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Os juros futuros encerraram a terça-feira, 25, em alta, em ajuste à ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que reforçou a ideia de que a Selic deve sofrer novo corte de 0,25 ponto porcentual em novembro, esfriando as apostas do mercado de aceleração do ritmo de queda para 0,50 ponto porcentual.

As taxas subiram desde a abertura e a ata acabou se sobrepondo a fatores como a queda do dólar para a casa de R$ 3,10 e a expectativa de sucesso do governo na votação em segundo turno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita os gastos do governo, na Câmara, que poderiam em tese, aliviar prêmios nas taxas. Em Brasília, o plenário da Câmara dos Deputados atingiu no período da tarde o quórum necessário para retomar a apreciação da PEC, após a expiração do prazo regimental de quatro horas de uma sessão extraordinária.

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No final da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) que vence em janeiro de 2017 fechou com taxa de 13,729%, ante 13,720% no ajuste de segunda-feira. O DI janeiro de 2018 encerrou com taxa de 12,24%, ante 12,16%. A taxa do DI janeiro de 2021 subiu de 11,10% para 11,18%.

Entre os indícios na ata de que o Banco Central deve seguir cauteloso na condução do ciclo de distensão monetária, os analistas destacaram por exemplo a afirmação de que "a convergência da inflação para a meta para 2017 e 2018 é compatível com uma flexibilização moderada e gradual das condições monetárias". Além disso, os diretores ressaltam que "as projeções no cenário de mercado sugerem haver limites para a magnitude dessa flexibilização nesse mesmo horizonte". Para 2017 e 2018, no cenário de mercado, a expectativa é de inflação de 4,9% e de 4,7%, portanto, acima do centro da meta de 4,5%.

Houve ainda, por parte do BC, demonstração de preocupação com a inflação de serviços, a partir dos "sinais de uma pausa recente no processo de desinflação de componentes do IPCA mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária". Segundo os diretores do BC, isso pode sinalizar uma convergência mais lenta da inflação à meta.

Após ceder mais de 1% nesta quarta-feira, 27, o dólar conseguiu se firmar em alta ante o real durante a tarde e fechar com elevação de 0,88%, aos R$ 4,0981. Fatores técnicos contribuíram para o avanço da moeda americana, assim como os movimentos em torno da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que saiu no fim da tarde. A moeda para fevereiro, que encerra apenas às 18 horas, subia no fim da tarde 0,81%, aos R$ 4,09150.

Pela manhã, estrangeiros seguiram reduzindo posições compradas no mercado futuro, em movimento semelhante ao visto na véspera. De acordo com alguns profissionais, passado o impacto da decisão da semana passada do Comitê de Política Monetária (Copom), que disparou a busca por dólares, em meio à piora da percepção de risco, muitos players diminuíram posições na moeda americana (venderam divisas) ontem e na manhã de hoje.

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A atuação dos estrangeiros, somada a um exterior sem um norte pela manhã, fez o dólar à vista marcar a mínima de R$ 4,0299 (-0,80%) às 10h32. Com a moeda neste patamar, no entanto, começaram a aparecer compradores.

Dados positivos divulgados nos EUA ampliaram os ganhos do dólar no Brasil no início da tarde e também deram fôlego à moeda americana no exterior - embora, naquele momento, o viés principal lá fora fosse negativo. As vendas de moradias novas subiram 10,8% em dezembro nos EUA, para 544 mil, bem acima da previsão de avanço de 2,4% (502 mil) do mercado.

Durante todo o dia, no entanto, a expectativa em torno da decisão do Fed permeou os negócios. Quando o anúncio saiu, às 17 horas, o dólar se fortaleceu ante algumas divisas, inclusive o real, em um primeiro momento. Foi quando a divisa à vista marcou a máxima de R$ 4,1031 (+1,00%), às 17h11. Depois, porém, houve certa desaceleração lá fora e aqui dentro também, o que fez a moeda à vista encerrar nos R$ 4,0981.

Em linhas gerais, a decisão do Fed veio dentro do esperado. A instituição manteve as taxas de juros na faixa de 0,25% a 0,50% e, ao mesmo tempo, demonstrou preocupação com a economia global. Por outro lado, o Fed não descartou a elevação de juros novamente em março, o que deixa em aberto o próximo encontro de política monetária.

Neste cenário, a Bovespa subia 2,74% no fim da tarde, aos 38.524 pontos. Na renda fixa, nesta sessão estendida, as taxas dos contratos futuros de juros de curto prazo seguiam em baixa, enquanto as longas subiam.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a projeção para a alta do preço da gasolina este ano. A projeção passou de 9,2%, estimados em julho, para 8,9%, divulgado hoje (10), na ata da última reunião do Copom.

Também foi reduzida a projeção para o aumento dos preços da energia elétrica, de 50,9% para 49,2%. A estimativa para a queda no preço da tarifa de telefonia fixa passou de 3% para 3,5%.

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O Copom também alterou a projeção para o aumento do preço do botijão de gás de 4,6% para 15%. No último dia 31, a Petrobras anunciou que o preço do gás liquefeito de petróleo para uso residencial, envasado em botijões de até 13 quilos, foi reajustado em 15%, em média.

Para o conjunto de preços administrados por contrato e monitorados, o comitê projeta variação de 15,2% em 2015. Em julho, o índice estimado foi 14,8%.

Selic

As ações do BC no combate à alta dos preços devem fazer com que se atinga o objetivo de entregar a inflação na meta (4,5%) em 2016. Na ata, o BC cita que esse efeito de elevação da Selic, por se acumular e por levar tempo para aparecer, vai se sobrepor a “certos riscos remanescentes” na trajetória de combate à inflação. Na última quarta-feira, o comitê decidiu manter a Selic em 14,25% ao ano, após um ciclo de sete altas seguidas.

A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Ao manter a Selic em 14,45% ao ano, o BC sinaliza que as altas anteriores foram suficientes para produzir os efeitos esperados na economia.

Para o Copom, a sua estratégia “está na direção certa”. O comitê cita que houve avanços para conter a inflação, mas ainda é preciso ficar vigilante, em momento de aumento de preços de ativos, como o dólar.

Contas públicas

No documento, o Copom diz que “a mudança na trajetória de variáveis fiscais, implícita na proposta orçamentária para 2016, afetou as expectativas e, de forma significativa, os preços de ativos”.

Para o comitê, “alterações significativas” na trajetória de geração de superávit primário, economia para o pagamento de juros da dívida pública, “contribuem para criar uma percepção menos positiva sobre o ambiente macroeconômico no médio e no longo prazo”.

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