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Deve ser iniciada neste mês estudos de viabilidade para a construção de uma usina híbrida de geração de energia a partir de biogás e painéis fotovoltaicos no Nordeste. O grupo Alexandria é quem desenvolve os projetos em parceria com empresas do setor sucroalcooleiro da região Nordestina. 

Segundo o grupo, a ideia é criar uma plataforma de produção ininterrupta de energia elétrica, suprindo as necessidades da região com um produto mais barato e menos poluente do que a fornecida pelas termelétricas a combustíveis fósseis. O Alexandria aponta também que a  existência de produtores de cana na região Nordeste pode resolver uma lacuna das usinas solares tradicionais, que é a impossibilidade de produzir no período noturno.

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“Uma usina híbrida que funcione 24 horas conseguirá oferecer energia de forma ininterrupta, além de ser uma oportunidade de redução de passivos ambientais ao utilizar rejeitos e dejetos”, explica Alexandre Brandão, CEO do Grupo Alexandria. A expectativa do executivo é que os estudos técnicos para a construção da nova usina comecem ainda este ano.

Curitiba transformará o lodo derivado do esgoto em energia elétrica para abastecer a própria estação de tratamento de água. Segundo a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), a Estação de Tratamento (ETE) Belém recebe cerca de 840 litros de esgoto por segundo. Após o processo de tratamento, 600 metros cúbicos (m³) de lodo poderão ser utilizados para a geração de energia.

O processo, conhecido como biodigestão, aproveita restos de alimentos, dejetos, resíduos da pecuária e da agricultura para fabricar o biogás. O método explora a ação das bactérias, que se alimentam dessas substâncias em ambientes sem oxigênio, e os transforma em gases, como metano, dióxido de carbono e oxigênio. Esses gases, quando injetados em geradores, servem para produzir energia elétrica e térmica.

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De acordo com o engenheiro da Sanepar, Gustavo Possetti,com a implantação da usina de biogás todo o processo passará a ser sustentável. “Além de tratar o esgoto promovendo a saúde pública e a limitação de impactos ambientais, nós tentamos gerenciar da forma mais correta possível todos os subprodutos que advêm desse processo.”

O primeiro passo para a instalação da usina foi a verificação do potencial de produção e das características do biogás das estações de tratamento.  “A partir desse projeto geramos as primeiras diretrizes que poderiam orientar a recuperação energética desse material, em função das escalas das estações e consequentemente em função de cada uma das propostas de utilização”, declarou Possetti.

Antes desprezado ou usado como adubo sem tratamento, o grande volume de excremento produzido diariamente por 84 mil galinhas poedeiras da Granja Haacke, no município de Santa Helena, a 110 km de Foz do Iguaçu (PR), hoje vira combustível para automóveis. Ao participar de um programa que transforma os dejetos em gás biometano, o proprietário da fazenda resolveu vários problemas.

"O dejeto tinha cheiro forte, incomodava, atraía moscas e prejudicava o meio ambiente", afirma Nilson Haacke. Ele investiu R$ 700 mil em equipamentos para decompor as fezes até virarem biogás. Seu parceiro no projeto, o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás), que tem a hidrelétrica de Itaipu como principal mantenedora, entrou com R$ 400 mil na instalação de um biodigestor, cuja função é purificar o biogás e transformá-lo em biometano.

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A Itaipu Binacional adquire o gás veicular de Haacke para abastecer sua exclusiva frota de 43 veículos movidos a biometano. O produto foi regulamentado pela Agência Nacional de Petróleo há cerca de um ano.

Por ser combustível verde, o biometano atrai interesse das montadoras. A Scania iniciou a produção de um ônibus a gás na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), com chassi importado da Suécia. Uma unidade será testada em São Paulo em maio, mas o grupo já tem contratos de exportação para Colômbia e México. Um ônibus da marca, também trazido da Suécia, rodou com biometano no fim de 2014, no transporte de funcionários de Itaipu e em outros cinco Estados, e comprovou a eficiência do combustível.

Abastecer a frota não é a única razão para a usina difundir o novo combustível alternativo. "O Paraná é o maior produtor de proteína animal e, no processo de confinamento, é gerada enorme quantidade de dejetos que, se descartada inadequadamente, polui águas, mata peixes e chega aos reservatórios da usina", diz Rodrigo Regis Galvão, presidente do CIBiogás.

Segundo Galvão, as características do biometano são as mesmas do gás natural, mas a origem é verde (vem de matéria orgânica), enquanto o GNV é de origem fóssil (vem dos poços de petróleo). Além das fezes da galinha, o gás pode ser obtido de suínos, bovinos, bagaço de cana e lixo em geral. Como biogás, é muito usado na geração de energia.

Após separado o gás, o líquido que sobra pode ir direto para a lavoura como fertilizante natural. "O Brasil importa 90% do fertilizante químico usado na agricultura", diz Marcelo Alves de Sousa, gerente de relações institucionais da CIBbiogás. O centro desenvolve projeto para transformar o líquido em flocos para ser revendido no mercado.

Com as galinhas, que também fornecem ovos vendidos na Ceasa local, Haacke consegue produzir 700 m³ por dia de biometano, que é armazenado em cilindros e levado até Itaipu, onde há um posto de abastecimento. Ele gera ainda a energia usada na granja durante o dia, por um motogerador, que resulta em economia mensal de R$ 8 mil na conta de luz. Também utiliza o fertilizante na plantação de milho e outros produtos.

Haacke começou a produzir biometano no fim de 2014 e, por enquanto, só fornece para Itaipu. "Quando tiver demanda, vou produzir em escala comercial", afirma o agricultor de 53 anos. Ele iniciou a criação de galinhas aos 28 anos, com 600 aves. Hoje, tem 200 mil - das quais 84 mil são confinadas para o projeto biometano - e 900 cabeças de gado, cujos dejetos também viram biogás. Emprega 28 funcionários e conta com ajuda do filho, de 25 anos, e da filha, de 20.

Frota

A frota de Itaipu é formada em grande parte por modelos Siena, da Fiat, adquiridos pela hidrelétrica na versão tetrafuel - aceita etanol, gasolina com adição de etanol, gasolina pura e GNV. Três Mitsubishi L200 e um Chevrolet Cobalt foram alterados para receber o kit de gás.

Segundo a Fiat, no primeiro trimestre deste ano, foram vendidas entre 500 e 700 unidades do Siena tetrafuel. O modelo tem grande procura entre taxistas.

Até o fim do ano, a usina de Itaipu terá 86 carros a biometano, e quer incentivar o aumento da escala de produção do combustível não só para seu uso. O País tem hoje 1,18 milhão de veículos movidos a gás natural, segundo a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás). A grande maioria é de modelos que passaram por modificações em oficinas e podem usar o biometano.

De acordo com Sousa, o custo do biometano é, em média, 40% inferior ao da gasolina e 30% menor que o do etanol, além de garantir maior autonomia. Na comparação com o diesel, é 28% mais em conta, informa Silvio Munhoz, diretor da Scania. "Quando produzido em larga escala, também poderá competir em vantagem com o GNV", diz.

A ideia do CIBiogás é que o biometano seja um combustível regional, especialmente nas áreas do agronegócio. "Ele só tem viabilidade em um determinado raio, pois não demanda estrutura de um gasoduto, que é cara", afirma Galvão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) divulgou, nesta quinta-feira (19), um projeto para geração de energia elétrica a partir do sistema de esgoto da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). A iniciativa vai transformar resíduos sólidos e efluentes líquidos em biogás, que será utilizado na matriz energética brasileira.

O projeto construirá um sistema de geração de energia renovável com potência estimada em 200 kW, em uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Compesa. Inicialmente, a energia gerada pelo biogás será utilizada na própria unidade de tratamento ou, caso haja excedente, injetada na rede da Celpe. O percentual não consumido pelo cliente e destinado à rede da concessionária será revertido em crédito para o consumidor. 

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Além de proporcionar a geração de energia limpa, a ação ainda pode contribuir de forma decisiva para diminuir o déficit de tratamento de esgoto no País. “Vamos estudar uma tecnologia que possa ser aplicada em várias situações. Em paralelo à ETE, vamos procurar uma solução para os resíduos produzidos em supermercados, feiras, lixões, aterros, restaurantes e todos os locais onde exista a obra-prima para o biogás”, comenta o gestor de Meio Ambiente da Celpe, Thiago Caíres.

No total serão investidos mais de R$ 4,6 milhões na aquisição dos equipamentos, capacitação profissional, desenvolvimento da tecnologia, instalação e acompanhamento após implantação.

*Com informações da assessoria

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