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O Vaticano concluiu esta segunda-feira os preparativos para a missa desta terça-feira, que marcará, oficialmente, o início do pontificado de Francisco, na Praça de São Pedro, onde são esperadas 250 mil pessoas e líderes políticos e religiosos de todo o mundo. As autoridades preveem um importante dispositivo de segurança, similar ao do funeral de João Paulo II em 2005, para zelar pelos fiéis, turistas e curiosos, além das 132 delegações oficiais, entre as quais de destaca uma grande representação latino-americana.

Uma das primeiras a chegar a Roma foi a presidente argentina, Cristina Kirchner, chefe de Estado do país de origem do até agora arcebispo de Buenos Aires, Jorge Bergoglio, e a primeira a ser recebida pelo novo pontífice.

O 266º Papa da história da Igreja católica, um jesuíta que sempre se caracterizou por seu austero estilo de vida, pediu aos peregrinos de seu país que não viajassem à Cidade Eterna e dedicassem esse dinheiro para ajudar os mais necessitados.

No entanto, a julgar pelo Ângelus de domingo, muitos argentinos já se encontram na capital italiana para expressar seu afeto por este pontífice "do fim do mundo", que em poucos dias deu novos ares à milenar instituição, por sua proximidade com o povo e por suas palavras a favor de uma Igreja mais acolhedora e próxima às origens do cristianismo.

A missa de entronização, durante a qual o novo Papa receberá o pálio (estola) e o anel do Pescador (de prata, uma escolha sua) próprios do ministério petrino, deve começar pontualmente às 9h30 locais (5h30 de Brasília).

Antes, Francisco, que reside temporariamente na Casa Santa Marta, dentro dos muros do Vaticano, à espera de ocupar em alguns dias seu apartamento pontifício no Palácio Apostólico, deve saudar a multidão em seu "papamóvel".

De acordo com o Vaticano, o Papa circulará durante cerca de meia hora pela praça, entre os peregrinos, algo nada surpreendente vindo de um pontífice que já quebrou o protocolo em muitas ocasiões para saudar afetuosamente os fiéis, provocando alguma ou outra dor de cabeça para seu serviço de segurança.

A chuva que caiu de forma intermitente sobre a cidade na última semana deve dar um alívio durante a cerimônia ao ar livre que coincide com o dia de São José, padroeiro da Igreja.

O papa pronunciará uma esperada homilia previamente preparada, mas sobre a qual deverá improvisar, nesta missa concelebrada com outros 180 religiosos, e contará com a participação inédita na liturgia dos irmãos franciscanos do convento de La Verna, situado nas montanhas da Toscana.

Francisco, primeiro papa jesuíta, escolheu seu nome em homenagem a São Francisco de Assis e defende uma "Igreja pobre e para os pobres".

Após a missa, o Papa receberá as delegações, entre as quais se destacam a presidente Dilma Rousseff e o líder mexicano, Enrique Peña Nieto, que dirigem os dois países com mais católicos do mundo.

Também viajaram a Roma os presidentes de Chile, Equador, Paraguai, Costa Rica e Honduras, o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, assim como os herdeiros da Coroa espanhola e holandesa, os príncipes Felipe e Willem-Alexander, este último acompanhado por sua esposa argentina, Máxima Zorreguieta.

A presença mais controversa será a do presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, acusado de muitas violações de direitos humanos e que não está autorizado a pisar no território da União Europeia (UE), embora esta proibição não vigore no Vaticano.

Também é esperada a presença de vários líderes de outras regiões na entronização do papa Francisco, que no primeiro dia de seu pontificado estendeu a mão à comunidade judaica em uma carta dirigida ao rabino de Roma, Riccardo di Segni.

Este confirmou sua presença, assim como o número dois da Igreja da Inglaterra, o arcebispo de York John Sentamu; Mohamed Youssef Hajar, secretário-geral da Organização Islâmica da América Latina, representará os muçulmanos.

Desde as suas primeiras aparições públicas, Francisco e seu antecessor, o Papa Emérito Bento XVI, mostraram dois estilos diferentes, não só em seus atos e palavras, mas também na forma de se vestir.

BRANCO CONTRA VERMELHO - Em sua aparição no balcão da praça São Pedro, Jorge Bergoglio exibiu um estilo austero, com o branco na batina, na esclavina (pequena capa usada sobre a túnica) e no solidéu (gorro de seda) como cor predominante.

Totalmente contrário ao vermelho intenso das roupas de Bento XVI quando, em abril de 2005, saiu no balcão para saudar pela primeira vez os fiéis com uma estola vermelha com bordados dourados e uma esclavina também vermelha sobre sua batina branca, seguindo a tradição de muitos papas antes dele.

Em outra amostra da mudança de estilo, Francisco apareceu no balcão sem estola para dirigir-se aos fiéis e somente colocou-a durante a breve bênção 'Urbi et Orbi'. Logo depois quis ele mesmo tirá-la, e rapidamente um sacerdote veio correndo para ajudar.

