos fiscal e da seguridade. O montante deve financiar órgãos e entidades da administração pública, além de despesas em saúde, previdência e assistência social.

Cenário macroeconômico

O parecer da CMO sinaliza mudanças no cenário macroeconômico para 2022. O projeto original, enviado em agosto pelo Poder Executivo, fixava o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 3,5%. A taxa adotada pela CMO é de 5,02%, de acordo com a última estimativa divulgada pelo Boletim Focus.

O texto também altera a medida da aceleração inflacionária, captada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). A taxa é utilizada para a correção do salário mínimo e dos valores dos benefícios previdenciários e assistenciais. A projeção salta dos 3,42% previstos inicialmente para 4,25%. O salário mínimo fica em R$ 1.210, acima dos R$ 1.169 sugeridos pelo Poder Executivo.

A taxa básica de juros (Selic) no final de 2022, inicialmente estimada em 6,65%, é fixada no parecer em 11,25%. O relator também alterou a expectativa sobre o comportamento do dólar. O câmbio foi revisado de R$ 5,20 para R$ 5,55 no final do próximo ano. Ambos os parâmetros seguem previsão do Boletim Focus.

A expectativa é de que o produto interno bruto (PIB) chegue a R$ 9,53 trilhões em 2022, uma variação de 5,01% em relação a 2021. O déficit primário é calculado em R$ 79,3 bilhões, abaixo da meta de R$ 170,5 bilhões sugerida pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Teto e Auxílio Brasil

A promulgação da Emenda Constitucional 113, de 2021, alterou os critérios para o cálculo do teto de gastos. Com isso, o limite de despesas da União em 2022 saltou de R$ 1,61 trilhão para R$ 1,66 trilhão, já descontados os ajustes em despesas com pessoal e subsídios que devem ser pagos até 2023.

Hugo Leal destina a margem extra para o programa Auxílio Brasil e outras ações em seguridade social. Segundo o Ministério da Economia, o benefício médio será de R$ 415 mensais por família. A dotação inicialmente prevista para o Auxílio Brasil era de R$ 34,7 bilhões para atender 14,7 milhões de famílias. O relatório final destina R$ 89 bilhões para 17,9 milhões de famílias — uma diferença de R$ 54,4 bilhões.

O texto eleva o investimento em Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE). A despesa salta dos R$ 60,2 bilhões inicialmente previstos pelo Poder Executivo para R$ 62,8 bilhões. A complementação da União ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) alcança R$ 30,1 bilhões. Consideradas todas as fontes de recursos, outros R$ 50,6 bilhões devem ser aplicados na área.

O Orçamento prevê a aplicação de R$ 147,7 bilhões em ações e serviços públicos de saúde (ASPS). O valor supera os R$ 140 bilhões previstos pelo Poder Executivo para 2022. O texto destina para essa área mais R$ 0,9 bilhão em royalties e participação especial oriundos da exploração de petróleo e gás natural.

O Financiamento de Campanha Eleitoral é definido em R$ 5,1 bilhões. Na proposta original, eram R$ 2,1 bilhões. O Auxílio Gás dos Brasileiros, que não tinha previsão no projeto original, fica com R$ 1,9 bilhão.

Obras irregulares

O relatório classifica três projetos em andamento como obras com indícios de irregularidades graves. Com isso, poderão ter a execução física, orçamentária e financeira bloqueada pelo Congresso Nacional as seguintes obras: construção de um trecho da BR-040 no Rio de Janeiro; ampliação de capacidade da BR-209 no Rio Grande do Sul; e aplicação de recursos na Ferrovia Transnordestina.

O relator-geral do Orçamento, deputado Hugo Leal, propôs ainda uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para alterar o cálculo do teto de gastos da União. O texto atua em três frentes: permite que o Executivo utilize a margem fiscal relativa aos limites individualizados de órgãos de outros Poderes; prevê que o teto de gastos seja redefinido a cada quatro anos; e desvincula a aplicação da margem fiscal aberta com a promulgação das Emendas Constitucionais 113 e 114, de 2021.

*Da Agência Senado

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou relatório setorial do senador Angelo Coronel (PSD-BA) que mantém em R$ 2,128 bilhões o Fundo Especial de Financiamento de Campanhas no próximo ano.

