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O Comitê Olímpico Internacional (COI) e os organizadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 decidiram banir a postagem de fotos de atletas se ajoelhando durante o evento em seus perfis oficiais. Segundo informações exclusivas do jornal inglês The Guardian, a mensagem foi compartilhada pela alta cúpula na noite de quarta-feira (manhã de quarta no Brasil), mencionando especificamente o jogo entre Grã-Bretanha e Chile, válido pela primeira rodada do futebol feminino.

A partida realizada em Sapporo nesta quarta-feira ficou marcada pela imagem dos dois times se ajoelhando antes do apito inicial. O ato antirracista e contra o ódio online foi visto na TV e seguido pelas seleções dos Estados Unidos, da Suécia e da Nova Zelândia. Apesar disso, o gesto não esteve presente em nenhum dos perfis oficiais de Tóquio-2020 e nem do COI. As páginas de Facebook e Twitter dos Jogos, assim como a do Instagram, com mais de 500 mil seguidores, não cobriram o momento.

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O insider do jornal inglês considerou a decisão estranha, já que a organização responsável pela Olimpíada celebra imagens icônicas de protesto, como a dos americanos Tommie Smith e John Carlos erguendo seus punhos fechados na edição de 1968, na Cidade do México. Os atletas dos 200 metros ficaram famosos ao fazerem o gesto dos "Panteras Negras" durante a cerimônia do pódio e protestarem contra o tratamento injusto dado aos negros nos Estados Unidos.

Recentemente, o COI relaxou a Regra 50, que proibia os atletas de fazer qualquer tipo de "demonstração ou propaganda política, religiosa e racial em qualquer local, arena ou outras áreas Olímpicas". O protesto pacífico é permitido aos participantes, desde que feito sem interrupções e com respeito aos competidores. Sanções ainda são previstas para aqueles que protestarem no pódio.

A decisão de se ajoelhar foi apoiada pelo chefe de delegação britânico, Mark England. "Certamente, o time de futebol feminino tem uma opinião muito forte sobre o abuso online, sobre o racismo, a campanha 'Kick It Out' (que busca igualdade e inclusão no futebol) e sobre se ajoelhar, e nós as apoiamos totalmente nisso", afirmou. England adicionou que todos ficaram "enojados" com a situação envolvendo a seleção inglesa após a derrota na final da Eurocopa.

O COI não se pronunciou oficialmente sobre o assunto. Apenas o presidente, o alemão Thomas Bach, durante uma entrevista coletiva, deu uma resposta breve quando perguntado sobre o ato de britânicas e chilenas. "É permitido. Não é uma violação da Regra 50. Isso é o que está expressivamente permitido nessas diretrizes".

A ministra dos Jogos Olímpicos, Seiko Hashimoto, foi nomeada nesta quinta-feira (18) a presidente do Comitê Organizador de Tóquio-2020, substituindo no cargo Yoshiro Mori, que se demitiu na última sexta após a polêmica criada por suas declarações machistas. "Não vou poupar esforços para o sucesso dos Jogos de Tóquio", garantiu a ex-atleta, de 56 anos, que já apresentou a demissão do cargo no governo japonês ao primeiro-ministro Yoshihide Suga.

A nomeação de Hashimoto, que competiu três vezes nos Jogos Olímpicos e quatro nos Jogos de Inverno, é considerada um sinal importante em um país em que as mulheres continuam a ser raras em cargos de poder. Ela era também a responsável no governo pela igualdade de gênero desde setembro de 2019.

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A história pessoal de Hashimoto tem além disso muitas ligações com os Jogos Olímpicos. Nasceu em Hokkaido, no norte do Japão, cinco dias depois da cerimônia de abertura da Olimpíada de Tóquio em 1964. O seu nome Seiko vem de "seika", que quer dizer "chama olímpica" em japonês.

A agora responsável pelo Comitê Organizador de Tóquio-2020 competiu nos Jogos Olímpicos de 1988 (Seul - Coreia do Sul), 1992 (Barcelona - Espanha) e 1996 (Atlanta - Estados Unidos), em ciclismo de pista, e nos Jogos de Inverno em 1984 (Sarajevo - Iugoslávia), 1988 (Calgary - Canadá), 1992 (Albertville - França) e 1994 (Lillehammer - Noruega), como patinadora de velocidade no gelo.

Hashimoto ganhou uma medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Inverno, em 1992, em Albertville, nos 1.500 metros de patinagem de velocidade no gelo.

A japonesa substitui no cargo Yoshiro Mori, de 83 anos, forçado a se demitir após ter feito comentários sexistas, afirmando que "as mulheres têm dificuldade em ser concisas", durante uma reunião do organismo a que presidia. "As reuniões dos conselhos de administração com a presença de muitas mulheres demoram demasiado tempo. Se for aumentado o número de membros femininos e o tempo de intervenção não for limitado, será mais difícil concluí-las, o que é irritante", sustentou Mori.

O ex-dirigente disse ainda que "as mulheres têm espírito competitivo" e "se uma levanta a mão (para poder intervir), as outras sentem-se na obrigação de também falarem", fazendo com que as reuniões demorem muito tempo a serem concluídas.