CRUZ DE FERRO, CRUZ DE OURO - Nos primeiros dias de seu pontificado, outro detalhe chamou atenção na indumentária do novo Papa: sua cruz de ferro. Se trata da mesma cruz que usa desde que foi proclamado bispo de Buenos Aires. Segundo seus colaboradores, nunca mudou durante sua etapa como arcebispo e é possível que a mantenha ao longo de seu pontificado.

Bento XVI, pelo contrário, seguindo mais uma vez a tradição, usou desde o primeiro dia cruzes de ouro, algumas ricamente decoradas usadas nas grandes cerimônias católicas.

SAPATOS VERMELHOS, SAPATOS PRETOS - A única originalidade que Bento XVI se permitiu em suas vestimentas foram seus surpreendentes sapatos vermelhos, gerando boatos de que poderiam ser de uma marca de luxo. Mas, na verdade, era uma velha tradição que João Paulo II havia abandonado e que o Papa alemão recuperou, onde o vermelho no calçado simboliza os mártires da Igreja e o sangre de Jesus Cristo.

Em vez do vermelho, Francisco optou até agora por sapatos pretos mesmo que, segundo a versão de um porta-voz do Vaticano, a cor não tenha nada de simbólica e tenha uma razão muito mais terrena. Ao que parece, antes de viajar para para o conclave, um amigo disse a Francisco que ele não poderia ir a Roma com os sapatos que tinha, "em muito mal estado", e o presenteou com novos, os mesmos que usa até agora.

Outro detalhe surpreendente são as calças pretas que Francisco usou em várias ocasiões dos primeiros dias de seu pontificado. "Quando se viu um Papa vestido dessa forma?" estampou o jornal italiano 'La Stampa', ressaltando o preto aparente sob a batina branca.

O ANEL DO PESCADOR - Também há diferenças no Anel do Pescador, um dos principais símbolos do poder papal. O do papa Francisco será de prata dourada, mais simples que o de ouro maciço que usava Bento XVI, como muitos de seus antecessores.

É um modelo feito pelo artista italiano Enrico Manfrini, conhecido como "o escultor dos Papas", e que representa São Pedro, o fundador da Igreja, com as chaves do reino de Deus.

Delegações de mais de 130 países estarão presentes à missa solene que marcará amanhã o início do pontificado de Francisco, que nesta segunda-feira teve um encontro cordial com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner.

O Vaticano se prepara para a celebração, na terça-feira, dos festejos a São José com a chegada de mais de 30 chefes de Estado, além de representantes de outras nações, confissões e personalidades.

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Por se tratar do primeiro papa latino-americano da história, haverá uma grandes presença de líderes da região. Além de Cristina Kirchner, estarão presentes a presidente brasileira, Dilma Rousseff, o mexicano, Enrique Peña Nieto, e o chileno, Sebastián Piñera, entre outros chefes de Estado e de governo latino-americanos.

Antes da cerimônia, o papa passeará a bordo do papamóvel pela Praça São Pedro para saudar dezenas de milhares de fiéis esperados para a missa.

A cerimônia propriamente dita, no entanto, terá início com Francisco e os patriarcas católicos do oriente rezando perante a tumba do apóstolo Pedro, situada sob o altar-mor da Basílica de São Pedro.

A seguir, eles sairão em procissão pela praça. Francisco receberá então o Anel do Pescador, símbolo do papado que levará no dedo anular da mão direita. Também será depositado sobre os ombros do novo pontífice o pálio branco com cinco cruzes vermelhas feito de lã de carneiro.

Finalizado o ritual, Francisco estará oficialmente entronizado como o 266º papa da Igreja Católica e dará início à celebração litúrgica. As informações são da Associated Press.

Os argentinos estão orgulhosos do fato de o novo Papa ser seu compatriota, mas esperam mudanças profundas na Igreja Católica, como a aceitação do uso de anticoncepcionais e da homossexualidade, segundo uma pesquisada realizada pela consultoria Ibarômetro. Entre os entrevistados, 54,2% manifestaram orgulho pela escolha do argentino Jorge Bergoglio como Papa, mas pedem mudanças, como permitir o uso de preservativos (82,7%) e a homossexualidade (59,7%).

"O interessante (na pesquisa) é ver como a reação favorável à escolha do Papa convive com a expectativa de mudança, o que implica uma visão crítica sobre a Igreja", declarou à AFP o sociólogo Ignacio Ramírez, responsável pela pesquisa de opinião.

Segundo ele, a reação favorável "se apoia no nacionalismo e no gestual do Papa". "Mas essa aceitação não implica uma febre religiosa" na Argentina, explicou.

Aproximadamente 75% dos 40 milhões de argentinos professa a religião católica, de acordo com dados da instituição religiosa. Ao mesmo tempo em que se disseram satisfeitos com a eleição do Papa, existe "uma demanda por mudanças na Igreja em uma sociedade que passa por transformações culturais profundas", indicou Ramírez.

Jorge Bergoglio, então arcebispo de Buenos Aires, foi contra a lei aprovada na Argentina que permitiu o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a da identidade de gênero (2012) que autorizou travestis e transsexuais a se registrarem com o sexo escolhido.

Além disso, "ao contrário do que se pensa, há uma majoritária aceitação da descriminalização do aborto. Em uma pequisa realizada em dezembro, mais de 50% se disseram a favor", informou Ramírez.