O Orçamento 2022 (PLN 19/21) tem 16 áreas temáticas, e os relatórios setoriais serão votados até esta segunda-feira (13). O relatório final, do deputado Hugo Leal (PSD-RJ), deve ser entregue nesta quinta-feira (16) e votado até sexta-feira (17), para ser analisado em seguida pelo Plenário do Congresso Nacional.

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A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) apresentou destaque para reduzir o valor do Fundo Eleitoral para R$ 1 bilhão, mas a mudança foi rejeitada. "O valor é um desrespeito à população que sofre com a crise econômica e sanitária. Que a gente aprenda a fazer campanhas mais baratas e destine os recursos para áreas essenciais que precisam do dinheiro", pediu a parlamentar.

Transferências

O relatório setorial de "Economia, Trabalho e Previdência" destina R$ 3,3 bilhões para transferências a estados, Distrito Federal e municípios. O Ministério da Economia receberá R$ 6,8 milhões; e o Ministério do Trabalho e da Previdência, R$ 3,8 milhões.

A proposta de Angelo Coronel recebeu 869 emendas individuais, que somam R$ 3,287 bilhões. Quase a totalidade vão atender a transferências especiais, entregues diretamente ao ente beneficiário. Ainda há R$ 2,6 milhões para emendas de comissão e R$ 50 mil de emenda da bancada do Paraná.

O senador cortou R$ 74,8 milhões de investimentos no funcionamento da máquina administrativa para transferir esses recursos a emendas de relator-geral do Orçamento, classificadas como RP9.

*Da Agência Câmara de Notícias

Os recursos para o Ministério da Educação deverão ter aumento da ordem de 28% em 2022, em comparação a 2021, podendo chegar a R$ 134,7 bilhões. A informação foi dada nesta quinta-feira (3) pelo relator das emendas destinadas à Educação na Comissão Mista de Orçamento (CMO), senador Wellington Fagundes (PL-MT). Ele participou da segunda audiência pública da Subcomissão Temporária para Acompanhamento da Educação na Pandemia, que funciona no âmbito do Senado. Com esse aumento de verba, o parlamentar acredita que será possível a adoção de medidas para garantir um retorno seguro dos estudantes às escolas em todo o país, num cenário de pós-pandemia de coronavírus. 

Mas, além do reforço no Orçamento, Fagundes defendeu a discussão e a elaboração de medidas estratégicas pedagógicas eficientes tanto para a continuidade do ensino remoto quanto para aqueles que não se adaptaram às novas tecnologias educacionais. Ele considerou um avanço para o Brasil a sanção da Lei 14.187/2021, que autoriza estruturas industriais destinadas à fabricação de vacinas de uso veterinário a serem usadas na produção de imunizantes contra a covid-19. E ponderou que, além de ter ajudado o país a progredir na imunização dos brasileiros, também é fundamental o Congresso Nacional se empenhar sobre uma agenda que “desembarace a educação no país”. 

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"Todo esse trabalho em favor da ciência é para abrir o mercado promissor que tem como cliente o Brasil, colocando no braço de cada brasileiro o imunizante “verde e amarelo”, nos deixando preparados para outras pandemias ou epidemias. E colocando de volta o aluno em sala de aula com total segurança. Renovo a minha disposição nessa verdadeira missão de guerra, falando para cada brasileiro que passou pelo medo de ter a vida ceifada ou pela tristeza de perder um ente querido", declarou. 

Investimento, não "despesa"

Presidente da subcomissão, que é vinculada à Comissão de Acompanhamento da Covid-19, o senador Flávio Arns (Podemos-PR) falou da expectativa em torno dos investimentos no setor e reforçou que a ideia é reunir a contribuição do máximo de colaboradores e gestores, de modo a minimizar os efeitos da pandemia sobre a realidade da educação nas diversas regiões do país. Ao adiantar que a próxima audiência pública do colegiado está agendada para a as 10h da segunda-feira, dia 8, Flávio Arns disse que tem a intenção de tornar o debate permanente e, o acompanhamento dessas ações, continuado ao longo de 2022. 

