Tópicos | energia nuclear

O Congresso Nacional analisa um projeto de lei que libera mais de R$ 1,2 bilhão para o Ministério de Minas e Energia. O dinheiro será usado para a capitalização inicial de uma nova estatal, a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional S.A., a ser criada para atuar como controladora das empresas Itaipu Binacional e a Eletrobras Termonuclear S.A. 

 O PLN 16/2022 responde sozinho por quase metade dos créditos pendentes de votação no Congresso, que somam mais de R$ 3 bilhões. Ao todo, 16 projetos abrem créditos especiais ou suplementares que ainda precisam passar pela Comissão Mista de Orçamento (CMO), antes de serem votadas por senadores e deputados em sessão conjunta. 

##RECOMENDA##

Dos 16 projetos em tramitação, nove são recentes e ainda não foram encaminhados à CMO. Eles dependem de despacho do presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, como o que abre crédito para a nova estatal. Segundo o Palácio do Planalto, o crédito especial não afeta a obtenção da meta de resultado primário fixada para este ano. 

Outro projeto que aguarda despacho à CMO é o PLN 23/2022, que libera R$ 379,7 milhões para a Petrobras. Os recursos devem ser aplicados na implantação de unidades de processamento de gás natural do pólo pré-sal da Bacia de Santos, com capacidade de processamento de 21 milhões de metros cúbicos por dia.

  O PLN 26/2022 também depende de despacho. O texto abre crédito de R$ 136,6 milhões para a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. O dinheiro deve ser usado para reforçar a manutenção e a adequação de bens móveis, veículos, máquinas e equipamentos. 

Segundo o Poder Executivo, o valor originalmente previsto no Orçamento para a aquisição de veículos “mostrou-se insuficiente”, tendo em vista o aumento da carga em 39% e a elevação dos preços dos veículos em mais de 75%. “Ademais, 29% da frota de motos e furgões encontram-se fora da vida útil e a falta de renovação acarreta a elevação das despesas de custeio como o custo com manutenção por quilômetro rodado dos veículos”, justifica o Palácio do Planalto. 

PLNs com emendas

Dos sete projetos que já foram encaminhados à CMO, dois receberam emendas dos parlamentares. O mais expressivo é o PLN 12/2022, que libera R$ 596,2 milhões para diversos órgãos do Poder Executivo e operações oficiais de crédito. 

O relator da matéria, senador Alexandre Silveira (PSD-MG), deve apresentar parecer sobre as sete emendas propostas. Os senadores Davi Alcolumbre (União-AM) e Rose de Freitas (MDB-ES) estão entre os parlamentares que sugeriram alterações no texto encaminhado pelo Poder Executivo. 

O Ministério do Desenvolvimento Regional fica com 69,8% dos recursos previstos no PLN 12/2022 por meio de operações oficiais de crédito. O dinheiro reforça dotações do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) e do Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FDCO). 

O Ministério da Infraestrutura deve receber 15,4% dos recursos. Parte do crédito será usada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em serviços de controle de velocidade e pesagem em rodovias federais. A outra parte vai para o Fundo Nacional de Segurança e Educação do Trânsito (Funset) e deve ser usado na promoção de cursos de capacitação para integrantes do Sistema Nacional de Trânsito. 

O Ministério da Educação fica com 5,1% dos recursos. O dinheiro vai para o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e para o Complexo Hospitalar e de Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Os 9,7% remanescentes serão distribuídos entre as pastas de Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Justiça e Segurança Pública; Saúde; Comunicações; Defesa; Desenvolvimento Regional; e Cidadania.  Outro projeto que recebeu emendas é o PLN 11/2022, que libera R$ 35,3 milhões para vários ministérios. São beneficiadas as pastas de Ciência, Tecnologia e Inovações; Educação; Justiça e Segurança Pública; Minas e Energia; Infraestrutura; Comunicações; e Desenvolvimento Regional. O texto aguarda designação de relator na CMO. 

PLNs sem emendas

Quatro projetos encaminhados à CMO não receberam emendas e agora dependem da apresentação de relatórios para votação no colegiado. Destaque para o PLN 7/2022, que libera R$ 524 milhões para o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). Segundo o Banco Central, os recursos disponíveis atualmente são insuficientes para cobrir obrigações estimadas em R$ 2,9 bilhões. 

“A necessidade dessa dotação decorre de evento climático extremo, anormal e inesperado ocorrido no fim do ano de 2021 e início de 2022, que impactou fortemente o agronegócio, com volume elevadíssimo de pedidos de cobertura de indenizações e restituições, as quais extrapolaram as estimativas de orçamento do programa gerando despesas adicionais ao Proagro”, justifica o Poder Executivo. 

Prazo para emendas

Apenas um projeto aguarda apresentação de emendas: o PLN 20/2022, que libera R$ 58 milhões para o Poder Judiciário. A maior parte do crédito especial (94,8%) vai para reformas no Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, na Bahia. Os 5,2% restantes devem ser aplicados na implantação de usinas fotovoltaicas em imóveis da Justiça Federal em Campo Grande, Dourados e Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul. O prazo para apresentação de emendas vai até o dia 8 de agosto. 

*Da Agência Senado

Em ascensão no governo Jair Bolsonaro, a energia nuclear vai ganhar uma campanha publicitária promovida pela Eletronuclear, com objetivo de reforçar a importância das usinas nucleares para o abastecimento e a estabilidade na matriz elétrica brasileira, com destaque para a retomada das obras de Angra 3, unidade que tem previsão de entrar em operação no final de 2026, início de 2027.

A campanha começa na semana que vem e vai até a primeira quinzena de dezembro, informou a Eletronuclear. De acordo com o coordenador de Comunicação Institucional da estatal, Marco Antônio Alves, a importância da energia nuclear ganhou ainda mais força com a crise hídrica, que, segundo ele, evidenciou a necessidade do País ter energia firme na base do sistema.

##RECOMENDA##

Geração

 

Por serem intermitentes, as energias renováveis como eólica e solar precisam estar ancoradas em energia como a que é gerada pelas hidrelétricas e pelas termoelétricas.

"Esse cenário traz uma oportunidade para a Eletronuclear consolidar sua importância perante à sociedade como uma empresa que produz energia limpa, 24 horas por sete dias da semana", disse o coordenador.

