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Em reunião da Diretoria Colegiada, nesta quinta-feira (17), a Sudene liberou o pagamento de R$ 78,4 milhões em parcelas do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) para empresas de geração de energia renovável e também de transmissão instaladas no Rio Grande do Norte, na Paraíba e na Bahia. Esses empreendimentos, em conjunto, somam investimentos de mais de R$ 1 bilhão na região.

“O FDNE é um dos instrumentos da Sudene para a atração de empresas para o Nordeste e norte de Minas Gerais e do Espírito Santo. São investimentos que falam para a transição energética do nosso país e que estão levando o Nordeste a ser o grande responsável pela geração de energia renovável do Brasil, resultado da nossa atuação sob orientação do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional e do próprio presidente Lula”, afirmou o superintendente Danilo Cabral.

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A liberação para o projeto Serra do Mel V S.A, localizado no Rio Grande do Norte e pertencente ao Grupo Voltalia, será de R$ 9,4 milhões. Ele tem como objetivo a implantação de um parque solar fotovoltaico de geração de energia, com capacidade instalada total de 48,2 MW (megawatts). O investimento total previsto para o projeto é de R$ 264,86 milhões, com participação dos recursos do FDNE de R$ 158,92 milhões. Essa é a segunda liberação para o empreendimento - a primeira foi de R$ 119,45 milhões. Entre as contrapartidas oferecidas estão um curso de montador de sistema fotovoltaico, para gerar empregabilidade de mão de obra específica dentro do município de Serra do Mel; Programas “Bem na Escola, Bom no Esporte”, que alinha atividades esportivas e educação; e “Operação Sorriso”, que já operou mais de 200 pacientes com lábio leporino e fenda palatina.  Ainda no Rio Grande do Norte, foram contemplados com as liberações aprovadas hoje os parques eólicos de geração de energia Boqueirão I e II, do Grupo EDP Renováveis Brasil, que ficam localizados, respectivamente, nos municípios de Lajes e Caiçara do Rio do Vento. O valor a ser repassado – referente à quarta parcela – é de R$ 38,72 milhões. Com capacidade instalada total de 79,8 MW (megawatts), os empreendimentos preveem investimentos totais de R$ 413,86 milhões e participação do FDNE de R$ 215,99 milhões. As três primeiras liberações por parte do Fundo somaram R$ 165 milhões. Durante as fases de implantação e operação dos projetos está prevista a geração de 681 empregos diretos e indiretos.  Para o projeto Borborema Transmissão de Energia S.A, cuja titularidade é do Grupo Sterlite Power Brasil, a liberação aprovada foi de R$ 23,7 milhões para a implantação de linhas de transmissão de energia elétrica em diversos municípios do estado da Paraíba. O investimento total do empreendimento é de R$ 331 milhões, com uma participação de R$ 60 milhões do FDNE. Essa é a segunda liberação, a primeira foi de R$ 36,26 milhões. E expectativa é de que sejam gerados 835 empregos diretos e indiretos durante as fases de implantação e operação. As contrapartidas oferecidas incluem gerenciamento ambiental interno realizado pela própria equipe de meio ambiente, consultoria ambiental especializada para fazer o acompanhamento e supervisão ambiental das obras, gestão da implantação de todas as condicionantes ambientais, visando assegurar a conformidade ambiental do projeto.

Instalado em Olindina (BA), o projeto MEZ 2 Energia S.A, do Grupo MEZ Energia, vai contar com uma liberação de R$ 6,47milhões, referente à segunda parcela, enquanto a primeira foi de R$ 4 milhões. O investimento total previsto para o projeto é de R$ 53,7 milhões, com participação dos recursos do FDNE de R$ 27,9 milhões. Durante as fases de implantação e operação do projeto está prevista a geração de 283 empregos diretos e indiretos. De acordo com as informações do Banco do Brasil (agente operador), o projeto MEZ 2 foi concedido para garantir a confiabilidade do sistema interligado nacional, bem como o fornecimento de energia elétrica e a continuidade do desenvolvimento da região.

“Isso mostra que a Sudene administra uma das melhores linhas de crédito disponíveis para os empreendedores que desejam investir no Nordeste, além do norte de Minas Gerais e Espírito Santo. E nós queremos aperfeiçoar ainda mais tanto as condições de financiamento oferecidas pelo FDNE, que já são bem atrativas, como o montante de recursos destinados anualmente ao Fundo de Desenvolvimento do Nordeste", destacou o diretor de Gestão de Fundos, Incentivos Fiscais e Atração de Investimentos da Sudene, Heitor Freire.

O Fundo de Desenvolvimento do Nordeste tem como objetivo assegurar recursos para a implantação, ampliação, modernização e diversificação de investimentos em infraestrutura e serviços públicos e em empreendimentos produtivos de grande capacidade germinativa de novos negócios e de novas atividades produtivas através do financiamento de investimentos em capital fixo na área de atuação da Sudene, em consonância com as diretrizes e prioridades definidas para o Fundo.

*Da assessoria 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta quarta-feira (22), da inauguração do Complexo Renovável Neoenergia, no município de Santa Luzia, interior da Paraíba. Segundo o governo, esse é o primeiro complexo associado de geração de energia renovável no Brasil que integra a geração de energias eólica e solar fotovoltaica.

Em seu discurso, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reforçou a intenção do governo em aumentar a participação de energia limpa no parque de geração do país. Além disso, para ele, os empreendimentos nesse setor podem ser indutores da industrialização na Região Nordeste.