A senadora Zenaide Maia (Pros-RN) afirmou que, sem educação, não há democracia, desenvolvimento e nem ciência e tecnologia. Na visão da parlamentar, é inadmissível que o poder público continue considerando educação uma mera "despesa", ao invés de vê-la como investimento, já que a área é a “mola do crescimento nacional”. Ela criticou a Emenda Constitucional 95, que congelou investimentos públicos em áreas como saúde, educação e ciência social por 20 anos, bem como a MP 795/2017, que resultou na Lei 13.586/2017, e dá incentivos fiscais para empresas petrolíferas. 

"Não está faltando dinheiro, mas estão destinando o retorno de impostos que seriam da educação para encher os bolsos de quem já têm muito. E aqui estamos fazendo o que existe de mais importante: dar conhecimento à população, porque tem de onde tirar os recursos. O abismo é cada vez maior entre os mais ricos e os mais pobres deste país e a gente não pode perder a capacidade de se indignar. É preciso investir em educação, ciência e tecnologia, que o resto vem naturalmente. E isso é uma decisão política", afirmou. 

Desafios acentuados

Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Manoel Gomes Araújo Filho disse que o órgão está entre os mais interessados no retorno das aulas presenciais. Segundo ele, questões como defasagem na aprendizagem, má formação dos profissionais do ensino e falta de estrutura nas escolas existem desde antes da pandemia e somente foram reforçados durante a crise sanitária. Para o debatedor, não há respostas diretas ou específicas que resolvam os problemas da educação no país. Segundo Heleno, esse caminho passa por diálogos sociais e políticos que, conforme declarou, ainda não foram institucionalmente estabelecidos. 

Na opinião de Araújo Filho, embora discussões como as promovidas pelo Senado sejam um caminho, o mesmo não ocorre por meio do Poder Executivo. Ele disse que nenhum ministro do governo de Jair Bolsonaro respondeu a pedidos da CNTE para discussões sobre temas que tenham ligação direta com o assunto. 

"Isso se repete em muitos governos estaduais ou municipais, onde as decisões são tomadas por pequenos grupos, chamados de especialistas, mas desconsiderando o conhecimento da comunidade escolar, que são as pessoas que sabem a fundo as realidades e necessidades e podem contribuir com estratégias muito mais eficazes para reduzir esses problemas já levantados". 

Educação laica e inclusiva

Um trabalho conjunto com os professores brasileiros de modo a assegurar a garantia do direito a uma educação laica, pública, inclusiva e equitativa. Esse é um dos maiores desafios ao cenário da educação brasileira no próximo ano, na opinião do presidente da União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (UNCME), Manoel Humberto Gonzaga Lima. Conforme o debatedor, é necessário estabelecer uma consciência coletiva sobre os números da exclusão escolar impostos pela pandemia em 2020 e 2021 e tratar com atenção especial as escolas do campo, segundo ele, afetadas com maior força pela realidade da falta de tecnologias para aprendizagem. 

Lima elogiou as iniciativas do Senado no tocante às melhorias para a educação e mencionou, como exemplo, o empenho da Casa para a aprovação e a promulgação da emenda constitucional que tornou permanente o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Para o especialista, tem sido fundamental o trabalho dos parlamentares na elaboração da estratégia educacional para os próximos anos. 

Participação popular

A audiência pública teve a participação de internautas, que enviaram encaminhamentos, dúvidas e sugestões por meio do canal e-Cidadania. É o caso de Rafael dos Santos Torres, do Rio Grande do Sul, que defendeu a volta das aulas presenciais e embasou seu posicionamento no fato de ter percebido como a educação de uma irmã mais nova foi afetada pelo isolamento social obrigatório. Para Junia Alba Goncalves, de Minas Gerais, o ensino durante a pandemia revelou muitas fragilidades nas políticas públicas, uma delas, conforme descreveu, foi a falta de oferta de tecnologias aos alunos e professores. E Anna Christina Sebaio, também de Minas Gerais, escreveu que levar os alunos para a sala de aula tem sido um trabalho árduo. “Necessitamos despertá-los novamente para fazer parte da escola”, declarou.