Segundo a Eletronuclear, o plano de mídia prevê comerciais em sete canais da TV fechada e outros em rádios. Em alguns portais, a Eletronuclear terá banners sobre o tema.

"Estamos bastante empolgados com a nova campanha e confiantes nos benefícios que ela trará para a imagem da empresa", afirmou o executivo.

Divisão

A Eletronuclear será separada da Eletrobras durante o processo de privatização da holding e se prepara para avaliar novos locais para construção da quarta usina nuclear do País, anunciada recentemente pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

Também no último Plano Nacional de Energia 2050 (PNE 2050) do governo, já existe a previsão de mais 10 gigawatts (GW) de geração nuclear no Brasil, uma fonte polêmica que recua no mundo inteiro a cada acidente, mas que vem crescendo também em outros países no contexto da descarbonização da economia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

"Não éramos bem-vindos, mas isso mudou", dizem. Impulsionados pela crise climática, os defensores da energia nuclear, a começar pelo chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), vieram promover seus méritos na COP26, em Glasgow.

"Esta COP é talvez a primeira em que a energia nuclear tem lugar na mesa de negociações, é levada em consideração e pode falar sem o fardo ideológico que existia antes", comentou à AFP o argentino Rafael Mariano Grossi, diretor-geral da AIEA.

Nos anos após o acidente nuclear de 2011 na usina japonesa de Fukushima, houve uma relutância crescente, mas agora "a situação mudou", garante.

No contexto das mudanças climáticas, ganha importância o argumento sobre suas baixas emissões de CO2, principalmente ligadas à extração de urânio e concreto para as usinas.

"A energia nuclear é parte da solução para o aquecimento global. Não é uma panaceia, pode não ser para todos, mas já fornece mais de 25% da energia limpa".

"Sem ela, não teremos sucesso", defende Grossi, defensor da causa desde que assumiu o cargo, em dezembro de 2019.

"A minha primeira COP foi em Madri", no final daquele ano, lembra. "Fui lá apesar da ideia difundida de que a energia nuclear não seria bem-vinda. Agora até desperta muito interesse", acrescenta.

- Reatores centenários -

Em Glasgow, reuniu-se com ministros e outras autoridades, explicando que essas tecnologias podem substituir os combustíveis fósseis.

O átomo acarreta grandes riscos: acidentes, armazenamento complicado e tratamento de lixo altamente radioativo por milhares de anos, custos elevados... argumentos que mobilizam várias ONGs.

Mas Grossi defende que as críticas são exageradas.

"Você tem que ver os fatos", diz. "Na França ela representa mais de 70% (da eletricidade), nos Estados Unidos 20%, na Rússia o mesmo... A energia nuclear nunca para, ela complementa outras fontes, inclusive as renováveis", argumenta.

Em sua opinião, "os acidentes são raros, se olhar as estatísticas em termos de consequências, bem abaixo do que outras fontes de energia".

Mas será que novos reatores podem ser implantados com rapidez suficiente para reagir às mudanças climáticas? O argentino defende que "temos que começar preservando os existentes".

Mas quanto tempo podem durar? "Estamos vendo usinas planejadas para 60 anos com os mais rígidos padrões aplicados pelos reguladores nacionais e supervisionados pela AIEA", afirma.

Nos corredores da COP26, ativistas da "Nuclear for Climate" - alguns deles profissionais do setor - se fazem ouvir.

"Vamos falar de energia nuclear!", diz a camiseta de Callum Thomas, um observador britânico nas negociações em nome do Fórum Industrial Atômico do Japão.

"Muitos veem os preços do gás quadruplicar e a viabilidade da energia nuclear aumentar", destaca.

- Para todos? -

O mundo está tão atrasado em seus objetivos climáticos e na transição energética para eliminar os hidrocarbonetos que o argumento nuclear pode ser muito poderoso. Alguns cientistas o defendem.

Na maioria dos cenários do Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudanças Climáticas (IPCC) para limitar o aquecimento a +1,5°C, a proporção da energia nuclear aumentou, embora também alertem que sua implantação "pode ser limitada pelas preferências da sociedade".

Os países estão divididos. A Alemanha se opõe enquanto a França o defende, a China tem o maior número de reatores do mundo e a União Europeia debate se deve incluí-lo em sua classificação de investimentos "sustentáveis".

Muitas instituições também não financiam projetos nucleares, como o Banco Mundial, recentemente visitado por Grossi.

Na COP26, "os países em desenvolvimento, em particular, vieram nos pedir ajuda", afirma.

"Os países veem as pequenas unidades como uma alternativa interessante, envolvendo centenas de milhões (de dólares) e não bilhões", explica ele, propondo também "programas em etapas" para acompanhar os recém-chegados.

Canadá e Estados Unidos já desenvolvem pequenos reatores modulares, ou SMR por sua sigla em inglês, embora até agora apenas a Rússia tenha aberto uma central flutuante com essa tecnologia.

O papa Francisco ressaltou nesta segunda-feira (25) que o uso da energia atômica gera "preocupação" e pediu uma mobilização maior para as vítimas do terremoto, tsunami e da catástrofe nuclear de 2011 no Japão.

No terceiro dia da viagem ao país asiático, Francisco ouviu os depoimentos das vítimas do terremoto submarino de 9,0 graus de magnitude de 11 de março de 2011 que provocou uma onda gigante no nordeste do Japão, o que matou mais de 18.500 pessoas.

A onda atingiu a central nuclear de Fukushima e provocou o pior acidente nuclear desde o de Chernobyl (Ucrânia) em 1986. O pontífice agradeceu a todas as pessoas que "se mobilizaram imediatamente depois dos desastres, para apoiar as vítimas".

"Uma ação que não pode ser perdida no tempo e desaparecer depois do choque inicial, e sim que devemos perpetuar e sustentar", declarou, ao recordar as "mais de 50.000 pessoas que foram retiradas, atualmente em casas temporárias, ainda sem condições de retornar para seus lares".

Quase 470.000 habitantes tiveram que abandonar suas casas nos primeiros dias da catástrofe, incluindo 160.000 na área das duas centrais nucleares em Fukushima. Além das vítimas do tsunami, as autoridades reconhecem mais de 3.700 mortes em consequência da deterioração das condições de vida dos afetados.

