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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) informou hoje (28) que a materialização de um cenário com uma nova regra fiscal “sólida e crível” poderá trazer um processo de desinflação “benigno”. O recado foi dado em ata divulgada nesta manhã, na qual o Copom detalhou o cenário econômico considerado na decisão, de quarta-feira passada, para a manutenção da taxa Selic em 13.75% a.a. 

A apresentação da nova regra fiscal pode ocorrer nesta semana, de acordo com analistas de política. Inicialmente prevista para abril, a divulgação pode ser antecipada após o cancelamento da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à China por causa de um diagnóstico de pneumonia leve.

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Em sinal ao governo, o Copom avaliou também que o compromisso do Ministério da Fazenda em demonstrar responsabilidade fiscal “atenua estímulos sobre a demanda, reduzindo o risco de alta sobre a inflação no curto prazo”. O que deve ser observado de perto agora é o desenho da nova proposta e sua aplicabilidade. Ainda assim, a autoridade reafirmou que “não hesita em retomar o ciclo de ajustes” sobre a taxa de juros, caso o processo de desinflação não transcorra como esperado. 

“O Copom enfatizou que não há relação mecânica entre a convergência de inflação e a apresentação do arcabouço fiscal, uma vez que a primeira segue condicional à reação das expectativas de inflação, às projeções da dívida pública e aos preços de ativos”, pronunciou o BC. “No entanto, o Comitê destaca que a materialização de um cenário com um arcabouço fiscal sólido e crível pode levar a um processo desinflacionário mais benigno através de seu efeito no canal de expectativas, ao reduzir as expectativas da inflação, a incerteza na economia e o prêmio de risco associado aos ativos domésticos”, complementou.  

A ata ainda avaliou que o cenário global permanece desafiador – o que impacta, em maior ou menor grau, nas incertezas sobre o mercado doméstico. Segundo o Copom, as pressões inflacionárias, a queda nos preços das commodities e a desaceleração da atividade econômica global estão entre os motivos externos que levaram à manutenção da taxa de juros em 13,75%. Além disso, a autoridade cita as condições adversas no sistema financeiro, motivadas pelas recentes turbulências no setor bancário. “O impacto direto sobre os sistemas financeiros doméstico e de outros países emergentes é, até o momento, limitado, sem mudanças na estabilidade ou na eficiência desses sistemas financeiros”, afirmou.  

A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada na manhã desta terça-feira (27), indicou que a projeção para o IPCA de 2023 está em 4,6% no cenário de referência. Para 2024, a projeção para o IPCA está em 2,8%.

Atualmente, o horizonte relevante do Copom inclui os anos de 2023 e, em menor grau, de 2024, mas o BC optou por dar ênfase ao primeiro trimestre de 2024, cuja projeção é de 3,5% em 12 meses, para eliminar ruídos relacionados às desonerações tributárias adotadas este ano.

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"O Comitê optou novamente por dar ênfase ao horizonte de seis trimestres à frente, que reflete o horizonte relevante, suaviza os efeitos diretos decorrentes das mudanças tributárias, mas incorpora os seus impactos secundários."

Para 2022, a estimativa de IPCA do BC é de 5,8%. "O Comitê julga que a incerteza em torno das suas premissas e projeções atualmente é maior do que o usual", repetiu na ata.

A projeção para 2023 está acima do centro da meta (3,25%), mas levemente abaixo do limite superior, de 4,75%. No caso de 2024, a estimativa está aquém do alvo central (3,00%, banda de 1,50% a 4,50%). Já para este ano, mesmo após as desonerações, a projeção segue indicando novo rompimento da meta, uma vez que supera o teto de 5,00%.

O cenário de referência pressupõe a taxa de juros variando de acordo com a pesquisa Focus e o câmbio partindo de R$ 5,20 e evoluindo conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC). Além disso, a premissa é de que o barril de petróleo segue aproximadamente a curva futura de mercado pelos próximos seis meses e sobe a 2% ao ano na sequência.

As projeções de IPCA do BC já constaram no comunicado da semana passada, quando o Copom manteve a Selic (a taxa básica de juros) em 13,75% ao ano, encerrando o mais longo ciclo de alta de juros da sua história.

No documento, o BC ainda disse que "se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação". Também alertou que "não hesitará" em retomar o ciclo de alta caso a desinflação não ocorra como esperado.

Ata anterior

Na ata da reunião anterior, em agosto, as projeções de inflação no cenário que considerava juros do Focus e câmbio PPC eram de 6,8% para 2022, 4,6% para 2023 e 2,7% para 2024.

O Banco Central reconheceu nesta terça-feira (22) que a inflação ao consumidor "deve se elevar no curto prazo". De acordo com a instituição, contribuem para isso "o movimento de alta temporária nos preços dos alimentos" e a "normalização parcial dos preços de alguns serviços", na esteira da retomada da atividade e da redução do isolamento social.

Essas considerações foram feitas na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom). Na semana passada, o colegiado manteve a Selic, a taxa básica de juros, em 2% ao ano, depois de nove cortes consecutivos.

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Da reunião do Copom de agosto para a de setembro, algumas pressões inflacionárias ficaram claras, como a verificada na alta do preço do arroz. No documento divulgado ontem, o Copom trata a pressão sobre os alimentos como "temporária".

Em 12 meses até agosto, o preço dos alimentos subiu 8,83%. Esse reajuste não tem apenas um alimento como responsável - a maioria está com preços recordes no campo.