*Da Agência Senado

 

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou, nesta segunda-feira (12), o relatório preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022. A sessão desta manhã retomou as discussões que haviam sido iniciadas na quinta-feira (8), uma vez que os parlamentares pediram mais tempo para analisar o texto. Relatado pelo deputado Juscelino Filho (DEM-MA), o parecer preliminar não acatou nenhuma das 19 emendas apresentadas pelos parlamentares.

Após a apreciação do relatório, a presidente da CMO, Rose de Freitas (MDB-ES), manteve o prazo para apresentação de emendas por parte dos deputados e senadores ao relatório final da LDO. Ele ficará aberto até quarta-feira (14), às 12h.

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Ainda não há data para a votação do relatório final da LDO pela comissão, nem pelo Plenário, o que aumenta as chances de o Congresso não entrar em recesso formal. Se a LDO não for aprovada em Plenário até o dia 17 de julho, o recesso formal - entre 17 e 31 de julho - terá que ser suspenso. Nessa situação, haveria o chamado "recesso branco", que permite o funcionamento de todas as estruturas do Legislativo, inclusive a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou nesta quinta-feira (4) o relatório preliminar da Lei Orçamentária Anual de 2021 (PLN 28/2020). Ele ainda não conta com a previsão de pagamento do novo auxílio emergencial. Agora o texto passará pelos relatores setoriais, que podem fazer remanejamentos financeiros, e depois a comissão ainda votará o relatório final.

O auxílio emergencial é autorizado pela PEC Emergencial (PEC 186/2019), que foi aprovada pelo Senado também nesta quinta e agora segue para a Câmara dos Deputados. A PEC limita o gasto total com o auxílio a R$ 44 bilhões, mas o relator-geral do Orçamento, senador Marcio Bittar (MDB-AC) prevê um gasto menor.

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“Estender o auxílio emergencial por apenas quatro meses, em menor valor, e a um público reduzido à metade custaria cerca de R$ 30 bilhões. Alternativa em debate é a extensão do Bolsa Família para candidatos que já estão na fila do programa, cujo impacto fiscal seria de aproximadamente R$ 10 bilhões. Ou seja, mais facilmente acomodado por meio de remanejamentos e sem impactar o teto de gastos e a meta de resultado primário”, afirma ele em seu parecer.

Os recursos destinados ao auxílio não serão limitados pelo teto de gastos, não serão contabilizados para o limite de endividamento público do governo federal e não serão considerados no cálculo do saldo primário do ano. Após a aprovação definitiva da PEC, o Executivo deve editar uma medida provisória para definir os critérios de acesso e a fonte de recursos para o programa.

Emendas

Marcio Bittar aceitou três sugestões da comissão feitas durante a discussão do relatório preliminar. Primeiro, o deputado Lucas Vergílio (Solidariedade-GO) propôs elevar o limite de remanejamentos orçamentários que os relatores setoriais poderão promover. Agora, esse teto será de 60% para cada rubrica orçamentária, em vez dos originais 40%.

Depois, a deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO) propôs incluir, entre as alocações orçamentárias permitidas ao relator-geral, um acréscimo na complementação da União ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Segundo ela, os recursos para isso podem vir da reestimativa de receitas para o ano, que elevou a arrecadação.

Por fim, o deputado Zé Vitor (PL-MG) também sugeriu uma inclusão à lista de alocações permitidas ao relator-geral: neste caso, verbas para hospitais universitários e para infraestrutura.

Já uma proposta da deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) para restringir as alocações do relator-geral a áreas urgentes em 2021 (como saúde, educação e moradia) foi rejeitada pela comissão, mas Marcio Bittar se comprometeu a dar mais atenção a essas áreas e dialogar com representantes quando for aplicar suas emendas orçamentárias.

“Regra de ouro”

O relatório preliminar ao Orçamento projeta R$ 4,291 trilhões em despesas para 2021. São R$ 4,147 trilhões oriundos dos orçamentos fiscal e da seguridade social, e R$ 144,3 bilhões do orçamento de investimento das estatais.