"A situação implica, com bem destacaram meus irmãos bispos no Japão, a preocupação pelo uso contínuo da energia nuclear", declarou o papa.

Os bispos japoneses "pediram a abolição das centrais nucleares", ressaltou.

Em 2016, a Conferência Episcopal do Japão fez um apelo ao mundo para o fim da produção de energia nuclear.

"O que o Japão viveu após a catástrofe de Fukushima nos mostra que devemos informar ao mundo sobre os perigos da produção de energia nuclear e pedir sua abolição", escreveram na época os bispos japoneses.

"Nossa era sente a tentação de fazer do progresso tecnológico a medida do progresso humano", disse Francisco.

"É importante, em momentos como este, fazer uma pausa e refletir sobre que somos e, talvez de maneira mais crítica, sobre quem queremos ser", completou.

O sumo pontífice também pediu a tomada de decisões corajosas sobre a exploração dos recursos naturais, sobretudo das futuras fontes de energia.

Depois do encontro com as vítimas de Fukushima, o papa se reuniu novamente com o imperador Naruhito no palácio imperial. Em seguida teve um encontro com jovens na catedral de Santa Maria de Tóquio.

Ainda nesta segunda-feira celebrará uma missa e terá uma reunião com o primeiro-ministro Shinzo Abe.

Com receio de que o Sertão pernambucano possa ser território para a instalação de usinas nucleares nos próximos anos, a Articulação Sertão Antinuclear organiza uma caminhada neste sábado (15), a partir das 5h, em oposição ao projeto nuclear do governo federal.

 O percurso do protesto tem início no município de Mirandiba, passando por Carnaubeira da Penha e Floresta, até chegar em Itacuruba, todas cidades do Sertão de PE. No domingo (16) será realizado um grande ato contra a instalação da usina nuclear, em frente à Igreja Matriz Nossa Senhora do Ó, a partir das 8 horas.

##RECOMENDA##

A Articulação Sertão Antinuclear é composta por diversas comunidades e povos tradicionais da região, além de organizações e movimentos sociais que lutam em defesa dos territórios locais e seus costumes. O grupo é contra a possibilidade da construção de usinas nucleares na cidade de Itacuruba, distante há quase 500 quilômetros do Recife, às margens do rio São Francisco.

Trecho marcado em vermelho sinaliza a área da cidade de Itacuruba, no Sertão de Pernambuco. Foto: Google Maps

Um estudo feito pela empresa Eletronuclear havia indicado um potencial para construção de até 6,6 mil megawatts (MW) de usinas nucleares na cidade. Cada usina teria investimento mínimo de R$ 30 bilhões. A secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME) informou que o Plano Nacional de Energia 2030, em elaboração pelo MME e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), deve indicar a construção de novas usinas nucleares no Brasil, além de Angra 3. 

Cláudia Leal é uma das organizadoras da "caminhada antinuclear" e destaca que os sertanejos precisam abrir os olhos e lutar contra a implantação desse empreendimento. "As pessoas precisam entender que isso não traz benefícios nenhum para a população local. Nós temos muito sol, vento e outras fontes para a produção de energia limpa. Esse projeto não vai edificar a cidade como o prefeito da cidade diz por aí. Um exemplo simples é que não temos mão de obra qualificada para atuar nesse ramo e por isso nenhum trabalhador daqui seria contratado", explicou a integrante da Associação Provida. A reportagem telefonou para o gabinete do prefeito de Itacuruba mas não as ligações não foram atendidas.

Um dos pontos levantados pelo padre Luciano Aguiar, que reside em Floresta, cidade também localizada no Sertão de Pernambuco é que o risco da usina nuclear é muito grande. "Se acontecer algum acidente o impacto atingirá Pernambuco inteiro, além dos efeitos radioativos graves. Não queremos isso aqui, esse empreendimento é politicagem e manutenção de royalties. A última coisa que queremos é um desastre ambiental e a retirada das nossas comunidades ribeirinhas de suas moradias", avaliou o religioso, que também participará da caminhada. 

Segundo o censo 2013 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Itacuruba possui uma população de 4 643 habitantes, sendo o segundo menor município em população do Estado, atrás apenas de Ingazeira. No município de Itacuruba estão inseridos três povos tradicionais, sendo eles a comunidade quilombola de Poço dos Cavalos, a comunidade quilombola Negos do Gilu, e o povo indígena Pankará, da Aldeia do Serrote dos Campos.

No site da Eletrobras (Eletronuclear) um texto sobre o empreendimento aponta o Nordeste como prioridade na construção das novas usinas. "O Plano Nacional de Energia 2030 (PNE 2030) estabeleceu que o Brasil precisará expandir a oferta de energia nuclear em mais 4 mil megawatts (MW) até o final do período. Desse total, 2 mil MW estão previstos para o Nordeste e mais 2 mil MW, para o Sudeste. Com base nesse planejamento, a Eletrobras Eletronuclear deu início à seleção de locais candidatos para abrigar as futuras centrais nucleares nacionais", diz trecho do documento.

A empresa argumenta que utilizou técnicas de sistemas de informação geográfica, mapeou as regiões a partir de imagens de satélites e utilizou dados sobre meteorologia, sísmica, população e possíveis fontes de água existentes nos locais pesquisados que poderiam ser usadas para refrigeração do reator.

Simulação de central nuclear com seis reatores que poderá ser construída. Foto: Eletronuclear

Apesar de não existir uma negociação sólida e transparente por parte do governo federal e a gestão local, os sertanejos se antecipam e se unem para mobilizar a sociedade civil do risco de uma usina nuclear para o desenvolvimento energético do país. 

"Não sabemos em que pé anda a proposta oficial. Mas a gente tem consciência de que o prefeito quer essa usina aqui e busca apoio de deputados de Pernambuco para tocar o projeto. Mas eles não se preocupam com a vida pacata da cidade, essas pessoas precisam da água para se manter e qual a segurança que teremos com uma usina nuclear? E para onde vão os resíduos disso? Como será a vida dos ribeirinhos, quilombolas e ingígenas?", questionou Cláudia, que apontou o desastre de Chernobil como principal motivação para ser contra o empreendimento. 