Na ata, o colegiado também avaliou que os preços administrados devem apresentar "variação contida". Como exemplo, o BC citou "o recuo nas tarifas de plano de saúde em setembro e a queda projetada para o preço da gasolina a partir de outubro".

No mais recente Relatório de Mercado Focus, publicado na última segunda-feira, os economistas do mercado financeiro projetaram alta de apenas 0,90% nos preços administrados no acumulado de 2020.

No caso de 2021, porém, a expectativa é por elevação de 3,84%.

Nível de atividade

Os integrantes do Copom avaliaram ainda que "dados recentes" sugerem uma "recuperação parcial da atividade econômica". "Os programas governamentais de recomposição de renda têm permitido uma retomada relativamente forte do consumo de bens duráveis e do investimento. Contudo, várias atividades do setor de serviços, sobretudo aquelas mais diretamente afetadas pelo distanciamento social, permanecem bastante deprimidas", acrescentou o Copom.

O documento diz, também, que a "pouca previsibilidade associada à evolução da pandemia e à necessária redução nos auxílios emergenciais a partir do final desse ano aumentam a incerteza sobre a velocidade de retomada da atividade econômica".

"O Comitê ponderou que esta imprevisibilidade e os riscos associados à evolução da pandemia podem implicar um cenário doméstico caracterizado por uma retomada ainda mais gradual da economia", disse o Banco Central.

Com relação à economia internacional, o BC avaliou que a retomada da atividade nas principais economias tem resultado em um ambiente relativamente mais favorável para economias emergentes. Mas ponderou que há "bastante incerteza sobre a evolução desse cenário benigno".

"Uma possível redução abrupta e não organizada dos estímulos governamentais pode atrasar a recuperação da demanda por bens e o processo de recomposição de estoques", avaliou a instituição.

Juros

Sobre o nível da taxa básica de juros, o Copom informou entender que a "conjuntura econômica" continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado (taxas de juros baixas), mas reconhece que, devido a "questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária [novos cortes de juros], se houver, deve ser pequeno".

A instituição acrescentou que, se necessárias, "novas reduções de juros demandariam maior clareza sobre a atividade e inflação prospectivas e poderiam ser temporalmente espaçadas".

O BC informou ainda que eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo (novos cortes de juros) ocorreriam com gradualismo adicional.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Duas semanas depois do início da crise que quase derrubou o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benitez, o governo brasileiro se pronunciou oficialmente a respeito da ata que estabelecia a contratação da potência da usina de Itaipu.

Nota oficial assinada pelo Ministério de Minas e Energia e pelo Ministério de Relações Exteriores afirma que a ata buscava corrigir uma "defasagem histórica" na contratação da potência de Itaipu pela estatal paraguaia Ande, "de modo que cada parte pague pela energia que efetivamente consome", conforme termos do Tratado de Itaipu.

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De acordo com o governo brasileiro, "diferentemente do que tem sido divulgado", o processo de negociação da ata - assinada no dia 24 de maio e anulada unilateralmente pelo país vizinho em 1º de agosto - "não foi secreto". A nota oficial sustenta que representantes dos ministérios de Relações Exteriores de ambos os países, Eletrobrás, Ande e Itaipu participaram de "todas as reuniões".

O tom do comunicado é de resposta às notícias publicadas na imprensa paraguaia a partir do vazamento de mensagens trocadas entre o ex-presidente da Ande Pedro Ferreira e o presidente Abdo Benitez. Nas mensagens, Ferreira se opõe aos termos da ata bilateral, que, depois de revelados, quase derrubaram o governo de Mario. A ata foi considerada "entreguista" pela oposição e por membros do Partido Colorado, base do presidente.

A ata previa que o Paraguai aumentasse a contratação da potência de Itaipu em 9,6% neste ano. Para os próximos três anos, a alta seria de 12% ao ano. Ao final do período, ainda haveria uma defasagem que permitiria aos paraguaios pagar menos pela energia do que os brasileiros. À imprensa paraguaia, Pedro Ferreira disse ser contra o acordo e negou ter participado das negociações. A crise paraguaia só diminuiu depois que a ata foi anulada, mas o país ainda passa por turbulências políticas relacionadas ao tema.

A nota oficial do governo brasileiro afirma que a ata "foi fruto de consenso entre os representantes dos dois países" e tinha como objetivo "chegar a um acordo justo para ambas as partes". Com a anulação da ata, a contratação da potência da usina ainda não foi definida para este ano, e Itaipu não está sendo remunerada por toda a energia produzida.

"O Brasil continua dialogando com o Paraguai, de forma a construir as soluções que contribuam para a correção dos eventuais desequilíbrios em relação a contratação da energia produzida", diz a nota oficial.

Comercializadora

A nota oficial do governo brasileiro também menciona o episódio da comercializadora Leros, que envolve Alexandre Giordano, representante da empresa e suplente do senador Major Olímpio (PSL-SP). Segundo mensagens vazadas e publicadas na imprensa paraguaia, ele teria procurado um assessor jurídico do vice-presidente paraguaio, Hugo Velázquez, para fechar um acordo para comercializar a energia excedente de Itaipu. Velázquez, por sua vez, teria procurado Pedro Ferreira para tratar da proposta.

Na nota, o governo destaca que o Tratado de Itaipu "somente permite a venda da energia produzida pela usina para a Eletrobrás e para a Ande". "Portanto, não tem qualquer fundamento a especulação sobre a possibilidade de comercialização da energia da usina binacional por parte de alguma empresa que não seja a Eletrobrás e a Ande."