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“É geração de emprego e renda para nossas irmãs e irmãos nordestinos, é um símbolo do aproveitamento sustentável dos recursos naturais do país. Um complexo que soube unir geração eólica com geração solar tão abundantes no nosso querido Nordeste, um verdadeiro protagonismo do Brasil na transição energética”, disse Silveira. “O sol e o vento serão os maiores indutores do desenvolvimento do Nordeste brasileiro, por meio da geração de energia limpa e renovável”, completou.

Com um investimento de cerca de R$ 3 bilhões, o projeto da Neoenergia destaca-se pela ação simultânea entre os parques eólico e solar, com o uso da mesma subestação e das linhas de transmissão. O modelo objetiva otimizar o uso da rede de transmissão em função da complementaridade das fontes de energia.

O empreendimento se estende por uma área de 8,7 mil hectares nos municípios paraibanos de Santa Luzia, Areia de Baraúnas, São José de Sabugi e São Mamede. Cerca de 250 famílias da região foram beneficiadas com o arrendamento de terras para a instalação dos aerogeradores e painéis fotovoltaicos. A energia gerada pelo complexo é de 0,6 gigawatts, suficiente para abastecer 1,3 milhão de residências por ano.

Em nota, a Presidência da República destacou o avanço da capacidade do Brasil na geração de energia limpa. “Ao fim de 2006, ano anterior ao lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) [de investimentos em infraestrutura], a capacidade instalada de usinas eólicas era de 237 megawatts. Em 2014, a potência instalada chegou a 3.106 megawatts”, informou.

A geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis no ano passado alcançou a marca de 92%. O resultado, divulgado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) na última quarta-feira (1°), mostra que a participação das usinas hidrelétricas, eólicas, solares e de biomassa no total de energia gerado pelo Sistema Interligado Nacional (SIN) foi a maior dos últimos 10 anos. No total, em 2022, foram gerados quase 62 mil megawatts médios por mês de energia.

Segundo a CCEE, o resultado se deu, entre outros fatores, a um cenário hídrico climático mais favorável, que contribuiu para a recuperação dos reservatórios de água e da expansão das usinas movidas pelo vento e pelo sol.

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No ano passado, as usinas hidrelétricas responderam por 73,6% do total gerado (45.613 MW médio). As eólicas por 14,6% (9.066 MW médio). Já as demais fontes, como biomassa, pequenas centrais elétricas (PCH), solar e as centrais geradoras hidrelétricas (CGH) foram responsáveis por 11,8% (7.291 MW médio).

Com relação à geração hidráulica, as chuvas de 2022 contribuíram para um aumento de 17,1% na produção das hidrelétricas, para 48 mil MW médios.

Os estados que apresentaram o maior crescimento na produção de energia hidráulica em 2022 foram: Mato Grosso com aumento de 44 MW médio, São Paulo (219 MW médio), Tocantins (51 MW médio), Pará (599 MW médio), Goiás (194 MW médio ), Sergipe (176 MW médio), Rio Grande do Sul (366 MW médio), Paraná (1.728 MW médio), Minas Gerais (1.178 MW médio), Santa Catarina (545 MW médio) e Alagoas (484 MW médio).

“A reversão do cenário crítico de 2021 deixa o país em uma situação muito mais confortável para 2023. Hoje a capacidade instalada desta fonte é de 116.332 MW”, informou a CCEE

Já a geração solar centralizada foi o maior destaque. Este tipo de fonte teve o maior aumento de geração em 2022, de 64,3% na comparação com o ano anterior. Ao todo foram produzidos mais de 1,4 mil MW médios.

Fazendas solares

De acordo com a CCEE, a chegada de 88 novas fazendas solares ao SIN fez com que o segmento alcançasse 4% de representatividade na matriz nacional.

Os estados do Rio Grande do Norte (178 MW médio), da Bahia (666 MW médio) e do Piauí (340 MW médio) forma os que apresentaram aumento na geração por fonte eólica.

A geração eólica cresceu 12,6% no comparativo anual, fornecendo à rede elétrica mais de 9 mil megawatts médios. Atualmente, o país conta com 891 parques eólicos, que juntos somam mais de 25 mil megawatts de capacidade instalada.

A produção de energia a partir da biomassa, que tem como principal matéria-prima o bagaço da cana-de-açúcar, registrou um leve aumento de 0,3%. Com isso, este tipo de fonte entregou ao sistema quase 3 mil MW médios em 2022. Atualmente existem 321 usinas deste tipo, com capacidade instalada total de 14.927 MW.

Fontes não renováveis

Em relação à geração por fontes não renováveis foi de 5.373 MW médio, a maior participação foi por fonte térmica a gás, com 45,0% (2.419 MW médio), seguidp de fonte nuclear com 28,3% (1.522 MW médio), carvão mineral com 12,8% (690 MW médio) e as demais fontes (térmica, GNL, óleo, gás/óleo, importação e reação exotérmica) com 13,8% (743 MW médio).

O Brasil bateu, no mês de julho, 10 recordes de produção de energia de fontes renováveis na região Nordeste. Os dados são do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Foram quatro recordes de geração eólica média e quatro de geração instantânea, além de dois recordes de produção de energia solar.

O Ministério de Minas e Energia destacou o índice registrado em 22 de julho, quando, pela primeira vez, a força dos ventos gerou energia capaz de abastecer 102% da região Nordeste durante 24 horas. Só naquele dia foram produzidos mais de 11 mil megawatts médios de energia eólica.

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O diretor do Departamento de Informações e Estudos Energéticos do ministério, André Osório, afirmou que essas duas maneiras de gerar energia fazem parte da matriz energética renovável do país. De acordo com ele, essas formas de produzir sem esgotar a fonte de energia é predominante e deve continuar assim.

"A participação das [fontes] renováveis na matriz elétrica deve continuar acima de 80% até 2030, chegando a cerca de 85% em 2050. Tais resultados serão alcançados, em boa medida, pelo aproveitamento, pelo país, de seus potenciais eólico, solar e de biomassa", disse Osório.

Esse período que vai até novembro é conhecido como safra dos ventos. De acordo com o ONS, a energia eólica hoje representa 10,9% da matriz elétrica brasileira e a expectativa é que chegue a 13,6% ao fim de 2025.

Já a energia solar representa 2% da matriz, com expectativa de atingir 2,9% até o fim deste ano. No dia 30 de julho, foi registrado o novo recorde de geração solar média, com o acúmulo de 682 megawatt médios em apenas 24 horas. Essa quantidade corresponde a 5,8% da demanda da Região Nordeste. 

O diretor do Ministério de Minas e Energia, André Osório, afirmou que o ministério planeja investir 2 trilhões e 700 bilhões de reais para garantir a expansão da produção de energia renovável pelos próximos 10 anos.

O Ministério da Educação (MEC) publicou, nesta quinta-feira (12), no Diário Oficial da União (DOU) a Portaria nº 941, que trata o Programa para Desenvolvimento em Energias Renováveis e Eficiência Energética na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (EnergIF). Nele, garantiu-se a permissão para parceria com  instituições de ensino públicas ou privadas.

A iniciativa ampliará a oferta de cursos na área de energias renováveis e eficiência energética. O Programa EnergIF abrangerá as áreas de energia solar fotovoltaica; eficiência energética na indústria e nas edificações; biogás e biometano; biocombustíveis; e hidrogênio renovável e mobilidade elétrica. Para aquisição das diretrizes do programa deverão ser planejadas ações e metas em infraestrutura; formação profissional; pesquisa, desenvolvimento e inovação - PD&I e empreendedorismo; gestão de energia; e engajamento e difusão do Programa EnergIF. 

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De acordo com o documento, as principais diretrizes do programa são: estimular a ampliação de infraestrutura para laboratórios e aquisição de usinas para geração de energia renovável, buscando maior eficiência no uso da energia e impulsionar a formação profissional tecnológica em energias renováveis e eficiência energética, para ampliar a geração de empregos, preferencialmente com mão de obra local. 

Além disso, o programa também prevê estimular pesquisa, desenvolvimento, inovação e empreendedorismo em energias renováveis e eficiência energética, no intuito de reduzir a pressão sobre recursos naturais; estimular, avaliar e difundir a implementação de iniciativas de eficiência energética, para assegurar maior eficiência do gasto público e do uso dos recursos naturais; impelir o envolvimento dos atores, promover parcerias e disseminar informações sobre iniciativas em energias renováveis e eficiência energética. 

O comprovativo  também destaca que a  composição, as atribuições e o regimento do Comitê de que trata o caput serão definidos por ato do Secretário de Educação Profissional e Tecnológica do MEC.

O Metrô de São Paulo deve operar com energia renovável nos próximos anos. O anúncio para que empresas e consórcios estudem possibilidades da alimentação elétrica de trilhos e estações da rede metroviária foi feito no último domingo (9). De acordo com a autarquia estadual de transporte, as instituições devem entregar os relatórios regulamentados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em até 120 dias.

Segundo o Metrô, 14 grupos empresariais vão participar dos estudos para implantação e operação sustentável do sistema de trens. O potencial do novo modelo de fornecimento de energia deve produzir, no mínimo, 120 megawatts (MW) por mês. Para abastecer a malha férrea, pátios e os postos das linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata, a companhia vai usar cerca de 60 MW. O restante da geração poderá ser negociado e reduzir os impactos econômicos nos cofres da autarquia. De acordo com a empresa, o consumo de eletricidade é o segundo maior gasto da instituição.

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Ainda segundo o Metrô, a melhor empresa poderá ser parte do futuro edital de licitação para a contratação do serviço. Serão considerados quesitos como melhor resultado econômico financeiro, menor impacto socioambiental e as mais satisfatórias técnicas de elaboração.

Sustentabilidade

Para contribuir com o consumo de energia limpa e renovável, o Metrô estuda disponibilizar cerca de 200 mil m² de espaço para coberturas de estações e pátios de manutenção para a instalação de células fotovoltaicas que geram energia solar.

Na elaboração dos projetos, a autarquia vai permitir que empresas e consórcios atuem em diferentes ambientes para estruturar a implantação dos recursos energéticos sustentáveis, como em terrenos remanescentes de obras de expansão da rede que pertencem à Companhia.

A Vivo deu mais um passo em direção a sustentabilidade ao anunciar mais uma etapa de seu plano "RE100" - iniciativa global de estímulo à transição para o uso de fontes limpas. A empresa revelou que passará a produzir sua própria energia, por meio do modelo de geração distribuída, com fontes renováveis de origem solar (61%), hídrica (30%) e de biogás (9%). Com a conclusão do projeto, companhia espera produzir cerca de 670 mil MWh/ano de energia, o suficiente para abastecer todo o consumo de uma cidade de até 300 mil habitantes.

O projeto responderá por mais de 80% do consumo da Vivo em baixa tensão, e vai atender mais de 28 mil unidades da empresa, como lojas, torres, antenas, equipamentos de telecomunicações e escritórios. odelo teve início em 2018 no estado de Minas Gerais e, agora, irá atender todos os estados do país, além do Distrito Federal. 

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Duas usinas já estão em operação: no município de Aripuanã, no Mato Grosso, com capacidade de 3,5 MW, produzida a partir de fonte hídrica, e na cidade de Campinas, de fonte solar com capacidade de 4,77MW, no estado de São Paulo. Vale ressaltar que a fonte solar será um dos principais recursos renováveis utilizados em todo o projeto de geração distribuída da Vivo. 

O cronograma de expansão segue nos próximos meses com parcerias firmadas para os próximos 20 anos. A companhia espera criar empregos diretos e indiretos com as futuras fases do projeto, que visa alcançar uma produção de energia 100% sustentável. O caminho parece ter sucesso uma vez que a empresa de telecomunicações reduziu, em 2019, 50% de suas emissões diretas e indiretas de CO2 e neutralizou suas emissões dos gases causadores do efeito estufa.

Com receio de que o Sertão pernambucano possa ser território para a instalação de usinas nucleares nos próximos anos, a Articulação Sertão Antinuclear organiza uma caminhada neste sábado (15), a partir das 5h, em oposição ao projeto nuclear do governo federal.

 O percurso do protesto tem início no município de Mirandiba, passando por Carnaubeira da Penha e Floresta, até chegar em Itacuruba, todas cidades do Sertão de PE. No domingo (16) será realizado um grande ato contra a instalação da usina nuclear, em frente à Igreja Matriz Nossa Senhora do Ó, a partir das 8 horas.

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A Articulação Sertão Antinuclear é composta por diversas comunidades e povos tradicionais da região, além de organizações e movimentos sociais que lutam em defesa dos territórios locais e seus costumes. O grupo é contra a possibilidade da construção de usinas nucleares na cidade de Itacuruba, distante há quase 500 quilômetros do Recife, às margens do rio São Francisco.

Trecho marcado em vermelho sinaliza a área da cidade de Itacuruba, no Sertão de Pernambuco. Foto: Google Maps

Um estudo feito pela empresa Eletronuclear havia indicado um potencial para construção de até 6,6 mil megawatts (MW) de usinas nucleares na cidade. Cada usina teria investimento mínimo de R$ 30 bilhões. A secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME) informou que o Plano Nacional de Energia 2030, em elaboração pelo MME e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), deve indicar a construção de novas usinas nucleares no Brasil, além de Angra 3. 

Cláudia Leal é uma das organizadoras da "caminhada antinuclear" e destaca que os sertanejos precisam abrir os olhos e lutar contra a implantação desse empreendimento. "As pessoas precisam entender que isso não traz benefícios nenhum para a população local. Nós temos muito sol, vento e outras fontes para a produção de energia limpa. Esse projeto não vai edificar a cidade como o prefeito da cidade diz por aí. Um exemplo simples é que não temos mão de obra qualificada para atuar nesse ramo e por isso nenhum trabalhador daqui seria contratado", explicou a integrante da Associação Provida. A reportagem telefonou para o gabinete do prefeito de Itacuruba mas não as ligações não foram atendidas.

Um dos pontos levantados pelo padre Luciano Aguiar, que reside em Floresta, cidade também localizada no Sertão de Pernambuco é que o risco da usina nuclear é muito grande. "Se acontecer algum acidente o impacto atingirá Pernambuco inteiro, além dos efeitos radioativos graves. Não queremos isso aqui, esse empreendimento é politicagem e manutenção de royalties. A última coisa que queremos é um desastre ambiental e a retirada das nossas comunidades ribeirinhas de suas moradias", avaliou o religioso, que também participará da caminhada. 

Segundo o censo 2013 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Itacuruba possui uma população de 4 643 habitantes, sendo o segundo menor município em população do Estado, atrás apenas de Ingazeira. No município de Itacuruba estão inseridos três povos tradicionais, sendo eles a comunidade quilombola de Poço dos Cavalos, a comunidade quilombola Negos do Gilu, e o povo indígena Pankará, da Aldeia do Serrote dos Campos.

No site da Eletrobras (Eletronuclear) um texto sobre o empreendimento aponta o Nordeste como prioridade na construção das novas usinas. "O Plano Nacional de Energia 2030 (PNE 2030) estabeleceu que o Brasil precisará expandir a oferta de energia nuclear em mais 4 mil megawatts (MW) até o final do período. Desse total, 2 mil MW estão previstos para o Nordeste e mais 2 mil MW, para o Sudeste. Com base nesse planejamento, a Eletrobras Eletronuclear deu início à seleção de locais candidatos para abrigar as futuras centrais nucleares nacionais", diz trecho do documento.

A empresa argumenta que utilizou técnicas de sistemas de informação geográfica, mapeou as regiões a partir de imagens de satélites e utilizou dados sobre meteorologia, sísmica, população e possíveis fontes de água existentes nos locais pesquisados que poderiam ser usadas para refrigeração do reator.

Simulação de central nuclear com seis reatores que poderá ser construída. Foto: Eletronuclear

Apesar de não existir uma negociação sólida e transparente por parte do governo federal e a gestão local, os sertanejos se antecipam e se unem para mobilizar a sociedade civil do risco de uma usina nuclear para o desenvolvimento energético do país. 

"Não sabemos em que pé anda a proposta oficial. Mas a gente tem consciência de que o prefeito quer essa usina aqui e busca apoio de deputados de Pernambuco para tocar o projeto. Mas eles não se preocupam com a vida pacata da cidade, essas pessoas precisam da água para se manter e qual a segurança que teremos com uma usina nuclear? E para onde vão os resíduos disso? Como será a vida dos ribeirinhos, quilombolas e ingígenas?", questionou Cláudia, que apontou o desastre de Chernobil como principal motivação para ser contra o empreendimento. 

O acidente nuclear citado foi catastrófico e aconteceu entre 25 e 26 de abril de 1986 no reator nuclear nº 4 da Usina Nuclear de Chernobil, perto da cidade de Pripyat, no norte da Ucrânia Soviética.

Qual o custo-benefício do projeto?

O físico e especialista em energias Heitor Scalambrini aponta que o maior risco de uma usina nuclear é o vazameno de material radioativo do interior para o exterior. "Quem faz pesquisas na área sabe que é difícil acontecer esse tipo de vazamento, mas como toda obra de engenharia não existe o risco zero. O alerta da população sertaneja é preventivo para evitar um dos piores desastres que podem acontecer na superfície terrestre", explicou o pesquisador e professor da Universidade Federal de Pernambuco. 

 Para ele, a proposta de instalação nas margens do Rio São Francisco é muito perigosa por todo potencial que o velho chico oferece ao Brasil. "O rio serve a mais de 20 milhões de pessoas, 600 município e seis estados. Um desastre poderia acabar com o nordestino", disse. Scalambrini também citou que a tendência mundial é não utilizar a energia nuclear pelo risco e alto custo. 

O professor destacou que países como a Alemanha e Itália já deram grandes passos para não utilizar essa fonte energética. "O Brasil não precisa das usinas nucleares para garantir a segurança energética da população. Para se ter uma ideia , hoje temos duas usinas nesse sentido no país e elas são responsáveis por menos de 1% do que geramos no país. É ínfimo e o custo não se sustenta", criticou Heitor Scalambrini. 

Em 32 anos de operação, a Itaipu Binacional é líder mundial em produção de energia limpa e renovável. Com 20 unidades geradoras e 14.000 MW de potência instalada, fornece cerca de 17% da energia consumida no Brasil e 75% no Paraguai. Fotos Públicas/Divulgação

A legislação estadual veda a instalação de usina do tipo. De acordo com o atigo 216 da constituição pernambucana "fica proibida a instalação de usinas nucleares no território do Estado de Pernambuco enquanto não se esgotar toda a capacidade de produzir energia hidrelétrica e oriunda de outras fontes", trecho retirado do documento de acesso público.

O Brasil possuí 12% da água doce superficial da Terra, tornando-se o país com uma das maiores redes fluviais, contando com 12 bacias hidrográficas. As cinco principais usinas hidrelétricas são Usina Hidrelétrica de Itaipu (Paraná) , Usina Hidrelétrica de Belo Monte (Pará), Usina Hidrelétrica São Luíz do Tapajós (Pará) e Usina Hidrelétrica de Tucuruí (Pará) e Usina Hidrelétrica de Santo Antônio (Rondônia). Juntas são responsáveis por produzir cerca de 70% da energia disponível para consumo no Brasil, ou seja, é a principal geradora de energia no país. 

"Aqui não precisamos de usinas nucleares, temos outras fontes menos poluentes e que produzem menos riscos. Um ponto importante que a população saiba é que além dos riscos sociais e ambientais, investir na usina nuclear vai aumentar ainda mais a conta de energia do brasileiro. É caminhar na contramão", concluiu o pesquisador.  

O Facebook anunciou nesta terça-feira (28) que está reduzindo suas emissões de gases de efeito estufa em 75% e fará com que suas operações funcionem com 100% de energia renovável até o final de 2020. Esses esforços fazem parte de sua promessa de combater as mudanças climáticas.

A empresa assinou contratos para comprar mais de 3 gigawatts de energia solar e eólica desde que iniciou esses esforços em 2013. Esses projetos são construídos na mesma rede dos data centers do Facebook, no Oregon, Virgínia, Novo México e Suécia.

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"Em 2015, estabelecemos uma meta de apoiar 50% de nossas instalações com energia renovável até 2018. Alcançamos essa meta um ano antes, com 51% de energia limpa e renovável em 2017", disse o Facebook, em comunicado.

Como o Facebook, muitas empresas de tecnologia estão tentando se tornar sustentáveis. Em junho, a Samsung prometeu fazer suas operações nos EUA, Europa e China rodarem com 100% de energia renovável até 2020. A Apple o Google já concluíram esta meta desde abril.

Os chineses têm buscado solucionar o desafio de continuar crescendo e ao mesmo tempo diminuir as emissões de gases poluentes. Pelos próximos dois anos, o país tem a ambição de gerar 100 gigawatts de energia solar, uma quantidade suficiente para iluminar mais de 30 milhões de residências. Até 2030, a energia produzida por fontes renováveis na China deve atingir 20% do total - contra os atuais 13%.

A China tem a expectativa de se tornar a próxima superpotência de energia limpa. O país já é o maior investidor mundial de energia renovável, tendo feito um aporte de US$ 126,6 bilhões (cerca de R$ 488,1 bilhões, em valores atuais) no setor no ano passado, uma alta de 30% em relação ao ano anterior.

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Na comparação com o resto do mundo, os projetos chineses dominaram a expansão global da capacidade de geração renovável ao longo de 2017, que somou 157 gigawatts em novas usinas ao redor do mundo, mais que o dobro do crescimento dos combustíveis fósseis, mostrou um relatório feito com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU).

Desse total, 98 gigawatts em capacidade solar foi adicionado ao redor do mundo em 2017, com a China contribuindo com mais de metade desse acréscimo de capacidade de produção, ou 53 gigawatts.

Sinal de alerta. O distanciamento dos chineses de fontes poluentes de energia, como o carvão e outros combustíveis fósseis, fazem parte de um esforço para a diminuição da emissão de gases poluentes. E esse movimento em direção a fontes limpas é relativamente recentes, se acelerando na última década. Nos anos recentes, o país viu brotar um grande número de parques de energia solar.

De acordo com um estudo de 2016, comandado por pesquisadores chineses e americanos, a queima de carvão foi o principal indutor de mortes relacionadas à poluição do ar na China em 2013, causando cerca de 366 mil mortes prematuras no país.

No ano passado, foi inaugurada em Datong, no norte da China, uma estação de energia solar diferente: as placas de captação de energia formam o desenho de um panda, animal que é um dos símbolos do país.

No entanto, ainda que fabricantes de equipamentos do setor tenham elevado a produção nos últimos dois anos, conforme os governos apoiaram centenas de projetos para atingir metas de energia limpa, a indústria agora pode estar sofrendo com um excesso de capacidade.

O rápido crescimento do setor de energia solar foi impulsionado, sobretudo, por generosos subsídios estatais. Mas o país tem buscado mudar as formas de incentivo e o crescimento do parque de usinas solares deve sofrer uma desaceleração este ano na comparação com o ano passado.

Na avaliação do vice-presidente do Conselho da Associação Fotovoltaica da China, Wang Bohua, a capacidade instalada em geração de energia solar na China deve aumentar cerca de 40 gigawatts em 2018, contra os 53 gigawatts de crescimento registrado em 2017. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

setor de energia renovável, incluindo as hidrelétricas, emprega mais de 10 milhões de pessoas no mundo, de acordo com dados da quinta edição do relatório Renewable Energy and Jobs – Annual Review (Energias Renováveis e Empregos - Revisão Anual). As informações foram divulgadas nesta terça-feira (8) pelo Conselho da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês), em Abu Dhabi. 

O relatório aponta que em 2017 foram criados mais de 500 mil empregos, um aumento de 5,3% em relação a 2016. Segundo a organização, a China, o Brasil, os Estados Unidos, a Índia, Alemanha e o Japão continuam a ser os maiores empregadores do mercado de energia renovável no mundo, representando mais de 70% de todos os empregos no setor globalmente.

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Para Irena, a economia global poderá criar até 28 milhões de empregos no setor até 2050, com a descarbonização do sistema energético.

Os dados mostram que a produção de energia solar fotovoltaica continua sendo o maior empregador de todas as tecnologias de energia renovável, respondendo por cerca de 3,4 milhões de empregos. A estimativa é que a China responda por dois terços dos empregos fotovoltaicos, equivalente a 2,2 milhões, o que representa uma expansão de 13% em relação a 2016.

No Brasil, o relatório destaca que o número de empregos no segmento de biocombustíveis aumentou 1% em 2017, totalizando 593 400 postos de trabalho.

A Apple anunciou nesta segunda-feira (9) que seu negócio agora é alimentado por fontes de energia 100% renováveis. Isso significa que todas as lojas próprias, escritórios, centros de dados e instalações da companhia localizadas em 43 países - incluindo os EUA, Reino Unido, China e Índia - funcionam de forma sustentável. Além disso, dez parceiros de fabricação da companhia se comprometeram a fazer o mesmo.

"Estamos comprometidos em deixar o mundo melhor do que o encontramos. Depois de anos de trabalho duro, estamos orgulhosos de ter alcançado esse marco significativo", disse o CEO da Apple, Tim Cook, em comunicado à imprensa.

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"Vamos continuar ampliando os limites do que é possível com os materiais em nossos produtos, a forma como os reciclamos, nossas instalações e nosso trabalho com fornecedores para estabelecer novas fontes criativas e voltadas para o futuro de energia renovável, porque sabemos o futuro depende disso", ressaltou.

A fabricante do iPhone tem trabalhado gradualmente para tornar seus produtos e operações mais ecológicos. Isso incluiu a construção do seu novo campus em Cupertino, nos EUA, que tem painéis solares ao redor de seu enorme teto para garantir que o complexo em formato de nave seja totalmente verde.

A empresa introduziu projetos semelhantes em todo o mundo, inclusive na China, onde construiu projetos de energia eólica e solar para neutralizar as emissões geradas por seus processos de fabricação.

Já em 2014 a empresa havia anunciado que todos os seus centros de dados funcionavam com energia renovável. Agora a Apple mantém esse compromisso à medida que constrói novas infraestruturas na Dinamarca e em outros países. Mas grande parte dos produtos reais da Apple é feita por fornecedores, sobre os quais ela não tem controle direto.

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Curitiba transformará o lodo derivado do esgoto em energia elétrica para abastecer a própria estação de tratamento de água. Segundo a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), a Estação de Tratamento (ETE) Belém recebe cerca de 840 litros de esgoto por segundo. Após o processo de tratamento, 600 metros cúbicos (m³) de lodo poderão ser utilizados para a geração de energia.

O processo, conhecido como biodigestão, aproveita restos de alimentos, dejetos, resíduos da pecuária e da agricultura para fabricar o biogás. O método explora a ação das bactérias, que se alimentam dessas substâncias em ambientes sem oxigênio, e os transforma em gases, como metano, dióxido de carbono e oxigênio. Esses gases, quando injetados em geradores, servem para produzir energia elétrica e térmica.

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De acordo com o engenheiro da Sanepar, Gustavo Possetti,com a implantação da usina de biogás todo o processo passará a ser sustentável. “Além de tratar o esgoto promovendo a saúde pública e a limitação de impactos ambientais, nós tentamos gerenciar da forma mais correta possível todos os subprodutos que advêm desse processo.”

O primeiro passo para a instalação da usina foi a verificação do potencial de produção e das características do biogás das estações de tratamento.  “A partir desse projeto geramos as primeiras diretrizes que poderiam orientar a recuperação energética desse material, em função das escalas das estações e consequentemente em função de cada uma das propostas de utilização”, declarou Possetti.

Os centros de dados do Google e os escritórios para seus 60 mil funcionários serão totalmente alimentados por energia renovável a partir do próximo ano, no que a empresa chamou de momento histórico. O gigante da internet já é o maior comprador corporativo de eletricidade sustentável do mundo.

"Cada vez mais, a energia renovável é a opção de menor custo", disse o executivo líder de energia europeu no Google, Marc Oman. "Nossos fundadores estão convencidos de que a mudança climática é uma ameaça real e imediata, por isso temos que fazer a nossa parte", complementou.

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As empresas de tecnologia passam por uma crescente pressão sobre o uso de carbono de suas operações, que cresceram tão rapidamente e agora representam cerca de 2% das emissões globais de gases de efeito estufa, rivalizando com a indústria da aviação.

O Google levou cinco anos para atingir a meta de 100% de uso de energia renovável, estabelecida em 2012. A maior demanda da empresa está em seus centros de dados.

Isso não significa que a empresa está recebendo toda sua energia diretamente de fontes renováveis, mas que em sua base anual a quantidade produzida por meio de painéis solares e parques eólicos corresponde a eletricidade que suas operações consomem.

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A partir do segundo semestre deste ano deverá estar em operação em Pernambuco uma nova tecnologia que permite transformar esgoto em energia elétrica renovável. O equipamento será implantado na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), em Caruaru, no Agreste, e no Instituto Camará, em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife.

De acordo com a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), desenvolvedora do projeto, as duas plantas de geração alternativa de energia têm potências somadas estimadas em 210 kW. A nova tecnologia utilizará o gás produzido pelos resíduos sólidos efluentes líquidos como combustível para a geração de energia.

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Inicialmente, a energia produzida pelo biogás será utilizada para abastecer a própria unidade de tratamento. Havendo excedente, a energia será injetada na rede da Celpe. O percentual não consumido e destinado à rede da concessionária será revertido em crédito para o cliente, como prevê resolução normativa que trata da geração distribuída.

Durante um ano, a estação de tratamento de Caruaru será monitorada pela equipe de pesquisadores responsável pelo modelo. O projeto deve avaliar os requisitos técnicos e a viabilidade econômica para inserção do biogás oriundo de resíduos líquidos para a geração de energia elétrica em estações de tratamento de esgoto. 

No Instituto Camará, entidade privada criada para realizar a gestão sustentável da Reserva Camará, complexo multiuso de Camaragibe, será instalado um microgerador de energia com potência estima em 10 kW que funcionará a partir dos resíduos gerados na localidade. Neste caso, o objetivo será avaliar o desempenho do equipamento em outros ambientes. A meta é que o modelo sirva de base para aplicação em diversos segmentos como comercial, industrial ou residencial.

Entre os benefícios estão o reaproveitamento dos resíduos e a redução dos gases emitidos na estação de tratamento de esgoto. Para os clientes que aderirem ao sistema de micro ou minigeração não haverá necessidade de construção de linhas de transmissão, visto que a energia é consumida no mesmo local em que é produzida, reduzindo os níveis de perdas técnicas que ocorrem no transporte dessa energia. 

O Plano Paulista de Energia (PPE) apresentado nesta quinta-feira, 18, pelo governo de São Paulo prevê que o potencial instalado de bioeletricidade de cana do Estado alcançaria 13 mil MW em 2020, quase três vezes a capacidade atual de 4,8 mil MW. Para alcançar essa meta, o governo prevê a necessidade de investimentos de R$ 28 bilhões a serem feitos pela iniciativa privada.

A produção de energia a partir da cana de açúcar, a chamada biomassa, é um dos pilares do PPE, que também aposta na geração eólica e fotovoltaica, a partir do aproveitamento do sol. O plano prevê que a participação de energia gerada a partir de fontes renováveis saltará de atuais 55,5% para 69% em 2020.

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A meta está alinhada à Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC), que, segundo o secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, prevê que a emissão de carbono no Estado em 2020 seja 20% inferior aos volumes registrados em 2005.

O PPE prevê uma série de medidas para o desenvolvimento econômico e sustentável da geração de energia em São Paulo. Entre elas, medidas que vão desde a viabilização do aumento de produtividade das unidades geradores de energia do Estado e o uso de biocombustíveis até a criação de uma disciplina de Eficiência Energética e Uso Racional da Energia Elétrica na rede pública de educação.

Provocação

Durante a cerimônia de lançamento do Plano Paulista de Energia, membros do governo paulista reforçaram a condição de destaque de São Paulo quando o assunto é geração de energia a partir de fontes renováveis. "No mundo, a energia renovável responde por 12,5% da energia gerada. No Brasil, esse número está em 45,5% e, no Brasil, em 55%", comparou o governador Geraldo Alckmin.

Alckmin também destacou o trabalho do Conselho Estadual de Política Energética, fundamental para a elaboração do PPE, e aproveitou para alfinetar o governo federal. "Quem ouve mais, erra menos. Governo moderno é aquele que interage. Não o que impõe", disse Alckmin após citar o conselho.

Nas últimas semanas, o governador paulista tem feito inúmeras críticas ao governo federal. Elas são direcionadas, principalmente, a projetos anunciados sem uma conversa prévia com membros da oposição e do próprio governo, caso do plebiscito para a reforma política anunciado pela presidente Dilma Rousseff.

Antes do discurso de Alckmin, o secretário José Aníbal já havia feito crítica direta ao governo federal quando citou a necessidade de estímulos ao setor de geração de energia a partir da biomassa. "É um setor que merece ter uma política mais previsível e constante por parte do governo federal. Diria que como tem sido feito pelo governo estadual", disse o secretário, para em seguida lembrar os incentivos fiscais concedidos pelo governo paulista ao setor sucroalcooleiro.

Um acordo firmado entre o Governo de Pernambuco e a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) visa garantir que o arquipélago de Fernando de Noronha tenha 100% de sua energia renovável em três anos. A nova usina, que entra em operação dentro de um ano, vai ampliar o parque da energia proviniente de fontes naturais e contribuir com 6% do consumo total da ilha.

O acordo de cooperação foi assinado nessa terça-feira (21) pelo governador Eduardo Campos. A implantação da usina terá um custo de R$ 11 milhões e o Governo do Estado vai ceder o terreno onde serão implantados os painéis fotovoltaicos. A fonte tradicional (a diesel) ficará como uma alternativa para uma possível emergência.

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De acordo com o Governo, a Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável também participará da parceria fornecendo apoio técnico. O projeto integra o Programa de Eficiência Energética da Celpe e de Pesquisa e Desenvolvimento da Neoenergia, aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Com informações da assessoria

CEARÁ- Fortaleza recebe a maior evento de energia renovável do Brasil, a 7ª Edição do All About Energy, no Centro de Eventos do Ceará, e vai até a esta quarta-feira (13). O evento traz debates sobre o tema no Estado do Ceará, maior produtor de energia eólica e solar do País.

A participação do Governo do Estado no evento fica por conta do coordenador de Energia e Comunicações da Secretaria da Infraestrutura, Renato Roli, que será um dos debatedores no encontro, abordando assuntos como, política e regulamentação do setor energético.

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A espanhola Iberdrola anunciou, nesta segunda-feira (31), a venda de seu negócio francês de energia renovável, por até 400 milhões de euros (US$ 528,7 milhões), a um grupo de investidores liderado pela General Electric (GE).

Pelo acordo, a empresa venderá 100% da Iberdrola Renovables France por 350 milhões de euros, mais um pagamento adicional de 50 milhões de euros se certas condições do acordo forem cumpridas.

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A GE ficará com 40% da unidade francesa, assim como a MEAG, um gestor de ativos controlado pela Munich Re e ERGO. Os 20% restantes irão para a EDF Énergies Nouvelles.

O acordo não inclui ativos no exterior e um conjunto de parques eólicos em desenvolvimento, que serão transferidos para outra unidade da Iberdrola antes da conclusão do acordo.

A Iberdrola Renovables France controla 32 parques eólicos, na França, com capacidade de geração de 321,4 megawatts, segundo comunicado da Iberdrola.

 As informações são da Dow Jones.

O governo do Estado de São Paulo prevê ampliar a atual fatia de energia renovável na matriz energética paulista de 55,1% para 69% até o final da década. A meta faz parte do esboço do Plano Estadual de Energia, entregue na quinta-feira ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) pelo secretário de Energia, José Aníbal.

O plano é a principal medida para cumprir a lei estadual de mudanças climáticas aprovada em 2009. A lei prevê, para 2020, a redução nas emissões de gases de efeito estufa em 20% sobre as emissões de 2005.

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De acordo do Aníbal, para atingir a meta de energia renovável, a participação da energia cogerada a partir do bagaço de cana-de-açúcar terá de saltar dos atuais 33,5% para 46% ao final da década. "A expectativa é termos uma Itaipu de energia cogerada em São Paulo", disse Aníbal, durante seminário do setor sucroenergético, em Sertãozinho (SP).

Aníbal cobrou uma ampliação na interlocução entre o setor e o governo e criticou o avanço da energia eólica no País. "As empresas europeias amargaram prejuízos e entupiram o País com as eólicas. Com isso, 75% do leilão de energia nova ficou com elas", afirmou.

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