O acidente nuclear citado foi catastrófico e aconteceu entre 25 e 26 de abril de 1986 no reator nuclear nº 4 da Usina Nuclear de Chernobil, perto da cidade de Pripyat, no norte da Ucrânia Soviética.

Qual o custo-benefício do projeto?

O físico e especialista em energias Heitor Scalambrini aponta que o maior risco de uma usina nuclear é o vazameno de material radioativo do interior para o exterior. "Quem faz pesquisas na área sabe que é difícil acontecer esse tipo de vazamento, mas como toda obra de engenharia não existe o risco zero. O alerta da população sertaneja é preventivo para evitar um dos piores desastres que podem acontecer na superfície terrestre", explicou o pesquisador e professor da Universidade Federal de Pernambuco. 

 Para ele, a proposta de instalação nas margens do Rio São Francisco é muito perigosa por todo potencial que o velho chico oferece ao Brasil. "O rio serve a mais de 20 milhões de pessoas, 600 município e seis estados. Um desastre poderia acabar com o nordestino", disse. Scalambrini também citou que a tendência mundial é não utilizar a energia nuclear pelo risco e alto custo. 

O professor destacou que países como a Alemanha e Itália já deram grandes passos para não utilizar essa fonte energética. "O Brasil não precisa das usinas nucleares para garantir a segurança energética da população. Para se ter uma ideia , hoje temos duas usinas nesse sentido no país e elas são responsáveis por menos de 1% do que geramos no país. É ínfimo e o custo não se sustenta", criticou Heitor Scalambrini. 

Em 32 anos de operação, a Itaipu Binacional é líder mundial em produção de energia limpa e renovável. Com 20 unidades geradoras e 14.000 MW de potência instalada, fornece cerca de 17% da energia consumida no Brasil e 75% no Paraguai. Fotos Públicas/Divulgação

A legislação estadual veda a instalação de usina do tipo. De acordo com o atigo 216 da constituição pernambucana "fica proibida a instalação de usinas nucleares no território do Estado de Pernambuco enquanto não se esgotar toda a capacidade de produzir energia hidrelétrica e oriunda de outras fontes", trecho retirado do documento de acesso público.

O Brasil possuí 12% da água doce superficial da Terra, tornando-se o país com uma das maiores redes fluviais, contando com 12 bacias hidrográficas. As cinco principais usinas hidrelétricas são Usina Hidrelétrica de Itaipu (Paraná) , Usina Hidrelétrica de Belo Monte (Pará), Usina Hidrelétrica São Luíz do Tapajós (Pará) e Usina Hidrelétrica de Tucuruí (Pará) e Usina Hidrelétrica de Santo Antônio (Rondônia). Juntas são responsáveis por produzir cerca de 70% da energia disponível para consumo no Brasil, ou seja, é a principal geradora de energia no país. 

"Aqui não precisamos de usinas nucleares, temos outras fontes menos poluentes e que produzem menos riscos. Um ponto importante que a população saiba é que além dos riscos sociais e ambientais, investir na usina nuclear vai aumentar ainda mais a conta de energia do brasileiro. É caminhar na contramão", concluiu o pesquisador.  

A companhia de energia nuclear da Rússia, a Rosatom, informou que um reator construído pelos soviéticos foi desativado após 45 anos de atividade. Segundo a estatal, vai levar até 2023 para que o reator descarregue todo seu combustível de urânio.

Inaugurado em 1973, o reator 1 da Usina de Leningrado se tornou a primeira unidade do modelo RBMN-1000 construído na União Soviética. Um reator do mesmo tipo explodiu em Chernobyl em abril de 1986 no pior desastre nuclear do mundo. Desde o acidente, os modelos receberam atualizações de segurança.

##RECOMENDA##

A usina tem outros três reatores do mesmo modelo e um mais atual, o VVER-1200, que entrou em operação neste ano. Fonte: Associated Press.

Fabricar uma bomba atômica e colocá-la em um míssil balístico, como a Coreia do Norte tem a ambição de fazer, é um processo complexo que começa nas minas de urânio e termina com a miniaturização da carga nuclear.

O urânio, matéria-prima

Existem duas maneiras de fabricar uma bomba atômica: utilizar urânio enriquecido ou plutônio, que surge da combustão do urânio. O urânio está relativamente espalhado na crosta terrestre, tanto no solo com sob os oceanos.

Cerca de 20 países contam com minas operacionais de urânio. De acordo com a World Nuclear Association, mais de dois terços da produção de urânio têm origem no Cazaquistão (39%), Canadá (22%) e na Austrália (10%). Entre os outros grandes produtores destacam-se Rússia, Níger e Namíbia.

O urânio natural é formado por dois tipos de isótopos: o urânio 238 (99,3%) e o urânio 235 (0,7%). Mas somente este último pode ser usado como combustível nuclear.

Para obter o combustível necessário para fabricar uma arma nuclear deve-se enriquecer o urânio, ou seja, aumentar sua proporção de U-235. Em primeiro lugar, o mineral é triturado e utilizam soluções alcalinas para extrair o urânio.

Depois de secá-lo, obtém-se um concentrado sólido de urânio chamado "yellowcake" que, ligeiramente aquecido, passa para o estado gasoso e pode então ser enriquecido.

Enriquecer o urânio

O enriquecimento se refere à operação que consiste em separar o urânio 238, mais pesado, do urânio 235, mais leve, com centrífugas. São necessárias milhares de centrífugas para obter um volume considerável de urânio enriquecido. Poucos países no mundo contam com esse tipo de instalação grande e cara. Uma vez enriquecido, o urânio pode ser usado de diferentes formas, segundo o nível de concentração de U-235.

O urânio ligeiramente enriquecido (3,5% a 5%) é utilizado como combustível nas centrais nucleares para produzir energia. A um alto grau (90%), pode servir para fabricar uma bomba atômica (urânio de "qualidade militar"), com a condição de dispor de uma quantidade suficiente ("massa crítica") para provocar uma reação em cadeia que causará uma explosão nuclear.

Uma bomba atômica requer 25 quilos de urânio enriquecido, ou oito quilos de plutônio. No mundo existe suficiente plutônio e urânio enriquecido para fabricar o equivalente a 20.000 bombas como a de Hiroshima, segundo o Painel Internacional sobre materiais físseis, um grupo de especialistas.