Várias ONGs feministas, legisladores e opositores defendem o debate sobre o aborto, enquanto a presidente Cristina Kirchner se opõe a esta prática.

Ao serem consultados sobre qual deveria ser a prioridade do Papa, 26,8% considerou que "lutar por um mundo mais justo" e 19,3% "punir os abusos sexuais".

A pesquisa foi realizada na semana passada por telefone com mil pessoas na capital argentina.

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, disse que pediu ao papa Francisco que ajude na longa disputa entre Argentina e Reino Unido a respeito das ilhas Malvinas, chamadas de Falklands pelos britânicos.

Cristina disse aos jornalistas após o encontro nesta segunda-feira com o novo papa, no Vaticano, que pediu sua intercessão para "facilitar o diálogo" sobre as ilhas.

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Na semana passada, o primeiro-ministro britânico David Cameron disse que não concorda com a opinião de Francisco sobre as ilhas. Quando o papa, que nasceu na Argentina, ainda era arcebispo de Buenos Aires, ele foi citado declarando que o Reino Unido "usurpou" as ilhas.

Argentina e Reino Unido travaram uma guerra em 1982 por causa das ilhas. No início deste mês, os moradores locais, conhecidos como kelpers, participaram de um referendo no qual a grande maioria decidiu que o arquipélago deve permanecer como um território britânico ultramarino.

Não se sabe como o papa respondeu ao pedido de Cristina. As informações são da Associated Press.

O Vaticano faz os últimos preparativos para a missa que na terça-feira (19) marcará oficialmente o início do pontificado do papa Francisco na praça de São Pedro, onde são esperados centenas de milhares de fiéis e diversos dignitários de todo o mundo. As autoridades estão instalando um grande dispositivo de segurança, similar ao do funeral de João Paulo II em 2005, para receber as quase 130 delegações oficiais, entre elas uma grande representação latino-americana que homenageará o primeiro Papa do subcontinente.

Uma das primeiras a chegar a Roma foi a presidente argentina, Cristina Kirchner, chefe de Estado do país de origem do até agora arcebispo de Buenos Aires, Jorge Bergoglio, e a primeira a ser recebida pelo novo pontífice. O 266º papa da história da Igreja católica, um jesuíta que sempre se caracterizou por seu austero estilo de vida, pediu aos fiéis de seu país que não viajassem à Cidade Eterna e dedicassem esse dinheiro para ajudar os mais necessitados.

No entanto, a julgar pelo Ângelus de domingo, muitos argentinos já se encontram na capital italiana para expressar seu afeto por este pontífice "do fim do mundo", que em poucos dias deu novos ares à milenar instituição, por sua proximidade com o povo e por suas palavras a favor de uma Igreja mais acolhedora e próxima às origens do cristianismo. A missa de entronização, durante a qual o novo Papa receberá o pálio e o anel do Pescador próprios do ministério petrino, deve começar pontualmente às 9h30 locais (5h30 de Brasília).

Antes, Francisco, que reside temporariamente na Casa Santa Marta, dentro dos muros do Vaticano, à espera de ocupar em alguns dias seu apartamento pontifício no Palácio Apostólico, deve saudar a multidão em seu "papamóvel". De acordo com a imprensa italiana, o Papa circulará durante meia hora entre os peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, algo nada surpreendente vindo de um pontífice que já quebrou o protocolo em muitas ocasiões para saudar afetuosamente os fiéis, apesar dos desafios que isto gera para os serviços de segurança.

A chuva que caiu de forma intermitente sobre a cidade na última semana deve dar um alívio durante a cerimônia ao ar livre que coincide com o dia de São José, padroeiro da Igreja. O papa pronunciará uma esperada homilia nesta missa concelebrada por todos os cardeais presentes em Roma, e contará com a participação inédita na liturgia dos irmãos franciscanos do convento de La Verna, situado nas montanhas da Toscana.

Francisco, primeiro papa jesuíta, escolheu seu nome em homenagem a São Francisco de Assis e defende uma "Igreja pobre e para os pobres". Após a missa, o Papa receberá as delegações, entre as quais se destacam a presidente Dilma Rousseff e o líder mexicano, Enrique Peña Nieto, que dirigem os dois países com mais católicos do mundo.

Também viajaram a Roma os presidentes de Chile, Equador, Paraguai, Costa Rica e Honduras, o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, assim como os herdeiros da Coroa espanhola e holandesa, os príncipes Felipe e Willem-Alexander, este último acompanhado por sua esposa argentina, Máxima Zorreguieta. A figura mais polêmica presente será o presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, acusado de muitas violações de direitos humanos e que não está autorizado a pisar no território da União Europeia (UE), embora esta proibição não vigore no Vaticano.

Também é esperada a presença de vários líderes de outras regiões na entronização do papa Francisco, que no primeiro dia de seu pontificado estendeu a mão à comunidade judaica em uma carta dirigida ao rabino de Roma, Riccardo di Segni. Este confirmou sua presença, assim como o número dois da Igreja da Inglaterra, o arcebispo de York John Sentamu; Mohamed Youssef Hajar, secretário-geral da Organização Islâmica da América Latina, representará os muçulmanos.