Segundo o relator, R$ 453,7 bilhões previstos em operações de crédito ultrapassam a chamada “regra de ouro”. Isso significa que a execução desses recursos depende da aprovação, pelo Congresso Nacional, de projeto de crédito suplementar. O valor corresponde a 26,3% do total de despesas primárias projetadas para 2021 (R$ 1,722 trilhão).

Os ministérios da Economia (R$ 288,3 bilhões), da Defesa (R$ 50,7 bilhões) e da Educação (R$ 48,5 bilhões) concentram 85,4% do total de despesas condicionadas. “Elas estão maciçamente concentradas em dois grupos: benefícios previdenciários e despesas com pessoal e encargos sociais. Esses dois grupos somam R$ 391,4 bilhões em despesas condicionadas, perfazendo 86,3% do total”, explica Bittar. As pastas da Saúde (R$ 2,3 bilhões) e da Cidadania (R$ 1,1 bilhão) têm um volume mais baixo de despesas desse tipo.

O total das despesas primárias do governo central (descontada a repartição de receitas) é de R$ 1,516 trilhão — o equivalente a 19,8% do PIB. Os principais gastos são distribuídos em pessoal e encargos sociais (R$ 337,3 bilhões); benefícios previdenciários (R$ 704,4 bilhões); despesas obrigatórias (R$ 378,9 bilhões); e despesas discricionárias do Poder Executivo (R$ 96,1 bilhões).

O relator classifica a rigidez orçamentária como “um grave problema fiscal que ocorre no Brasil”. Segundo ele, 93% das despesas do projeto de lei orçamentária (PLOA 2021) são obrigatórias. “O total das despesas discricionárias nunca foi tão baixo, consequência, em grande parte, da aplicação do teto de gastos da União desde 2017”, afirma Marcio Bittar.

De acordo com o relatório preliminar, as despesas com seguridade social (R$ 1,157 trilhão) não poderão ser pagas com as respectivas receitas (R$ 861 bilhões). “Assim, o deficit de R$ 296,4 bilhões é coberto por recursos do orçamento fiscal. Esse deficit cresceu 4,6% em relação a 2020, quando alcançou R$ 283,3 bilhões”, explica Marcio Bittar. O refinanciamento da dívida pública deve consumir R$ 1,603 trilhão.

Teto de gastos e reformas

A mensagem original do Poder Executivo “não destaca medidas específicas de política fiscal a serem adotadas” em 2021 além do teto de gastos. Partindo do limite previsto em 2020, o texto prevê um valor máximo de R$ 1,48 trilhão em despesas. “O teto, para além de ser o pilar da consolidação fiscal, permitirá fortalecer o arcabouço de proteção social, transferindo-se recursos de programas sociais ineficientes para os de comprovada eficácia no combate à pobreza”, afirma Marcio Bittar.

O projeto original de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2021 também previa apenas o teto de gastos como “única regra a limitar as despesas da União” após a pandemia. De acordo com a proposta, a meta primária deveria ser variável e sofrer novos ajustes a cada avaliação bimestral de receitas e de despesas.

Depois de reações negativas, o Poder Executivo encaminhou uma nova proposta de resultado fiscal, que foi aprovada pelo Congresso Nacional. O deficit primário do governo central para 2021 foi estimado em R$ 247,1 bilhões, o equivalente a 3,2% do PIB. Em 2020, ele foi de 10,06% do PIB. “É notável o ajuste fiscal previsto para 2021, da ordem de 7% do PIB. Não obstante, o endividamento público continuará a se agravar. Só em 2023 pode-se esperar um desempenho fiscal comparável ao de 2018, com o deficit primário do governo central reduzido a 1,68% do PIB”, prevê o relator.

Segundo Bittar, o Poder Executivo pretende “implementar um conjunto amplo de reformas pró-mercado”. Entre elas, os novos marcos regulatórios do saneamento básico e do setor de gás natural, as reformas tributária e administrativa, a redução de subsídios concedidos pela União e a agenda de concessões e privatizações. “O governo federal estaria diminuindo sua presença em atividades que cabem ao setor privado, com a redução de sua participação no capital de empresas estatais, e abrindo-lhe espaço para que faça investimentos em infraestrutura, antes prioritariamente a cargo do Estado: petróleo e gás, ferrovias, cabotagem, energia e saneamento”, destaca.   

Covid-19 e economia

Segundo o relator, a previsão e a interpretação de variáveis macroeconômicas em 2021 “estão consideravelmente comprometidas, dada a situação de desequilíbrio agudo das economias brasileira e mundial” provocada pela pandemia de coronavírus. “Poucas certezas há, exceto a de que houve no ano passado considerável contração da atividade econômica que terá reflexos no ano em curso”, afirma Bittar.

O documento projeta um crescimento real do produto interno bruto (PIB) de 3,2% em 2021 e de 2,5% em 2022, segundo estimativa do Poder Executivo. A contração do PIB em 2020 foi 4,1%. “Apesar do impacto adverso imediato da pandemia, o cenário macroeconômico para o biênio 2021-2022 prevê recuperação da atividade econômica já a partir de 2021. Contudo, o crescimento econômico projetado em 2021 não é suficiente para recuperar as perdas de 2020”, pondera o relator-geral do Orçamento.

Bittar destaca que a dívida bruta do governo geral alcançou 89,3% do PIB em dezembro passado, “em grande parte devido a medidas emergenciais para atenuar o choque negativo do distanciamento social”. “As medidas de proteção social tiveram elevadíssimo custo fiscal, estimado em mais de 5% do PIB (hoje em mais de 7% do PIB), e incluíram o auxílio emergencial, apoio financeiro a estados e municípios e o benefício emergencial de preservação do emprego e da renda”, explica.

Renúncia, saúde e educação

O relatório preliminar alerta para o volume de recursos que a União deixa de arrecadar com renúncias fiscais: R$ 307,9 bilhões em 2021 (4% do PIB). Os maiores benefícios são desonerações no imposto de renda (R$ 125 bilhões), da Cofins (R$ 74,7 bilhões) e na contribuição para o Regime Geral de Previdência Social (R$ 49,3 bilhões). Juntos, eles respondem por quase 81% do total do gasto tributário estimado para o ano.

Marcio Bittar destaca ainda que 65,5% das renúncias tributárias beneficiam as regiões Sul e Sudeste. Nas demais regiões, a distribuição percentual dos benefícios é de 13,5% para o Nordeste, 11,2% para o Norte e 9,8% para o Centro-Oeste.

Segundo o relatório preliminar, o piso constitucional para despesas com a saúde é de R$ 123,8 bilhões em 2021. O montante corresponde ao piso de 2020 (R$ 121,2 bilhões) corrigido pela variação do IPCA entre julho de 2018 e junho de 2019 (2,13%). A área deve receber ainda R$ 729,3 milhões de royalties e participação especial pela exploração de petróleo e gás natural.

Na educação, o piso é de R$ 55,6 bilhões. De acordo com a proposta orçamentária, a área de manutenção e desenvolvimento do ensino deve receber uma aplicação extra de R$ 20,9 bilhões.

Investimentos e emendas

O relatório preliminar prevê R$ 170,2 bilhões em despesas com investimentos — o equivalente a 2,2% do PIB. “Ao analisar a evolução das despesas com investimentos nos orçamentos fiscal e da seguridade social desde 2012, verifica-se significativa tendência de redução nos valores propostos, autorizados e executados”, afirma Bittar.

Para atender as emendas apresentadas por senadores e deputados, o relator decidiu sugerir um “corte prévio linear” de 2,2% no total dos recursos alocados em programações discricionárias do Poder Executivo. A diminuição se restringe a ações classificadas como outras despesas correntes, investimento e inversões financeiras.

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou nesta quinta-feira (4) o relatório preliminar da Lei Orçamentária Anual de 2021 (PLN 28/2020). Ele ainda não conta com a previsão de pagamento do novo auxílio emergencial. Agora o texto passará pelos relatores setoriais, que podem fazer remanejamentos financeiros, e depois a comissão ainda votará o relatório final.

O auxílio emergencial é autorizado pela PEC Emergencial (PEC 186/2019), que foi aprovada pelo Senado também nesta quinta e agora segue para a Câmara dos Deputados. A PEC limita o gasto total com o auxílio a R$ 44 bilhões, mas o relator-geral do Orçamento, senador Marcio Bittar (MDB-AC) prevê um gasto menor.