Como funcionam as bombas A e H?

A bomba A, conhecida como "bomba atômica", funciona com uma reação em cadeia. Trata-se de quebrar o núcleo de um átomo enviando nêutrons para este ponto, de maneira que esse fenômeno se repita multiplicando-se por dois a cada vez. Este crescimento exponencial libera uma energia enorme, um calor muito forte, uma explosão e emite radiação. Este processo é conhecido como fissão.

Detalhadamente, mediante uma carga explosiva, lança-se um bloco de urânio 235 contra outro. Os átomos se rompem no impacto, provocando a reação em cadeia e a explosão da bomba. Outra configuração possível: colocar explosivos ao redor de uma bola de plutônio e ativá-los ao mesmo tempo. Com esta pressão os átomos se rompem.

A bomba H, também conhecida como bomba termonuclear, funciona a partir de um processo de fusão nuclear. Vários átomos leves são comprimidos até o ponto de se unirem e liberarem uma quantidade de energia superior à temperatura e pressão solar.

Na parte superior desta megabomba há uma bomba A clássica, que serve para prender o dispositivo. Sua fissão gera um calor intenso que se reflete nas paredes da parte inferior e desencadeia a fusão.

A bomba H é muito mais poderosa que a bomba A. A bomba atômica lançada sobre Hiroshima em 1945 tinha uma potência de 15 quilotons, ou 15 mil quilos de TNT. A bomba H libera uma energia de vários megatons, o que equivale a milhões de quilos de TNT.

Por enquanto não foi utilizada nenhuma bomba de hidrogênio fora dos disparos de teste.

Balística e miniaturização: últimos passos

Existem três possibilidades de lançar um míssil ("vetor") carregado com uma ogiva nuclear: por avião, do solo, ou de um submarino. Quando a bomba é lançada por um míssil, o desafio tecnológico é duplo. É necessário ser um especialista em balística (alcance e precisão do míssil) e saber miniaturizar a carga nuclear.

Em termos de balística, a ogiva de um míssil intercontinental (ICBM), com um alcance muito longo, deve ser capaz de suportar um voo de milhares de quilômetros, assim como de retornar à atmosfera para alcançar seu objetivo, fase durante a qual o atrito o submete a temperaturas e vibrações extremamente altas.

A técnica de miniaturização também é essencial. Trata-se de fazer com que a bomba seja suficientemente compacta para montá-la na ogiva do míssil, mas também suficientemente robusta para sobreviver a um disparo de míssil balístico intercontinental.

Miniaturizada, a bomba atômica ocupa um pequeno espaço no míssil, que contém principalmente combustível para sua propulsão. Um míssil pode estar carregado com várias ogivas nucleares que podem alcançar objetivos diferentes.

"Fomos abandonados. Não há mais médicos nem hospitais. E logo não haverá mais medicamentos". Aos 70 anos, Anna Vendarenko se preocupa com os cortes orçamentários do Estado russo nas ajudas às vítimas das radiações de Chernobyl, 30 anos depois do acidente.

O povoado onde mora Anna, Starye Bobovichi, que seus habitantes se negaram a abandonar, era até agora considerado "zona proibida", mas viu seu nível de radioatividade reduzir após um decreto presidencial.

##RECOMENDA##

Com a mudança, a ajuda financeira do Estado, que consiste em subvenções para gastos médicos, estadia em sanatórios para crianças e programas sócio-econômicos, diminuirá drasticamente.

Especialistas afirmam, no entanto, que houve apenas uma leve redução no nível de radioatividade no local desde a explosão da central nuclear de Chernobyl, no dia 26 de abril de 1986.

Alexei Kiselev e Rachid Alimov, especialistas em radioatividade de ONG Greenpeace, usam um aparelho para medir o nível de partículas radioativas na praça principal da cidade.

"1,7 microsieverts por hora... é mais de 30 vezes a dose máxima recomendada", alerta Rachid. "É melhor não demorarmos. E pensar que há pessoas que vivem aqui...", lamenta Alexei.

Das 4.413 localidades russas afetadas pelo acidente de Chernobyl, 383 verão suas subvenções diminuírem por cortes orçamentários, como o povoado de Starye Bobovitchi. Outras 558 cidades serão simplesmente retiradas da lista.

"Com este decreto, o Estado se nega a reconhecer que são necessários 2.000 anos, e não 30, para descontaminar uma zona", denuncia Anton Korsakov, biólogo e especialista nas consequências de Chernobyl para a região de Briansk.

"Mesmo que consigamos descontaminá-la, terão que se passar várias gerações até que as crianças voltem a nascer saudáveis", afirma, lembrando que o índice de mortalidade infantil na região é cinco vezes maior que a média nacional.

Quando as crianças sobrevivem, 80% delas desenvolvem uma ou várias doenças crônicas, de acordo com estatísticas oficiais, citadas pelo especialista.

Ir embora da região

Em Novozybkov, cidade a 180 km de Chernobyl cujos 30.000 habitantes nunca chegaram a ser retirados como era previsto, os corredores do hospital estão cheios de crianças e idosos que esperam durante várias horas.

O cirurgião Viktor Janaiev estima que um terço dos seus pacientes vem ao hospital por doenças causadas ou pioradas pela radiações.

"Muitos não podem se cuidar, visto que os medicamentos subvencionados não são os mais eficazes", e seriam necessários outros remédios, mais caros, explica. O salário mínimo russo é de 6.204 rublos (81 euros).

A partir de julho, Novozybkov passará de "zona a ser evacuada" para "zona habitável", e as ajudas econômicas serão reduzidas.

"É uma má notícia", lamenta Janaiev. "As pessoas terão que pagar pelos seus medicamentos, que até agora eram gratuitos. E as crianças não poderão ir ao sanatório no verão", afirma, lembrando que sair da cidade na estação mais quente do ano, quando as radiações são mais fortes, é uma necessidade.

Aleksander, seu paciente, confirma a observação: "Tenho a saúde boa? Depende. Quando estou em outra região, estou ótimo. Aqui, noto as radiações todos os dias", conta. Esse homem de 30 anos, pai de uma menina, gostaria de "ir embora da região". "Mas com que dinheiro? Ninguém nos ajuda", diz com tristeza.