O mercado de juros acompanha a recuperação global, após o nervosismo de ontem, e as taxas recuam, em sintonia com o dólar ante o real. Além disso, a ata do Copom divulgada há pouco reforçou a percepção de que há espaço para a Selic cair mais 0,50 ponto porcentual em setembro, como no comunicado, embora esse documento pese menos hoje no movimento dos juros do que o exterior, segundo operadores de renda fixa. "O BC deixa explícito na ata que deve cortar juro em mais 0,5000 em setembro", avalia o economista-chefe da Quantitas Asset, Ivo Chermont, em entrevista mais cedo ao Broadcast. "A piora da guerra comercial não invalida espaço para novos cortes da Selic", explica. O documento, no entanto, não deu pistas sobre o ciclo total de cortes, segundo ele.

Às 9h13, a taxa do contrato interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 marcava 5,52%, na mínima, de 5,56% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2021 exibia 5,53%, de 5,56%, enquanto o vencimento para janeiro de 2023 marcava 6,46%, de 6,54% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2025 exibia 6,97%, de 7,05% on ajuste de ontem.

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Juro futuro

Pela terceira sessão consecutiva, os investidores estrangeiros no mercado de juro futuro reduziram as posições líquidas compradas em taxas/vendidas em PU (aposta na alta da taxa), que passaram para 1.498.973 contratos em aberto, de 1.606.368, uma redução de 107.395. Os dados são da B3.

Os investidores locais também diminuíram as posições líquidas vendidas em taxa, em 153.146 para 3.630.732 contratos em aberto.

Na contraparte, os bancos reduziram a posição líquida tomada para 2.007.348 contratos em aberto, 2.048.233 anteriormente, uma redução de 40.885 contratos.

O Banco Central (BC) reduziu as projeções para a alta dos preços administrados em 2018 e 2019, conforme a ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na manhã desta terça-feira (18). Para este ano, o índice calculado passou de 7,4% para 6,1% no cenário de mercado. Para o próximo ano, o porcentual esperado caiu de 5,6% para 5,1%. Já a projeção para 2020 nesse cenário foi mantida em 3,9%.

As estimativas anteriores constavam na ata do encontro de outubro do Copom. O cenário de mercado utiliza como parâmetros as projeções para câmbio e juros do Relatório de Mercado Focus.

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No cenário de referência, que utiliza como parâmetros câmbio constante a R$ 3,85 e juros constantes a 6,50% ao ano, a projeção para a alta dos preços administrados em 2018 caiu de 7,3% para 6,1%. No caso de 2019, recuou de 5,4% para 5,2% e, para 2020, caiu de 4,1% para 4,0%.

Na segunda-feira (17) o Focus indicou que a estimativa para 2018 no mercado financeiro é de elevação de 6,69% dos administrados. Para 2019, a expectativa está em 4,75% e, para 2020, em 4,00%.

As projeções para os preços administrados ajudaram a formar a base para que o colegiado mantivesse na semana passada a Selic (a taxa básica de juros) em 6,50% ao ano. Foi o sexta encontro consecutivo em que o colegiado não alterou a taxa básica.

IPCA

A ata do Banco Central Agota divulgada também indica que a projeção para o IPCA de 2018 no cenário de mercado está em 3,7%. Já a projeção para 2019 é de 3,9% e, para 2020, de 3,6%. São os mesmos valores citados no comunicado que acompanhou a decisão sobre a Selic do colegiado na semana passada.

A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta quinta-feira, 28, pelo Banco Central (BC), afirma que o ritmo de expansão da atividade doméstica em 2016 é inferior ao previsto anteriormente.

Na avaliação dos membros do colegiado, esse processo está sendo "especialmente" intensificado pelas incertezas oriundas do efeito de eventos "não econômicos", que é forma com o BC se refere à crise política e aos efeitos da operação Lava Jato que investiga corrupção na Petrobras.

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A ata afirma que os indicadores disponíveis mostram que as taxas de crescimento da absorção interna e do PIB continuam a se ajustar e que o investimento tem-se retraído, influenciado, principalmente, pela ocorrência desses eventos não econômicos.

"O consumo privado também se contrai, em linha com os dados de crédito, emprego e renda", diz a ata. O documento avaliou que o ritmo da atividade tende a se intensificar somente à medida que a confiança de firmas e famílias se fortaleça, depois de um período necessário de ajuste que foi mais intenso e mais longo do que antecipado.

"No médio prazo, mudanças importantes devem ocorrer na composição da demanda e da oferta agregada. O consumo tende a crescer em ritmo moderado e os investimentos tendem a ganhar impulso", afirma a ata.

Numa reavaliação do cenário externo, os membros do Copom retiraram a avaliação de que o cenário de maior crescimento global era mais favorável ao crescimento da economia brasileira. Também foi retirada a avaliação de que os avanços na qualificação da mão de obra e ao programa de concessão ajudariam em ganhos de produtividade.

A ata repete, porém, a avaliação da necessidade de uma trajetória de superávit primário para fortalecer a percepção de sustentabilidade do balanço do setor público.

Cenário externo

A ata do Copom teve especial atenção às incertezas em relação ao cenário externo que, além de terem sido o principal argumento pela manutenção da Selic em 14,25% ao ano, também foram abordadas exaustivamente no documento.