“Estender o auxílio emergencial por apenas quatro meses, em menor valor, e a um público reduzido à metade custaria cerca de R$ 30 bilhões. Alternativa em debate é a extensão do Bolsa Família para candidatos que já estão na fila do programa, cujo impacto fiscal seria de aproximadamente R$ 10 bilhões. Ou seja, mais facilmente acomodado por meio de remanejamentos e sem impactar o teto de gastos e a meta de resultado primário”, afirma ele em seu parecer.

Os recursos destinados ao auxílio não serão limitados pelo teto de gastos, não serão contabilizados para o limite de endividamento público do governo federal e não serão considerados no cálculo do saldo primário do ano. Após a aprovação definitiva da PEC, o Executivo deve editar uma medida provisória para definir os critérios de acesso e a fonte de recursos para o programa.

*Da Agência Senado

 

O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), definiu nesta quarta-feira (10) o cronograma para a tramitação da proposta orçamentária do Poder Executivo para 2021 (PLN 28/20). A ideia é concluir tudo em março. Pela Constituição, o texto deveria ter sido aprovado em dezembro.

O parecer da Comissão Mista de Orçamento (CMO), instalada na manhã desta quarta-feira (10), deverá ser analisado em sessão conjunta de deputados e senadores até o dia 24 de março, em princípio. A deputada Flávia Arruda (PL-DF), eleita presidente do colegiado, confirmou o senador Marcio Bittar (MDB-AC) na relatoria.

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Parlamentares poderão apresentar emendas ao texto de agora até 1º de março. O parecer sobre a receita deverá ser votado pela CMO em 3 de março, e o relatório preliminar do PLN 28/20 sairá no mesmo dia. Os relatórios setoriais da despesa serão votados entre os dias 15 e 19. O relatório geral, até o dia 23.

Cada deputado ou senador poderá apresentar emendas individuais impositivas ao Orçamento no total de R$ 16.279.986, divisível em até 25 sugestões, todas de execução obrigatória. O cálculo foi feito ainda no ano passado pelas consultorias de Orçamento da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Modificações

Na versão original do Poder Executivo, o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2021 reforça o teto dos gastos da União, sugere a retomada do crescimento econômico e prevê redução no déficit das contas públicas. O texto parte da ideia, abandonada depois pelo governo, de uma meta fiscal flexível.

Em razão dos efeitos econômicos da pandemia de coronavírus, parlamentares analisam mudanças e cogitam iniciativas de apoio às pessoas em situação de vulnerabilidade, mantida responsabilidade fiscal. As ideias foram apoiadas por Rodrigo Pacheco e pelo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL).

“A retomada da agenda econômica é fundamental, como é resolver o problema dos brasileiros desassistidos. O Congresso e o Executivo não podem virar as costas para milhares de pais e mães de famílias que ainda precisam da atenção do Estado. Achar essa fórmula é o grande desafio”, disse Marcio Bittar.

*Da Agência Câmara de Notícias

 

A deputada Flávia Arruda (PL-DF) foi eleita para presidir a Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso. O colegiado vai discutir o Orçamento de 2021, que ainda não foi votado no Legislativo. O governo espera que o projeto seja aprovado até a metade de março.

Flávia Arruda, aliada do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), assumiu a comissão após uma disputa atrasar a instalação.

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No ano passado, ela disputava a vaga com Elmar Nascimento (DEM-BA), com a sucessão da Câmara no pano de fundo. Nesta semana, uma nova tentativa de Elmar assumir a CMO ameaçou o início dos trabalhos.

O presidente da Câmara resolveu o impasse mantendo o acordo para eleger Flávia Arruda.

O senador Marcio Bittar (MDB-AC) será o relator da peça orçamentária deste ano.

Nos bastidores do Congresso, parlamentares disputam as indicações para a próxima composição do colegiado, a que discutirá o Orçamento de 2022.

O Congresso Nacional instala, nesta quarta-feira (10), a Comissão Mista de Orçamento (CMO). Inicialmente prevista para terça, a instalação foi adiada por causa do falecimento do senador José Maranhão (MDB-PB).

A reunião está marcada para as 10 horas, no plenário 2, e deverá contar com a presença exclusiva de parlamentares.

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Assessores e público externo poderão acompanhar a reunião pelo canal da Câmara dos Deputados no YouTube.

Formada por 30 deputados e 10 senadores titulares, a CMO é a responsável pela análise prévia das propostas de Lei Orçamentária Anual (LOA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Plano Plurianual (PPA), fundamentais para a previsão de receitas e despesas do governo federal.

Sem funcionar na pandemia

Em 2020, a CMO ficou sem atividade formal devido à pandemia e à falta de entendimento político quanto ao comando do colegiado. O Congresso acabou adotando um rito sumário para aprovar, pelo menos, a Lei de Diretrizes Orçamentárias a fim de estabelecer as metas e prioridades fiscais e evitar o colapso das contas públicas neste início de ano.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), já disse que a instalação da comissão é fundamental para a continuidade do enfrentamento à pandemia e para a previsibilidade das contas públicas. A prioridade é aprovar o Orçamento da União para 2021.

*Da Agência Câmara de Notícias

Após passar 2020 sem atividade formal em razão da pandemia de covid-19, impasses políticos sobre o comando do colegiado e uma série de adiamentos, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) enfim será instalada nesta quarta-feira (10) às 10h. O início dos trabalhos do colegiado foi confirmado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, após reunião de líderes nesta terça-feira (9). 

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Inicialmente o ato estava marcado para esta terça, mas por conta da morte do senador José Maranhão (MDB-PB) por complicações da covid-19 na noite de segunda-feira (8), o Senado declarou lutou oficial e suspendeu atividades legislativas por 24 horas. 

A instalação da comissão formada por 30 deputados e 10 senadores titulares é o primeiro passo para a análise do Orçamento de 2021 (PLN 28/20). Sem a aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA), o governo federal só pode gastar uma parte das previsões de despesas deste ano — os chamados duodécimos. O restante fica contingenciado. 

— Um ponto que informei aos líderes foi a instalação na data de amanha da Comissão Mista de Orçamento que vai discutir e aprovar o Orçamento de 2021. E, logo na sequência após essa aprovação, inaugurar a segunda comissão mista para analisar o Orçamento de 2022 — disse Pacheco. 

Um dos desafios de deputados e senadores na Comissão Mista de Orçamento é encontrar fontes de recursos para a prorrogação do auxílio emergencial de R$ 600 — pago até dezembro — e para outros gastos necessários enquanto perdurar a pandemia, segundo apontou o  diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI), Felipe Salto.

Em 2020, os gastos públicos com a pandemia foram separados do Orçamento da União por meio do chamado “Orçamento de Guerra”, aprovado em forma de emenda constitucional (EC 106) e que perdeu vigência em 31 de dezembro.

— Há essa questão do auxílio emergencial e de gastos que nao estão previstos na peça orçamentária original enviada pelo governo. E também todas as questões das incertezas da recuperação da atividade econômica, das receitas e também do teto de gastos. O PLOA [Projeto de Lei Orçamentária Anual], na forma como ele foi enviado, o teto de gastos já estava no limite. Isso mostra que o espaço é muito exíguo para fazer gastos novos. Toda essa questão dos gastos exigidios pela crise vai precisar ser contemplada nesse debate do Orçamento. É uma questão fundamental em jogo — apontou Salto em entrevista à Rádio Senado. 

Auxílio

A prorrogação do auxílio emergencial é uma das preocupações centrais manifestadas por deputados e senadores nesse retorno às atividades legislativas. A inclusão do programa de forma definitiva no Orçamento da União de 2021 é uma das alternativas negociadas com o Poder Executivo. Senado e Câmara também analisam 14 proposições que pretendem prolongar o benefício. 

Além da LOA, a CMO é a responsável pela análise prévia das propostas de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e do Plano Plurianual (PPA), fundamentais para a previsão de receitas e despesas do governo federal.

A  reunião será no plenário 2 da Câmara dos Deputados e deverá contar com a presença exclusiva de parlamentares. Assessores e público externo poderão acompanhar a reunião pelo canal da Câmara dos Deputados no YouTube.

*Da Agência Senado

 

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