Viver com as radiações

Viver em uma zona contaminada pelas radiações de Chernobyl tem consequências na saúde; porém, é possível limitá-las sempre e quando "se esteja informado", afirma Liudmila Komorgotseva, da ONG russa União pela Segurança Radioativa.

"Mas o governo não faz nada e as pessoas colhem frutas e cogumelos no bosque contaminado", alerta.

Em 2011, os controles de radioatividade de grande parte dos alimentos e líquidos russos foram suprimidos, e hoje se pode comprar muitos produtos radioativos da região de Briansk nos mercados de todo o país, segundo o Greenpeace.

Nas casas, há inclusive móveis radioativos: as empresas utilizam madeira das florestas russas situadas em "zona proibida", garante o advogado Aleksander Govorovski, que interpôs uma demanda ao departamento florestal da região.

Fissuras foram descobertas em tijolos de grafite que compõem o núcleo de um reator nuclear da central Hunterston B, na Escócia. O anúncio foi feito, nesta quinta-feira (19), pela operadora do local, a empresa francesa de energia elétrica EDF.

O órgão afirma que as fissuras não apresentavam "consequências em matéria de segurança", e que o reator poderia continuar funcionando normalmente.

As fissuras foram descobertas em três dos 6.000 tijolos de grafite do núcleo do reator durante uma inspeção de rotina. Segundo a EDF, elas são ligadas à idade do reator da central de Hunterston, que conta com dois reatores.

"Essas constatações eram esperadas e confortam nossas estimativas em relação à expectativa de vida (de Hunterston B) para 2023", explicou a EDF.

Inaugurada em 1976, a planta originalmente estava programada para parar de funcionar em 2011, antes de realizar qualquer trabalho para prolongar sua vida útil.

A EDF disse ainda ter comunicado sobre as fissuras por preocupação em manter a "abertura e a transparência".

A participação da iniciativa privada na energia nuclear conta com "vontade política" por parte do governo, mas depende ainda de estudos sobre o modelo de negócios a ser adotado. Segundo o diretor de Planejamento e Gestão da Eletronuclear, Leonam Guimarães, o governo está estudando alternativas para permitir a entrada das empresas no setor: seja com alterações constitucionais, seja com um modelo híbrido ao já existente, com formação de parcerias com a iniciativa privada para atuar na gestão dos empreendimentos, sem interferência sobre a operação do sistema nuclear.

"Existe a vontade política e o ministro (Eduardo Braga) já deixou isso bem claro. A parceria pode ser até majoritária, desde que a responsabilidade da operação fique sob controle estatal. Assim estaria atendendo à Constituição e se poderia fazer composições de parceria de forma a ser atrativo para o investidor", afirmou Guimarães, após participar de seminário do setor, no Rio.

##RECOMENDA##

Segundo ele, no caso de mudanças na Constituição, o modelo poderia focar em concessões, a exemplo do que aconteceu no setor de óleo e gás, na década de 90. Já há uma proposta em tramitação no congresso, mas o tema não é consenso no setor. O diretor da Eletronuclear se diz contrário ao projeto, pela dificuldade em encontrar investidores e empresas com conhecimento do negócio para operar. A solução, segundo ele, seria permitir a atuação com parcerias para, no futuro, com a comprovação da viabilidade do negócio, abrir o mercado a concessões.

Pela legislação atual, a manipulação do urânio é de monopólio do governo, em função das legislações de segurança internacional que limitam a circulação desses produtos no mercado. "Não estamos discutindo o monopólio sobre materiais nucleares. Essa é uma razão que leva a operação a continuar com a Eletronuclear, porque precisa comprar e usar esse material", completou o diretor.

Guimarães afirmou ainda que as sinalizações do governo de que vai priorizar a segurança de abastecimento energético no planejamento do setor, em oposição ao custo da energia comprada, como vinha sendo feito, favorecem o setor de energia nuclear. Entretanto, há "barreiras" para o desenvolvimento do setor, como a aprovação da opinião pública e a falta de recursos para desenvolver os projetos.

"O planejamento do setor se dá com três pilares: a universalização do acesso, o custo e a segurança do abastecimento. Fomos bem sucedidos com a universalização, e equilibrar custo e segurança não é fácil. A energia é um insumo caro em todo o mundo", afirmou o diretor, ao comentar o custo atual da produção das usinas de Angra 1 e Angra 2, em torno de R$ 160 por megawatt/hora. "O trabalho continuou, mas em ritmo mais devagar por conta da falta de recursos. Com a decisão do governo, vamos precisar de mais recursos para finalizar os estudos", frisou o diretor.

O governador da província japonesa de Kagoshima, Yuichiro Ito, deu a aprovação final para reiniciar as atividades em uma usina nuclear no sul do Japão, a primeira a retomar as operações no país sob novas regras de segurança impostas após o acidente em Fukushima, em 2011, causado por um terremoto e uma tsunami.

De acordo com Yuichiro, os dois reatores na Sendai Nuclear Power Station vão ser reativados. "Depois de considerar todos os aspectos, devo dizer que ainda temos de contar com a energia nuclear energia e é extremamente importante para nós continuar com o plano de forma constante", afirmou o governador em uma coletiva de imprensa, após a assembleia da província aprovar a reativação.

##RECOMENDA##

Os reatores de Sendai devem voltar a funcionar no início de 2015, após inspeções de reguladores locais. A Autoridade de Regulação Nuclear do Japão aprovou os requisitos de segurança rigorosos em julho.

Todos os 48 reatores que podem funcionar no Japão estão desativados para verificações de segurança ou reparos desde o desastre de 2011, com exceção de dois que têm operado temporariamente por cerca de um ano.

Após o presidente da assembleia de Kagoshima anunciar a medida, cerca de 200 manifestantes protestaram. Eles estão preocupados devido a atividade de diversos vulcões na região, especialmente após uma recente explosão fatal no norte do Japão.

O Ministro da Economia, Comércio e Indústria japonês, Yoichi Miyazawa , que visitou Kagoshima para incentivar o governador a apoiar a política energética do governo, elogiou o anúncio e afirmou que "ganhar a compressão dos moradores locais é muito importante". Fonte: Associated Press.

A produção de energia eólica aumentou 44,4% no último ano, segundo a edição do Boletim de Operações de Usinas da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). A comparação é entre os meses de maio de 2013 e 2014.