O Copom, por exemplo, deixou de citar o "cenário de maior crescimento de importantes parceiros comerciais" como um dos fatores que levam a um melhor resultado das exportações líquidas, mantendo apenas as menções à depreciação do real e ao processo de substituição de importações em curso.

Ao apresentar no fim da ata as incertezas associadas ao balanço de riscos, o Copom manteve a citação à velocidade do processo de recuperação dos resultados fiscais e à sua composição, bem como a avaliação de que o processo de realinhamento de preços relativos mostrou-se mais demorado e mais intenso que o previsto.

Porém, seguindo o mesmo raciocínio, o colegiado incluiu no rol de incertezas o comportamento da economia mundial, além de considerar que as dúvidas quanto ao cenário externo se ampliaram.

Em ata divulgada na manhã desta quinta-feira, dia 28, o Comitê de Política Monetária (Copom) informou que mudou sua premissa para o câmbio de R$ 3,80 da ata anterior para R$ 4,00 para formar seu cenário de referência. No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro, a cotação usada pelo Banco Central era de R$ 3,90.

Apesar da elevação, o novo valor considerado para o dólar está abaixo do negociado no dia em que o colegiado decidiu manter a Selic de 14,25% ao ano mais uma vez. Na quarta-feira passada, dia 20, o dólar à vista fechou em alta, aos R$ 4,0998, no maior nível de fechamento desde 23 de setembro de 2015, quando marcou R$ 4,1350 - máxima história do Plano Real até então. Já a moeda para fevereiro subiu para R$ 4,1125 no mesmo dia.

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A utilização de uma referência mais baixa para o câmbio tem sido recorrente nos documentos do Banco Central.

O realinhamento dos preços domésticos em relação aos internacionais - via alta do dólar - vem sendo apontado pelo BC como um dos principais fatores de pressão para a inflação no curto prazo ao lado do ajuste de preços administrados ou monitorados pelo governo.

Além de promover a rolagem integral dos vencimentos de contratos de swap cambial e de também rolar os prazos para leilão de linha no fim do ano passado, o BC colocou recursos novos no mercado por meio de mais swap e linha para tentar conter a volatilidade da moeda norte-americana.

Inflação

O Copom trouxe uma mudança significativa logo no primeiro parágrafo na ata divulgada nesta manhã sobre o desmembramento da inflação. Na edição anterior, o colegiado ressaltava que as informações disponíveis até àquele momento sobre os preços sugeriam "certa persistência da inflação".

Isso, conforme o documento, refletia, em parte, a dinâmica dos preços de serviços e, no curto prazo, o processo de realinhamento dos preços administrados e choques temporários de oferta em alimentação em bebidas.

Já na ata de hoje, a diretoria do BC não fala mais dessa persistência e traz que "as informações disponíveis refletem, em parte, a dinâmica de maior persistência dos preços no segmento de serviços, os processos de realinhamento de preços relativos e choques temporários de oferta no segmento de alimentação e bebidas".

Essa mudança na avaliação da composição da inflação vem após a informação de que o IPCA fechou 2015 em 10,67%, com os preços livres aumentando 8,51% e os administrados, em 18,07%.

A ata também trouxe uma alteração inusual no parágrafo 20, um trecho do documento mais protocolar, que discorre sobre os objetivos da política monetária e a forma de atuação do colegiado.

Embora esse parágrafo praticamente sempre se repita de ata em ata, dessa vez o Comitê excluiu a expressão "especialmente" ao citar que cabe à política monetária manter-se vigilante, para garantir que pressões detectadas em horizontes mais curtos não se propaguem para horizontes mais longos.

Ambiente externo

Para justificar a manutenção da taxa de juros, a ata da ultima reunião do Copom alterou substancialmente a avaliação sobre o ambiente externo ao afirmar que as incertezas se ampliaram. O Copom inclui avaliação de que há crescente preocupação com a economia chinesa e seus desdobramentos para outras economias.

Segundo o Copom, as perspectivas recentes indicam "modesta" recuperação da atividade nas economias maduras, enquanto importantes economias emergentes experimentam período de transição. Na ata anterior, a indicação era de que havia indicações de recuperação da atividade nessas economias.

A ata destaca que "ainda" há baixa probabilidade de ocorrência de eventos extremos nos mercados financeiros internacionais. O termo "ainda" foi introduzido na ata divulgada hoje. Para o Comitê, a atividade global mostra tendência de maior moderação ao longo do horizonte relevante para a política monetária.

Já admitindo que só entregará a inflação na meta em 2017, o Banco Central passou a prever um IPCA ainda mais elevado em 2016. Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a instituição informou que sua projeção de inflação no cenário de referência aumentou frente ao encontro anterior e se situa acima do centro da meta. O BC não divulga qual a taxa esperada na ata, apenas no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que será divulgado um pouco antes do Natal.

No caso do cenário em que o BC usa parâmetros de mercado para desenhar seu cenário, a estimativa da autoridade monetária também aumentou, continuando acima do centro da meta. As informações foram divulgadas na manhã desta quinta-feira (3), por meio da ata do Copom da semana passada, que manteve a taxa básica de juros em 14,25% ao ano. A decisão, no entanto, não foi unânime (6 x 2), com membros do colegiado votando pela alta imediata da Selic.

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A meta é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e está em 4,5% para este ano e também para 2016 e 2017. Em 2017, a margem de tolerância será reduzida de 2 pontos porcentuais (pp) para cima ou para baixo para 1,5 pp.

No Relatório Trimestral de Inflação mais recente, divulgado em setembro, a estimativa do BC para o IPCA do ano que vem estava em 5,3% no cenário de referência e em 5,4% no de mercado. Nesse mesmo documento, o BC informou que a chance de estouro da meta do ano que vem era de 20% no cenário de referência e de 22% no de mercado.

No Relatório de Mercado Focus da última segunda-feira, a mediana das estimativas dos analistas para o IPCA de 2016 estava em 6,64%, mesmo valor da semana anterior. No caso do Top 5, a mediana das expectativas para a inflação do ano que vem está em 7,07%, portanto bem acima do teto da meta. Para 2017, os analistas consultados semanalmente pelo BC projetam IPCA de 5,12% e o grupo Top 5, de 5,35%.

A ata divulgada hoje ressalta que o cenário de referência leva em conta manutenção da taxa de câmbio em R$ 3,80 e Selic em 14,25% ao ano. No documento anterior, o BC trabalhava com a cotação do dólar em R$ 3,85. Já o cenário de mercado considera estimativas para câmbio e juros de analistas de mercado às vésperas do encontro da diretoria para definir o rumo da Selic.

Divisão

A Ata do Copom divulgada hoje detalha as razões do voto dividido do colegiado em sua última reunião. Os membros que votaram pela manutenção da taxa 14,25% - Alexandre Tombini, Anthero Meirelles, Aldo Mendes, Altamir Lopes, Luiz Feltrim e Otávio Damaso - consideraram "monitorar a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião para, então, definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária".

Para Sidnei Marques e Tony Volpon, a Selic já poderia ter subido para 14,75%. A dupla argumentou que "seria oportuno ajustar, de imediato, as condições monetárias, de modo a reduzir os riscos de não cumprimento dos objetivos do regime de metas para a inflação".

Na última vez em que o Copom teve uma votação dividida, em outubro do ano passado, parte dos seus membros alegou que incertezas ainda cercavam a magnitude e a persistência dos ajustes de preços relativos. Desde que o Banco Central passou a abrir os votos, em 2012, houve quatro votações sem unanimidade.

O diretor de Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural, Sidnei Marques, sempre esteve na ponta mais conservadora dos votos, se tornando o membro mais hawkish do colegiado.

A ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) cita o Brasil entre as economias que tiveram contrações em seu Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre. "O crescimento econômico externo continuou fraco no segundo trimestre, contido pelas contrações no PIB real em Canadá, Japão, Brasil e Taiwan", afirma o documento.

Na entrevista à imprensa após a reunião em que o Fed decidiu manter os juros em meados de setembro, a presidente da instituição, Janet Yellen, apontou para os riscos provocados pela desaceleração entre os emergentes, citando em sua fala especificamente a China. Segundo a ata, indicadores divulgados pouco antes da reunião mostravam uma leve reação no ritmo do crescimento no exterior, particularmente em relação a indicadores do Canadá. "Porém indicadores recentes de alguns países, notadamente da China, estão reprimidos", diz o documento.

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a projeção para a alta do preço da gasolina este ano. A projeção passou de 9,2%, estimados em julho, para 8,9%, divulgado hoje (10), na ata da última reunião do Copom.

Também foi reduzida a projeção para o aumento dos preços da energia elétrica, de 50,9% para 49,2%. A estimativa para a queda no preço da tarifa de telefonia fixa passou de 3% para 3,5%.

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O Copom também alterou a projeção para o aumento do preço do botijão de gás de 4,6% para 15%. No último dia 31, a Petrobras anunciou que o preço do gás liquefeito de petróleo para uso residencial, envasado em botijões de até 13 quilos, foi reajustado em 15%, em média.

Para o conjunto de preços administrados por contrato e monitorados, o comitê projeta variação de 15,2% em 2015. Em julho, o índice estimado foi 14,8%.

Selic

As ações do BC no combate à alta dos preços devem fazer com que se atinga o objetivo de entregar a inflação na meta (4,5%) em 2016. Na ata, o BC cita que esse efeito de elevação da Selic, por se acumular e por levar tempo para aparecer, vai se sobrepor a “certos riscos remanescentes” na trajetória de combate à inflação. Na última quarta-feira, o comitê decidiu manter a Selic em 14,25% ao ano, após um ciclo de sete altas seguidas.

A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Ao manter a Selic em 14,45% ao ano, o BC sinaliza que as altas anteriores foram suficientes para produzir os efeitos esperados na economia.

Para o Copom, a sua estratégia “está na direção certa”. O comitê cita que houve avanços para conter a inflação, mas ainda é preciso ficar vigilante, em momento de aumento de preços de ativos, como o dólar.

Contas públicas

No documento, o Copom diz que “a mudança na trajetória de variáveis fiscais, implícita na proposta orçamentária para 2016, afetou as expectativas e, de forma significativa, os preços de ativos”.

Para o comitê, “alterações significativas” na trajetória de geração de superávit primário, economia para o pagamento de juros da dívida pública, “contribuem para criar uma percepção menos positiva sobre o ambiente macroeconômico no médio e no longo prazo”.

O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou suas projeções de inflação para 2015 no cenário de referência e no de mercado, na ata divulgada nesta quinta-feira, 12, em relação ao porcentual considerado no documento de janeiro. Nos dois casos, segundo o BC, a estimativa permanece acima do centro da meta de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

O último Relatório de Mercado Focus aponta para uma taxa de 7,47% para o período. Já no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado em dezembro, o BC informou que a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor amplo (IPCA) de 2015 no cenário de referência subiu de 5,8% para 6,1%. No cenário de mercado, houve uma redução da projeção de 6,1% para 6%.

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Sobre o IPCA de 2016, o BC explicou que, nos dois cenários, a previsão diminuiu, mas permanece acima do centro da meta, também de 4,5%. Na edição anterior, a alta dos preços para o ano que vem havia permanecido "relativamente estável", segundo a instituição. Os porta-vozes do BC têm repetido em várias ocasiões que, a despeito da elevação da inflação no início deste ano, a perspectiva é de que haja uma desaceleração no decorrer do ano, o que levaria a autarquia a entregar o IPCA em 4,5% no fim de 2016.

A projeção que constava no RTI para o IPCA de 2016 era de 5% no cenário de referência e de 4,9% no de mercado. A mediana das expectativas no boletim Focus da última segunda-feira, 9, o IPCA de 2016 é de 5,51%.

Os dirigentes do Federal Reserve norte-americano tiveram em janeiro discussões mais detalhadas sobre o momento de começar a elevar as taxas de juro e o ritmo do aperto monetário, mas não chegaram a um acordo sobre um plano específico. É o que mostra a ata da reunião do Comitê de Mercado Aberto do Fed (Fomc) realizada em 27 e 28 de janeiro.

Como parte dessas discussões, os técnicos do Fed fizeram uma apresentação no qual detalhavam os prós e contras de adiar o aperto monetário e de apressá-lo. Sem revelar a escala de tempo em detalhes, os dirigentes do Fed disseram que uma demora poderia levar a uma aceleração da inflação ou a riscos à estabilidade financeira, enquanto apressar poderia prejudicar a recuperação econômica. Durante a discussão, muitos participantes disseram estar inclinados a esperar, embora alguns tenham notado que o Fed já esperou bastante "e que poderia ser apropriado começar a firmar a política monetária no curto prazo".

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Os dirigentes do Fed também tiveram uma discussão acalorada sobre como remover do comunicado do Fomc a promessa de que serão "pacientes" antes de passar a elevar as taxas de juro. A presidente do Fed, Janet Yellen, já declarou que enquanto a promessa de ser paciente estiver incluída no comunicado, a instituição não deverá apertar a política nas duas reuniões seguintes.

"Alguns dirigentes manifestaram a preocupação de que os mercados financeiros possam reagir exageradamente, resultando em condições financeiras indesejavelmente apertadas", diz a ata.

O documento sugere que os dirigentes do Fed entraram em um novo período de debates e planejamento para começar a elevar as taxas de juro mais tarde neste ano, mas ele não indica claramente que os participantes da reunião chegaram a um acordo sobre um cronograma, sobre quão rapidamente as taxas de juro vão subir ou sobre qual é a melhor maneira de comunicar seus planos ao público.

O cenário econômico é um desafio: a inflação está abaixo da meta do Fed, de 2%, e a economia global está mostrando debilidade - acontecimentos que os participantes da reunião discutiram extensivamente. Ao mesmo tempo, o mercado de mão de obra nos EUA está melhorando e os dirigentes do Fed acreditam que a capacidade ociosa na economia está diminuindo.

A ata também mostra discussões detalhadas sobre a mecânica das elevações das taxas de juro. Entre as considerações relatadas está a ideia de expandir o programa de recompra reversa de títulos (reverse repos), pelo qual o Fed administra os juros. "A maioria dos participantes da reunião indicou que um teto elevado para as operações de reverse repo pode ser apropriado para apoiar a implementação da política no momento do início do aperto monetário", diz a ata. Fonte: Dow Jones Newswires.

A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de dezembro, divulgada nesta quinta-feira, 11, ponderou que as taxas de crescimento da absorção interna e do Produto Interno Bruto (PIB) se alinharam e que o ritmo de expansão da atividade doméstica será menos intenso este ano, em comparação com o de 2013. O documento repetiu a avaliação de que a atividade tende a entrar em trajetória de recuperação, mas o horizonte foi reduzido de "no próximo ano", da ata anterior para "o segundo semestre do próximo ano" agora.

Além disso, o Comitê avalia nesse mesmo parágrafo 22 que, no médio prazo, mudanças importantes devem ocorrer na composição da demanda e da oferta agregada. O consumo tende a crescer em ritmo moderado, de acordo com o documento, e os investimentos tendem a ganhar impulso. "Essas mudanças, somadas a outras ora em curso, antecipam uma composição do crescimento de médio prazo mais favorável ao crescimento potencial."

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O cenário de maior crescimento global, combinado com a depreciação do real, milita, na avaliação do Banco Central sobre o componente externo da demanda agregada, no sentido de torná-lo mais favorável ao crescimento da economia brasileira. Pelo lado da oferta, o comitê avalia que, em prazos mais longos, emergem perspectivas mais favoráveis à competitividade da indústria, e também da agropecuária; o setor de serviços, por sua vez, tende a crescer a taxas menores do que as registradas em anos recentes.

Para o Comitê, é "plausível" afirmar que esses desenvolvimentos - somados a avanços na qualificação da mão-de-obra e ao programa de concessão de serviços públicos - vão se traduzir numa alocação mais eficiente dos fatores de produção da economia e em ganhos de produtividade. O Comitê ressalta, ainda, que a velocidade de materialização das mudanças acima citadas e dos ganhos delas decorrentes depende do fortalecimento da confiança de empresas e famílias.

A inflação no Brasil tende a se manter elevada em 2015. Mas ainda no próximo ano entrará em "longo período de declínio". A previsão foi feita pelo Banco Central (BC) para justificar a aceleração de velocidade de alta dos juros na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa Selic subiu de 11,25% para 11,75%. Na ata do Copom, divulgada hoje, o BC não descarta um cenário de alta da inflação no curto prazo. O BC prevê a convergência da inflação para a trajetória de metas somente em 2016. O centro da meta de inflação é de 4,5%.

Nesse cenário, o BC avalia que o esforço adicional de política monetária tende a ser implementado com parcimônia, considerando os efeitos cumulativos e defasados da política monetária. Mas avisa que é preciso se manter "especialmente vigilante". "Em momentos como o atual, a política monetária deve se manter especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação, como o observado nos últimos doze meses, persistam no horizonte relevante para a política monetária", diz o BC.

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O Comitê de Política Monetária (Copom) revelou que suas projeções para a inflação mostraram algum alívio em 2014, mantiveram-se estáveis para 2015 e indicam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) entrará em trajetória de convergência nos trimestres iniciais de 2016. Essas informações constam da ata do Copom, divulgada nesta quinta-feira, 11, pelo Banco Central. No cenário de referência, segundo o documento, a projeção para a inflação de 2014 diminuiu em relação ao valor considerado na reunião anterior, mas permanece acima da meta de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

O mesmo movimento foi visto na estimativa para a inflação dentro do cenário de mercado, que leva em conta as trajetórias de câmbio e de juros coletadas com analistas de mercado, no período imediatamente anterior à reunião do Copom: a projeção de inflação para 2014 diminuiu em relação ao valor considerado na reunião de julho, mas também permanece acima da meta.

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Para 2015, em ambos os cenários, as projeções de inflação se mantiveram estáveis, e continuam acima da meta, conforme a ata. "Nos trimestres iniciais de 2016, as projeções indicam que a inflação entra em trajetória de convergência", trouxe o documento. No Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado no fim de junho, o BC informou que a expectativa de inflação ao final de 2014, pelo cenário de referência, era de 6,4%, embora já considerasse os juros em 11% ao ano. No cenário de mercado, a projeção do RTI para o final de 2014 era também de 6,4%.

Câmbio

O BC também mudou sua premissa para o câmbio de R$ 2,20 para R$ 2,25 pelo cenário de referência. O valor considerado para o dólar está próximo ao valor negociado no dia em que o colegiado decidiu manter a Selic inalterada em 11% ao ano, quando o dólar fechou em R$ 2,2350. No mercado futuro, o dólar para outubro fechou no dia da reunião do Copom, na semana passada, em R$ 2,2535. Para a taxa básica de juros, o colegiado manteve a premissa considerada de 11,00% ao ano em todo horizonte relevante.

Superávit

O BC voltou a informar, no trecho da ata que fala sobre a avaliação prospectiva das tendências de inflação, que considera como indicador fiscal o superávit primário estrutural que deriva das trajetórias de superávit primário, tanto para 2014 quanto para 2015, conforme parâmetros estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano e no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2015. "Dessa forma, em determinado período, o impulso fiscal equivale à variação do superavit estrutural em relação ao observado no período anterior", trouxe o documento.

O Comitê de Política Monetária (Copom) acrescentou, em ata divulgada na manhã desta quinta-feira, 24, a avaliação de que o risco de crédito ao consumo vem sendo mitigado. "Importa destacar que, após anos em forte expansão - arrefecida com a introdução de medidas macroprudenciais em finais de 2010 - o mercado de crédito voltado ao consumo passou por uma moderação, de modo que, nos últimos trimestres observaram-se, de um lado, redução de exposição por parte de bancos, de outro, desalavancagem das famílias", acrescentou o Banco Central no documento.

"No agregado, portanto, infere-se que os riscos no segmento de crédito ao consumo vêm sendo mitigados." O Copom repetiu que o cenário central para a inflação também contempla expansão moderada do crédito e reafirmou que considera oportunas iniciativas no sentido de moderar concessões de subsídios por intermédio de operações de crédito.

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O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou as projeções de inflação para 2014 e 2015 em todos os cenários, segundo a ata divulgada nesta quinta-feira, 24. O Banco Central aumentou a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo ( IPCA) de 2014 no cenário de referência em relação ao valor considerado na reunião de maio, e a estimativa permanece acima do centro da meta de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

No cenário de mercado, a projeção de inflação para 2014 também subiu em relação ao valor considerado na reunião de maio, e permanece acima da meta para o IPCA. Para 2015, nos cenários de referência e de mercado, a projeção de inflação aumentou em relação ao valor considerado na reunião de maio e também permanece acima do centro da meta.

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No Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado no fim de junho, o BC informou que a expectativa de inflação ao final de 2014, pelo cenário de referência, era de 6,4%, embora já considerasse os juros em 11% ao ano. No cenário de mercado, a projeção do RTI para o final de 2014 era também de 6,4%.

Câmbio

O Copom manteve sua premissa para o câmbio em R$ 2,20 pelo cenário de referência. Na ata anterior, divulgada em junho, a projeção também era de R$ 2,20. O valor considerado para o dólar está próximo ao negociado no dia em que o colegiado decidiu manter a Selic em 11% ao ano, quando o dólar fechou em R$ 2,2220. No mercado futuro, o dólar para agosto fechou no dia da reunião do Copom, na semana passada, em R$ 2,2330.

Para a taxa básica de juros, o colegiado manteve a premissa considerada de 11,00% ao ano em todo horizonte relevante.

Superávit

O Copom voltou a informar, no trecho da ata que fala sobre a avaliação prospectiva das tendências de inflação, que considera como indicador fiscal o superávit primário estrutural que deriva das trajetórias de superávit primário, tanto para 2014 quanto para 2015, conforme parâmetros estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano e no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2015.

"Dessa forma, em determinado período, o impulso fiscal equivale à variação do superávit estrutural em relação ao observado no período anterior", informa o documento.

O temor de continuar a subir os juros e levar o Brasil a uma recessão foi um forte motivo para o Banco Central ter parado, na semana passada, o ciclo de aperto monetário iniciado em abril de 2013, comentou ao Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, Tony Volpon, diretor de pesquisas para a América Latina da Nomura Securities. "A principal novidade da ata da reunião do Copom de maio foi o BC reconhecer que a economia está muito fraca", destacou.

"O documento ratifica que o BC tem mandato duplo. O PIB muito baixo prevaleceu sobre a inflação, que nas suas projeções está fora da meta até o final de 2015", ponderou. O especialista avalia que o crescimento do País será de 1% neste ano, depois de ter subido 2,5% em 2013. "O BC não tem como foco levar a inflação para a meta de 4,5%, mas viabilizar uma tendência de queda do IPCA na direção desse objetivo, dentro do horizonte relevante para a política monetária", destacou Volpon.

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"Neste contexto, ele manifestou que apenas vai combater os efeitos secundários da defasagem dos preços administrados em relação aos livres", disse. Isso significaria que o Banco Central, na prática, prefere aguardar a adequação dos preços administrados para níveis mais próximos dos que seriam "realistas".

Para muitos especialistas, o controle feito pelo governo sobre esta categoria de preços provoca pelo menos um represamento de 1,5 ponto porcentual do IPCA. "Ou seja, o BC sinaliza que não adianta aumentar ainda mais os juros, pois tal ação vai afetar bem mais os preços livres, quando o problema maior está nos administrados", disse.

De acordo com Volpon, um outro fator que chamou a atenção é o BC destacar que a confiança dos empresários e consumidores está baixa, o que vai potencializar a ação da política monetária nos próximos meses. Como a demanda agregada apresenta um fraco ritmo, ele acredita que os efeitos defasados da alta dos juros de 7,25% para 11,0% desde abril de 2013 vai ainda ter mais força sobre o nível de atividade no curto prazo. E esta constatação dá razão para o Banco Central de ter interrompido a alta de juros na semana passada.

Na avaliação do diretor da Nomura Securities, outro elemento relevante da ata foi o BC ter considerado uma projeção de R$ 2,20 no câmbio para realizar suas estimativas para o IPCA nos cenários de referência e de mercado citadas no documento. Nos últimos dias, contudo, a cotação do dólar subiu abruptamente, o que levou o governo a agir rápido e reduzir de um ano para 6 meses o prazo médio mínimo das captações externas que terão incidência de alíquota zero de IOF. "Talvez o câmbio de R$ 2,20 foi o principal fator que provocou a queda das projeções da inflação manifestadas neste documento do Banco Central."

A ata da última reunião do Copom, publicada nesta quinta-feira, 10, pelo Banco Central, reforçou a percepção de que a autoridade monetária deu por encerrado o ciclo de alta de juros no encontro realizado no início deste mês. Em reação, o ajuste negativo inicial do dólar foi substituído pelo sinal positivo.

O dólar à vista virou e atingiu máxima, a R$ 2,20, puxada por avaliações do mercado sobre a ata da reunião do Copom da semana passada, que reforça o desejo do BC de parar o ciclo de aperto monetário, embora a perspectiva no mercado seja de continuidade da alta da Selic devido à inflação persistente.

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O dólar abriu em queda ante o real, seguindo o exterior, e na mínima até o momento no mercado à vista, cotado a R$ 2,1860 (-0,55%) no balcão - menor valor intradia desde 30 de outubro de 2013, quando a divisa recuou até R$ 2,2830 durante a sessão, de acordo com o AE Dados. Às 10 horas, o dólar à vista estava estável, a R$ 2,1980.

No exterior, perdeu força há pouco a desvalorização da moeda norte-americana ante seus principais pares, após a ata do Federal Reserve e os dados da balança comercial da China estimularem mais cedo o apetite por ativos mais arriscados.

Na BM&FBovespa, às 9h24, o dólar para maio de 20145 subia 0,41%, a R$ 2,2085, após oscilar de R$ 2,1950 (-0,20%) a R$ 2,2120 (+0,52%). A taxa de abertura desse contrato foi a R$ 2,1970 (-0,11%).

O BC fez algumas mudanças importantes na ata que justificam essa primeira leitura feita pela mercado. Ao retirar a expressão "especialmente", quando se refere à vigilância com a inflação, no parágrafo 33, o Copom indicou menor disposição para elevar juros.

Além disso, a autoridade elevou o tom da aposta de que o choque de alimentos é passageiro, ao não vincular a essa avaliação a ressalva de que a política monetária deve atuar de modo a garantir que os efeitos desse choque se circunscrevam ao curto prazo, como vinha fazendo o presidente do BC, Alexandre Tombini, em discursos recentes. O BC também voltou a falar em efeitos defasados da política monetária e se mostra agora menos otimista com a atividade.

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