O papa Francisco está almoçando nesta segunda-feira (18) com a presidente argentina Cristina Kirchner na Casa Santa Marta do Vaticano, anunciou o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, em uma coletiva de imprensa. O pontífice argentino e Kirchner realizaram previamente um encontro de "cerca de 15 ou 20 minutos" sobre o qual não será divulgado nenhum comunicado oficial do Vaticano, disse Lombardi.

Kirchner, que chegou na tarde de domingo a Roma, e o até a última quarta-feira arcebispo de Buenos Aires Jorge Bergoglio sempre mantiveram relações tensas, e esperava-se que este encontro servisse para aproximar as duas partes antes da missa de entronização oficial do pontificado, na terça-feira. As divergências entre ambos começaram durante a presidência de seu marido, o falecido Néstor Kirchner, que não apreciava as críticas nas homilias do então cardeal, que denunciava com frequência o escândalo da pobreza ou o flagelo da droga e do crime na Argentina, e pioraram ainda mais após a legalização do casamento homossexual, em 2010.

O encontro com Kirchner foi o primeiro de Francisco com um dos muitos chefes de Estado e de governo que estão chegando ao Vaticano para acompanhar a missa de início oficial do papado. Após a cerimônia solene na praça de São Pedro, o Papa receberá os representantes das 130 delegações oficiais.

O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, um católico praticante, comparecerá à missa de entronização do novo Papa, indicou uma fonte presidencial.

"Sim, vai assistir", declarou um funcionário de alto escalão à AFP.

Mugabe, proibido pela União Europeia de entrar em seu território desde 2002, acusado de ser responsável por violações de direitos humanos, já viajou à região.

A proibição não foi aplicada em caso de comparecimento a reuniões internacionais.

Mugabe foi, entre outros eventos, ao funeral do papa João Paulo II, em 2005, e a sua beatificação, em 2011.

Vaticano – A presidenta Dilma Rousseff chegou hoje (19) à Itália por volta das 15h30 (11h30 de Brasília) de Brasília. Ao ver os jornalistas brasileiros, ela brincou: “Vocês sempre firmes, conseguem chegar antes de mim”. Dilma tem a agenda livre hoje e amanhã (18) e pode se reunir com alguns presidentes e primeiros-ministros, já que seus compromissos ainda não foram definidos.

Dilma participa da missa inaugural do pontificado do papa Francisco, às 9h30 (5h30 de Brasília), no dia 19 (terça-feira). Em seguida, tem uma reunião breve e particular com o papa. Segundo assessores da Presidência da República, ela ficará apenas alguns minutos com o papa, no dia 19.

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No encontro, o papa Francisco deve conversar com a presidenta sobre a Jornada Mundial da Juventude, em julho, no Rio de Janeiro. Francisco já confirmou presença no encontro e o Vaticano informou que o papa fala português.

Os ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), Aloizio Mercadante (Educação) e Helena Chagas (Comunicação Social), que acompanham Dilma na Itália, não participarão do encontro da presidenta com o papa, segundo assessores.

Após a eleição do papa Francisco, a presidente divulgou uma mensagem, na qual disse que: “[Os católicos do Brasil] aguardam com expectativa a vinda de Francisco ao Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude. Maior país em número de católicos, o Brasil acompanhou com atenção o conclave e a escolha do primeiro papa latino-americano”.

De acordo com Gilberto Carvalho, o governo brasileiro ficou feliz com a escolha do cardeal argentino. "É uma satisfação muito grande nossa, pelos primeiros movimentos do papa, no sentido da simplicidade com que ele está trabalhando, a informalidade, e na questão social”.

"Queridos amigos, de coração vos agradeço e peço para continuardes a rezar por mim. Papa Francisco", escreveu o novo pontífice da Igreja Católica em sua primeira mensagem no Twitter (@pontifex).

Depois da eleição do Papa argentino na quarta-feira à noite, as contas na rede social em nove línguas foram reativadas com uma mensagem sóbria em latim: "Habemus Papam Franciscum" ("Temos Papa, Francisco").

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Dois meses e meio depois da inauguração por Bento XVI, as contas do Papa foram desativadas simultaneamente em 28 de fevereiro, dia da renúncia.

A conta, criada em 12 de dezembro, tem quase 2,5 milhões de seguidores, mais de 1,5 milhão em inglês. As mensagens papais também são publicadas em espanhol, italiano, alemão, francês, português, polonês, árabe e latim. Também está prevista uma conta em chinês.

O San Lorenzo, time argentino que tem como torcedor mais famoso o Papa Francisco, venceu na noite de sábado o Colón por 1-0, fora de casa, pela sexta rodada do Torneio Final do campeonato argentino.

O gol da vitória foi marcado por Rubén Ramírez aos 30 minutos do segundo tempo, em uma partida na qual os jogadores do San Lorenzo usaram um uniforme especial em homenagem ao pontífice.

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"Papa Francisco", estava escrito na camisa dos jogadores, com uma imagem com o rosto do Papa na parte da frente. O uniforme foi utilizado apenas na partida contra o Colón de Santa Fé.

O clube encomendou um desenho especial para um uniforme que será enviado a Roma como presente pessoal ao pontífice.

"Este modelo terá o nome de Francisco com uma auréola dourada em cima e a frase 'Papa Francisco. Rezamos por vós, reze por nós", afirmou uma fonte da diretoria do clube.

Jorge Bergoglio é um torcedor do clube do bairro de Boedo de Buenos Aires, cuja capela abençoou pessoalmente, quando recebeu sua carteira de sócio honorário.

Mais de 100.000 pessoas aclamaram neste domingo na Praça de São Pedro do Vaticano o Papa Francisco, que celebrou o primeiro Angelus de seu pontificado, no qual insistiu na necessidade da misericórdia e do perdão.

"Irmãos e irmãs, bom-dia", foram as primeiras palavras do Papa argentino Jorge Bergoglio, que escolheu o nome Francisco, ao aparecer de batina branca e com uma cruz de ferro, enquanto os católicos agitavam bandeiras de dezenas de países na imensa esplanada situada no coração do Vaticano.

"Para nós cristãos é importante encontrar-nos todos os domingos, saudar-nos, conversamos em uma praça que, graças aos meios de comunicação, tem as dimensões do mundo", disse em uma nova demonstração da proximidade com os fiéis que marcado o início de seu pontificado.

"Deus perdoa sempre e tem misericórdia para todos", disse, antes de insistir: Deus "nunca se cansa de perdoar, somos nós os que cansamos de pedir perdão", repetindo a mesma mensagem de uma missa celebrada poucos minutos antes na capela de Santa Ana, dentro dos muros do Vaticano.

"Saúdo cordialmente todos os peregrinos e agradeço por sua acolhida", afirmou, antes de receber mais aplausos.

O Papa voltou a pedir aos fiéis que rezem por ele, como havia feito na quarta-feira, dia em que foi proclamado pontífice. Ele encerrou o Angelus com o desejo de "bom domingo e bom almoço", com a simplicidade que caracteriza os primeiros dias de seu comando da Igreja Católica.

"Sinto uma emoção indescritível. Vai trazer muita paz porque é muito humilde, muito espontâneo. Você sente que é mais próximo das pessoas. Com o Papa anterior não se sentia isto", disse Gabriel Solís, um argentino de 33 anos, que como milhares de compatriotas assistiu a segunda aparição pública do pontífice eleito após a renúncia de Bento XVI.

"Precisávamos de um Papa que tivesse outro carisma", afirmou Sor Luisa, jovem religiosa chilena de Santa Marta, que exibia a bandeira de seu país.

Personalidades de todo o mundo já estão chegando a Roma para acompanhar a grande missa de entronização da próxima terça-feira, dia de São José, incluindo as presidentes da Argentina e do Brasil, além dos presidentes do Chile e México, assim como representantes dos Estados Unidos e das casas reais europeias.

A presidente argentina Cristina Kirchner terá uma audiência com o Papa na segunda-feira às 12H50 (8H50 de Brasília) na Casa Santa Marta, onde o Papa residirá até a mudança para o apartamento pontifício do Palácio Apostólico.

As autoridades de Roma esperam a presença de um milhão de pessoas na cidade, onde já são vendidos os primeiros objetos com a imagem de Francisco.

Jorge Bergoglio, de 76 anos, que escolheu o nome Francisco em homenagem ao santo dos pobres São Francisco de Assis, oficiou durante a manhã uma missa em uma pequena igreja do Vaticano e saudou pessoalmente as centenas de pessoas reunidas na saída do templo e que gritavam "Viva o Papa".

Desde sua eleição, o primeiro Papa latino-americano da história tem surpreendido com improvisos e com seu senso de humor, deixando de lado em alguns momentos o roteiro e saudando com carinho as pessoas que aparecem em seu caminho, o que tem sido interpretado como o início de uma nova era para uma Igreja desacreditada por vários escândalos.

No sábado, diante dos jornalistas credenciados no Vaticano, expressou o desejo de uma "Igreja pobre e para os pobres".

Uma das primeiras reformas que Francisco deve organizar é a da Cúria romana, o governo da Igreja, criticado por sua opacidade e centralismo.

O Papa confirmou "provisoriamente" os dirigentes de todos dicastérios, os ministérios da Igreja Católica, para ter tempo antes de tomar uma decisão sobre os cargos, anunciou o Vaticano.

Analistas acreditam que Francisco adiará a questão, que foi debatida nas congregações prévias ao conclave, para depois da Semana Santa, o momento mais intenso do ano para o Papa.

Em 23 de março, véspera do domingo de Ramos, o Papa visitará Bento XVI, com quem almoçará em Castelgandolfo, a residência papal a 30 km de Roma onde o Papa emérito se instalou temporariamente desde sua renúncia em 28 de fevereiro.

O Papa Francisco afirmou neste sábado que deseja uma "Igreja pobre e para os pobres" e explicou como escolheu o nome com o qual exercerá o pontificado, ao receber jornalistas de todo o mundo neste sábado para uma audiência na sala Paulo VI do Vaticano. O pontífice argentino, que foi muito aplaudido pelos milhares de jornalistas presentes, explicou que São Francisco de Assis, o santo no qual se inspirou, era "o homem da pobreza, o homem da paz".

"Como eu gostaria de uma igreja pobre e para os pobres", acrescentou o Papa, muito aplaudido neste momento. Francisco tem surpreendido o mundo com a mensagem pelo retorno da Igreja a sua essência, com um discurso de humildade e senso de humor.

O Papa Francisco explicou que o nome foi inspirado por um comentário do cardeal brasileiro Claudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, "um grande amigo", que sentou ao seu lado durante o conclave. "Quando a coisa estava ficando um pouco perigosa, ele me reconfortava. E quando os votos alcançaram os dois terços e os aplausos chegaram porque havia sido eleito Papa, ele me abraçou, deu um beijo e disse: 'Não te esqueças dos pobres'", declarou o novo pontífice.

Também contou que, após sua eleição, recebeu a sugestão de utilizar o nome de Clemente XV, já que o Papa Clemente XIV aboliu a Companhia de Jesus no fim do século XVIII. Um cardeal propôs o nome de Adriano, em referência a um Papa que foi um grande reformista. Em uma audiência de 30 minutos, o primeiro Papa jesuíta da Igreja Católica também recordou que a instituição, desacreditada por vários escândalos, não tem "uma natureza política, e sim espiritual".

Na audiência com os jornalistas, uma tradição nos últimos papados após a eleição de um novo pontífice, Francisco agradeceu o trabalho dos milhares de jornalistas enviados ao Vaticano. "Vocês têm trabalhado muito, trabalhado muito", brincou em italiano o pontífice argentino, que repetiu o agradecimento pelo trabalho intenso desde o anúncio da renúncia de Bento XVI em 11 de fevereiro, oficializada no dia 28.

Em mais uma quebra de protocolo, o Papa não quis dar a bênção com a mão a toda a imprensa, consciente de que entre os jornalistas estavam muitos ateus e integrantes de outras religiões, conforme explicou, optando por saudar e abraçar uma centena de jornalistas selecionados, incluindo vários argentinos. O Papa, que rezará no domingo o seu primeiro ângelus da varanda de seu quarto de frente para a Praça São Pedro, não tem nenhum outro compromisso agendado para hoje, mas a próxima semana será agitada.

Francisco visitará Bento XVI no dia 23 de março em Castelgandolfo, a residência papal próxima de Roma onde o Papa emérito mora desde sua histórica renúncia. Antes, na próxima segunda-feira, o pontífice argentino receberá a presidente de seu país, Cristina Kirchner, com a qual mantém uma relação fria, especialmente desde a legalização do casamento homossexual.

As autoridades esperam a presença de um milhão de peregrinos em Roma para acompanhar este grande acontecimento, que será precedido no domingo pelo primeiro Angelus do Papa Francisco. Com tantos compromissos, o pontífice preferiu "reservar certo tempo" antes de tomar uma decisão à respeito da formação da Cúria Romana, o governo da Igreja, muito criticado por sua obscuridade e centralidade, segundo o Vaticano.

Desta foram, confirmou neste sábado "provisoriamente" os dirigentes dos dicastérios da Curia Romana, o governo da Igreja, informou o Vaticano em um comunicado. A reforma da Cúria, discutida durante as congregações de preparação para o conclave, é uma exigência de muitos membros da hierarquia da Igreja, particularmente pelos que vivem distantes de Roma.

É necessário "uma reforma estrutural. Então, começa-se a escolher o pessoal adaptado para as orientações de uma Igreja que o Papa deseja, que seja uma Igreja missionária, mais do diálogo", comentou o arcebispo Hummes, em uma entrevista publicada neste sábado. Quatro dias após sua eleição, as homenagens ao novo Papa continuam. Os jogadores do San Lorenzo, clube argentino que conta com a torcida do Papa Francisco, vestirão um uniforme especial neste sábado em homenagem ao pontífice durante a partida contra o Colón pela sexta rodada do torneio Final da primeira divisão do futebol argentino.

A única sombra que paira sobre este início de papado são as acusações de suposta passividade ante a ditadura militar na Argentina entre 1976 e 1983, acusações ressuscitadas em seu país e retomadas pela imprensa mundial. O Papa, líder da ordem jesuítica no período militar, tem sido criticado por não ter protegido dois sacerdotes de sua ordem sequestrados e torturados por militares, Francisco Jalics y Orlando Yorio.

O porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, disse na sexta-feira que o Vaticano considera que existe "uma campanha" contra Bergoglio, sustentada por "uma publicação que em algumas ocasiões é caluniosa e difamatória", em referência ao jornal argentino Página12, que questiona o papel de Bergoglio durante a ditadura. Um dos sequestrados, o padre Jalics, um húngaro que se estabeleceu na Alemanha, declarou na sexta-feira que estava em paz com o seu passado, e pediu a "benção" ao novo pontífice. O padre Orlando Yorio faleceu em 2002.

Um sapateiro mexicano se deu ao trabalho de "investigar minuciosamente" os gostos e necessidades do Papa Francisco para desenhar um par de sapatos, um gesto que iniciou com Joseph Ratzinger (Bento XVI) e que pode virar uma tradição. "Necessitamos pesquisar quais são seus gostos, relembremos que Bento XVI retomou a tradição de usar como Papa um calçado vermelho. Precisamos saber também quais são suas características ao andar e muitas outras coisas, e ainda o tamanho, evidentemente", disse à AFP Armando Martín.

O sapateiro, que tem uma pequena fábrica na cidade de León, 391 km da capital mexicana, revelou que começou a desenhar alguns esboços, mas ainda não se atreve a mostrar. "É muito cedo para saber quais serão suas características finais".

Após renunciar a seu papado, Ratzinger afirmou em público que deixaria todo seu vestuário e acessórios papais no Vaticano, menos os sapatos mexicanos feitos com pele de bezerro, que lhe foram presenteados por Martín.

O empresário apenas se recupera da emoção que lhe causou o anúncio de Ratzinger sobre este fato, mas disse estar "disposto a transformar isto em uma tradição", depois do sucesso do modelo "Bento XVI", dos quais existem apenas dois pares, um em Castel Gandolfo e outro em León, no escritório de Martín.

"Precisaremos de 30 a 35 dias para concluir a pesquisa e o desenho, depois levaremos aproximadamente uma semana na produção do calçado, mas francamente não sabemos em quanto tempo sua Santidade poderá estreá-los, isso depende de sua equipe", concluiu.

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As alcunhas escolhidas pelos papas são, normalmente, a primeira dúvida de todos após o resultado do conclave. No caso de Mario Jorge Bergoglio a pergunta foi logo esclarecida. Segundo especialistas, a escolha do ex-arcebispo de Buenos Aires é uma associação a São Francisco de Assis - Santo que foi próximo aos pobres.

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O novo papa também é conhecido como uma pessoa de vida simples, o que justifica a identificação com o santo. "O nome do sumo pontífice já é um bom presságio", diz Assunta, fiel da Sicília, informando ainda que São Francisco é o padroeiro da Itália.

O Papa Francisco pediu à Igreja Católica que não se ceda ao pessimismo, em um encontro nesta sexta-feira no Vaticano com todo os cardeais, aos quais convidou a buscar "novos métodos" para levar os Evangelhos a "todos os extremos da Terra".

"Não nos deixemos ceder ao pessimismo nem à amargura que o diabo nos oferece a cada dia", declarou o novo pontífice latino-americano na Sala Clementina, ao ler um discurso emotivo e repleto de agradecimentos, durante o qual também introduziu reflexões pessoais.

Francisco convidou os "príncipes da Igreja, a buscar novos métodos de evangelização para levar a verdade cristã (...) a todos os extremos da Terra".

E improvisando, acrescentou descontraidamente para a surpresa de alguns cardeais: "Somos idosos e com a idade vem a sabedoria de vida. Vamos doar esta sabedoria aos jovens como o bom vinho que fica melhor com o passar dos anos".

O Papa, vestido com uma simples batina branca e uma cruz de ferro, convidou, em um improviso, os cardeais a sentir-se com ele "em uma comunidade de amigos".

"Somos todos irmãos, e isto faz bem a todos", disse.

O Papa Francisco prestou homenagem ao antecessor Bento XVI, ao classificar sua renúncia ao pontificado como um "gesto corajoso e humilde".

"Dedico um pensamento repleto de afeto e profunda gratidão a Bento XVI, que foi um intérprete humilde e paciente de seu ministério, um patrimônio espiritual para todos", disse ainda.

As acusações de cumplicidade com a ditadura argentina (1976-1983) contra o arcebispo de Buenos Aires Jorge Bergoglio, que na quarta-feira foi eleito Papa Francisco, são uma "mentira", declarou nesta sexta-feira o cardeal australiano George Pell, eleitor no conclave.

A controvérsia sobre a atitude da Igreja durante os anos de chumbo da ditadura voltou à tona após a eleição Bergoglio, que compareceu como testemunha m vários processos sem que jamais a justiça demonstrasse qualquer envolvimento.

Para o arcebispo de Sydney, membro do colégio cardinalício, "as histórias foram desmentidas há anos".

"O diretor da Anistia Internacional daquela época disse que as acusações são completamente falsas. Eram difamação e mentiras", declarou Pell à rádio ABC.

Ao ser questionado se o Papa Francisco deveria falar sobre o tema, disse que não, "de maneira nenhuma".

Os críticos de Bergoglio afirmam que ele teve relação com a detenção de dois missionários jesuítas, Orlando Yorio e Francisco Jalics, presos em 23 de março de 1976 e liberados cinco meses depois. Eles foram torturados na Escola de Mecânica da Armada (ESMA). Na época, o prelado argentino comandava a ordem dos jesuítas.

"Fiz o que pude, com a idade e as poucas relações que tinha, para interceder a favor das pessoas sequestradas", afirmou Jorge Bergoglio em um livro de entrevistas.

Vítimas de abusos sexuais por parte de membros da Igreja Católica na Irlanda pediram nesta quinta-feira ao Papa Francisco que atue para que os culpados de pedofilia e os que acobertaram sua ação respondam por seus atos.

"Queremos que prestem contas", declarou à AFP Tom Hayes, da Aliança Victims Support Group, também vítima de abusos sexuais por parte dos membros da congregação dos Irmãos Cristãos quando era estudante no condado de Limerick.

Bento XVI, que renunciou em fevereiro, apresentou em 2010 desculpas às vítimas irlandesas de padres pedófilos, mas muitos o reprovam por ter agido pouco contra os culpados.

Na Irlanda, onde 80% da população é católica, uma série de relatórios nos últimos anos revelaram abusos sexuais praticados durante décadas em instituições católicas.

Marie Collins, agredida sexualmente aos 13 anos por um capelão de um hospital de Dublin nos anos 60, disse esperar mais empatia por parte do Vaticano.

A eleição de um Papa procedente de um continente onde vivem 40% dos católicos do mundo se insere também na tentativa da Igreja Católica de deter o rápido avanço dos protestantes evangélicos nos países em desenvolvimento, não só na América Latina, como também na África e na Ásia. Com 565 milhões de fiéis - 107 milhões deles na América Latina e no Caribe - os evangélicos já são mais de um cristão em cada quatro no mundo, segundo estatísticas indicadas por Sébastien Fath, do Centro Nacional de Pesquisas Científicas francês (CNRS).

Um número em constante ascensão e que inclui os 200 milhões de pentecostais ou "Born again", corrente surgida no começo do século XX nos Estados Unidos, que se baseia na ação e nos dons do Espírito Santo, como as profecias, as curas milagrosas e a libertação dos demônios; defende o encontro pessoal com Jesus e a conversão, alimentados em grandes cultos de tom apaixonado.

Ao fato destas igrejas atraírem facilmente populações com frequência pobres soma-se a sensação de que a Igreja Católica dá a impressão de estar distanciada da população.

O clero católico, extremamente hierarquizado, vê surgir ainda algumas igrejas pentecostais surgirem de forma espontânea, com fiéis que se declaram pastores.

"A Igreja Católica (com 1,2 bilhão de fiéis no mundo) encontrou concorrência com estes movimentos, que abocanharam parte de seus fiéis a partir dos anos 1980, em particular na África e na América Latina", afirma David Behar, do Polo Religiões do Ministério francês das Relações Exteriores.

"Na Guatemala, mais da metade da população, que era 95% católica, se converteu ao Neopentecostalismo. No México, o sentimento de que o clero está muito ligado ao poder político contribuiu para que os fiéis fossem para uma igreja mais independente. No Brasil, um quarto da população" mudou de religião, assegurou.

Segundo o especialista, foi só no final de 2009, durante o sínodo de bispos da África, no Vaticano, que alguns bispos puderam expor o problema trazido por estas igrejas, por causa principalmente do "proselitismo agressivo" de alguns de seus pastores.

Diante dos desvios de algumas igrejas pentecostais, o Conselho Nacional de Evangélicos da França (CNEF) publicou recentemente um livro sobre "a teologia da prosperidade", que faz uma severa advertência aos pastores autoproclamados que prometem saúde e riqueza material em troca de dinheiro.

Para a Igreja Católica, o rápido avanço dos pentecostais foi uma oportunidade para fazer uma autocrítica de sua ação pastoral e tentar modernizar seus métodos.

Já no Concílio Vaticano II (1962-1965), a abertura para o mundo das novas comunidades marcadas pela renovação carismática e pela crença na influência do Espírito Santo, aparecia como uma resposta às igrejas pentecostais.

O bispo francês Jacques Benoist-Gonnin, encarregado das seitas e das novas crenças, considera com bons olhos um novo enfoque do ser humano em sua dimensão "holística": "não só um corpo separado da psiquê, de sua espiritualidade, de sua dimensão transcendental, mas o ser humano em sua totalidade".

Uma concepção que alguns extrapolam através de práticas psico-espirituais que são em absoluto aprovadas de forma unânime pelo episcopado.

O acesso de Francisco ao papado confortará o catolicismo dos fiéis de seu continente, mas provavelmente não representará uma oposição no plano social e doutrinário aos valores conservadores defendidos pelos evangélicos.

Um grupo de acusados de crimes contra a humanidade durante a ditadura argentina (1976-1983) apareceu nesta quinta-feira no tribunal usando insígnias do Vaticano para homenagear o Papa argentino Francisco, informou a imprensa local. A rede de televisão C5N e o jornal La Mañana de Córdoba mostraram imagens dos acusados sentados no banco dos réus com as insígnias do Vaticano na lapela, no julgamento que ocorre nesta cidade do noroeste da Argentina.

O julgamento, iniciado em dezembro de 2012, determinará as responsabilidades de um grupo de mais de 40 militares envolvidos em atrocidades cometidas no centro clandestino de detenção La Perla, em Córdoba, entre eles o comandante da unidade, Luciano Menéndez, já condenado a sete penas de prisão perpétua.

O gesto ocorre um dia após a eleição do argentino Jorge Bergoglio como Papa e reaviva a polêmica sobre a atitude complacente da Igreja católica argentina durante os anos da ditadura (1976-1983).

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