No mesmo período, a geração de energia termelétrica aumentou 20,7%. Apesar de apresentar uma redução de 5,1%, a energia produzida por hidrelétricas mantém-se predominante, sendo responsável por 66,5% da produção brasileira.

De acordo com a CCEE, em maio, fontes eólicas produziram 747 megawatts (MW) médios e térmicas, 17.307 MW médios. O boletim informa que o salto na entrega das térmicas foi impulsionado pelas usinas nucleares: foram produzidos 1.763 MW médios – número 154,1% acima do registrado em maio de 2013. As usinas térmicas a carvão geraram 1.823 MW médios (aumento de 37,3%) e as de biomassa 3.038 MW médios, produção 21,6% superior à registrada em maio de 2013.

##RECOMENDA##

A capacidade instalada somou 127.026 MW provenientes de 1.118 usinas que estão operando comercialmente no período. Ainda segundo o boletim divulgado nesta terça-feira (15), a geração total de energia pelas usinas do Sistema Integrado Nacional foi 60.978 MW médios. Apesar de a geração ter sido 2,8% inferior à registrada em abrile, é 1,8% maior do que o resultado obtido em maio de 2013.

Milhares de militantes antinucleares franceses, alemães e suíços se manifestaram neste domingo (9) em oito pontes do rio Reno para exigir o fechamento da central nuclear francesa de Fessenheim (leste), a mais antiga da França.

A manifestação coincide com o terceiro aniversário da catástrofe nuclear de Fukushima no Japão. Os manifestantes, cerca de 3.500, segundo a polícia, se concentraram em oito pontes do Reno, de Estrasburgo (França) até a fronteira suíça, passando por Fessenheim.

Na ponte da Europa, em Estrasburgo, os manifestantes formaram uma corrente humana que uniu as duas margens, e também soltaram balões. Depois, fizeram um minuto de silêncio pelas vítimas de Fukushima. Fessenheim é a única central nuclear, das 19 que a França tem, cujo fechamento foi anunciado pelo presidente francês François Hollande até o final de 2016.

A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) divulgou, através do Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (21), a abertura de concurso público para provimento de 86 vagas de níveis médio/técnico e superior. O certame é organizado pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistencial Nacional (Idecan).

Os cargos são para integrar as áreas de desenvolvimento tecnológico e de gestão, planejamento e infraestrutura em ciência e tecnologia do CNEN. Há cargos para técnico (10), assistente (20), analista (18) e tecnologista (38) em ciência e tecnologia. A carga horária é de 40 horas semanais nos municípios de Caetité (BA), Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO), Poços de Caldas (MG), São Paulo (SP), Recife (PE) e Rio de Janeiro (RJ), a depender da vaga preterida. 

##RECOMENDA##

A remuneração para os profissionais conta com, além do salário básico, Gratificação de Desempenho de Atividade de Ciência e Tecnologia (GDACT), Retribuição por Titulação (RT) e Gratificação de Qualificação (GQ). Os salários variam de R$ 2.866,00 a R$ 4.628,00 para técnico e assistente; no caso de analista, pode variar de R$ 5.206,16 a R$ 8.405,16; para os tecnologistas, os valores podem ser de R$ 5.206,16 a R$ 10.752,87.

As inscrições vão de 11 a 25 de março e devem ser feitas pelo site do Idecan. As taxas custam R$ 50 e R$ 96. A seleção será através de provas objetivas e análise de título e curricular para todos os cargos. Para tecnologista, há, também, prova oral; e para analista será aplicada prova discursiva. O certame será aplicado no Rio de Janeiro (RJ) e em São Paulo (SP). 

O concurso tem validade de seis meses, podendo ser prorrogada. Para outras informações, consulte o edital.

O governo do Irã firmou, neste domingo (9), sete novas medidas com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A intenção é deixar mais claras suas atividades nucleares. O acordo prevê, entre outros pontos, o acesso a informações atualizadas sobre os reatores de plutônio e a visita a diversas instalações nucleares.

Em um declaração conjunta com a AIEA, o Irã se comprometeu a fornecer os projetos atualizados do reator nuclear em Arak e acertou também as medidas para a realização de uma visita dos inspetores da agência internacional ao local. O governo iraniano concordou também em permitir o acesso à mina de urânio de Saghand, em Yazd, e à usina de concentração de Ardakan, e em fornecer informações sobre as importações e a exploração de urânio pelo país.

##RECOMENDA##

Desde 2013, o Irã tem buscado negociar acordos com potências mundiais e agências de regulação para permitir um maior controle das atividades nucleares do país em troca do alívio de sanções econômicas internacionais.

Especialistas irão se reunir na próxima quinta-feira (8) para discutir a necessidade e o papel da energia nuclear para o desenvolvimento estadual, regional e nacional. O Seminário de Desenvolvimento e Energia Nuclear será realizado pelo Clube de Engenharia de Pernambuco, no Salão Nobre da Associação Comercial de Pernambuco (ACP), no Marco Zero.

Durante o evento, o presidente da Eletrobras Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, fará um panorama do Programa Nuclear Brasileiro. Já os gestores públicos municipais de Angra dos Reis e Paraty farão um balanço dos pontos positivos e negativos da existência das Plantas de Angra I, II e III, em seus municípios.

##RECOMENDA##

“A questão da energia está presente em qualquer agenda que trate do desenvolvimento. Considerando os aspectos regional e estadual, todos sabemos que existem estudos bastante adiantados para se implantar uma planta nuclear aqui no Nordeste, e um sítio muito bem cotado está em Pernambuco”, revelou um dos organizadores do evento, o engenheiro Plínio Sá.

O início da operação da usina nuclear de Angra 3, no Estado do Rio, foi adiado de meados de 2016 para maio de 2018, informou nesta sexta-feira, 7, o presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva. O novo atraso decorrerá da adoção de um sistema mais moderno de instrumentação e controle (I&C) - que comanda a operação da usina - para aumentar a segurança da central nuclear.

Inicialmente, Angra 3 utilizaria um sistema analógico similar aos de Angra 1 e Angra 2. Agora, ele será digital, seguindo a tecnologia utilizada em usinas nucleares em construção no mundo todo. "Não tem sentido, agora que o mundo todo está na direção de maior segurança e eficiência, irmos para o outro lado", disse Pinheiro da Silva, após um seminário no Rio de Janeiro.