A polêmica gerada pelas declarações de Mori, que o próprio reconheceu "contrárias ao espírito olímpico" em um pedido de desculpas, levou à demissão de centenas de voluntários para os Jogos e causou profundo mal-estar entre os patrocinadores do evento.

O Japão ocupa o 121.º lugar no mais recente relatório do Fórum Econômico Mundial sobre a igualdade de gênero, entre 153 países, e o 131.º na proporção de mulheres em lugares de topo em empresas, política e administração pública.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) classificou nesta terça-feira como "absolutamente inapropriados" e contrários à política da entidade os comentários ofensivos sobre mulheres feitos há seis dias por Yoshiro Moru, presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, adiados em um ano por causa da pandemia do novo coronavírus.

"Os recentes comentários do presidente Yoshiro Mori foram absolutamente inapropriados e contrários aos nossos compromissos", afirmou o COI em um comunicado oficial divulgado nesta terça-feira, seis dias depois do dirigente japonês ter dito que as mulheres têm dificuldade em ser concisas, observando que as funcionárias que trabalham no Comitê Organizador "sabem se colocar no seu lugar".

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O COI garante que a "comunidade esportiva pode estar segura" de que a entidade "manterá o seu compromisso de implementar uma política de não discriminação, igualdade de gênero, inclusão e solidariedade".

Um dia depois de ter feito os comentários, Mori, de 83 anos, pediu desculpas e os considerou "contrários ao espírito olímpico", mas afastou a hipótese de uma demissão imediata, que começou a ser pedida nas redes sociais.

Questionado sobre se pensava em abandonar o cargo, por causa da polêmica, Mori recusou de imediato essa possibilidade, mas acrescentou: "Se todos me disserem que estou incomodando, então deverei pensar nisso", disse.

Entretanto, cerca de 400 voluntários desistiram de dar apoio aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, previstos para os meses de julho, agosto e setembro, e o Comitê Organizador tem recebido milhares de queixas sobre as declarações de Mori.

O comitê das duas competições convocou para este final de semana uma reunião para debater a polêmica, que também está sendo criticada por vários patrocinadores.

O presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, Yoshiro Mori, afirmou nesta quarta-feira (22) que o desenvolvimento de um tratamento para o novo coronavírus será um elemento fundamental para permitir a realização da Olimpíada, que começaria nesta sexta-feira, mas que foi adiada em março passado para 2021 por conta da pandemia da Covid-19.

"O primeiro ponto será o desenvolvimento de uma vacina ou de um medicamento", disse Mori, em entrevista à TV japonesa NHK. A nova data para a cerimônia de abertura dos Jogos é 23 de julho de 2021. "Se a situação continuar como está, não podemos (organizar os Jogos)", acrescentou o dirigente, se recusando, no entanto, a pensar nessa hipótese. "Não posso imaginar que tudo se mantenha como está no próximo ano".

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Estudos recentes demonstraram uma queda do interesse da população japonesa na organização da Olimpíada, em simultâneo com o ressurgimento da doença provocada pelo novo coronavírus no Japão. Segundo uma pesquisa publicada na semana passada, apenas um em cada quatro japoneses apoia a realização dos Jogos em 2021, enquanto que a maioria defendia o adiamento ou o cancelamento.

Nesta quarta-feira, Mori recusou considerar a realização do evento às portas fechadas ou com um número reduzido de espectadores. "Se essa for a única alternativa, teremos de refletir (sobre a manutenção dos Jogos)", afirmou o presidente do Comitê Organizador, acrescentando que "se isso ocorrer, poderá ser considerado o cancelamento".

"Não devemos fazer com que os espectadores passem por tempos difíceis. Eventos esportivos são empolgantes em todo o país", declarou Mori.

O Japão foi um dos países menos afetados pelo novo coronavírus, graças a uma política de isolamento rigorosa, contabilizando menos de 1.000 mortes devido à covid-19 e cerca de 27 mil infectados.

Em uma calçadão em frente à sede do Comitê Organizador dos Jogos no Rio, quinze militantes da Anistia Internacional estenderam 40 sacos pretos, simbolizando as pessoas assassinadas pela polícia em maio, a maioria nas favelas da cidade.

"Houve 40 mortos em maio na cidade do Rio (mais de 80 em todo o estado) e isso representa um aumento de 135% em relação a maio de 2015. É inadmissível", afirmou Renata Neder, especialista em segurança da Anistia Internacional. "Nossa principal preocupação é o aumento da violência policial com a proximidade dos Jogos", que começam no dia 5 de agosto, destacou.

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Neder explicou que antes de cada grande evento esportivo a violência aumenta: em 2007, antes dos Jogos Pan-Americanos, a polícia executou 19 pessoas durante uma operação no Complexo do Alemão, e em 2014, ano da Copa do Mundo, a violência aumentou 40% em relação a 2013.

"Constatamos um grande aumento da violência policial nos anos de grandes eventos", lamentou esta porta-voz da Anistia, que também lançou nesta quarta-feira a campanha "A violência não faz parte destes Jogos".

O diretor da Anistia Brasil, Átila Roque, denunciou as "verdadeiras operações de guerra nas favelas e na periferia desde o início do ano". "É uma declaração de guerra às favelas, aos jovens e sobretudo aos negros, a uma imensa parte da população que perde a vida pelas mãos do Estado", afirmou.

Roque lamentou igualmente "a oportunidade perdida" do legado dos Jogos, que deveria servir para melhorar a segurança pública e diminuir os riscos de violação dos direitos humanos na cidade de seis milhões de habitantes, um terço dos quais vive nas favelas.

No final da manifestação, os ativistas entregaram uma petição ao Comitê Rio-2016 com mais de 120.000 assinaturas de 15 países para exigir "uma política de segurança que respeite os direitos humanos", assim como uma coroa de flores que levava escrito: "In memoriam, mais de 2.600 vítimas da polícia desde 2009 na cidade do Rio".

Para Neder, a responsabilidade recai tanto nas autoridades brasileiras como no Comitê Organizador dos Jogos: é "crucial" tomar medidas preventivas para formar melhor os policiais, investigar e "punir os responsáveis pela violação dos direitos humanos, já que a impunidade alimenta esta violência", afirmou.

O chefe do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2108, Cho Yang-Ho, deixou nesta terça-feira o seu cargo em meio aos crescentes problemas financeiros do grupo empresarial controlado por sua família. O pedido de renúncia foi aceito pelo Ministério da Cultura, do Esporte e do Turismo da Coreia do Sul.

Ainda não há uma indicação sobre quanto tempo vai demorar para ser definido o novo comandante da organização dos Jogos de Pyeongchang e nem qual será o nome do seu substituto. Esta, porém, é a segunda mudança em menos de dois anos na presidência do Comitê Organizador Local da Olimpíada de Inverno de 2018.

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Cho Yang-Ho assumiu a função em julho de 2014, sucedendo Kim Jin-Sun, o ex-governador da região de Pyeongchang. Ele é presidente do Grupo Hanjin, que controla a patrocinadora olímpica Korean Air e uma das principais empresa de transporte da Coreia do Sul, que sofre com os efeitos de uma dívida elevada.

Em um comunicado divulgado pelo Comitê Organizador dos Jogos de Pyeongchang-2018, ele declarou que não poderia continuar com o trabalho para a Olimpíada de Inverno por precisar focar na estabilização da Hanjin Shipping.

Os organizadores da próxima Olimpíada de Inverno têm enfrentado uma série de desafios nos últimos anos, incluindo atrasos nas obras, conflitos locais sobre locais de competições e críticas sobre seu planejamento financeiro.

O diretor de Segurança do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos do Rio 2016, Luiz Fernando Corrêa, anunciou na tarde desta sexta-feira que vai deixar o cargo. Ex-diretor-geral da Polícia Federal, Corrêa estava na berlinda desde que foi revelado, no final de dezembro do ano passado, que ele é alvo de uma ação de improbidade do Ministério Público Federal em Brasília por suspeitas de irregularidades nos Jogos Pan-Americanos do Rio, realizados em 2007.

Na acusação do MP, Luiz Fernando Corrêa, que ocupava à época do Pan o cargo de secretário Nacional de Segurança Pública, Odécio Rodrigues Carneiro, ex-coordenador do Grupo de Trabalho de Tecnologia da Informação do Pan, e quatro empresas foram cobradas a devolver aos cofres públicos R$ 17,9 milhões por terem contratado de um consórcio, sem licitação, equipamentos de informática para ações de inteligência do evento. O valor, referente a um sobrepreço (superfaturamento apurado antes do pagamento), foi apurado em perícia do Instituto Nacional de Criminalística. O consórcio, que recebeu R$ 174 milhões pelos equipamentos, era liderado pela Motorola.

O MP constatou nas investigações que o consórcio vencedor foi contratado sem que tivesse sido feito uma cotação de preços com outras concorrentes. "Ao contrário do quanto afirmado em despacho pelo réu Luiz Fernando Corrêa, não foi anexada ao procedimento a estimativa de custo ou qualquer documento que lhe fizesse às vezes", afirmou o MP na ação, que corre sob segredo de Justiça desde meados de 2011. As autoridades, segundo o MP, também ignoraram parecer da Consultoria Jurídica que alertava para a falta de cotação de preços.

A Justiça decidirá em breve se concede liminar, pedida pelo MP, para decretar o bloqueio dos bens de Corrêa, Carneiro e das empresas envolvidas, para ressarcir os cofres públicos em caso de futura condenação.

No início de janeiro, Odécio deixou o cargo de secretário de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça para se defender da ação. Agora, o Comitê Organizador dos Jogos do Rio informou em nota que Corrêa também decidiu sair para não causar "desconforto" na rotina de suas atribuições como diretor de Segurança.

Na nota, Corrêa revela que já apresentou sua defesa, elaborada pela Advocacia Geral da União, e diz estar "confiante numa decisão a seu favor". Ele afirma ainda que "pretende buscar na Justiça a reparação de danos (de imagem, morais e materiais) pelos responsáveis diretos e indiretos."

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