##RECOMENDA##

O presidente da Eletronuclear explicou que a Areva, fabricante responsável pelos equipamentos, está implantando sistemas semelhantes de instrumentação e controle em usinas na França (Flamanville) e na Finlândia (Okiluoto). O Brasil terá que esperar até 2016, quando a companhia francesa concluirá os projetos.

Em nota, a Eletronuclear destacou que "será impossível" recuperar atrasos anteriores que atribuiu à lentidão da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) no licenciamento nuclear e aos recursos interpostos por licitantes inabilitados na contratação dos serviços de montagem eletromecânica junto ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Financiamento

O novo cronograma foi definido na quinta-feira, 6, após a publicação da Medida Provisória 618 pelo governo federal. A MP permitiu à Eletronuclear equacionar o financiamento de equipamentos importados da usina de Angra 3. O crédito para financiar o contrato de 1,2 bilhão de euros (cerca de R$ 3 bilhões) com a francesa Areva estava acertado com a Caixa Econômica Federal desde dezembro, mas o Tesouro Nacional exigia uma contrapartida da estatal que estava pendente.

"Só agora temos os recursos para confirmar o contrato com a Areva", disse Pinheiro da Silva. "A partir da MP nós legalmente podemos oferecer a contragarantia", completou. Ele garantiu que a opção pelo sistema digital de I&C não encarecerá a usina, orçada em R$ 13,9 bilhões. A parte nacional dos financiamentos a Angra 3 já estava garantida pelo BNDES (R$ 6,1 bilhões).

A MP 618, que capitalizou o BNDES e a Valec, também autorizou a União a oferecer garantias em operações de crédito de subsidiárias de estatais, o que era proibido. A Eletronuclear é subsidiária da Eletrobrás.

Antes de fechar contrato com a Caixa para financiar os equipamentos importados de Angra 3, o Brasil tentou obter um crédito junto a um 'pool' de bancos europeus e a uma agência alemã. A crise financeira na qual mergulhou a Europa, entretanto, jogou água no acordo.

A estatal russa de energia nuclear Rosatom está disposta a investir no Brasil e aguarda apenas uma definição do governo federal sobre o Programa Nuclear Brasileiro. O diretor geral da empresa, Kirill Komarov, afirmou que a participação em novas usinas seguirá a configuração definida pelo Brasil, mesmo que mantenha a União como majoritária nos projetos.

Na quinta-feira (6), o executivo teve um encontro com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, para apresentar o grupo e a tecnologia de empresas, como a subsidiária Rosatom Overseas. Questionado sobre o horizonte apresentado pelo ministro para os novos projetos, Komarov afirmou que Lobão não estabeleceu um prazo. "É preciso decidir quantas usinas vocês querem construir. Qualquer decisão já seria um avanço", brincou o executivo russo.

##RECOMENDA##

Ele explicou que na Rússia a estatal atua com dois modelos: usinas totalmente públicas e outras em que o setor privado detém uma fatia minoritária de até 49%. A empresa também é controladora de projetos fora do país, como na Turquia.

Um dos trunfos apresentados pelos russos ao governo brasileiro é a possibilidade de financiar até 100% dos projetos em que se envolver. Segundo Komarov, a Rosatom está capitalizada e, muitas vezes, utiliza recursos de dívida externa de outros países com a Rússia. No exterior, a companhia participa atualmente da construção de projetos nucleares que somam US$ 70 bilhões.

Komarov descartou que a exigência de conteúdo local nas futuras centrais nucleares do Brasil seja um entrave à participação russa. A Rosatom quer estabelecer um diálogo com a indústria local. "O Brasil tem experiência na criação de usinas nucleares. Podemos chegar a um bom nível de conteúdo local, de pelo menos 30% a 40%", explicou, após participar de um seminário promovido pela estatal no Rio de Janeiro.

Maior geradora de energia elétrica russa, a Rosatom atua em mineração de urânio e construção de usinas nucleares. Ao todo, são 250 empresas e instituições científicas e 33 usinas nucleares. Atualmente existem dez usinas em construção na Rússia, 24 com início previsto entre 2013 e 2017 e outras 20 propostas para após esse período.

Brasil e Argentina firmarão nesta segunda-feira, no Rio de Janeiro, um contrato para que engenheiros argentinos cooperem na construção de um reator nuclear brasileiro, informou o governo em Buenos Aires neste domingo.

O custo da assistência será de 60 milhões de pesos (cerca de 11 milhões de dólares), revela o site do governo argentino.

"Com base nos acordos bilaterais, o Brasil contratará para trabalhos de engenharia a empresa estatal atômica argentina INVAP para construir um reator brasileiro".

A iniciativa tem origem em uma declaração conjunta firmada pelos presidentes Cristina Kirchner e Luiz Inácio Lula da Silva em fevereiro de 2008.

O plano de cooperação bilateral inclui ainda a construção de um reator "gêmeo" na Argentina.

Brasil e Argentina utilizam a energia atômica para fins pacíficos e integram o tratado de não proliferação que declara a região livre de armas nucleares.

A Comissão Nacional de Energia Nuclear inscreve, até o dia 1º de março, para o programa de bolsas de mestrado e doutorado 2013. Para se candidatar, é necessário estar matriculado em um curso de pós-graduação e o programa ao qual estiver filiado é que deve fazer a inscrição.

Os candidatos serão selecionados com base nos seguintes critérios: aderência dos projetos às áreas de interesse da CNEN; projeto desenvolvido pelo candidato; e currículos tanto do orientador quanto do aluno, levando em conta experiência acadêmica e em pesquisa e suas publicações. Os resultados serão divulgados no dia 23 de abril e as bolsas serão concedidas a partir de maio.

##RECOMENDA##

As bolsas de mestrado serão de R$ 1.350 com duração de até 24 meses. Já as bolsas de doutorado serão de R$ 2.000 com duração máxima de 48 meses.

Mais informações estão disponíveis no edital. As normas para a concessão de bolsas pela instituição também podem ser consultadas. A CNEN também disponibilizou dois telefones para informação, que atendem no horário comercial: (31) 3069 3279 e 3069 3435.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando